New Pink Friend



Narrado por Dorcas Meadowes


Não que eu esperasse que um piano caísse em cima de Sirius.


Tá, só pensei no piano uma vez. Pelo o menos era o que eu faria se declarasse guerra contra alguém.


Já fiz, na verdade. Foi assim que fui expulsa da minha antiga escola. E não era um piano, era um computador daqueles antigões, mas no fim é quase a mesma coisa.


O fato do cabelo de James estar tingido de uma cor prima me fez ter vontade de cometer alguma loucura. Tipo colocar algas marinhas nos calções do diretor. Ou encher o corredor do quarto andar de pavões. Mas acho que já fizeram isso.


Eu hein.


Se eu não soubesse do que Lene é capaz, até sentiria pena do estado em que ela se encontra. Jogada e sua cama, olhando para o nada e comendo bombons.


– Quer um?


– São bons?


Ela fez que não com a cabeça.


– Tem gosto de isopor.


Como eu não tenho nada contra isopor, aceitei um.


Estávamos esperando Lily voltar da detenção. Na verdade, Marlene estava esperando ela. Eu estava pintando. Não se pode ignorar uma inspiração vinda do além, pelo meu querido Picasso.


– Você não acha estranho? – começou Lene.


– O que?


Estava começando a achar que ela havia notado que o chapéu do meu cavalo na pintura era igual ao da sua mãe.


– Que Sirius não tenha me culpado pelo cabelo de James.


Olhei para ela.


–Mas a culpa é sua.


Marlene revirou os olhos.


– Eu sei. Mas a intenção era pintar o cabelo dele, então ele deveria estar de mal comigo. Mas não está. Esse é o problema. É como... como se tudo voltasse ao normal.


– Vai ver ele não acredita que era para ele. – respondi – Mas porque está reclamando? Tudo está como era antes.


– Mas eu não quero isso! Eu quero estar brigada com ele. Quero que ele tenha medo de mim, que ele se arrependa de tudo o que ele me fez passar!


– Então por que você não continua a vingança? – perguntei – Até acertar a pessoa certa?


Os olhos de Marlene brilharam, e eu imediatamente me arrependi de ter nascido.


– Brilhante! O que você acha, alguma coisa relacionada á urubus ou á excrementos de vaca?


– Qualquer coisa ta bom, desde que não envolva lança-chamas. Ah, não, eu conheço essa cara... você não está pensando em... Ah, cara.


É como se ela estivesse prestes a jogar uma bomba atômica de olhos vendados.


Só espero que não caia em mim.

Narrado por James Potter.


– TEM UM PORCO EM NOSSA SALA! POR QUE TEM UM PORCO EM NOSSA SALA?


Pela primeira vez na vida, Lily não estava falando sobre mim nessa frase. Era sobre um porco.


Literalmente.


Estávamos todos afinando os instrumentos, unidos e cantando felizes como a Branca de Neve e os animaizinhos da floresta.


Até que Zac teve a brilhante idéia de ir ao banheiro. Não me importo se a bexiga dele é solta, mas o fato é que um porco passou ao seus pés ao abrir a porta.


Cor-de-Rosa, gordinho e de rabo encaracolado e tudo. Não Zac, estou falando do porco!


Agora o pobre animal estava correndo de um lado para o outro, fazendo uns sons estranhos... como é que se diz mesmo? Acho que é oincando. Pois é, oincando e sendo perseguido por Remus e pelo professor.


Maas, como até minha avó (que está morta) corre melhor do que eles, o porquinho cor-de-rosa levou a melhor e acabou que se escondeu no pequeno vão atrás do palco, e não houve ser vivo que conseguisse tirar ele de lá.


Até Lily chegar com um pote de doce da cozinha.


Hesitante, o porco sai de seu esconderijo e começou a comer.


– Isso, garoto – eu disse, enquanto fazia carinho nele – Não precisa ter medo da gente, Ari.


– Ari? – perguntou Sirius, erguendo as sobrancelhas.


– Ariclenes. É o nome que eu dei para ele. Ou será que Esteliovaldo é melhor?


– Espera aí, você não pode ficar com ele – disse Lily – Ele deve ter um dono.


Estraga prazeres.


– Se ninguém vir buscar, podemos ficar com ele? – perguntei, olhando para os outros três – Por favor? Por favor?


– Você que vai limpar caca de porco – disse Zac.


Sorri e abracei meu mais novo bichinho de estimação, que reclamou com um Oinc!


Em casa, minha mãe nunca me deixou ter nenhum animal de estimação, a não ser meu peixinho Elvis (que morreu uma semana e meia depois de eu ter comprado). Eu também meio que criava as lagartixas que viviam em meu banheiro.


Mas os rabos delas sempre caíam.


Ficava arrasado.


De aniversário de três anos eu pedi um jacaré do papo amarelo.


Não ganhei, obviamente.


