Capítulo 19



É. Eles só voltaram para casa á meia noite. Com o meu namorado desacordado, mas, por mais que seja estranho, ele estava sorrindo. Demorou umas cinco horas pra ele voltar a consciência, tempo suficiente pra eu xingar todos da minha família. Mas, para meu desgosto, assim que ele acordou, tio Draco e tia Astória o levaram pra casa.


Só consegui descansar depois que ele me ligou, dizendo que estava tudo bem e me contou os detalhes da conversa. Isso me tranquilizou, então eu pude dormir. Mas não deram nem 5 minutos e a minha mãe já estava me chamando.


- Lilian, tem almoço na casa da sua avó hoje. – ela falou, tentando me acordar.


- Ai, mãe. Depois eu vou. – coloquei o travesseiro em cima da minha cabeça.


- Vai como? Hein?


- A pé.


- Ah-hã. Levanta Lilian.


Não ia adiantar. Eu ia ter que me levantar.


- Tô indo mãe. – disse, me levantando.


Tomei um banho, coloquei a camisa do meu namorado, só ela mesmo porque servia como vestido e um all star qualquer.


Quando cheguei na sala, meu pai me olhou bem, com uma sobrancelha erguida, mas depois ele sorriu.


- Teus vestidos ficam cada dia menores, hein Lily. Daqui a pouco vão servir de cueca pro Alvo. – James estava atrás de mim.


- Cale a boca, Thiago Sirius. Desinfeta vai. – eu estava com sono, ou seja, mal humorada.


- É, Guinho. Desinfeta. E outra, eu só uso cuecas boxer. – eu sinceramente não sabia quem era mais idiota.


- Guinho, por que Guinho? – minha mãe perguntou enquanto íamos em direção ao carro. Afinal, só ela dava apelidos assim pro meu irmão.


- A guria que ele catou na balada ontem. – Alvo parou para rir. – Mandou uma mensagem pra ele: “Guinho, adorei beijar a sua boquinha.”


- THIAGO! – exclamamos eu e a minha mãe juntas, entrando no carro.


- Eu. Meu ser lindo, divinal. – vou dizer que eu não concordava com o meu irmão. Como podia ser tão cachorro?


- Você traiu a Patrícia, Thiago. Deixa o tio Neville ficar sabendo disso. – falei, apontando o dedo pra ele.


- Eu não trai ninguém.


- Pelo amor de Deus, Thiago. Não foi essa a educação que eu te dei. Não sei o que eu fiz pra merecer dois filhos galinhas desse jeito.


- Epa, epa. Estamos falando de quem mesmo? Ah, é. Do Thiago. – Alvo disse, tentando se defender.


- E a culpa é sua Harry Potter. Toda sua. – acho que a minha mãe estava de TPM.


- MINHA? Mas o que que eu fiz?


- Nada, não é. Você nunca faz nada. – é, ela estava de TPM.


Seguimos em silencio até chegar na casa da minha avó.


- Lilian! Meu anjinho, então é verdade? – perguntou minha vó, assim que nós descemos do carro.


- O quê, vovó?


- Você está namorando mesmo? – os olhos dela estavam brilhando.


- É sim. – falei, sorrindo.


- Oh, meu Deus. – ela me abraçou, aquela abraço de urso, de vó. – Parabéns!


- Obrigada, vó. – sorri de novo. – Onde está a Rose?


- Tá lá no quarto que era da sua mãe, aquele em que vocês dormem.


- Ok. – falei, deixando minha avó cumprimentando o resto da minha família.


Assim que cheguei no quarto, vi Rose, sentada em frente ao espelho testando maquiagens.


- E aí, priminha.


- Lily! – ela veio correndo me abraçar.


- Como tu tá?


- To bem, to bem. E você?


- Bem também, com sono apenas.


- Ah, é. Meu pai contou. Eles judiaram muito do Escórpio? – ela perguntou, se sentando na cadeira da penteadeira.


