O Expresso



39 DIAS DEPOIS

- Vamos Harry, senão você vai perder o trem! – avisou Lílian.

Os três Potters apressaram os passos pela calçada e entraram na suja estação de King’s Cross.

Andaram até a pilastra entre as plataformas 9 e 10, e a atravessaram displicentemente. Ao abriram os olhos, Plataforma 9 ¾ - Expresso de Hogwarts.

- Harry, Harry! – ouviu-se uma voz fina, vinda de um garoto ruivo, o menino caçula Weasley.

- RONY! – berrou Harry em resposta, ao sair correndo em direção ao amigo, largando o malão e sua coruja de penugem muito branca chamada Edwiges.

Abraçaram-se e começaram a conversar sobre o desempenho do Cannons no último jogo contra o Harpias de Holyhead.

- Rony, eu sei que você torce para o Chudley, mas, tem que admitir que as jogadoras do Harpias mereceram ganhar – falou Harry, com tom de quem tinha incontestável razão.

Rony corou e fingiu não ouvir o amigo. O apito tocou, e Rony disse à Harry para apanharem os malões e subirem para o trem.

Mas antes mesmo que Harry pudesse responder em concordância, ele sentiu um par de mãos pequenas e delicadas o puxarem.

- Querido, se comporte, não crie encrencas, ganhe muitos pontos para Grifinória e ignore as ofensas que Ranhoso... digo, que o professor Snape provavelmente vai lhe fazer, mesmo que indiretamente – recomendou Lílian – E seu pai e eu vamos lhe escrever três vezes por semana – completou ela, dando um beijo na bochecha do filho.

- O que sua mãe quis dizer, Harry, é que espera que você faça bastante besteiras, implique muito com o Filch, e liste todas as ofensas que você conheça e mande anonimamente para o Ranhoso... Escreve para mim contando a reação dele... – disse Tiago.

- Tiago! – interrompeu Lílian, severamente – Harry, não arranje confusão, não seja detido, tente não conseguir inimigos, preste atenção nas aulas, faça todos os deveres de casa e se alimente direito, ouviu moçinho?

Harry assentiu com a cabeça e Tiago fez uma careta, sem que Lílian percebesse.

Quando o segundo apito tocou, Harry pegou seu malão com uma mão e a gaiola de Edwiges com a outra, recebeu outro beijo da mãe e saiu em direção ao trem, junto com Rony, que havia localizado uma cabine no final do trem.

- Estou tão empolgado – disse Rony, ao entrarem na cabine.

- Eu também... Mal posso esperar... Papai fala tanto sobre Hogwarts, das aventuras dele, das detenções, dos amigos dele, do time de quadribol, da Grifinória e de um tal de Ranhoso, que ele disse que vai ser nosso professor de poções... Mamãe falou que devemos chamá-lo de “professor Snape” senão é bem capaz dele nos pôr em detenção e tirar pontos de nossa casa. – comentou Harry.

- Ah, Harry, por falar em casa, vamos para Grifinória, não é?

- Claro, meu caro Rony, Grifinória, a casa dos destemidos.
Rony sorriu.

No meio da viagem, a moça do carrinho de guloseimas parou na porta da cabine dos garotos, e Harry comprou todos os seus doces favoritos: Sapos de Chocolate, Bolos de Caldeirão, Feijõezinhos de Todos os Sabores, Varinhas de Alcaçuz, Tortinhas de Abóboras...

- Droga! Tirei a Morgana... Outra vez – resmungou Rony ao abrir um dos pacotes de Sapos de Chocolate.

- Hum, e eu tirei o Dumbledore... Essa é a quinta figurinha que eu tenho dele... – comentou Harry, deixando de lado seu pacote e já comendo um feijãozinho.

Nesse meio tempo, um menino gorducho de rosto inchado e vermelho apareceu na cabine de Harry e Rony procurando seu sapo.

- Não sei porque ele está tão chateado – disse Rony, depois de o menino ter saído da cabine – Se eu tivesse trazido um sapo ia querer perdê-lo o mais depressa possível. Mas trouxe Perebas, por isso nem posso falar nada.

Rony então comentou que tinha aprendido um feitiço que mudava a cor de Perebas para amarelo.

Remexeu o casaco e tirou do bolso uma varinha gasta, com a ponta branca, o que deveria ser núcleo de pelo do unicórnio saindo.

Ele tinha acabado de erguer a varinha quando a porta da cabine abriu outra vez. O menino que havia perdido o sapo estava de volta, mas, desta vez vinha uma garota em sua companhia.

A menina que já usava as vestes de Hogwarts tinha cabelos castanhos lanzudos, os olhos amendoados e um ar de pessoa mandona e metida a sabe tudo.

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