Capítulo 3 - Primeiros sintom
No dia seguinte, Harry acorda com os raios quentes de sol batendo em seu rosto. Ele olha para Hermione. Ela estava dormindo. Ele vai até ela e lhe dá um beijo na testa. A porta do quarto se abre e por ela entram Sra. e Sr. Granger e Henri. Sra. Granger vai até o garoto e diz:
–Harry, obrigado por ficar com ela essa noite! Eu trouxe uns pentes e escovas pra ela pentear o cabelo...
–Claro, claro, não precisa agradecer! – disse Harry.
A porta se abre novamente. Tereza entra por ela, para ver se estava tudo bem com Hermione. Ela vai até a garota e coloca um termômetro debaixo do braço dela, com cuidado para não acordá-la. Ela esperou um minuto e retirou o termômetro. Ela disse:
–A temperatura dela está normal...
–Que bom! – disse Sra. Granger.
Eles olham para Hermione. Ela abre os olhos e começa a contorcer sua boca. Ela arregala os olhos e tampa a boca com as mãos. Tereza pega a bacia de aço e coloca debaixo do rosto da garota. Hermione vomitou um líquido branco dentro dela. Harry foi ao lado dela, para ver se ela precisava de algo. Quando Hermione acabou de vomitar, Tereza tirou a bacia debaixo do rosto dela e disse:
–São os enjôos que começaram... Isso acontece durante algumas vezes por dia!
–Ai, coitada de mim! – disse Hermione, limpado sua boca com as costas da mão
–Por isso mesmo que você precisa se alimentar! – disse Tereza – Ou senão, nunca vai curar a anemia!
–E qual é o meu cardápio? – brincou Hermione
–Sabe, você até que está animada para alguém em seu estado! – disse Tereza – Bem, vou sair, ver os outros pacientes, com licença!
Teraza saiu e deixou eles no quarto. Hermione olhou para Henri e seus pais e disse:
–Será que eu poderia conversar com o Harry... Ás sós?
–Bom, tia, tio, vamos sair que vem namoro por aí... – disse Henri, indo em direção à porta
–E se for, algum problema? – perguntou Sr. Granger – A sua prima é igual você, não é porque ela está doente que não pode namorar!
–Bem, to indo, tchau pra vocês! – disse Henri a Harry e Hermione, e, finalmente, saiu do quarto
–Tchau minha filha! – disse Sr. Granger, e saiu também
–Se cuida minha linda! – disse Sra. Granger, e saiu também.
Hary ficou com Hermione no quarto. Ela estava mais pálida, mais magra e mais fraca. Ela disse a ele:
–Harry, não sei o que vai acontecer comigo se eu continuar assim!
–Você tem que se alimentar! – disse Harry – Assim, você sara mais rápido!
–É, se parasse as coisas no meu estômago... – disse a garota.
Nesse momento, Tereza entra no quarto com a única coisa que Hermione não queria ver naquele momento: uma bandeja com um prato de mingau para o café da manhã. Ela disse:
–Ah, não acredito no que eu vejo!
–Vamos tomar um café reforçado! – disse Harry.
Tereza puxou uma mesinha que estava ao lado da cama de Hermione para cima dela e colocou a bandeja sobre ela. Hermione disse:
–Harry, eu não estou com fome!
–Mas tem que comer! Você não quer sair daí logo? – perguntou Harry.
Hermione respondeu afirmamente com a cabeça. Harry disse:
–Então! Quer que eu te de na boca?
–Harry, para de gracinha! – disse Hermione
–Olha o aviãozinho! – disse Harry
–Harry, por favor, para! – disse Hermione, virando seu rosto para escapar de uma colherada de mingau
–Mione, só essa colherada! – disse Harry – Por favor!
Hermione virou novamente seu rosto para a colher de mingau. Ela olhava da colher para Harry, de Harry para a colher. Ela fechou os olhos, abriu a boca e deu um impulso para frente, comendo o mingau da colher. Harry, quando ela acabou de comer, disse:
–Agora sim!
–Harry, não quero mais, está muito bom, mas não quero mais! – disse Hermione, limpando sua boca com as costas da mão
–Ah, Mi, só mais uma colherada! – disse Harry
–Não, não e não! Chega! – disse Hermione
–Mione, por favor! – implorava Harry – Eu juro, só mais essa colher e acabou!
Hermione ficou um tempo olhando para a colher e, depois de alguns segundos, enfiou novamente a colher na boca. Harry percebeu que a garota engolia com dificuldade, pois os efeitos do tratamento haviam começado. Quando acabou de engolir, Harry disse:
–Tá bom, agora eu paro!
