epílogo



Sirius Black    
epílogo




Os caras e eu estávamos no parque central da cidade. Diferentemente do que muitos pensam nós não íamos lá para beber ou algo do gênero - havíamos passado dessa fase. Íamos lá para jogar rugby ou para simplesmente sentarmos a beira do lago e conversar. Em um determinado momento, Wormy colocaria os pés na água e assobiaria uma música de alguma banda que só ele conhecia, Moony passaria a desenhar pessoas em seu caderno de rascunhos, Prongs se exibiria com a bola e eu apenas observaria todo mundo.


Estranhamente, eu não conseguia parar de pensar no que acontecera entre Marlene e eu essa sexta-feira no meu apartamento. Não conseguia parar de pensar em como ela dançava convidativamente, em como eu gostava daquela saia que envolvia as suas pernas perfeitas, em eu adoraria ver aquela saia no chão do meu apartamento...


- PADS! – Wormy gritou no meu ouvido, fazendo com que eu me assustasse. ?


- Viado... – disse bravo, socando-lhe fortemente – Custa falar que nem gente.


- Não é como se nós não tivéssemos tentado. – Moony esclareceu e eu o encarei sem entender.


- Sério, Pads, no que você estava pensando? – Prongs perguntou desconfiado – Você estava, literalmente, suspirando e sorrindo como um babaca... – eu olhei James como se ele fosse louco – Nem vem dizer que não tem algo aí, eu conheço muito bem essa cara...


- Claro, essa é a cara que você faz quando está com a Evans. – Remus disse presunçosamente.


- Pode falar, Black... Quem foi que fez isso com você? – James perguntou.


- Vocês estão ficando loucos. – eu disse, querendo não pensar naquilo que meus amigos me diziam.


- Alguém dormiu com a bunda descoberta hoje. – Peter disse, como sempre com os comentários mais convenientes.


- Eu nunca pensei que fosse ver o dia que Sirius Black fosse fisgado.


- Acontece que eu não estou apaixonado... – eu disse, então os três me encararam descrentes – O que eu sinto por ela é mais...


- Então, existe um “ela”. – resolvi ignorar o comentário de Remus.


- Como “tensão sexual”.


- Se existe “tensão sexual” é porque vocês não chegaram a transar... – James começou a dizer para depois arregalar os olhos – Ela te negou fogo!


VÁ A MERDA, POTTER! CLARO QUE ELA NÃO ME NEGOU FOGO! PUTA QUE PARIU, NINGUÉM NEGA FOGO A SIRIUS BLACK!


- É, mais ou menos. – eu disse, odiando admitir a verdade.


VERDADE PORRA NENHUMA! EU CONSEGUIA MUITO BEM TER COMIDO ELA SE EU QUISESSE MESMO! Mas também não é como se eu quisesse “comê-la”... CARALHO, EU NÃO ESTOU PENSANDO NISSO! EU NÃO ESTOU PENSANDO NISSO!


- Quem é ela, Pads? – Remus perguntou, e eu senti os olhares curiosos dos três sobre mim.


- McKinnon. – esperei ouvir algum sinais de surpresa, quando os encarei todos tinham semblantes tranquilos.


- Eu sabia. – James disse triunfantemente e eu o encarei estupefato – Estava meio óbvio.


- Não, não estava.


- Certo, não estava. – James admitiu.


- Vocês teriam filhos lindos. – Peter disse, e todos nós o olhamos abismados – Não me venham com essa, vocês sabem que é verdade.




- Preparado “Pad Boy”? – James perguntou colocando as mãos em meus ombros.


- Preparado pra quê? – perguntei, mas assim que vi a cara dele, não precisava mais de resposta – Vai se fuder.


- Awn... Precisamos falar com a McKinnon para dar um jeito na sua boca suja. – James disse, e eu lhe dei um soco – Fresco.


- Sério, Prongs. Para. – eu disse olhando para ele. James me encarou por alguns segundos, e eu percebi que ele queria rir.


- Você está falando sério mesmo, não está? – ele perguntou, e eu o encarei como se a resposta fosse óbvia – Caralho, Pads... Você gosta mesmo dela.


- O Black gostando de alguém? – Evans perguntou abraçando James.


