Dammit



Narrado por Marlene McKinnon.


 


Eu estava começando a ficar com dor de cabeça. Claro que eu estava feliz, mas sinceramente, eles exageravam.


Quando saímos do salão estávamos entorpecidos. Pelo o jeito, nossa aparência era de idiotas, porque os “roqueiros” que esperavam por suas vezes ficavam nos encarando estranhamente. Basicamente, eles eram constituídos de caras narigudos com cabelos volumosos e mulheres com os peitos quase saido do corpete, então senti que não devia me incomodar com suas patéticas existências.


Mas quando Lily soltou um grito de felicidade e abraçou James, nós todos de uma hora para a outra começamos a gritar sem parar, formando uma espécie de super-abraço em cima dos dois. Foi nessa hora que aqueles que assistiam começaram a me preocupar. Alguns nos olhavam com suas melhores expressões assasinas, mas outros riam de nós. Quero ver se eles vão rir quando os detonarmos na Batalha das Bandas.


Agora, tomando silenciosamente meu milk-shake do Mc Donald's, tinha de aguentar James, Lily, Sirius e Remus cantando à plenos pulmões. Claro que Josh também ajudava um pouco com sua voz desafinada. Ele batucava no volante no ritmo da música, soltando vez ou putra uma buzina acidental, assustando os motoristas vizinhos.


 


I wanna be the minority
I dont need your authority
Down with the moral majority
'Cause I wanna be the minority


Lily aparentemente havia esquecido do seu suco, que ficara intocado em sua mão. Ela dava gargalhadas sem motivo, assistindo Sirius tocar o qua alcançava de sua bateria.


-Outra, outra – ela falou, conduzindo os outros na próxima música.


 


And it happened once again
I'll turn to a friend
Someone that understands
Sees through the master plan
But everybody's gone
And i've been here for too long
To face this on my own
Well I guess this is growing up


 


 


Bem, essa brincadeira de cantar sem parar músicas aleatórias foi legal até a hora em que eles berraram “NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA!” para o atendente do drive thru. Ele gostou e até cantou junto, mas eu achei meio exagerado demais. Parecíamos drogados, e isso não é legal.


Não era como se nós estivéssemos ganhado o Britain's Got Talent, apenas passamos na seleção para o Batalha das Bandas. É legal, claro, mas não precisava exagerar (Né, Lily?).


 


With the lights out its less dangerous
Here we are now entertain us
I feel stupid, and contagious
Here we are now entertain us
A mulatto, An albino, A mosquito
My libido

Yeah!


 


Josh deu gargalhadas enquanto cantava “a mosquito”. Tá, vou fingir que eu sei porque e vou rir junto. Pronto.


 


When I'm drivin' in my car
And that man comes on the radio
He's tellin' me more and more
About some useless information
Supposed to fire my imagination
I can't get no, oh no no no
Hey hey hey, that's what I say


 


A cara do jurado quando a School of Rock terminou a música foi tipo, impagável. Ele ficou uns bons segundos parado até se dar conta que esperávamos por uma resposta. Ele disse “Vocês estão de brincadeira, não é?”. Lily tentou responder, mas sua voz não saía. Ela apenas olhou confusa para mim e para Josh, que estávamos quase tão pasmos quanto ela. O jurado continuou : “Vocês são a melhor banda qua vimos desde que chegamos”.


E foi isso. Passamos no teste, e conseguimos um lugar na Batalha das Bandas. Sem conseguir me conter, coloquei a cabeça para fora da janela e gritei. Os outros deram gargalhadas, e Sirius até se assustou.


-Que é isso, quer morrer?


O único problema era que teríamos que criar outra música para tocarmos no evento. E isso seria um problema, porque a única coisa que Lily conseguia escrever no momento era mais ou menos “ Você me faz querer morrer, pois eu nunca serei boa o suficiente”. E claro que isso não agradaria nem o mais depressivo dos depressivos.


Espero realmente que a nossa esperança ruiva tenha um momento de inspiração.


Se não... Adeus, carreira de produtora. Foi bom enquanto durou.


 


Narrado por Dorcas Meadowes.