É claro que é contra as regras ter animais em Hogwarts. Mas como não fui eu que trouxe esse bixo pra cá, a culpa não será considerada minha.


Né?


Lily pegou o microfone.


– Viemos aqui para tocar, e não para ficar olhando para um porco.


– Ei! – reclamei – Ariclenes não é apenas um simples porco!


Ela sorriu.


– Eu não estava falando dele.


Peguei a guitarra e fingi não estar ouvindo as risadas.


Antes de eu conseguir assimilar o que estava acontecendo, Lily começou a cantar. Por causa da distração acabei iniciando a música um pouco depois dos três.


I've got another confession to make


I'm a fool


Everyone's got their chains to break


Holding' you


Sirius olhou para mim e revirou os olhos, como se dissesse “Se você ousar estragar nossa música, eu juro que bato na sua cabeça com um gato morto, e só paro quando ele miar”. Pelo o menos foi o que pareceu.


Were you born to resist or be abused?


Is someone getting the best, the best, the best, the best of you?


Is someone getting the best, the best, the best, the best of you?


Finalmente entendi que música eles estavam tocando, daí só assim eu parei de improvisar e comecei a tocar certo.


Are you gone and into someone new?


I need somewhere to hang my head


Without your noose


You gave me something that I didn’t have


But had no use


I was too weak to give in


Too strong to lose


My heart is under arrest again


But I break loose


My head is giving me life or death


But I can’t choose


I swear I’ll never give in


I refuse


Lily cantava de olhos fechados, fazendo caretas e pulando como se estivesse em um show. Ou tentando se desviar de um monte de baratas.


Is someone getting the best, the best, the best, the best of you?


Is someone getting the best, the best, the best, the best of you?


Has someone taken your faith?


It's real, the pain you feel


You trust, you must


Confess


Is someone getting the best, the best, the best, the best of you?


Nessa hora, como eu me lembrava, veio um solo de guitarra e bateria que até me assustou. Por fim, consegui sobreviver inteiro, recebendo olhares admirados.


Has someone taken your faith?


It's real, the pain you feel


The life, the love


You die to heal


The hope that starts


The broken hearts


You trust, you must


Confess


Is someone getting the best, the best, the best, the best of you?


Is someone getting the best, the best, the best, the best of you?


Is someone getting the best, the best, the best, the best of you?


I've got another confession, my friend


I'm no fool


I'm getting tired of starting again


Somewhere new


Were you born to resist or be abused?


I swear I'll never give in


I refuse


Zac começou a dar pulinhos de alegria, cantando baixinho a música. Ariclenes começou a correr em círculos em volta dele.


Is someone getting the best, the best, the best, the best of you?


Is someone getting the best, the best, the best, the best of you?


Has someone taken your faith?


It's real, the pain you feel


You trust, you must


Confess


Is someone getting the best, the best, the best, the best of you?


Sirius se jogou para fora do banquinho e caiu no chão, resmungando e esfregando os braços. Lily respirou fundo como se não respirasse direito há séculos (na verdade foram uns três minutos, mas ok).


– Oh, yeah! – disse Zac. Sério, se ele tiver essas reações malucas cada vez que tocarmos uma música, já tenho que pegar o telefone do hospício para quando tivermos um show.


– Fomos demais, isso eu já sei – disse Lily ofegante, deitada em um amplificador.


– Acho que você está passando tempo demais com o azulão – disse Zac – Só ele mesmo pra dizer uma coisa dessas.


Estava tão dolorido que me esqueci de reclamar.


– Que musica vamos apresentar na Competição? – perguntou Remus.


Zac imediatamente ficou mais sério.


– Tem que ser uma música de autoria própria. O que é uma pena, porque até um macaco compõe melhor do que eu.


Oinc?


Olhei para Lily. Aquele... não, deve ser outra coisa.


– Vamos dar um jeito, não se preocupe. – disse a garota. Ela ergueu o microfone acima do corpo – Mais uma antes de irmos?


Dessa vez foi Remus que escolheu.


Hello there, the angel from my nightmare


The shadow in the background of the morgue


The unsuspecting victim of darkness in the valley


We can live like Jack and Sally if we want


Where you can always find me


We`ll have Halloween on Christmas


And in the night we`ll wish this never ends


We`ll wish this never ends
 


I miss you, I miss you


I miss you, I miss you
 


Where are you?


And I`m so sorry


I cannot sleep, I cannot dream tonight


I need somebody and always


This sick strange darkness


Comes creeping on so haunting every time
 


And as I stared, I counted


Webs from all the spiders


Catching things and eating their insides
 


Like indecision to call you


And hear your voice of treason


Will you come home and stop this pain tonight


Stop this pain tonight


Don`t waste your time on me you`re already


The voice inside my head


( I miss you, I miss you)


Don`t waste your time on me you`re already


The voice inside my head


(I miss you, I miss you)


Eu, Sirius e Remus cantávamos o backing vocals, o que foi até engraçado, pois eles forçavam um pouco a voz, parecendo os dubladores de cavalos em filmes.


