E o tempo passa.



*Lumus*
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No dia seguinte quando os amigos foram receber Alice em frente à Hogwarts a noticia que ela lhes deu, com uma expressão séria, não foi nada boa:


 


- St. Mungus foi atacado por comensais. – Anunciou após dar um abraço em todos, enquanto andavam em direção ao castelo.


 


- Como você sabe? Meus pais não me contaram nada.


 


- Eu li n’O Paquim.


 


- O Pasquim? – Perguntou Sirius com a voz debochada. – Você lê essa coisa. Prefiro O Profeta Diário.


 


- Pois saiba sabichão Black. Que o Profeta está sendo dominado por Você-Sabe-Quem e está acobertando tudo o que ele faz.


 


- Você-Sabe-Quem, Lice? – Perguntou Maria com a voz desdenhosa, as orelhas de Rony e Gina coraram.


 


- Todo mundo está com medo lá fora, Maria. – A voz de Alice pareceu temerosa. – As coisas aconteceram muito rápido. Todos temem pela própria vida e pela vida da família. É muito difícil, agora, achar alguém que fale o nome dele. O ataque ao St. Mungus não foi o primeiro e nem será o último.


 


- Isso não importa agora! – Interpôs Lílian enquanto chegavam a Sala Comunal e Remo dizia a senha, coragem, monotonamente. Entraram e sentaram-se em alguns sofás e poltronas num canto esquecido da sala. – Mas o que é O Pasquim? Nunca tinha ouvido falar nessa revista antes.


 


- Lembra de Xenofílio Lovegood, aquele garoto loiro da Corvinal? Que se formou, quando estávamos no terceiro ano. – Após um sinal de entendimento de todos Alice continuou a explicar. – Então, o pai dele, Adolfo Lovegood, é o editor d’O Pasquim, Xenofílio deve trabalhar para o pai agora.  


 


Depois de alguns minutos de silêncio Harry, aproveitando sua oportunidade, falou:


 


- Vocês não acham isso estranho? – Todos olharam para ele. – Que a maioria dos sonserinos terem ido passar o feriado em casa, o mesmo feriado em que acontece um ataque de Comensais da Morte?


 


- É, e n’O Pasquim diz que tinha um número maior de comensais dessa vez. Pode ter sido uma espécie de “iniciação”.


 


Harry arriscou-se mais ainda ao dizer:


 


- No mesmo feriado, também, que Pedigrew foi para casa.


 


- O que você quer dizer com isso? – Perguntou Tiago com a voz dura, e estranhamente sério.


 


Mas Remo decidiu ajudar Harry dizendo:


 


- E onde está ele agora? Ele tem se afastado muito da gente, Tiago, você já parou para pensar nisso?


 


- Mas é claro que ele tem se afastado, ele percebeu que eles – apontou para os viajantes – não gostam dele. – Estava nervoso, odiava que, acusassem seus amigos.


 


- Acalme-se, Tiago, Harry só está levantando uma possibi...


 


- Isso, isso, vá defender ele de novo, Lílian, vá... – A garota pareceu ofendida, soltou sua mão e levantou uma sobrancelha, encarando-o. Tiago mais que rapidamente corrigiu seu erro. – Foi mal. – E pegou a mão dela de volta dando-lhe um selinho.


 


Ao redor deles a discussão continuava:


 


- Ele veio num vagão cheio de sonserinos, gente, se eu fosse vocês me cuidava.


 


- Ah, cala a boca, Alice.


 


- Não me mande calar a boca, Sirius Black. – Alice, por mais que fosse espevitada e atrapalhada, respeitava a todos e era muito difícil vê-la falando algum palavrão ou mandando alguém calar a boca, odiava que fizessem isso com ela, então não fazia com os outros.


 


Tiago voltou à discussão:


 


- Não me interessa se ele estava num vagão cheio de sonserinos ou não. Eu confio nos meus amigos e ponto final.


 


Foi o suficiente para Harry finalmente explodir e berrar atraindo a atenção daqueles que estavam no salão Comunal, para eles:


 


- VOCÊ NÃO PERCEBE QUE ESSE PODE SER SEU MAIOR ERRO? QUE ISSO É UMA LOUCURA? QUE TEM GENTE QUE SIMPLESMENTE NÃO MERECE CONFIAÇA? ACORDA! NEM TODOS SÃO O QUE APARENTAM SER! ELE PODE SIM, SER UM COMENSAL DA MORTE, TUDO APONTA PARA ISSO, VOCÊ NEM SEMPRE ESTÁ CERTO, TIAGO POTTER. PENSEI QUE TIVESSE APRENDIDO ISSO...