 


-O que faz aqui, gracinha? - um homem pra lá de feio perguntou-me, enquanto eu andava perdida no meio das bandas.


-Vender pamonha que não é – respondi, desviando de sua mão que tentava tocar meu cabelo – Estou procurando meus amigos, você os viu? Uma garota ruiva, um moreno de óculos...


-Hum, aqueles que acompanhavam a morena gostosona? - ele perguntou.


-É... Acho que sim.


Eu imaginava que ele esteja se referindo à Lene. Embora nunca tenha ouvido um velho como ele se referir a ela como “gostosona”. E essa era uma experiência que eu teria preferido não vivenciar.


-Eles saíram há uns dez minutos em uma van – ele respondeu, dando de ombros – Então, o que acha de um drinque?


-Se o seu conter veneno, tudo bem – respondi, virando as costas para aquele repugnante.


Voltei à moto de Carl decepcionada.


-Não os achou? - ele perguntou, me estendendo o capacete. Após ter ligado para Lene, pedi ajuda para Carl, o que ele aceitou de prontidão. Conforme ele mesmo disse: “Cansei de jogar Detetive, tá na hora de uma coisa mais realista”.


-Não. Saíram há pouco.


-Bem, então quer um sorvete para comemorar a perda do caso? - ele ofereceu.


Era exatamente isso que eu gostava no Carl. Ele sempre estava de bom humor, mesmo quando tinha que fazer dupla com Malfoy na aula de Poções, o que não é fácil para ninguém (acho que nem Malfoy aguenta a si próprio).


Na veradade, eu também gosto dele porque ele é o único garoto que eu conheço que gosta de sorvete de abacate.


 


Narrado por Lily Evans.


 


-James - chamei.


-Hum?


-Posso dormir na sua casa hoje? - perguntei. Ele levantou a cabeça e me encarou de olhos arregalados. Como eu e James morávamos apenas uma rua de distância um do outro, Josh, para “poupar tempo”, resolveu nos largar na esquina. E Sirius veio junto, claro. Pelo que eu sei, ele odeia a própria família.


E eu estou quase indo para o mesmo caminho. Não quero voltar para casa. Só de ver os rostos de Petúnia e de minha mãe, já fico irritada. E a última coisa que eu quero é destruir a felicidade do momento com mais brigas.


-Mas porque? - ele perguntou. Rapidamente explique a minha briga – Poder pode, mas você deixou todas a suas coisas em sua casa, e amanhã vamos voltar para Hogwarts.


Tinha esquecido dessa parte. Depois de pensar um pouco, fiz sinal para eles me acompanharem até minha casa. Entrei silenciosamente no gramado, e rodeei a casa até encontrar a janela do meu quarto.


-Me ajuda aqui – falei baixinho. James e Sirius ajudaram a me içar para o muro do vizinho, que dividia os pátios das duas casas. A minha intenção era pular do muro para a janela do meu quarto, mas...


Ok, vamos refletir sobre o que acontece a seguir. Você provavelmente deve achar que eu sou muito sortuda por ter amigos como esses, fazer parte de uma banda de rock demais e etc. Mas na verdade, a sorte nunca fica a favor das ruivas. Mesmo as coisas mais fáceis do mundo, como pular de um muro para uma janela, com mais ou menos um metro e meio de distância, pode acabar quebrando o pescoço de alguém.


E é claro, que quando eu consegui subir no muro, eu tinha que cair para o outro lado. Foi quase em câmera lenta, eu tentava me agarrar na parede, mas acabei caindo do mesmo jeito.


Para provar a minha teoria de que as coisas infortúnias só acontecem com pessoas ruivas, meus vizinhos resolveram colocar uma piscina bem naquele local. Claro que é bem melhor cair na água do que na terra dura, mas mesmo assim é ruim. Pela primeira vez na vida, fiquei grata à minha mãe por ela ter me colocado em aulas de natação quando eu era criança.


-Lily! Lily, você está bem? - gritava James, correndo pelo gramado para perto da piscina. Cuspi um bocado de água.


-T-Estou sim – respondi, nadando até a borda e estendendo a mão para eles me tirarem de lá.


