A família acima de tudo



Primeiramente, MIL DESCULPAS pela demora em postar o capítulo final. Mas a volta das aulas na Universidade e outros compromissos tornaram impossível terminar o capítulo com alguma qualidade e mais rápido. Espero que quem acompanhou a fic desde o princípio também leia esse finalzinho e nos diga o que achou da história. Aaah, mais um personagem que não está no livro vai "aparecer" nesse capítulo, hehe, espero que gostem. 
Boa leitura!

Mariana e Lara

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Na manhã de sábado, o casal Malfoy e Severus Snape conversavam na sala de estar da casa em que estavam hospedados em Saint Tropez. Os três tentavam encontrar um meio de comunicar ao Ministro a participação de Brunette no sequestro de Draco e seu envolvimento com o italiano.


- Eu não posso simplesmente contar ao Ministro tudo que ouvi da mulher dele. – disse Narcissa com um leve sorriso no rosto - Como eu explicaria que enfeiticei a mulher de Cornellius Fudge com uma Maldição Imperius? Por mais que ela tenha merecido...


Lucius também sorriu e passou o braço por trás de Narcissa, sobre o sofá. O homem estava muito orgulhoso da coragem da esposa. Afinal, ela tinha descoberto sozinha a trama do sequestro do filho e enfrentado todas as tarefas para salvá-lo. O mínimo que ele poderia fazer era livrá-la do constrangimento de ser acusada por praticar encantamentos um tanto suspeitos.


- Narcissa, eu posso conversar com o Ministro. Conto a ele que Laura comentou comigo acerca do envolvimento de Fausto e Brunette e insinuo que tenho minhas suspeitas da participação dela no sequestro do nosso filho. E neste ponto, precisarei da sua ajuda, Severus.


Severus Snape, que até então estava bebericando uma xícara de chá sem participar muito da conversa, inclinou a cabeça em direção a Lucius, esperando que o homem continuasse a explicar seu plano.


- Eu vou oferecer seus préstimos ao Ministro. – Lucius continuou, o tom de voz arrastado e um pouco malicioso – Posso gentilmente sugerir a Cornellius que você coloque uma dose de Veritasserum num drink da Sra. Fudge para que ele possa esclarecer alguns pontos. Duvido que essa mulher permaneça por aqui depois que for desmascarada.


- Então pode contar com a minha presteza, Lucius. – Severus respondeu, com sua habitual frieza, mas um pequeno sorriso apareceu em suas feições.


Narcissa, que até então permanecera calada, também não pôde abafar alguns risinhos.


- Pobre Cornellius... Só posso dizer que o nome lhe convém. – dizendo isso, ela se levantou e de um beijo na testa do marido. – Se me dão licença, vou me deitar um pouco, tenho andado um pouco enjoada.


Lucius segurou a mão de Narcissa antes que ela deixasse a sala:


- Está tudo bem, Cissa? Não quer que eu te acompanhe?


- Não é preciso, meu amor. – soltando a mão do marido, ela continuou andando, em direção ao padrinho de seu filho – Severus, muito obrigada por ter vindo nos ajudar. Não quer ficar conosco até à noite? Vamos a uma festa de fechamento das negociações.


 - Obrigada, Narcissa. Mas vou recusar seu convite. Depois de ajudar seu marido a desmascarar a senhora Fudge devo voltar à Hogwarts. Ainda há muito a organizar para receber os alunos. Suponho que Draco esteja animado para começar a educação em magia, certo?


Narcissa suspirou profundamente à menção de que seu filho iria estar longe dela dentro de tão pouco tempo. Percebeu que Lucius lhe lançou um olhar afetuoso e preocupado e tentou soar mais tranquila ao responder Snape:


- Ele está muito animado sim. Não vê a hora de ser selecionado para a Sonserina. A mãe dele é que ainda não está muito confortável com a ideia de ficar longe do filho por tanto tempo – com uma expressão um pouco triste, Narcissa subiu as escadas em direção ao seu quarto. Se ela queria estar bem para comparecer à festa, seria necessário algum repouso.