 


E levantou-se irritado marchando em direção ao dormitório, Gina foi atrás dele.


 


Todos do passado, menos Remo, olharam embasbacados em direção a onde Harry sumira. Depois de certo tempo, em que todos anotavam mentalmente não estressar mais o Harry, Alice deu uma risadinha nervosa e disse, na tentativa de, como sempre, aliviar o clima:


 


- E vocês dois, hein? – Perguntou apontando para as mãos entrelaçadas de Lílian e Tiago. Lílian corou e se fez de desentendida, Tiago pareceu ter esquecido Harry por um minuto e abriu um grande sorriso. – Pensa que eu não vi, Lílian Certinha Evans, essas suas mãozinhas junto das mãozinhas do Tiaguinho ali ó. E não é só por que eu estou no meio de uma discussão que não sou capaz de ver duas pessoas se beijando.


 


- Não estávamos nos beijando. – Defendeu-se a ruiva aborrecida e corada, mas mesmo assim se permitiu sorrir divertidamente.


 


- Não, é claro que não. – Comentou Alice irônica. – Seus lábios só se juntaram aos dele, mas é claro que vocês não estavam se beijando.


 


Maria intrometeu-se na conversa, e foi só nesse momento que Tiago e Lily perceberam que os amigos lhe lançavam olhares curiosos:


 


- Agora é sério, Lily, só estava esperando alguém perguntar, mas, o que aconteceu ontem?


 


E foi aí que perceberam que durante toda a manhã ninguém perguntou nada sobre estarem agindo de modo “estranho”.


 


- Nossa, Sirius! – Exclamou Tiago rindo e passando um braço por cima dos ombros de Lily. – Pensei que você sempre se intrometesse na vida dos outros e, olhe só, sou seu melhor amigo e você não perguntou nada. Magoou.


 


- É que eu pensei que meu melhor amigo fosse me dizer alguma coisa sem que eu precisasse perguntar. Mas, de qualquer forma, estava tão na cara que eu até desconfiei que vocês já estivessem tendo um “caso” escondido há muito tempo. Estava errado? – Perguntou malicioso.


 


- Mas é claro que estava. – Respondeu Tiago fingindo estar zangado. – Eu demorei quase quatro anos para conquistar essa ruiva estressada e, você acha, que quando finalmente a conquistasse eu não iria contar nem pros Marotos?


 


- Nem se eu pedisse? - Perguntou Lílian o olhando. Tiago sorriu e beijou a bochecha da garota falando:


 


- Se você pedisse com jeitinho... Eu poderia pensar no seu caso.


 


Todos riram e continuaram conversando, tentando esquecer o que Harry falara, mesmo que suas palavras ainda ecoassem na mente de todos.


 


 


******


 


 


Harry irritado subiu as escadas, não era possível que alguém fosse tão idiota. Riu sem humor ao pensar em si mesmo como um adolescente irritado cujo qual acabara de brigar com o pai, mas não tinha graça nenhuma, já que, o motivo da discussão foi o mesmo que o impedira de brigar com o seu pai antes.


 


Abriu a porta do quarto e simplesmente se jogou na cama, tinha que se acalmar antes de descer novamente. Queria ficar sozinho. E foi, no momento em que pensou nisso, que Gina entrou no quarto.


 


- Quero ficar sozinho. – Resmungou.


 


Gina andou até ele e, surpreendendo-o totalmente, o abraçou e disse:


 


- Sei que não quer.


 


Ficaram ali por um tempo. Em silêncio e abraçados. Era tão confortante que Harry acabou percebendo que Gina tinha razão. Realmente não queria ficar sozinho. Mas, cedo demais na opinião de Harry, Gina o soltou e falou:


 


- Quer falar?


 


- Não... Quer dizer... Não costumo falar sobre isso, meus pais, com ninguém. Não sei se consigo. – Ele olhou para baixo e Gina sorriu.


 


- Você confia em mim? Confia mesmo?


 


- C-claro que confio, Gi.


 


- Certo. Se você confia sabe que pode contar o que quiser para mim, não sabe? Mas, sem pressão O.K.? Conte apenas o que você se permitir. E quando estiver pronto. – A garota sorriu gentilmente.


