A CONVERSA



Harry entrou silenciosamente na barraca, sentindo suas mãos suarem. Estava muito nervoso. Antes de entrar na cozinha, ele observou Hermione enxugando pratos. Ela não havia percebido a sua presença.


- Hermione... podemos conversar?


A garota deixou cair o prato que estava segurando.


- Droga. – murmurou ela, enfeitiçando o prato para fazê-lo voltar ao normal. – Oi, Harry.


O garoto aproximou-se, muito inseguro. Era a primeira “conversa” dos dois desde que aquele-que-não-deveria-ser-nomeado – e não era Voldemort - partira.


- Er... então, eu queria falar sobre o – ele pigarreou, em sinal de aviso. – Rony.


- Rony? – repetiu Hermione, com a voz reduzida a um sussurro.


- Sim. – Harry se sentou, convidando-a a fazer o mesmo. Ela hesitou.  – Eu... eu acho que ele gosta de você.


Hermione engasgou.


- O que? – seu rosto estava vermelho. Harry esfregou as mãos, igualmente envergonhado.


- Então... eu acho que ele foi embora por que... por que estava com ciúmes. Você sabe, de nós dois.


- O que? – repetiu ela, incrédula. – Não, Harry. O Rony não seria tão bobo... quero dizer, não há nada entre nós. Você namora a Gina – “Namorava”, pensou Harry amargurado. – e eu... bem, eu...


- Entendo. – Harry afagou o ombro da amiga. A julgar pela sua expressão, ela parecia estar segurando o choro. – Mione, não se preocupe. Ele vai voltar. – disse sem convicção.


E então... aconteceu. Hermione começou a chorar. Mas dessa vez, não foi silenciosamente, como ela sempre fazia. Chorava como uma criança, soluçando e escondendo o rosto com as mãos. Harry sentiu ímpetos de chorar também. Rony era sim muito bobo. Ele e Hermione eram como... bem, como irmãos. Nunca passara pela sua cabeça namorar a garota. Principalmente agora, vendo-a em um estado tão deplorável. Rony não merecia as suas lágrimas. Ele desejou que o amigo estivesse ali, mas dessa vez, era para socá-lo. 

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