 


Depois do almoço daquele dia, Narcissa se dirigiu até o terraço da casa. Uma imagem que ela havia visto num arco no dia anterior não saía de sua cabeça. A figura daquela menininha loura, correndo até Lucius e o chamando de papai. Será que aquele arco realmente mostrava a ela seu futuro?


Há algum tempo ela vinha sentido enjôos e, mesmo que Lucius negasse, era visível que ela havia engordado alguns quilos. Mas será que... Não. Não era possível. A loura, que estava sentada numa cadeira próxima a uma mesa de madeira rústica, conjurou pena, pergaminho e tinteiro. Escreveu uma carta à loja de poções que costumava frequentar no Beco Diagonal solicitando uma entrega. Enviou o pergaminho enrolado e amarrado na perna de uma coruja de igreja que ficava no terraço juntamente a uma bolsa com dinheiro bruxo.


 


Algumas horas depois, a mesma coruja que Narcissa havia enviado apareceu bicando a janela do quarto que a Sra. Malfoy ocupava com o marido na casa de verão do Ministro. A mulher abriu a janela e retirou da perna da ave um embrulho lacrado.


Dirigindo-se ao banheiro, Narcissa leu o rótulo do kit de poções que havia encomendado, observando atentamente como utilizá-la. Bastava misturar num dos frascos, que vinha vazio, urina e o conteúdo do outro frasco do kit, que continha uma poção. Se a coloração ao final da mistura fosse verde, então o arco do farol realmente havia lhe mostrado o futuro.


 


Às sete horas da noite, Narcissa, que já estava pronta para a festa do banco francês, se dirigiu ao quarto de Draco. A mulher trajava um vestido longo prateado, que na frente tinha trabalhos em renda e pedras.  Seus longos cabelos louros estavam presos num elegante coque para deixar à mostra o decote das costas do vestido. Os discretos brincos de diamantes e um bracelete adornado com a mesma pedra completavam sua produção.


- Filho, já está pronto?


Draco, trajando vestes de gala com detalhes verde-oliva, estava deitado na cama. Ao ver a mãe na porta do quarto, abriu um sorriso:


- Mãe, você está linda! – O menino levantou e aprumou as roupas para mostrar que já estava vestido para a festa.


Narcissa foi até Draco e abraçou-o, enquanto ajeitava seus cabelos.


- E você também meu filho, já parece um rapazinho crescido.


- Eu sou crescido, mamãe! – Draco franziu a testa, um pouco bravo por ser tratado como criança.


- Eu sei, Draco, eu sei...


Nesse momento, Lucius entrou no quarto. O homem estava com vestes praticamente idênticas às do filho e prendera o cabelo em um rabo-de-cavalo baixo. Ele não pode deixar de reparar em como a esposa estava bonita e ficou observando ela e Draco por algum tempo antes de falar:


- Cissa, Draco ... está na hora de irmos para a festa.


O salão de um dos clubes de Saint Tropez havia sido arrumado para receber uma enorme festa bruxa. Havia velas encantadas iluminando toda a extensão do lugar, arranjos que mudavam de tom magicamente sobre as mesas e garçons levitavam com suas varinhas várias bandejas com copos de uísque de fogo, água de gilly, hidromel e suco de abóbora.


Quando Narcissa, Lucius e Draco chegaram, foram levados por uma das recepcionistas até à mesa que lhes fora reservada. Vários dos investidores do banco francês pararam para cumprimentar o casal e perguntar sobre o resgate de Draco, afinal, após a saída apressada de Lucius da sala de reuniões, não havia mais nenhum banqueiro que não soubesse do desaparecimento do menino Malfoy.


Fausto Bugiardini também fora a festa. Estava sentado sozinho numa mesa e carregava na face uma expressão que indicava vitória. O homem pensava que já não havia como Lucius Malfoy ser o concorrente a vencer as negociações. Nas últimas semanas, após o desaparecimento de Draco, ele tinha negligenciado alguns compromissos e estava visivelmente mais desatento nas reuniões.