 


Harry deitou a cabeça em suas pernas, fechou os olhos e ambos ficaram mais longos minutos em silêncio. Até que Harry, com a voz levemente embargada, começou a falar, novamente:


 


- É que, é tão difícil ser criado sem os pais. Tão difícil não ter uma mãe para mimar-me, e cuidar de mim quando fico doente ou quando tenho pesadelos. Tão difícil não ter um pai com quem possa conversar sobre Quadribol ou, até mesmo, garotas. Vejo todo mundo com os pais e eu com minha única família que são meus amigos, não estou reclamando, claro que não, mas... Sei lá! Ás vezes penso, como meus pais reagiriam se soubessem tudo o que fiz e, agora, convivendo com eles – Harry esboçou um pequeno sorriso. – Consigo imaginar Lílian, minha mãe, me dando um sermão, tentando esconder a preocupação por eu ter ganhado uma detenção ou por ter me metido em encrenca. Consigo ver Tia... Meu pai, bagunçando os meus cabelos e dizendo que está no sangue Potter arrumar encrencas e detenções. – Mas, então, o pequeno sorriso que Harry tinha se desfez e ele se sentou novamente, fazendo com que Gina parasse de afagar seus cabelos (ato que ela nem ao menos tinha percebido estar fazendo) e com a expressão séria Harry voltou a falar, irritado: - então Tiago vem defender seu querido amiguinho que vai me privar de ter todas essas coisas. – Harry urrou e começou a socar o colchão.


 


- Vai ficar tudo bem, Harry, eu prometo. – Tentou acalmá-lo a ruiva cruzando os dedos em cima da boca, como faz uma criança quando cela uma promessa. Harry deu uma pequena risada com isso. Gina fora a única pessoa com quem ele não se sentira desconfortável ao falar sobre os pais.


 


- Mas, afinal, por que você veio? – Perguntou de repente, ficaram conversando sobre coisas banais durante algum tempo. – Digo, para o passado?


 


-Não queria que eu viesse? – Perguntou, divertida, fingindo estar ofendida.


 


- Não, não é isso... – Tentou se explicar rapidamente o moreno.


 


- Estou brincando, seu bobo.


 


- Ah, bem, mas eu estou falando sério. Por que você veio? Você tinha toda uma vida no futuro. Veio só por que queria se divertir com o passado? – Perguntou, irônico.


 


- Rony e Hermione também vieram. – Rebateu.


 


-Sim, mas com eles é diferente. Eles sempre estiveram comigo, durante todas as minhas aventuras. É quase como se fosse proibido eu vir sem eles. Não me entenda mal é que...


 


- Sei o que quer dizer. – Cortou a menina, realmente entendia o que ele queria dizer. Ele, Rony e Hermione eram amigos desde sempre, era realmente proibido ele vir sem eles.


 


- E você estava saindo com Dino. – Harry, por algum motivo, praticamente cuspiu o nome do garoto. – Talvez, começassem a namorar e você trancou tudo isso só para vir para o passado, sendo que, isso não lhe trairia nenhum privilégio.


 


Dessa vez Gina ficou realmente ofendida.


 


- Você, por acaso, se arrisca e faz coisas pelos seus amigos só por que ganharia algo em troca?


 


- Não, mas...


 


- E por que, Diabos, eu seria diferente? – Perguntou, sem receber resposta. – Eu vim para o passado por que você é meu amigo, Harry, e por que quero vê-lo feliz, com uma família, com a sua família.


 


O tom de voz de Gina indicava que aquilo encerrava o assunto.


 


 


*****


 


Mais de duas semanas depois do pequeno incidente entre Tiago e Harry, ambos fingiam que nada havia acontecido, e tudo continuava na mesma: o relacionamento de Tiago e Lílian continuava muito bem, mesmo que tivesse muitas brigas:


 


- Olhe Lílian, eu só não gosto de te ver perto daquele corvinal desgraçado. – Ambos estavam discutindo num canto afastado do Salão da Grifinória.


 


- Ele é meu amigo, Tiago, e não é só por que estou com você que vou deixar meus amigos de lado, entendeu?


 


- O problema é que ele não quer ser só seu amigo. – Dizia o outro impaciente, quantas vezes ele teria que repetir isso para ver se entrava dentro daquela cabeça dura.


 


- Você diz isso da metade dos garotos de Hogwarts! – E era verdade, um dos grandes problemas de Tiago é que ele era extremamente ciumento e possessivo.


 


- É claro, isso por que você é amiga de metade dos garotos de Hogwarts. – Respondeu como se fosse óbvio.


 


Lily fez um barulho com a boca, indignada.


