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- Edgar Bones! Estou esperando as coordenadas! – gritou Lílian irritada, pela escuta em seu ouvido.

- Mas Olho-Tonto disse...

- Esqueça o que Olho-Tonto disse! Passe-me as coordenadas!

- Ok, ok! Já estou checando!

Ela desligou o microfone e olhou para Gideão ao seu lado.

- Onde está Fabio?

- Ele foi roubar um carro para a gente. Chamará menos a atenção se chegarmos lá sem magia.

- E Hagrid?

- Foi na frente. – Lílian arregalou os olhos – Eu tentei impedi-lo, mas ele disse que dava conta do recado. – ele fez uma pausa – Lílian tem certeza de que quer ir? É muito perigoso! E você é a mais jovem da Ordem. Nem saiu da escola ainda...

Ela ergueu o dedo o fazendo calar.

- Eu vou, Gideão! Não adianta discutir! Não foi à toa que Dumbledore me colocou na equipe Alpha.

Ele sorriu levemente.

- Você é muito corajosa!

Ela retribuiu o sorriso, mas não pode dizer mais nada porque logo Edgar a chamou pela escuta.

- Lílian! Consegui as coordenadas!

- Ótimo, passe-as rápido!

- Tem certeza? Continuo achando que vamos nos arrepender de fazer isso sem ordens de Olho-Tonto...

- Passe as coordenadas, Edgar!

Nesse momento Fabio estacionava um Porshe de frente a eles. Lílian anotou as coordenadas enquanto entrava no carro. Passou-as à Gideão e juntos rumaram para mais uma missão contra Comensais da Morte.

 

 

- Como ousaram desobedecer minhas ordens?! – gritou Olho-Tonto olhando para os cinco bruxos parados à sua frente – Como puderam passar por cima do meu comando?!

- Desculpe, Olho-Tonto – tentou Lílian – Mas me pareceu errado deixar que os Comensais atacassem aquela vila trouxa abertamen...

- Ah, e por isso achou que sabia mais das coisas do que eu e arrumou uma equipe de busca para invadir a vila? – suas narinas se inflavam tamanha sua raiva – Sabe o que teria acontecido se eu não tivesse chegado lá a tempo? Teriam sido pegos pelo Ministério! Ou coisa pior! Poderiam ter morrido! Sabem quantos comensais estavam naquela vila?!

- Calma, Alastor – pediu Dumbledore – Certamente Lílian teve a melhor das intenções. E tenho certeza de que isso não voltará a se repetir, não é, Lílian?

- Desculpe, professor, mas não posso prometer isso...

- Está vendo, Alvo? – bradou Moody – É o que você ganha por escalar esses jovens em missões de grande responsabilidade!

- Para mim missões de grande responsabilidade exigem sacrifícios! – retrucou Lílian, inconformada – E é por isso que eu estava naquela vila hoje! Para me sacrificar, se fosse preciso, para salvar aqueles trouxas! Não pense que estou aqui brincando de escolinha de Defesa Contra as Artes das Trevas, Olho-Tonto! Estou aqui porque estou disposta a tudo para destruir Voldemort! – seus quatro colegas estremeceram a menção do nome.

Olho- Tonto a olhou tentando esconder sua surpresa.

- Chega por hoje – disse Dumbledore, que parecia ser o único que não estava surpreso com as palavras da ruiva – Vocês podem ir. Teremos uma reunião da Ordem na semana que vem. Até lá estão liberados. A equipe Beta assumirá para dar uma folga a vocês, e Lílian precisa de tempo para arrumar suas coisas. As aulas começam em uma semana.

- Professor, eu não...

- Você voltará para Hogwarts, Lílian. – disse Dumbledore parecendo cansado – Não quero ser responsável por sua falta de NIEM’s. Esse será seu ultimo ano, preocupe-se com você por enquanto. Mas eu a liberarei sempre que sua equipe estiver em alguma missão.

- Obrigada, professor.

- Podem ir, agora.

 

 

 

Lílian chegou em casa exausta. Olhou em tudo ao seu redor, reparando pelo que pareceu ser a primeira vez em muito tempo. Subiu para seu quarto e sorriu ao abrir a porta. Ele estava com tudo em seu lugar. Ela não mudara nada desde os 10 anos.

A parede era repleta de pôsteres, espelhos e outras mil lembranças da infância. Um urso intocado no canto parecia esperar para brincar uma última vez. A poltrona ao lado da janela com muitas roupas amontoadas em cima, em meio de diversos livros da escola e fitas de vídeo cacete assistidas há uma eternidade. O computador que sua falecida avó lhe dera estava ligado e a imagem do plano de fundo era uma foto sua com um de seus muitos vizinhos. Sua mãe insistia em perguntar sobre eles, mas a resposta era sempre a mesma: “Somos amigos, mamãe. Só amigos.”.

A secretária eletrônica na mesa de escrivaninha soou um bip alto e vozes ecoaram pelo quarto: “Filha, mamãe saiu para fazer compras para você. Ainda não acredito que você saiu daqui verão passado com corpo de menina e voltou como uma mulher. Você decididamente precisa de roupas novas! Logo, logo estarei em casa. Petúnia não irá sair, qualquer coisa a chame. Beijos! Te amo!” – outro bip – “Oi Lil’s! Aqui é a Maria. Desculpa não ter te ligado ontem. As coisas estão uma loucura aqui em casa com a mudança e tudo mais. Te liguei mais cedo, mas você não atendeu. Imaginei que estivesse cuidando dos seus priminhos, pra variar... rsrsrs Beijos.”