–Graças a Deus! – disse Hermione, limpando novamente a boca com as costas da mão.
Nesse momento, a porta se abre e por ela, entra Sra. Granger. Ela se aproxima do leito da filha e pergunta:
–Como você está minha filha?
–Começaram os enjôos... – respondeu Hermione, se afundando no travesseiro
–É, é para o seu bem! – disse Sra. Granger
–Mas não podia ser outro sintoma? – perguntou Hermione, começando a fazer caretas
–Minha filha, você está muito animadinha! – disse Sra. Granger – É assim que eu gosto!
–Ah, que susto! – disse Hermione – Achei que você fosse dizer que gostava de me ver chorando! Ah, mãe...
–Sim filha? – perguntou Sra. Granger
–Sabe aquelas fotos de quando eu e o Henri tínhamos quatro anos? – disse Hermione
–Claro que sei, o que têm elas? – perguntou Sra. Granger
–Eu queria que você trouxesse elas pro Harry ver! – respondeu Hermione
–Claro que trago, elas estão lá no seu quarto, né? – perguntou Sra. Granger
–Acho que tá lá na minha estante! – respondeu Hermione – Bem, independente de onde esteja, você traz elas?
–Claro minha filha! – disse Sra. Granger – bem, eu vou lá fora um pouco, deixei seu pai lá!
–Claro mãe... – disse Hermione – Ah, e pergunta pra ele se ele está com medo de mim porque estou em uma cama de hospital sendo medicada, pergunta?
–Porque isso Hermione? – perguntou Sra. Granger
–Ele nunca vem me ver! – respondeu Hermione
–É que ele não gosta de te ver nesse estado! – deixou escapar Sra. Granger.
Nesse momento, Hermione se sentiu como se estivesse morrendo em uma cama de hospital. Ela se afundou ainda mais no travesseiro. Seus olhos marejavam. Ela tentou disfarçar, mas não conseguiu, lágrimas começaram a rolar de seus olhos, fazendo Sra. Granger se sentir mais uma vez culpada pela doença da filha. Sra. Granger também começou a chorar. Hermione levantou seu rosto repleto de lágrimas e disse:
–Vocês sabem de alguma coisa que eu não estou sabendo? Eu estou morrendo e não sei? É isso? Me responde!
–Você não tem nada Mione, você não está morrendo! – disse Harry
–Parece que todo mundo está com medo de mim! – disse Hermione – Parece que eu vou passar essa doença pra todo mundo!
–Shhhhh, para com isso Mione! – disse Harry, se aproximando da garota
Hermione chorava cada vez mais. Sra. Granger se virou para o outro lado do quarto. Harry começou a acariciar a cabeça de Hermione, seus olhos começaram a marejar, não conseguia ver a garota naquele estado. A porta se abre e, por ela, entram Tereza e o médico. Quando vêem Hermione naquele estado, perguntam:
–O que aconteceu com ela?
–Doutor, eu queria saber uma coisa! – diz Hermione, chorando muito ainda
–O que Hermione, pode dizer! – disse o médico
–Primeiro, posso te chamar pelo seu nome? – perguntou a garota
–Claro, meu nome é César! – disse o médico
–César, eu estou morrendo e não estou sabendo? – perguntou Hermione
–Claro que não, o tratamento está sendo um sucesso! – respondeu César
–Mas eu posso morrer ainda, não é? – perguntou Hermione – Eu ainda tenho chances de morrer, não tenho?
Nesse momento, todos que estavam no quarto trocaram olhares de tristeza. Hermione começou a chorar ainda mais com isso. Ela disse:
–Não precisa me responder, eu sei que tenho, eu sei que vou morrer!
–Mione, para com isso! – disse Harry
–Harry, você sabe de alguma coisa que eu não sei, eu sinto isso! – disse Hermione – Eu sei que vou morrer!
–Mione, para com isso, por favor! – dizia Harry.
Finalmente, Hermione parou de falar besteiras de que iria morrer. César voltou a dizer:
–Bem, qualquer coisa, pode me chamar, está bem?
Hermione respondeu com um aceno de cabeça. César e Tereza saíram do quarto. Hermione olhava de Harry para sua mãe, de sua mãe para Harry, até que disse:
–Desculpa por eu ter falado aquelas besteiras!
–Magina Mione, você tem que descansar! – disse Harry.
Hermione não conseguiu falar nada, pois teve outro enjôo. Harry, mais do que rápido, pegou a bacia de aço e colocou em baixo da cabeça da garota. Novamente, ela vomitou branco dentro dele. Quando terminou, Harry retirou a bacia debaixo da cabeça da garota e a colocou em cima da mesinha ao lado. Sra. Granger pegou a bacia e a levou para o banheiro, limpá-la. Hermione perguntou:
–Harry, até quando vai isso?