 


- Isso é um absurdo. Por acaso você não confia em mim?


 


- É claro que confio...


 


- Pois, não está parecendo.


 


- ... É neles que não confio.


 


- Escute bem, Tiago, mesmo que eles quisessem algo comigo, o que eu duvido muito, eu amo você. – deu um pequeno selinho no garoto, o que pareceu o acalmar. – Agora deixe meus amigos em paz. E deixe de ser ciumento. Nada iria rolar entre mim e meus amigos mesmo que eu não estivesse com você.


 


- Você só se esquece – Lílian bufou, irritada, achou que a discussão estivesse terminada. – que nós também éramos amigos.


 


- Por, Merlin, Tiago! Você está me deixando irritada, garoto, com você era diferente. Mas se continuar assim, você com esse seu ciúme besta, acho que precisaremos conversar seriamente sobre nosso relacionamento. Essa não é a idéia que eu faço de um companheiro. – Não estava falando sério, obviamente que não, não terminaria com ele só por que era um pouco inseguro, mas ela sabia que Tiago sempre ficava com o pé atrás quando ela falava sobre isso.


 


O efeito foi imediato:


 


- Ah, meu amor, foi mal, você está certa. Vou tentar me controlar é que... – Não conseguia achar palavras que pudessem poupá-lo.


 


 - Está bem, está bem. Talvez, eu também deva pedir desculpa, fui grossa com você. Fora que, - Ela riu. – é divertido discutir com você, ás vezes. Você tem bons argumentos.


 


Gina e Harry também estavam na mesma continuavam como amigos. Porém, ambos se davam muito bem, quase como se funcionassem em sincronia:


 


- Quer ajuda? – Perguntou ele vendo que ela estava realmente atarefada com um dever de casa.


 


- Oh, eu realmente agradeceria. – Resmungou e, baixando a voz disse, incrédula: - Como eles querem que eu saiba preparar uma Félix Felicis se nem ao menos fiz os N.O.M’S?


 


- Nesse caso nem os N.O.M’S te ajudariam. Nem, muito menos, eu que não sei nada sobre poções.


 


- Você já fez a redação sobre como a preparar? – Perguntou esperançosa.


 


- Não. – Confessou baixando a voz e, de forma divertida, falou mais: - Estava pensando em pedir a de Hermione emprestado.


 


Gina riu, entendendo.


 


- Como não pensei nisso antes? Mas, acho que Lily é um pouco mais liberal com essas coisas, talvez eu possa pedir a de uma delas emprestado, mais tarde.


 


- Acho que você tem razão em, em relação à Lily. – Disse apontando para trás de Gina, onde a outra ruiva entregava seu dever para Tiago e Sirius, não parecia incomodada com isso. Conseguiram entender que ela disse algo como:


 


- Mudem algumas palavras e ele nem vai perceber.


 


Gina riu com isso. Lílian poderia ser tão estudiosa e inteligente, quanto Hermione, porém não era tão presa as regras.


 


- E você? O que estava indo fazer? – Perguntou a garota deixando os deveres de lado.


 


- Ia te convidar para voar um pouco, que tal?


 


- Por que já não trouxe as vassouras? – Perguntou, como se o criticasse.


 


 


Sirius e Maria tinham um “relacionamento” cada vez mais conturbado e confuso.


 


- Sirius, por Merlin, alguém pode nos ver aqui! – Exclamou Maria, meio rindo meio séria.


 


Estavam no meio de um corredor deserto, tempo livre, e a maioria dos alunos estavam curtindo um novo início de ano, era dia cinco de janeiro.


 


- Deixa de ser encanada Maria. Tenho certeza que ninguém vai nos ver. – Resmungou contra o pescoço da morena, antes de voltar a beijá-lo.


 


- Não sou encanada. Só estou prevenindo.


 


- Certo, certo. – Disse Sirius, soltando-a do abraço apertado em que estavam. – Vamos para uma sala vazia.


 


E saiu puxando-a pela mão em direção a um corredor onde, ele sabia, era difícil ser dadas aulas.


 


- Bem melhor. – Falou Maria antes de beijar Sirius, encostando-o no quadro negro.


 


Era tudo que Maria sempre quis. Estava tendo um pequeno “affair” com Sirius Black e, o melhor, não seria trocada por outra amanhã. Tinha certeza. Por mais que Sirius tentasse esconder e, com certeza, muitas vezes com êxito ela conseguia perceber que Sirius a tratava diferente. Não como se ela fosse um pedaço de carne, mas como se realmente fosse importante. Porém, Maria, cabeça dura como sempre, tentava fingir que isso não acontecia. Não queria se iludir com ele novamente.