Ao longo da noite, Draco se separou dos pais. Encontrou um grupos de meninos bruxos de sua idade, com quem brincou e correu pelo salão de festas. Isso deu a Lucius e Narcissa um pouco de privacidade. Apesar de o casal não ser afeito às demonstrações públicas de carinho, Lucius não soltou o ombro da esposa durante o tempo em que estavam sentados à mesa e sempre a levava consigo quando ia conversar com algum investidor.


Às 21h, uma orquestra começou a tocar e o casal Malfoy se dirigiu à pista de dança. Enquanto dançavam, Narcissa apoiou a cabeça nos ombros do marido enquanto ele sussurrava em seu ouvido palavras carinhosas. Após dançarem várias músicas, ela teve coragem de dar a Lucius a notícia:


- Lucius, nós vamos ser pais.


O homem ergueu uma sobrancelha, confuso com o que a esposa tinha acabado de dizer:


- Nós já somos pais, Narcissa. Há onze anos.


- Nós vamos ser pais, de novo, meu amor.


Lucius abriu um sorriso antes de dar um rápido beijo nos lábios de Narcissa e depositar discretamente a mão sobre o abdômen da mulher. Os dois permaneceram em silencio, dançando, mas suas expressões demonstravam que não poderiam estar mais felizes com a gravidez. O casal estava tão envolvido pela notícia que mal reparou quando o Sr. Apollinaire Roux subiu ao palco, só percebendo que havia chegado a hora do anúncio do vencedor das negociações quando ouviram a voz do homem magicamente amplificada ecoando pelo salão:


- Senhoras e senhores, agradeço pela sua presença nesta noite. É com muita satisfação que o Banco Bruxo Francês anuncia seu mais novo acionista. Tivemos um mês de árduas negociações, buscando o melhor homem para a gestão do nosso banco. Alguns dos investidores estrangeiros foram dispensados ao longo das semanas, tendo restado apenas dois deles ao final do processo de seleção.


Nesse momento, o senhor Bugiardini lançou um olhar fuzilante em direção ao casal Malfoy. Lucius e Narcissa retribuíram o italiano com sua habitual expressão de indiferença e superioridade. O presidente do banco francês continuou o discurso:


- Um homem deve ser cuidadoso com seus negócios. Deve ser detalhista e determinado para alcançar seus objetivos. E essas características só podem ser observadas na essência de cada um de nós. Muito embora alguns exteriorizem uma imagem arrogante e despretensiosa, muitas vezes, somente em situações extremas é possível observar quem realmente são. Um dos nossos concorrentes se encaixou perfeitamente nessa descrição. É claro que o homem a quem me refiro sempre demonstrou muita habilidade para os negócios e apresentou propostas tentadoras. Mas nossa decisão foi tomada apenas na última semana. O cuidado que este investidor demonstrou com sua família e sua obstinação em encontrar uma solução para o problema que vivenciou apenas serviu para ratificar a impressão de que tínhamos em relação a sua determinação e força de vontade. Um homem cuidadoso com sua família certamente também o será com seus negócios. Por favor, uma salva de palmas para o mais novo acionista do Banco Francês: Lucius Malfoy.


 


Mais tarde, naquela noite, Narcissa estava de pé à beira da cama de Draco observando o filho dormir com um sorriso no rosto. A viagem à Saint Tropez, afinal, não teria sido tão ruim. Lucius conseguira as ações do banco francês e, além disso, a união da família havia aumentando. Ela e o marido estavam tão próximos como eram no início do relacionamento e, Draco ainda mais apegado aos pais. Foi na França, ainda, que Narcissa descobriu que esperava mais um filho - uma filha, se o que ela tinha visto nos arco da sala do moinho fosse realmente verdadeiro.


Nesse momento, ela sentiu Lucius a abraçando por trás e colocando as mãos sobre sua barriga, acariciando-a. Narcissa recostou a cabeça no ombro dele e cobriu as mãos do marido com as suas. Eles ficaram ali por algum tempo, sem precisar falar. Os dois entendiam perfeitamente que não havia nada que fosse mais importante que sua família. 

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