Lílian sorriu. Maria sempre atenciosa! Virou-se então para a escrivaninha, onde havia uma carta ainda no envelope que Marlene mandara há uma semana:

 

Oi Lílian!

 

Como vai ruiva? Por aqui as coisas vão ótimas! Papai ganhou uma promoção no Ministério, então mamãe decidiu que podíamos comemorar com uma viagem para a França. Mandei dentro do envelope algumas fotos e lembrancinhas para você!

Por falar nisso temos que ter uma séria conversa, porque eu descobri a sua mentira! Minha mãe escreveu para a sua insistindo para que você viesse passar sua última semana de férias aqui em casa e sua mãe respondeu que você nem tinha contado para ela que recebeu meu convite e que você mal tem parado em casa! Por que mentiu, Lily? Estou magoada! Aconteceu alguma coisa? Por que você não tem parado em casa?

Espero ansiosamente por uma resposta sua.

Beijos,

 

Marlene Mckinnon

 

Lílian leu e releu a carta e suspirou em seguida. Ela não quisera aceitar o convite de Marlene, porque teria que sair para as missões da Ordem e a amiga poderia desconfiar. A Ordem da Fenix tinha que permanecer em segredo absoluto.

Apesar de não gostar de esconder as coisas dos amigos, Lílian não se queixava da Ordem. Entrar para ela foi uma decisão sua de livre e espontânea vontade. A Ordem era uma sociedade secreta e os que trabalhavam para ela eram anônimos para os que estavam de fora. Alguns sabiam de sua existência. Outros pensavam ser apenas uma lenda. Mas poucos tiveram o privilégio de vê-la agir. Se os Comensais da Morte estavam, eles também estavam. E foi nesse compasso que Lílian passou suas férias.

Uma batida na porta a despertou de seus devaneios.

- Lílian, mamãe acaba de chegar – disse Petúnia abrindo a porta.

- Já estou indo – respondeu a ruiva e sorriu – Aceita sapos de chocolate, Túnia?

Ela indicou a caixa em cima da cama e Petúnia olhou rapidamente interessada, mas logo disfarçando.

- Você com suas coisas esquisitas! Não quero nada disso!

Ela bateu a porta do quarto e saiu. Lílian suspirou mais uma vez. Parecia que em fim tinha voltado à normalidade.

 

 

 

- Tiago! Você tem que prestar mais atenção! Se eu ataco, você tem que conseguir raciocinar a tempo de se defender! Cabeça no duelo, filho! Vamos! Vamos tentar mais uma vez!

- Pai, eu preciso de um minuto!

- Não vai pedir um minuto ao seu adversário em um ataque surpresa!

- James, por favor, deixe-o descansar – pediu Mirian saindo para o quintal, seguida de Sirius que exibia o ar divertido.

- E aí, Pontas? Apanhando do papai?

- Hahaha – Tiago riu sarcástico e virou-se para seu pai – Estou pronto.

- Estupefaça!

- Protego! – o feitiço ricocheteou – Expeliarmos!

A varinha de James voou metros no ar e caiu no chão. Tiago só teve tempo de vê-lo sorrindo, antes de sentir seu corpo voar e cair no chão novamente. As gargalhadas de James e Sirius soaram por seus ouvidos.

- Não pode baixar a guarda, Tiago – disse James se aproximando para ajudar o filho a se levantar – Não se comemora a vitória antes do tempo.

- Você vai me explicar por que estamos treinando tanto? – ele perguntou se levantando.

- Estamos em tempos de guerra. Eu e sua mãe já temos certa idade... Tenho que ter certeza que você vai conseguir enfrentar o mundo lá fora sozinho. Vai entender quando for pai.

Tiago sorriu e abraçou o pai. Mirian os olhou carinhosamente.

- Ei! – chamou – Ainda estou aqui! – brincou.

Eles riram. Tiago, então, olhou para Sirius.

- Sei que foi você quem me estuporou. Já vou avisando que vai ter volta!

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Oi gente!
Esse é o primeiro capítulo. Cortei um grande pedaço dele, porque achei que estivesse colocando muita informação num primeiro capítulo e minha intenção não era essa.
Minha real intenção é que vocês percebessem a Lílian como uma garota já madura e com seus princípios. Era a típica garota popular da escola, bonita, inteligente e amiga de todo mundo, embora vocês só tenham conhecido as amigas dela Maria e Marlene.
No começo eu coloquei ela em ação na Ordem, mas logo depois ela está em casa e de volta à normalidade. Quero que entendam que ela tem a vida de uma garota comum, com seus amigos vizinhos que podem até ser apaixonados por ela pela garota que é, uma mãe que a ama incondicionalmente e uma irmã invejosa, mas que no fundo a ama. Ela tem um pai também, mas eu ainda não apresentei ele a vocês.
Já o Tiago, apesar de muitos conceitos formados, ainda não teve um objetivo na vida. Um garoto adolescente comum, que começa a perceber alguns valores que antes ele não tinha... maturidade pra enchergar.
Logo, logo próximo capítulo no ar!
Bjos e... comentem! 

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