 


- Quem foi mesmo que deu a idéia de ser escondido? – Perguntou o moreno.


 


- Você. Por que?


 


- Eu sempre tenho ótimas idéias! – Exclamou beijando-a de forma desejosa. Sirius passou a mão pela coxa de Maria e estava começando a subir sua saia quando a mesma o parou.


 


- Opa! Opa! O que pensa que está fazendo senhor Black? – Perguntou tirando a mão dele de sua coxa.


 


- Eu? Eu estou te beijando. Não pode? – Perguntou inocentemente.


 


- O que você quer dizer com “eu sempre tenho ótimas idéias”?


 


- Adoro isso em você. – Disse largando ela por um momento e encostando-se na mesa do professor, Maria continuou no quadro. – Não dá muita importância a assuntos desnecessários. – Comentou, falando sobre o pequeno incidente anterior.


 


Maria deu de ombros, respondendo:


 


- Somos parecidos nesse ponto. Mas, o que você quis dizer com “eu sempre tenho ótimas idéias”?


 


- É talvez você não seja sempre displicente com assuntos desnecessários. – Sussurrou para si mesmo. – Bom eu quis dizer que é interessante “namorar” escondido.


 


- Primeiro: nós não namoramos. – Retrucou, desnecessariamente. – Segundo: Por quê?


 


- Por que escondido é mais perigoso. Perigoso, é mais divertido. E divertido, é a característica principal de um maroto. – Respondeu se aproximando de Maria novamente.


 


“Divertido vai ser quando você ficar conhecido como corno, Black!”, pensou, voltando a beijá-lo.


 


Hermione e Rony estavam sempre grudados, a não ser claro quando brigavam, mas agora as brigas acabavam de uma forma mais agradável a eles.


 


- Puxa, Mione me deixa copiar, os outros já até copiaram da Lily...- Começava Ron.


 


- Já disse Ronald, você tem que aprender e não ficar copiando de mim... E outra não me preocupo com a educação dos outros, e sim somente a sua e a minha! – Respondeu Hermione.


 


- Mas Mione, não estamos nem no nosso tempo pra se preocupar com essas coisas e...


 


- Isso fale mais alto, lá no outro lado do salão não escutaram ainda! – Hermione estava cada vez mais irritada e vermelha.


 


- Pare de me tratar como se fosse uma criança! – Rony também estava muito vermelho.


 


- Então pare de se comportar como tal, pedindo meus deveres! – Hermione parecia Sra. Weasley xingando o menino.


 


- Garanto se fosse para o Victor você emprestaria! – Rony já estava gritando.


 


- LÁ VEM VOCÊ SOM ESSA HISTÓRIA NOVAMENTE, QUANTAS VEZES VOU TER QUE REPETIR QUE ELE E SÓ UM AMIGO? AHH QUER SABER? CANSEI VOU PARA O MEU QUARTO... - Terminou Hermione gritando por todo Salão Comunal e saindo em direção ao dormitório feminino, deixando Ron com cara de criança que seu brinquedo preferido quebrou.


 


Depois de meia hora Rony continuava no mesmo lugar e xingava todos que se aproximassem, quando Hermione desceu correndo as escadas do dormitório e pulou em seus braços.


 


- Me desculpa, eu deixo você copiar meus deveres, eu não deveria ter gritado daquele jeito...- Mas foi calada por um beijo apaixonado. As pessoas ao redor nem deram muita atenção a eles, já que as brigas do casal eram tão frequentes quanto as de Lílian e Tiago.


 


*****


Trinta de janeiro e Tiago e Lílian se encontravam de baixo de uma árvore, era fim de tarde. Tiago se sentara encostado na árvore e Lílian entre suas pernas, ambos olhando o lago negro mover-se com os movimentos da Lula.


 


- Finalmente consegui “fugir” deles. – Comentou Lílian rindo.


 


- É seu aniversário, Lil, eles só estavam te parabenizando. – Respondeu o moreno mexendo na ponta dos cabelos da menina.


 


- Eu sei. – Respondeu. – Mas eles já me alugaram o dia inteiro, sendo que, as atenções estavam sempre viradas para mim. E, você sabe que eu odeio ser o centro das atenções.


 


-Aham. Você fica toda coradinha. Adoro quando você fica corada. – Sussurrou perto do seu ouvido. O efeito foi imediato, Lily corou feito louca.