- Ele chegou lá em casa desacordado. Coitado. – me sentei na cama.


- Tipo o que eles fizeram com o Gabriel então.


- Mais ou menos, né. O Gabriel não é um Malfoy.


- Tem razão. – agora ela estava testando uma sombra rosa, flúor.


- Mas e então, o Gabriel resolveu se vai se mudar pra Hogwarts?


Ela se virou rapidamente, derrubando várias coisas no chão. Os olhinhos brilhando.


- Siiim! Eu ia te contar isso. Esse ano ele vai entrar lá. Já foi até conversar com a Minerva.


- Que demais, Rose! – sorri pra ela. – Agora Escórpio terá um companheiro de sofrimento.


- Pois é, amiga. Os meninos não vão largar do pé deles, não é?


- Sim. – suspirei. – Vai ser engraçado. Como se a gente não conhecesse as passagens e lugares secretos de Hogwarts.


- Verdade, cara Lilian. – ela disse e nós duas caímos na risada.


Ficamos conversando e fazendo planos para o ano letivo, até que a vovó nos chamou para almoçar.


- Nossa Lilian. Nossa. – disse Hugo, assim que eu me sentei a mesa.


- Que foi?


- Você tem malhado? –


- Eu não. Por quê? – como assim? Meu primo era estranho.


- Tá com as pernas bonitas. – ele disse, e eu corei.


- EPA, EPA, Weasley. – meu pai estava vermelho.


- Só a verdade tio Harry. Só a verdade.


- Hm, mudando de assunto, completamenteee, vocês ficaram sabendo, primas? – Dominique perguntou.


- Sabendo do que? – Roxanne perguntou. Seus olhos castanhos estavam arregalados.


- Aquele gato do Will Finnigan está solteiro de novo! – os olhos azuis de Dominique brilhavam intensamente.


- Nossa, grande coisa! – exclamaram Fred e Thiago juntos. Os dois eram tipo, unha e carne, Sirius e Thiago, melhores amigos.


- Não zoa Domi? Veeeeelho. – exclamei, ignorando o comentário dos dois.


Não deixem o Escórpio saber disso, mas o irmão do Pedro, o Will, era um g-a-t-o. Sabe, tipo aqueles galãs de cinema? Ele era bem alto, com um peito bem largo e forte, e um sorriso de trinta e dois dentes. Ele estava na sala do Thiago e do Fred e os dois, particularmente, não gostavam muito dele.


- Não sei a graça que vocês veem nele. E outra Lily, você tem namorado agora esqueceu?


- Não, Thiago. Não esqueci. O meu namorado é bem melhor que o Will, em tudo. – mostrei a língua pra ele.


- É, Thiago. Nós amamos os nossos namorados. O Will é só um gato, sabe? Daqueles que a gente só olha. – Rose falou.


- Falem por vocês. Porque eu tô na pista pra negócio. – Dominique sorriu maliciosamente. Coitado do Will. Ela não ia sair do pé dele, até conseguir o que quer.


- E você, Roxanne? Não vai falar nada sobre o idiota-Will-bobão? – perguntou Fred. Assim como Thiago era comigo, ele era superprotetor com a Rox.


- Eu? Não vou falar nada, não. Já estou enrolada demais. E outra, vocês só ficam falando do Will, chamando ele de bobão, porque ele está no mesmo nível que vocês em relação a pegação.


- Isso ae, Rox. Bota moral. – Dominique parecia uma daquelas narradoras de luta de UFC.


- Concordo, concordo. – falei, batendo palmas.


- Você não concorda com nada, srta. Potter.


- Ah, cala a boca, James.


- Senão ...?


- Senão – eu abaixei o tom de voz – eu conto pra mamãe sobre o que eu vi você e a Patrícia fazendo no seu quarto. – ele perdeu toda a cor no rosto.


Silêncio.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.