- Faça-me um favor, Evans, e cuide apenas do que lhe interessa. – disse áspero, recebendo uma bufadinha como resposta.


- Fica de olho no zangado, antes que ele acabe matando alguém com o olhar. – ela disse para James, dando-lhe um selinho e partindo.


James esperou Lily se afastar para virar para mim e me encarar com sua melhor cara de quem comeu e não gostou.


- O que foi?


- Custa ser um pouco simpático com a minha namorada? – ele perguntou, e eu quase ri na sua cara.


- No momento, Prongs, estou tendo dificuldades em ser simpático até com você, que é meu melhor amigo, então não me peça para ser simpático com a sua namorada.


- Certo... Só me avisa quando a TPM tiver passado. – ele disse antes de ir à sala de aula.




Resolvi matar o primeiro período, realmente não estava a fim de assistir a aula de cálculo da Victor. Estava no salão principal, ouvindo Carry on wayward son quando alguém se sentou do meu lado.


- Hey Six.


- Hey Kinnon. – disse sorrindo levemente.


- O que você está ouvindo?


- Carry on wayward son do Kansas. – respondi, enquanto ela apoiava a cabeça em meu braço, já que não alcançava meu ombro – O que você está fazendo? – perguntei divertido, surpreso comigo mesmo ao reparar como meu humor estava mudado.


Ela não respondeu nada, apenas se aconchegou melhor e mim. Ficamos lá sem falar nada, e estranhamente não me importei com isso.


- Carry on my wayward so… There’ll be peace when you are done…  Lay your weary head to rest… Don’t you cry no more… - ela começou a cantar baixinho, corando quando percebeu que eu a observava.


- Então você gosta do Kansas?


- Não exatamente...


- Não exatamente? – perguntei sem entender.


- Eu só conheço a música por causa de Supernatural. – ela admitiu, e eu ri baixinho.


- Não acredito que você assiste isso.


- É muito bom, ok? – ela disse me empurrando levemente.


- Certo... O que tem de bom na série? – perguntei, e um sorriso surgiu em seus lábios.


- O enredo é ótimo, se bem que a última temporada pecou um pouco... E Jensen Ackles é Dean Winchester.


- Ah... Você assiste a série por causa do Jensen Ackles, sério?


- Você fala como se ele fosse feio... – ela disse fazendo uma careta.


- Ele é normal, eu acho.


- Normal? – ela disse como se eu fosse insano – Se aquilo é normal, eu... Enfim, eu trairia qualquer um com Jensen Ackles sem pensar duas vezes.


- Até eu? – perguntei curioso.


- Até você, Six. – ela disse sorrindo.


- Bom saber. – eu disse, e ela riu ao se levantar.


- Preciso ir, a gente se vê na aula da McGonagall.


- Espera, você estava matando aula? – perguntei surpreso.


- Cheguei atrasada, culpa do Kyle...


- Está explicado então.




Eu estava estudando o que eu teria que falar sobre o meu trabalho. Tudo que eu teria que fazer era uma pequena introdução, nada muito aprofundado, já que McGonagall fornecera apenas cinco minutos por dupla.


- Oi Sih. – disse Hestia ao encostar uma de suas mãos no meu abdômen, passando a descê-la perigosamente.


- Jones... – eu disse sério, parando a mão dela. Sério, eu não estou com saco para isso.


- Deixa disso, Sih... – ela disse se aproximando de mim, procurando encostar seu corpo ao meu – Vamos comemorar... Hoje você apresenta o trabalho e nunca mais precisará conversar com a McKinnon.


- Qual o seu problema? – eu perguntei me afastando bruscamente. Será que ela entende o que fala?


- Awn, Sih... Defendendo a colega de grupo? – ela disse se aproximando novamente, conseguindo de alguma maneira me encurralar contra uma parede para então se aproximar – Adoro quando você dá essa de macho alfa, meu macho alfa.


Com isso, ela saiu, deixando-me para trás. Eu estava embasbacado...


- O que foi isso? – James perguntou, surgindo ao meu lado do nada.


- Ela me chamou de “macho alfa”, e como se não me chamou de “macho alfa” dela!


- Ela o que? – ele perguntou rindo – Você é tão fudido...