 


- Pára Tiago!


 


- O que? Mas eu não estou fazendo nada! – Levantou as mãos para cima, como se fosse inocente. Lílian olhou para ele e riu, ele riu junto e a beijou.


 


Quando pararam de se beijar ouviram um barulho vindo de cima da árvore, olharam e não viram nada, a árvore era bem espessa, com várias folhas. Devia ter sido o vento ou algum pássaro. Ficaram um tempo em silêncio até que Lílian perguntou o que realmente queria, desde o início.


 


- Tiago... – O garoto estava de olhos fechados, a cabeça bem junto à árvore. Não mudou de posição ao dizer:


 


- Hum?


 


- Anh... Por que... Por que você e os marotos se chamam por apelidos... Hamm... Excêntricos? – Lílian não queria se meter na vida dele, na verdade mal tinham firmado o namoro direito, antes estavam apenas se conhecendo, e talvez a pergunta fosse um pouco pessoal demais.


 


Tiago suspirou e abriu os olhos, encontrou os olhos verde-vivos de Lílian o fitando, sabia que uma hora ou outra ela iria perguntar sobre aquilo. Na verdade, do jeito que era curiosa surpreendeu-se de não ter perguntado antes. Tiago só não sabia como responder.


 


- Lily eu...


 


- Tudo bem. – Cortou a garota, levemente decepcionada. – Não devia ter me metido, não é mesmo? – Deu um leve sorrisinho. – Se não quiser não precisa me contar. Só pensei que...


 


- Não. Não é isso, ruivinha. – Tiago deu um leve sorriso, Lílian pensava que estava sendo um tanto impessoal. – Acho realmente que você deve saber de certas coisas. – A garota juntou as sobrancelhas, sorrindo. – Só não posso te contar algumas coisas.


 


- Como assim não pode me contar algumas coisas? Odeio quando me contam coisas pela metade. – A garota agora se virou totalmente para ele, Tiago se desencostou da árvore.


 


- Eu vou te contar o porquê do meu apelido. O dos outros é segredo deles e não cabe a eu contar. – Respondeu, achando que aquele era o jeito mais justo.


 


- Ah, assim, sim. – Respondeu para ela, seus olhos brilhavam de curiosidade.


 


- Certo. – A voz de Tiago parecia temerosa. – Você só tem que...


 


- Pêra! – Lílian o parou. – Você acha isso certo? Quer dizer, você está me contando um segredo seu que pode fazer com que eu descubra o segredo dos outros marotos. Não era para ficar só entre vocês?


 


- Lílian é uma coisa importante. – Respondeu impaciente. – Você acha certo que eu guarde um segredo desses da minha namorada. Mas se você quiser, nós podemos ter segredos entre nós. Então, na nossa Lua-De-Mel eu te conto. – Sua voz saiu irônica, mas Lily riu, Tiago adorava falar coisas sobre quando eles se casassem, ou o nome de seus futuros filhos... Lílian adorava isso.


 


- Está certo.


 


- Como eu dizia, antes de ser interrompido. – Tiago lhe lançou um olhar que lembrava o de Mcgonagoal quando alguém interrompia sua aula, era essa a intenção na realidade. – Você só tem que prometer que, hipótese alguma, não vai me julgar nem nada disso e não vai contar isso para ninguém, principalmente para um professor...


 


- Espere, Tiago! – O maroto amarrou a cara para ela. – Não me diga que... Que é algo ilegal!


 


- Na verdade, sim. – Respondeu baixando os olhos. E pensando que se não fosse agora, não seria nunca mais ele revelou: - Sou um animago.


 


- Tiago! Isso... Isso... Tiago, seus pais trabalham para o ministério, tem noção do que pode acontecer se alguém descobrir? Poderia Ter dado errado e você ficar para sempre com a parte do corpo de um animal. Você poderia ter sido expulso ou preso... - Sua voz soava zangada e preocupada. A expressão estava séria e a postura ereta


 


- Em minha defesa: eu fiz isso para ajudar um amigo. – A posição de Lílian relaxou instantaneamente, e Tiago prosseguiu, com a voz levemente zangada: - e outra: achei que estivesse contando isso para a minha namorada, não para a Monitora-Chefe.


 


Lílian pegou o rosto de Tiago com as duas pequenas mãos e suspirou, sabia que ele odiava quando ela achava que era melhor do que ele e tentava lhe dar lições de moral.