Não conte pra eles que eu disse isso.


Don`t waste your time on me you`re already


The voice inside my head


( I miss you I miss you)


Don`t waste your time on me you`re already


The voice inside my head


( I miss you I miss you)


Don`t waste your time on me you`re already


The voice inside my head


( I miss you I miss you)


Don`t waste your time on me you`re already


The voice inside my head


( I miss you I miss you)


 


Narrado por Marlene McKinnon.


– UNO, DOS, TRES…


Dorcas apontou para mim.


– Quatro? – respondi.


Os ombros dela caíram.


– Não, né. É “catorce”.


– Que eu saiba depois do três vem o quatro.


A garota suspirou, e aparentemente desistiu de me ensinar sobre U2.


Como se eu não soubesse o que é o U2! O avião americano de espionagem, claro. Dãart.


Estava planejando algumas idéias para destruir Sirius. Sim! Algumas.


Ou achava que eu ia me contentar só acabando com ele?


Estamos falando de Marlene McKinnon, por Deus.


Além de destruir Sirius, vou picotá-lo, queimá-lo, esmagá-lo, e, é claro, o mais importante, destruir sua reputação.


Não existe “trégua” em meu vocabulário.


...


Pior que não existe mesmo, na última vez que procurei essa palavra no dicionário não achei.


Lily chegou bem nessa hora.


– Que tipo de caminhão te acertou? – perguntei – Pelo penteado acho que foi um Mercedez.


Ela estava toda vermelha, escabelada e rindo á toa. Quando falou, foi com uma voz rouca:


– Se alguém tivesse me atropelado, preferiria que fosse o dono de uma BMW, que daí poderia pagar indenização.


Ela foi entrando no dormitório, meio dançando, meio pulando, como se tivesse fazendo uma espécie de dança da chuva. A garota murmurava, e quando passou por minha cama gritou “FUCK AMERICA!”. E não parou por aí:


– NA NANANA NANANA NANA NANA NA NA!


Lily resolveu virar cantora! Vê se pode.


– NOBODY SAID IT WAS EASY IT’S SUCH A SHAME FOR US TO PART!


– SEVEN YEARS ARE GONE SO FAST! WAKE ME UP WHEN SEPTEMBER ENDS!


– UOU UOOU! THEY TELLED ME IT WAS BEAUTIFUL!


– LITTLE GIRL, LITTLE GIRL WHY ARE YOU CRYING? INSEDE YOUR RESTLESS SOUL YOUR HEART IS DYING!


– COM SEU IRMÃOZINHO TAILER E UM PORQUINHO BEM CONTENTE, PINK É MESMO MUITO INTELIGENTE!


– Querem fazer o favor de calar a boca?
Já fazia mais de vinte minutos que nosso quarto tinha virado uma estação de rádio. Lily cantava, e Dorcas tentava acompanhar, meio no embromation. Obviamente, essa última música era obra dela.


Lily desceu da cama que fazia de palco e jogou sua escova/microfone para o lado.


– Ninguém disse que era fácil me aguentar.


– Você fala isso toda a vez que irrita alguém – eu respondi, sem nem tirar os olhos do meu caderno. É tão legal fingir que é intelectual – Essa resposta está ficando velha.


– Mesmo assim, você interrompeu meu show – ela reclamou.


– Ah, é, esqueci que você estava em turnê. Como se chama mesmo, “Live from Em Cima Da Cama”?


– Tá é com inveja, isso sim – ela disse – Daqui a pouco vou ter milhares de fãs, fazer shows por todo o mundo e cantar e ser aplaudida até não poder mais!


– O quê?! – tinha acabado de ver uma anotação no cantinho do caderno: “Avaliação de Geografia quarta-feira. ESTUDAR OU VOCÊ VAI RODAR!” Lily, provavelmente, achou que eu estivesse falando com ela, pois ficou vermelha e se atirou em baixo das cobertas, gritando:


– Nada!


Troquei um olhar com Dorcas, que deu de ombros.


Estranho.


Muito estranho.


Posso ver que tem alguma coisa errada com ela.


Porque afinal, não é todo o dia que Lily Evans vai dormir sem tomar banho.

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Comentários (2)

  • Slytherin Solitária

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk,meu Mérlim,sua fic é demais!Dá vontade de comentar o todo capítul!Coldplay é minha banda favorita,melhor e todas,tomara que tenha mais sobre eles,pf!JAMES PUNK,HAHAHAHAH!Adorei!Caoítuo (e musicas) perfeitas!!!!

    2014-07-24
  • Lana Silva

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK OH Micknnon você é pirada. Poxaaaa Sirius não sabe em que confusão ele foi se meter quando meteu aquele pudim no traseiro da Lene, agora ela vai fazer picadinho dele. Bem sobre a banda \O/ musicas maravilhosaaaaaaaaaaaas *-* amandoooo beijooos! 

    2012-07-03
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