- Sério... Acho que prefiro ter a Narcissa como stalker do que a Hestia.


- Sério?


- Na verdade, eu não queria ter stalker algum.




James e eu entrávamos na sala da McGonagal para o último período, ele falava sobre o próximo jogo, como seria ótimo se eu tentasse ser um pouco mais rápido. Eu apenas assentia, esforçando-me ao máximo para não distribuir patadas a torto e a direita. Ele falava como se eu fosse a porra de um winger, ele deveria ter essa conversa com o Bob não comigo, ele é a droga do winger, não eu.


- E aí, caras? – Remus perguntou surgindo do nada entre nós com um bom humor que me irritava – Hoje vamos apresentar esse trabalho e depois nunca mais, vocês conseguem acreditar?


- Vai se livrar da Jones... – James disse brincando, fazendo com que Remus sorrisse. Eu tinha esquecido que o coitado fora sorteado com a Hestia, não era a toa que ele estava radiante.


- Não é demais? Sério, nada pode estragar o meu dia hoje... – ele disse antes de se afastar de nós para ir abraçar a Dorcas.


- Eu realmente não vejo a hora desse trabalho acabar... Sério, acho que tive o bastante de Alice no País das Maravilhas e de Lewis Carroll para uma vida toda. – eu disse pensando no tanto de material que pesquisei.


- Fazer dupla com a Marlene não é fácil, Pads... – James disse sorrindo.


- Eu que o diga...


- Mas fala aí, até que foi compensador, não foi? – James perguntou sorrindo maliciosamente.


- Quer saber? Me coma, Prongs.  – disse irritado, fazendo com que ele risse de mim, e então fui sentar em meu lugar.


Alguns minutos depois, vi Marlene entrar na sala e, em vez dela ocupar seu lugar perto da gente, ela se sentou perto de Mary MacDonald, onde ela costumava se sentar antigamente. Franzi o cenho ao observar aquilo. Kinnon era o mais novo membro do nosso grupo, pelo menos era o que todos nós pensávamos tanto que procurávamos fazê-la se sentir a vontade e sempre colocá-la a par de nossas referências e piadas internas; então vê-la sentar ali, fora um choque para todos nós.


- Por que a Lene foi se sentar ali? – Dorcas me perguntou.


- Eu não tenho ideia. – respondi enquanto me fazia a mesma pergunta.




A aula estava quase acabando, McGonagall estava terminando de dispensar o pessoal, quando pediu para que Kinnon e eu ficássemos para ter com ela.


- O trabalho de vocês ficou particularmente bom. – ela disse com um sorriso.


- Acredite, Minie, não foi por falta de esforço... Marlene e eu perdemos muitas tardes para fazê-lo. – eu disse me gabando.


- Enfim, eu apenas queria parabenizá-los e informá-los que, se a parte escrita mantiver o nível da apresentação, inscreverei o trabalho de vocês no Concurso de Literatura de Cambridge para alunos do sixth-form.  – McGonagall disse orgulhosa.


- Obrigada, Professora. – Marlene disse calmamente – Agora, se a senhora me dá licença, eu realmente preciso ir.


McGonagall me encarou inquisitorialmente, e eu apenas dei nos ombros. Eu não sabia o que chateava Marlene, mas eu não era ignorante ao ponto de saber que a culpa era minha. Eu estava perdido em meus pensamentos, quando percebi que estava sozinho na sala.


- Hey Pads, vai ficar plantado aí? – James perguntou do lado de fora da sala,  e eu revirei os olhos, indo me juntar a ele – O que a Minnie queria?


- Ela queria nos parabenizar por nosso trabalho e falar que estava considerando escrevê-lo para um concurso de Cambridge. – eu disse como se aquilo não fosse nada, e James assoviou em resposta.


- A Lene deve ter ficado super feliz.


- Pior que nem... Ela só agradeceu e foi embora. – eu disse coçando minha cabeça.


- Isso não soa nem um pouco como ela. – James disse, franzindo o cenho.


- Você acha que eu não sei?


- Atingi um nervo, mals. – ele disse rindo levemente.


Estávamos quase na saída da escola, quando senti uma mão em meu ombro me virando violentamente.