 


- Desculpe. Só fiquei surpresa. Não deveria ter agido daquela forma.


 


- Poxa, Lil, eu decido finalmente contar isso para alguém, por que até então só os marotos sabiam, peço para você não me julgar e o que você faz? Vem direto achando mil razões para me acusar. Não sou uma criança, então para de me tratar como uma.


 


- Já pedi desculpas, não? Vou tentar não fazer de novo. – E lhe deu um leve beijo nos lábios. Quando se soltaram Lílian estava com um sorriso e perguntou:


 


- Em que animal você se transforma?


 


- Um cervo. – Respondeu sorrindo.


 


- Um cervo? Oh, Ti, lembra do meu patrono? Era uma corça, corça a fêmea do cervo.


 


- Eu sei. – Respondeu sorrindo mais ainda. De repente Lílian começou a rir. – Que foi?


 


- Por isso... Que te... – Cada vez que tentava falar ria mais, então finalmente conseguiu: - Chamam de Pontas? – Soltou mais uma gargalhada antes de dizer: - Por causa dos chifres.


 


- Não tem graça. – Resmungou Tiago.


 


- Tem sim, meu chifrudinho lindo. – Ela já parara de rir, mas seu tom de voz continuava divertido. – Posso te chamar de Pontas também? (N/A: Sim, gente, eu sei que essa é uma brincadeira dos marotos, mas no sétimo livro a Lílian manda uma carta pro Sirius e o chama de Almofadinhas, então eu pensei que depois que ela descobrir o segredo do Remo ela vai começar a chamar todos pelo apelido. Como ela já sabe o do Ti então, ás vezes, ela vai chamar ele assim também.)


 


- Repete. – Pediu Tiago.


 


- O quê? Posso te cha...


 


- Não, só o apelido.


 


- Pontas?


 


- De novo.


 


- Pontas.


 


- Nossa! – Exclamou de olhos fechados e um sorriso divertido no rosto. – Nunca pensei em como isso soa sexy saindo da sua boca.


 


Lílian ficou vermelha e começou a bater no garoto, Tiago começou a gargalhar.


 


- Idiota, idiota, idiota!


 


- Calma! É brincadeira. – Se defendeu em meio às tapas da namorada e a própria risada. – Você pode rir da mim e eu não posso rir de você? Quanta injustiça!


 


- Você é um belo de um idiota, isso sim.


 


- Um idiota que você ama, ruiva da voz sexy.


 


- Pára com isso, Tiago!


 


- Está certo, está certo. – Respondeu pondo uma mão em cada lado de sua cintura. – E, respondendo a sua pergunta, pode me chamar de Pontas sim. Não vejo problema nenhum nisso. Até por que, - se aproximou mais de seu ouvido e sussurrou, beijando seu pescoço logo em seguida: - é sexy.


 


Lílian deu-lhe um último tapa no ombro, antes de retribuir aos seus carinhos.


 


*****


 


Snape não aguentava mais isso, aqueles dois, andando para lá e para cá como se fossem as pessoas mais importantes do mundo. Se bem que, para ele, Lílian era realmente a pessoa mais importante do mundo, se estivesse com ele, com Potter a única coisa que ele conseguia sentir dela era raiva. Ela o trocara por aquele idiota do Potter, e daí que ele era um Comensal da Morte? Potter sempre o azarara; “é uma questão de caráter, Severo Snape, você tem que admitir que faz muito tempo que Potter não te incomoda, e que ele nunca viraria um comensal”. Fazia tempo que uma voz em sua cabeça lhe dizia isso, mas ele não queria ouvir, não queria descobrir que a voz tinha razão, estava tomado pelo ódio.


 


Mas agora a única coisa que queria fazer era estar junto dela, lhe parabenizando pelo aniversário, mas não, ele estava em cima de uma árvore inútil, pensando coisas mais inúteis ainda. Nela, estava pensando nela, quando devia estar pensando em coisas como o próximo serviço que o Lorde Das Trevas designara para ele. Eles iriam...


 


O som de sua risada, a risada dela o distraiu novamente.


 


Ela e Potter caminhavam em direção a árvore, rindo de alguma coisa que algum dos dois dissera. “Não é possível que até aqui eu não tenha paz”, piorou ainda quando os dois se sentaram bem embaixo da árvore.


 


- Não, - sussurrou – seus idiotas, saiam daí.