-Ótima em escaladas que você é, ruiva – brincou Sirius, no que eu joguei o cabelo para frente, o molhando – Ei! Bom, agora é só explicar a situação para eles.


Me virei e vi minha vizinha, uma senhora muito fofoqueira, se aproximava com alguns gatos em seus calcanhares.


Ô, beleza. Só me faltava essa.


 


 


Narrado por Remus Lupin.


 


O clima ficou pesado depois de devolvermos a parte da bateria para os garotos da venda de garagem. Espero que Lene não esqueça o encontro com um deles, porque é bem capaz que eles nos persiga com uma motosserra por anos.


Sem exagero.


Agora Josh reclamava ao meu lado que tinham que achar um jeito de arranjar uma bateria nova, e que por causa de uma série de eventos não muito bem recebidos na situação, ela acabou sendo enchida acidentalmente de Tang de uva. E cheio de indiretas para cima de Lene. Óbvio que ele não falou exatamente desse jeito, mas eu adaptei a fala para ser acessível à todas as idades.


Como eu já estou cheio de problemas mesmo, resolvi voltar direto para casa do que para a enfermaria de Hogwarts. À essa hora todos devem saber que eu fugi, então não tem problema ter mas problemas.


Sentia saudades dos meus pais. E quando Josh me deixou na porta de casa, eles me receberam com abraços e beijos, digamos, excessivamente molhados por parte de minha mãe. Levei sermão, claro, pois Dumbledore ligou para eles para perguntar onde eu estava. Respondi que havia fugido para vê-los, então meu castigo foi diminuído quase à zero. O que é bom.


-Você nem vai acreditar, filho – meu pai começou empolgado, segurando um grosso envelope nas mãos. O quê, minha carta de resposta ao meu pedido para Harvard chegou? - Lembra-se daquele maldito John Carp?


Eu sabia. Notícia ruim. Se o dia começa bom, ele tem de acabar péssimo. Isso é quase uma Lei de Newton.


-Bem – continuou minha mãe. Só ainda não entendi o porque dos sorrisos. Será que é um tipo de psicologia inversa? - Ele foi preso.


Meu queixo caiu.


-Aparentemente sua denúncia fez as autoridades se ligarem – falou meu pai – E ele foi preso ontem. A polícia aparentemente gostou do chá com biscoitos de sua mãe e resolveu dar uma recompensa para nós. Aqui está – ele estendeu o envelope – Exatas três mil libras.


-O quê? - exclamei – Tudo isso por um único ladrão?


-Pelo o jeito ele havia roubado muitas outras famílias, usando nomes diferentes. Sorte a nossa que ele resolveu usar seu verdadeiro conosco. E nenhuma das outras famílias prestou queixa, então você fica com a recompensa.


-Eu? Tá de brincadeira, eu não preciso desse dinheiro. Vocês precisam mais.


Meus pais riram.


-Depois que seu pai foi promovido no trabalho, não necessitamos mais – falou mamãe – E deve ter alguma coisa que você queira comprar. Você deve ter algum plano.


Os abraçei, tendo em mente que ligaria para Josh mais tarde. Estamos salvos.


 


Narrado por James Potter.


 


-Eu não entendo como pessoas podem gostar desse tipo de música – dizia Lily, arrumando um pijama emprestado em seu corpo – É só um ritmo chato com repetição total de frases.


-Mas é isso que é rap – respondi – Porque achou que se chamasse rap?


-Sei lá, porque era rap-rap-rapidinho.


Nos quinze minutos e meio que Lily jogava Rock Band, ela bateu dezessete recordes meus e três do Sirius. Agora ela nos derrotava em uma batalha com duas guitarras. Não sei como ela conseguia, mas ela conversava e detonava ao mesmo tempo. Vai ver tá no sangue.


Não, não está no sangue. A única coisa que Petúnia Evans tem boas chances de tocar é a Melodia de Passar o Cartão de Crédito.


-Aperta aquele botão ali – disse Sirius para Lily, que competia comigo. A garota fez o pedido e ganhou o dobro de pontos.


-Assim não vale! - reclamei.


-Ninguém mandou deixar eu morrer naquele jogo dos zumbis – ele respondeu, fazendo pouco caso.