- HEY. – falei bravo, deparando-me com um Kyle muito bravo, que me empurrou fortemente – Qual é o seu problema, McKinnon?


- Você é meu problema, Black. – ele disse se aproximando de mim, e James tentou segurá-lo – Não se meta, Potter.


- E por que eu sou seu problema, McKinnon? – eu perguntei, observando alguns alunos pararem ao nosso redor.


- Não se faça de idiota. – ele disse, e antes mesmo que eu pudesse fazer alguma, eu senti a mão fechada de Kyle em meu maxilar, quase me fazendo perder o equilíbrio.


Eu estava pronto para revidar, quando senti três pares de braços me segurarem, bem como via quatro colegas do nosso time penarem para segura Kyle.


- Não encoste nela de novo, nunca mais! – ele disse, antes de conseguir se livrar das pessoas que o seguravam e ir embora.


- O que ele quis dizer com isso? – Lily perguntou estreitando os olhos para mim.


- Dá um tempo, Evans. Eu não tenho a mínima ideia do que ele quer dizer com isso!


- Você fez alguma coisa pra Marlene? – Dorcas perguntou me acusando, ao mesmo tempo, que Emmeline me entregava uma lata gelada de refrigerante para colocar no maxilar.


- Eu não fiz nada! – eu disse me defendendo.


- Tem certeza? – Emmeline perguntou calmamente.


- Não. – disse bravo comigo mesmo dessa vez.


- Porra... – Peter disse batendo com uma mão em sua própria cabeça – Acho que sei o que houve.


- O que? – perguntamos todos nós ao mesmo tempo, como a merda de um coral.


- Eu não me liguei disso até agora, mas eu ouvi a Jones falando alguma coisa sobre você, Sirius, e a Lene para umas meninas... Deve ter alguma coisa haver com isso...


- A Jones passou dos limites. – Remus disse sério.


- Ela tem sorte de ser garota. – James disse, me fazendo rir. Eu sinceramente não ligo mais para o fato da Jones ser uma garota.


- Felizmente, vocês têm três garotas aqui. – Lily disse malevolamente.


- Dorcas... – Remus disse, reprimindo-a.


- O que? – ela perguntou inocentemente, enquanto observávamo-nas se afastarem – Não é como se nós fossemos bater nela.


- Deveriam. – Peter disse, fazendo com que ríssemos.


- Peter! – Emmeline disse com falso ultraje.


- Eu sei bem que vocês querem... – ele disse sorrindo.


Ficamos na frente da escola por um tempo, esperando eu voltar a sentir meu maxilar.


- Então? – James perguntou, e eu o encarei com uma sobrancelha levantada – Já percebeu que você gosta dela?


- Vá à merda. – eu disse, levantando-me e jogando a latinha para ele que a pegou sem problemas, para depois começar a ir em direção a minha moto.


- Aonde você vai? – Peter perguntou, e eu lhe ignorei.


- Você vai à casa da Marlene, não vai? – Remus perguntou, e eu lhe mostrei o dedo 


- É, ele vai à casa Marlene. – James disse abrindo a latinha, fazendo Remus e Peter rirem, enquanto eu não me dava ao trabalho de ouvir o que eles falavam, pois já estava partindo com a minha moto.




Eu havia chegado na casa de Marlene em tempo recorde. Eu não lembrava do caminho que havia feito, na verdade eu não lembrava de nada desde que saí da escola. Eu só espero não ter ganho muitas multas.


DIN DON


- Olá Sirius... – disse a mãe de Marlene ao abrir a porta.


- Olá Mairi. Será que teria como eu falar com a Marlene?


- Ah, querido... – ela disse olhando para dentro de sua casa – Oh meu Deus!


- O que? – eu perguntei assustado com a repentina mudança em seu tom de voz.


- Seu rosto, o que houve? – ela perguntou, levando uma de suas mãos ao hematoma que se formava.


- Não foi nada demais, coisa boba. – eu respondi, recuando de seu toque.


- Certo... – ela disse desconfiada.


- Mairi, por favor, deixa eu falar com a Marlene. – pedi mais uma vez.


- Ahn... – ela disse olhando para dentro mais uma vez – A Marlene está no quarto dela, qualquer coisa você conseguiu passar por mim. – ela disse, e eu confirmei.