–Não sei Mione, mas vai ser rápido, tenha certeza disso! – respondeu Harry.
Quando Sra. Granger voltou do banheiro, ela colocou a bacia em cima da mesinha e foi para a frente da filha, Hermione começou a dizer uma história. Surpreendente e emocionante.
–Um dia, eu estava lendo um caso, aqui da Inglaterra mesmo, de uma garota, da minha idade que ficou... Que ficou com a mesma doença que eu, o melhor amigo dela, da mesma idade dela fez o exame de sangue, ele era compatível, doou parte da medula pra ela e hoje ela está casada com ele, com três filhos!
–Co-como? – perguntou Harry
–Isso Harry, o melhor amigo dela salvou a vida dela! – repetiu Hermione – Se eu precisar de um doador, você fazia isso por mim, não fazia?
–Claro Mione, você sabe que você é minha melhor amiga, não sabe? – perguntou Harry.
Hermione abriu seus braços, como se esperasse um abraço. Harry foi até ela e a abraçou. Harry percebeu que a garota voltara a chorar, mas agora, de emoção. Nesse momento, a porta se abre e, por ela, entram Sr. Granger e Henri. Sra. Granger faz sinal para eles entrarem rápido. Quando Sr. Granger e Henri estavam ao lado de Sra. Granger, Hermione olhou para frente. Quando viu seu pai, ela disse:
–Pai! Você veio me ver!
–Claro minha filha, claro! – respondeu Sr. Granger
–Você nunca vinha me ver! – disse Hermione
–Esqueça isso minha filha! – disse Sr. Granger – O importante é que eu vim te ver! Você está melhor?
Hermione respondeu negativamente com a cabeça. Ela disse:
–Os enjôos começaram! Logo meu cabelo vai começar a cair!
–Em alguns casos não cai, é muito raro, mas acontece que não cai nem um fio! – disse Sr. Granger
–Será que o meu vai ser um desses? – perguntou Hermione
–Claro que vai! – respondeu Sr. Granger – Você vai ter esse cabelo lindo pra sempre!
Hermione deu um sorriso e olhou para todos que estavam no quarto. Harry, sem entender o que a garota fizera, perguntou:
–Mione, porque você fez isso?
–Eu sei que não vou agüentar até o final do tratamento! – respondeu a garota, fechando os olhos, uma lágrima ameaçando a rolar por seu rosto – Quis dar uma olhada em todo mundo junto, ficar como uma foto na memória, para me lembrar de vocês quando eu...
–Mione, para com isso! – disse Henri, já assustado com a prima – Assim, você não se ajuda!
–É verdade o que o seu primo falou Mione – disse Harry – Você não vai nada!
–Bem, acho que tenho que ir para casa! – disse Sra. Granger – Vamos querido?
–Claro, claro – respondeu Sr. Granger – Minha filha, se cuida, tá bem?
–Tá bom pai! – respondeu Hermione, sorrindo
–Henri, vamos? – perguntou Sra. Granger
–Sim, vamos deixar os dois namorarem em paz! – respondeu Henri, tentando animar Hermione, e conseguiu
–Henri, cala a boca! – disse Hermione, rindo e dando um tapinha no primo
–Bem, chega de brincadeiras, a Hermione tem que descansar agora! – disse Tereza, entrando no quarto
–Tchau filha, se cuida! – disse Sra. Granger, indo até a filha e dando um beijo em sua testa.
Sra. Granger, Sr. Granger e Henri saíram do quarto. Tereza arrumou as cobertas de Hermione e ela fechou os olhos, tentando dormir um pouco, mesmo sendo de manhã ainda. Quando acabou de ajeitar as cobertas de Hermione, Tereza foi até Harry e disse:
–Harry, vai comer alguma coisa, eu fico aqui com ela, depois você volta pra cá!
–Tá bom, eu vou comer algo então! – disse Harry, e se dirigiu a porta do quarto.
Quando Harry saiu do quarto, foi diretamente para a lanchonete. Quando chegou lá, ele nem pensou em comida, se sentou em uma mesa, apoiou a cabeça em suas mãos e começou a refletir: Hermione já lhe ajudou em tantas coisas, e, com certeza, ainda vai ajudar, e muitas, mas ele raramente a ajuda. Como ele poderia ajudá-la agora? Logo, as palavras do médico voltaram em sua cabeça, o que Hermione dissera também voltara. Quando pensara muito, ele já sabia como e o que fazer para ajudar Hermione, ele só estava esperando o momento certo.
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