-Huh, jogo de zumbis? - Lily se animou – Vamos jogar?


Ela zerou o jogo em duas horas e meia. Nem foi ao banheiro nesse tempo. Claro que isso é uma coisa que não é necessário mencionar, mas eu quiz dar ênfase ao seu vício e loucura.


Opa. Onde foi que eu aprendi tantas palavras difíceis? Eu nem ao menos sei o que é ênfase. Parece um tipo de quijo.


Tenho que parar de andar tanto com Lily e Remus, isso está me deixando louco.


Queijos Ênfase. Ficaria lega, não?


Falando em Einstein, o telefone tocou.


-Abaixa o volume, Lily! Alô?


Oi, James”.


-Eaí, Remus! Há quanto tempo! Nem me lembrava mais da sua voz!


Não é hora para brincadeiras. É sério”.


-Tá, pode falar.


Sirius tá aí? Coloca no viva-voz”.


-Pronto.


-Ooi Remus! - gritou Lily, dando uns pulos estranhos enquanto passava de nível.


A Lily tá aí também? Nem vou perguntar o que vocês estavam fazendo...”


-Chega logo ao ponto, o que tem de tão importante para você me ligar a essa hora – falei, enquanto Sirius tinha um ataque de riso.


Mas ainda é de tarde”


-Hum, não. São nove horas.


Vamos fingir que são nove da tarde”.


Nessa hora, Lily deu um grito.


-Que foi, demônio? - perguntei – Acabou a munição?


-Eu preciso de papel – ela respondeu, remexendo em minhas coisas como se estivesse tendo um piripaque – Lápis também. Agora! Eu tive uma ideia para a próxima música... MAS CADÊ ESSA DROGA?


-Quem sabe tem um lápis no porta-lápis e papel naquela gaveta escrita “Papel”? - falou Sirius, olhando com uma cara de pena para ela, que soltou um “Ah” baixinho.


Entãão... Posso continuar?”


-Vai, fala – falei.


Consegui o dinheiro. Vamos poder comprar uma bateria nova!”


No momento seguinte, estávamos gritando e pulando pelo quarto, fazendo uma estranha guerra de travesseiros e de pipoca. Só paramos quando minha mãe entrou no quarto e perguntou seriamente se estávamos drogados.


 


Narrado por Zac Farro.


 


É impressionante isso. Quando mais queremos assistir televisão, todos os canais resolvem passar só reality shows. Como se toda a nação gostasse de assistir 24 horas por dia mulheres bundudas e criancinhas superdotadas cantando com os jurados chorando.


É como ter que se contentar com a felicidade dos outros enquando você tem que encarar o mundo real, com problemas e nenhum apresentador engraçadinho segurando um enorme cheque para te dar de presente por alguma coisa inútel que você fez, mas que ninguém nunca tinha feito, o que faz dessa coisa “especial”.


É meio ridículo, mas dá mais audiência do que Phineas e Ferb. Trágico, não?


-Alô – falava Josh no telefone. Acho que eu fui a única pessoa da família que não pegou o terrível hábito de falar no telefone gritando – Sim, sou eu. Quem? Não conheço nenhum Remus. Hogwarts? Ah, tá, entendi.


Josh me lançou um olhar assassino, enquanto me estendia o telefone. Dei um sorrisinho inocente.


-Alô?


“Josh? Quem era aquele cara?”


-Bem, era meu irmão.


“E vocês têm o mesmo nome?”


-É... Nossos pais eram viciados em crack”.


Recebi uma almofada na cara.


-Remus, eu te ligo mais tarde.


“Mas...”


-Até! - desliguei o telefone – Fala sério, qual é o seu problema?


-O meu problema? - riu Josh – Não sou eu que finjo que sou meu irmão. Eu tenho pelo o menos o direito de tirar um pouco de sarro da situação.


-Claro que não!


-Bem, é melhor isso do que te denunciar – ele ameaçou – E a louça é sua, Josh 2.

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Até que o irmão dele não levou esse negocio muito a serio. Eu tô começando achar que a Mãe da Lily é a mulher que o Zac ficou encontrando...Se for o negocio vai ser feio kkkkkkkkkbeijoos! 

    2012-07-04
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