- Obrigado.


- Não me agradeça ainda, querido. – ela disse, partindo para a cozinha, deixando a porta aberta atrás de si.


Adentrei a casa, tomando cuidado de fechar a porta atrás de mim. A cada passo que eu dava em direção ao quarto de Marlene, sentia meu estômago revirar. Quando foi que eu comecei com essas viadisses?


Respirei fundo antes de bater na porta.


- Entra...


Abri a porta, e lá estava ela deitada em sua cama, ainda com o uniforme de Hogwarts. Os cabelos presos numa espécie de coque, que aparentemente estava na moda agora, os óculos quase na ponta de seu nariz enquanto ela lia um livro e as pernas numa posição que eu duvidava ser confortável.


- Hey Kinnon... – disse, e ela se assustou quase caindo da cama. Não consegui não rir.


- Como você entrou aqui? – ela perguntou, levantando-se e estreitando os olhos para mim.


- Eu driblei a sua mãe. – eu disse, sabendo o quão absurdo aquilo parecia. Não porque eu não fosse capaz de driblar a Sra. McKinnnon, é só que... Sei lá.


- Claro. – ela disse sarcasticamente.


- Kinnon, o que aconteceu? Por que você está brava comigo? – perguntei entrando em seu quarto, e me encostando na porta que encostara. Observei-a bufar levemente, enquanto passava a mão por seus cabelos, deixando-os um pouco bagunçados. Pensei que ela fosse me responder, mas, em vez disso, ela só começou a andar de um lado para o outro – Kinnon?


- O que você sente por mim, Sirius? – ela perguntou na lata.


- Que porra, Marlene? – perguntei espantado com a pergunta repentina.


- O que você sente por mim? – ela perguntou mais uma vez.


- Eu, sei lá... Eu gosto de ficar perto de você. É divertido, sei lá... – eu disse sem realmente saber o que dizer – Eu gosto de você, sério.


- Eu também gosto de você. – ela disse baixinho, fazendo com que um sorriso brotasse em meus lábios – Mas se você gosta de mim, por que você falou aquelas coisas?


- Falei o que? – perguntei pensando no que eu pudesse ter falado – Você tá falando sobre sei lá o que a Jones espalhou pela escola?


- A Jones inventou tudo? – ela perguntou com os olhos arregalados.


- Sério, Kinnon... Eu sei que a gente se conhece há pouco tempo, mas você realmente acha que eu falaria alguma coisa sobre você para a Jones?


- Olhando por esse lado...


- O que ela espalhou afinal de contas?


- Não foi nada.


- Eu não recebi um soco do Kyle por causa de “nada”, Marlene. – eu disse sério.


- Você... Ai meu Deus! – ela disse parecendo ver pela primeira vez o hematoma no meu maxilar. Marlene se aproximou de mim e encostou seus dedos levemente em meu hematoma, exatamente como a Sra. McKinnon fizera, mas dessa vez eu não me afastei.


- Marlene, o que ela falou? – eu perguntei buscando as mãos dela com as minhas.


- Ela falou que você disse ter tido sorte de fazer o trabalho comigo, pois além de eu ter feito a maior parte do trabalho; você teve a chance de “me comer” todas as vezes que nos encontrávamos, – ela disse desviando o olhar – mas ela também disse que você estava feliz por não precisar mais agir que se importava comigo ou algo do gênero depois de hoje.


- Eu não acredito que você realmente deu ouvidos a Jones... – eu disse descrente.


- O que você esperava que eu fizesse? – ela disse na defensiva.


- Sei lá, talvez que você viesse falar comigo? – eu disse sarcasticamente. Isso, Black, porque sarcasmo vai realmente lhe ajudar nisso.


- Para que ir falar com você, quando o que a Jones falou parece ter todo o sentido? – ela perguntou, e eu arqueei as sobrancelhas – Você já reparou como é a maioria das garotas com quem você fica? Elas parecem ter saído de um catálogo da Victoria’s Secret... E você provavelmente nunca deve ter ficado com alguma garota tão inteligente, se não mais, do que você.


- Você é linda, e eu sei que você sabe disso. – eu disse não acreditando no que ouvia.


