Introdução
>Novembro de 1981<
Era uma noite enevoada e nublada, a pouco cessara a chuva no bairro onde se encontrava, este estava silencioso. Um véu marrom-acinzentado pairava sobre as poucas casas que havia ali, parecendo reflexo das ruas lamacentas. A não ser pela moça de capuz negro, carregando algo encoberto em seus braços, parecia não haver alma viva naquele lugar.
A mulher se esgueirava entre as ruas, indo em direção a uma estrada mais afastada. Entrou em uma estreita ruazinha que não tinha iluminação alguma. A rua era ladeada por um silvado à esquerda, e por uma sebe alta e cuidadosamente aparada, à direita. Mais a frente ela se virou para um largo caminho de entrada, aonde a alta sebe ia muito a frente, para além do grande portão de ferro trabalhado que barrava a entrada. Com um curto aceno de sua varinha, ela atravessou o portão, como se este não existisse. Onde antes era ferro, surgiu apenas uma fumaça negra por onde ela passou. Após sua passagem, o ferro voltou, como se nunca houvesse sumido.
A bela mansão para onde se encaminhava, era apenas visível pelas luzes que saiam das janelas em formato de losango do andar térreo. A mulher se postou em frente a enorme porta de entrada e bateu algumas vezes. Pouco tempo depois, a porta se abriu revelando um homem de pele clara, cabelos longos e loiros. Ele usava as roupas tradicionais das mais antigas famílias bruxas.
- Onde está Ciça? - falou urgente a mulher.
- Ela está lá em cima... Mas como você está aqui? Recebemos noticias que você havia sido capturada! - vendo o desespero nos olhos da mulher ele logo a pegou pelo braço. - Vamos, entre antes que alguém apareça!
O hall de entrada estava mal iluminado, apenas as luzes da sala ao lado estavam acesas, deixando apenas frestas passarem pela pesada porta de madeira, por onde ela pode perceber que todos os móveis estavam revirados.
- Aurores! Entraram aqui antes de conseguirmos convencer o Ministério de que "estávamos sob controle da maldição Imperius!”.
- E o Ministério engoliu?
- Ao que parece, sim! - respondeu ele com um sorriso sarcástico.
Então subiram por uma escada de mármore e deram em uma segunda sala, está era ainda maior que o hall. Os móveis estavam mais organizados que a da sala do térreo, havia um sofá e duas poltronas de veludo negro, postados em frente a uma bela lareira, de onde vinha à única iluminação da enorme sala. Em uma das poltronas estava uma mulher de longos cabelos louros descendo pelas costas. Estava olhando as chamas que provinham da lareira, perdida em pensamentos. Só quando ouviu uma voz atrás de si, é que ela percebeu que havia alguém ali.
- Ciça, precisamos conversar! - disse a mulher com o mesmo tom de urgência de antes.
- Bella! Ah, por Merlin, achei que haviam capturado você. Onde está Rodolphus?
- Irei explicar, mas escute, não tenho muito tempo. Os aurores estão atrás de mim e de Rodolphus, ele está me esperando em Brixton de onde partiremos para a fronteira da Escócia. Quando estiver mais calmo, nós voltaremos para pega-lo.
- Pega-lo? Não entendi... Pegar quem? - disse o homem.
- Meu filho, Lucius.
- Como assim, filho? Você não tem filho Bellatrix! Você pirou de vez... - falava ele quando foi interrompido por uma exclamação de surpresa da esposa.
Bellatrix desembrulhava o que vinha carregando. Um bebê de pele muito clarinha e cabelos negros, dormia sereno em seus braços.
- Bella... Onde você pegou essa criança? - exclamou Narcisa após o silencio que pairou sobre a sala.
- Será que é tão difícil acreditar que eu tenho um filho?
- Mas como? Onde ele estava que nunca o vimos com vocês? Por que não nos disse sobre ele? Ao que parece ele tem a mesma idade de Draco!
- Eu já disse que estou com pressa? Olha eu sei que vocês iram considerar isso uma traição, mas eu e Rodolphus tivemos medo de expor nosso filho ao Lord.
- Como assim? Por que vocês teriam medo de expô-lo ao Lord? - disse Lucius contrariado.
- Ele nasceu no final de Julho. Do sétimo mês! O Lord acreditaria que ele é o bebê da profecia. Então nós o escondemos, os pais de Rodolphus ficaram com ele. Quando soubemos ser o filho dos Potter a criança que o Milorde procurava, nós o levamos para casa, mas o mantivemos escondido. Não poderíamos simplesmente aparecer com ele numa reunião dos Comensais e dizer ao Lord que tínhamos escondido nosso filho dele, achando que ele o mataria! Mas agora que o Lord sumiu, os idiotas dos Longbottom não nos contaram onde está, e com centenas de aurores atrás de nós, eu e Rodolphus teremos de deixa-lo em segurança. E só confio em você para isso Ciça!
Após algum tempo de reflexão, Narcisa, voltou de seus pensamentos.
- Mas como irei explicar que um Lestrange simplesmente "aparatou" aqui?
- Seth não tem sobrenome, tivemos o cuidado de não colocar para não despertar o interesse do Lord, o registramos no Ministério da Escócia para ele não saber de sua existência! Mas uma vez aqui teremos de registra-lo no Ministério Inglês, ou ele não entrará para Hogwarts, você terá de fazer isso para mim Ciça.
- Claro, colocaremos o sobrenome Lestrange como o do Ro...
- Não! Coloque Black está bem?! Seth Black!
- Mas por que não quer que coloquemos Lestrange? - disse Lucius quebrando seu silêncio.
Após um rápido raciocínio ela respondeu o cunhado.
- Por que assim não terão problemas com os aurores para explicar a "aparatação" do meu filho aqui! - mentiu a mulher. - Caso um deles pergunte, dirão que é de um parente que morreu durante a guerra!
- Você está certa. Melhor fazermos isso ou seremos duramente questionados sobre o paradeiro de vocês. - concluiu Lucius.
- Fique tranquila Bella, nós cuidaremos dele! - Narcisa falava em quanto abraçava a irmã.
- Tenho que ir, Rodolphus deve estar preocupado com meu atraso. - disse entregando o filho para a irmã, e sussurrou para o menino - mamãe te ama.
E com isso, saiu apressada aparatando logo após sair pelos portões de ferro.
Comentários (1)
Q LINDO!!! Adorei! Nunca imaginei q a Bella pudesse ter um filho, ainda mais nessas condiçoes! e ainda mais:esconder alguma coisa de Voldemort. tá mto incrivel! lokinha pela continuaçao, eu qro saber o q vai rolar, pq to sentindo q tem outro motivo pra ela nao deixar o menino ter o sobrenome do marido dela e conseuqntemente do pai dele, pra mim foi papo furado, mas eu acho q..nao sei, por isso qro ler o proximo cap, popde tercerteza q já ta nos meus favoritos. vc ta de parabens! bjss, rafaela
2012-02-03