 


Mas então pensou, ele mesmo poderia simplesmente pular da árvore e sair dali, e daí se incomodasse? Não via problema nenhum nisso. Mas mesmo assim ficou ali, olhando-os observar a Lula no Lago Negro, talvez fosse masoquista ou, talvez... Apenas queria poder observá-la, não, não, de fato preferia ir ao enterro da Ruiva a ver ela abraçada com Potter.  Quem criou a frase: eu a amo só quero vê-la feliz, mesmo que seja com outro. Nunca conheceu um sonserino, com certeza.


 


Snape começou a prestar atenção na conversa dos dois:


 


- O que? Mas eu não estou fazendo nada! – Potter levantou as mãos para cima, como se fosse inocente. Lílian olhou para ele e riu, ele riu junto e a beijou.


 


Era difícil ver dali de cima, mas Severo tinha certeza de que estavam se beijando, só pelo barulho que faziam, foi o suficiente para ele ter uma vertigem e quase vomitar. Continuou assim até se soltarem, mas se remexeu como se, pela segunda vez, cogitasse a hipótese de sair dali (talvez fosse ao banheiro vomitar), o que pareceu ter atraído a atenção deles. Suspirou aliviado quando os dois voltaram a fitar o lago.


 


 Depois de um tempo de longo silêncio; em que cogitou, novamente, ir embora; Lílian voltou a falar, sobre alguns apelidos estranhos, Snape não se lembrava de nada sobre apelidos. Mesmo assim prestou atenção a conversa... “O quê?! Como assim Potter é um animago?”, pensou. Tudo bem, ele sabia que Lupin era um Lobisomem, mas Potter ser um animago já era outra história “aposto que é um pavão”, arriscou, “do jeito que é metido, é o animal mais provável”. Ouviu, ainda pasmo, Lílian o xingar, eles brigarem e logo se reconciliarem, nada que Hogwarts não visse pelo menos três vezes por semana. Lá em baixo eles continuaram conversando, sentiu nojo do garoto quando ele disse que a voz de Lílian era sexy falando o “apelido idiota”, como decidira chamar.   


 


Continuaram conversando e se agarrando até já ser tarde o suficiente para Lily considerar “inapropriado” e foram embora.


 


Snape continuou em cima da árvore, pensando em tudo que ouvira, Potter era um animago, Lílian dizia amá-lo, Potter dizia amá-la... Para ele era tudo uma baboseira; apenas ele, Severo Snape, a amava e ela, como ele mesmo disse no expresso de Hogwarts, virara “a nova vadia do Potter”. Mas por outro lado saber que Potter era um animago era uma arma e tanto, poderia chantageá-lo ou chantageá-la, se bem que, ela sabia que ele era um Comensal, não sabia se Lily contara esse fato a Potter. Porém, de repente pensou que Lílian não teria coragem de contar seu segredo aos outros, ou teria? De qualquer forma ele sabendo do segredo de Potter, assim eles ficam quites. Descartou a hipótese de chantageá-la, seria sua primeira opção, mas como provavelmente não daria certo, começou a arquitetar um outro plano para separar  os dois, não aguentaria vê-los juntos nem mais um minuto. E com esse pensamento voltou para o castelo.



 


*Nox*



 


N/A: E aí pessoal, como vão? Gostaram do cap? Vocês não fazem idéia de como foi difícil escrever sobre o Ranhoso sem poder chamá-lo de Ranhoso, fora que, eu acredito que o que ele tinha por Lily era obsessão não amor, mas esse cap, de “esclarecimentos”, é essencial para o próximo que, provavelmente, vai deixar muitos de vocês um tanto quanto decepcionados!! Até o próximo, pessoas!!  


 


N/B: E aí gente, tudo bem??? Capítulo sem muitas novidades... Mas bem importante mais adiante... Eu gostei que ele mostra o dia-a-dia deles! Espero que tenham gostado e deixem bastante reviews, por favor. Beijinhos até a próxima :D 

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Comentários (2)

  • Deusa Potter

    Não acredito que vc irá separar a Lily e o Tiago!!! Demorou tanto para eles se entenderem e vc quer separa-los???? Tadinho do Harry, foi emocionante ve-lo desabafar com a Gina. E por falar nisso, quando esses dois irão se entender?Sabe, agora que estao falando do Voldie, bem que vc podia faza-lo atacar ou Hogwarts ou a vila e os Marotos verem o Harry em ação, ia ser fenomenal... 

    2012-08-27
  • lily jean OLIVER

    seu seu........................ranhoso seboso batman nen ouse a separar o casal mais lindo desta fic *olhar fuzilador*

    2012-08-26
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