- Ainda assim, Sirius... Para mim estava meio óbvio que nem você nem seus amigos iam querer continuar a conversar comigo depois do término do trabalho.


- Você se subestima demais... – eu disse, querendo dar umas sacudidas nela para ver se ela parava de falar besteira.


- Você acha que eu não sei? – ela perguntou rindo de si mesma.


Depois disso, não sei quanto tempo ficamos calados. Marlene encarando os pés dela, e eu a observando como se ela fosse o ser mais interessante do mundo.


- E agora? – ela perguntou, encarando-me nos olhos pela primeira vez nos últimos minutos.


- Você me desculpa?


- Aparentemente, não há nada para se perdoar.


- Certo. – eu disse surpreso, percebendo que eu realmente não tinha feito nada de errado. Eu acho. – E agora? – repeti a pergunta mais para mim mesmo do que para ela – E agora acho que encontramos algo para fazer que não um trabalho de português.


- Como o que? – ela perguntou, deixando um sorriso escapar por seus lábios.


- Eu acho que tenho uma ideia... – disse sorrindo maliciosamente, pousando minhas mãos em sua cintura.


- Uma ideia, é? – ela perguntou da mesma maneira, colocando seus braços ao redor do mesmo pescoço.


- É uma ótima ideia. – eu disse aproximando meu rosto do seu, mas depois indo para seu pescoço, inalando profundamente de modo que pudesse sentir seu perfume invadir minhas narinas.


- E essa ideia costuma dar certo com outras garotas? – ela perguntou, e eu ri levemente.


- Não sei... – disse trazendo-a para mais perto de mim, virando-a de modo que agora era ela que tinha as costas prensadas de encontro a parede – Nunca usei ela antes.


- Isso é... – ela disse, mas antes que ela pudesse terminar, calei-a com meus lábios.


Sentir os lábios dela mais uma vez nos meus, fez com que uma corrente elétrica passasse por meu corpo. Em pouco tempo senti a língua dela contra a minha, senti seus gemidos contidos por minha boca e percebi quanta falta eu sentia de seu gosto.


- “Isso é” o que, Kinnon? – perguntei quando paramos um pouco para respirar. Minhas mãos já de baixo de sua camisa, que agora estava meio aberta, e as dela em minhas costas, já totalmente marcadas por suas unhas.


- É bom. – ela disse meigamente, e eu lhe mordi a bochecha.


- Bom é? E isso? – perguntei antes de tomar o lóbulo de sua orelha em minha boca, enquanto passava minhas mãos para suas cochas descobertas e pressionava mais meu quadril ao dela.


- Isso é mais que bom. – ela disse enlaçando suas pernas em minha cintura, mantendo um braço em meu pescoço e outro ocupado em abrir os botões da minha camisa.


- Concordo. – disse abraçando-a fortemente, carregando-a para sua cama.


Eu não tinha muita noção de tempo no momento, mas eu sabia que nossas roupas de baixo eram as únicas coisas que impediam nossos corpos de entrar totalmente em contato.


- Six? – Marlene disse, e eu a encarei – Minha mãe está no andar de baixo.


- Deus, Kinnon... – eu disse saindo de cima dela e me jogando ao seu lado na cama – Acabou com o clima.


- Eu realmente gosto de você, sabe? – ela disse, ignorando totalmente meu último comentário.


- Eu também gosto de você. – eu disse, abraçando-lhe – O que a gente vai fazer agora?


- A gente espera... – eu disse beijando-lhe o topo da cabeça – Espera para ver o que vai acontecer.


- Me parece um plano... – ela disse beijando levemente meu peito, fazendo com que eu me arrepiasse.


- É um ótimo plano. – respondi sorrindo, fazendo com que ela risse.


- Convencido... – ela me empurrando levemente.


- Hey, eu podia ter caído da cama. – eu protestei de brincadeira.


- Quanto drama... – ela disse rindo.


- Você vai acabar me matando, mulher. – disse zombeteiramente, levando um tapinha no braço – Não disse?



N/A.: fic repostada por completo! Espero que tenham gostado de lê-la tanto quanto eu gostei de escrevê-la. Obrigada por terem lido a fic.
Comentem, votem e divulguem! 

Miss Laura Padfoot 

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