Sete anos.
Sete anos, e as pessoas tem medo de mim. Andava sozinha pelo parquinho, minha mãe conversando com outras mães. Um garoto brincava no balanço, pensei em ir falar com ele... Nunca tinha o visto por ali, provavelmente não saberia de nada sobre mim. Tava chegando perto dele, quando um garoto chegou correndo e gritando:
-SIIIIIRIUUUS! – O garoto do balanço sorriu.
-Remo! – Ergueu uma mão e o garoto que veio correndo bateu.
Comecei a sair dali discretamente, e fui pro outro parquinho, do outro lado. Dois já é demais pra um dia só, quem sabe amanhã. Subi no escorregador e sentei ali, olhando pros dois garotos. Sirius tinha os olhos azuis, quase cinza, cabelo preto e bagunçado, sorriso torto. Usava uma camiseta do Batman e uma calça jeans preta, all star vermelho, iguais aos meus. Remo tinha cabelos castanhos, olhos dourados. Camiseta do Super-Homem, calça de moletom cinza, tênis surrados.
Eles riam e corriam juntos, era engraçado. Tinha vontade de me juntar a eles.
-Hey! Garota! Ou, das trancinhas! Olha pra cá! – O garoto, Sirius, olhava e acenava pra mim, pulando. – Vem brincar com a gente! – Os dois sorriam.
Desci pelo escorregador, batendo com os pés na terra barrenta. Andei até eles bem devagar, o que eles queriam comigo?
-Eu?
-ÉÉÉÉ! Tá vendo outra garota com trancinhas por aqui? – Eu sorri de canto. –Então, qual seu nome?
-Marlene. E o de vocês?
-Remo! – O dos olhos dourados fez um reverencia.
-Sirius. – O moreno que me chamou sorriu. Correu até mim e tocou no meu ombro. – Tá com você! – E saiu correndo enquanto ria. Eu fui atrás dele e em pouco tempo brincávamos como se nos conhecêssemos há séculos. Era bom ficar com eles. Brincamos de pega-pega a tarde toda, até cair exaustos na terra do parquinho.
-Porque eu nunca vi vocês por aqui? – Perguntei deitada de olhos fechados, apoiando os pés num tronco de arvore, meu velho all-star vermelho de cano, completamente imundo e surrado com a sola pra cima.
-Eu me mudei pra cá faz dois dias. – Sirius respondeu.
-Eu moro aqui faz dois meses. Descobri o parquinho ontem. Sirius é meu vizinho. – Remo completou.
Eu ia responder quando a pessoa que eu mais odeio no mundo, Lucio Malfoy, um mimadinho nojento de nove anos, e cabelo loiro lambido resolveu aparecer.
-Ora ora, olá pequena McKinnon.
-Sai daqui Malfoy. – Respondi me levantando. Sirius e Remo levantaram atrás de mim, as testas franzidas.
-Só vim conversar.
-Não. Você veio me provocar, pra que eu revidasse, nós dois brigássemos, e eu quebrasse seu braço de novo. – Sorri torto arrumando minha camiseta larga demais.
-Tá legal, eu não vim conversar. Eu vim perguntar o que dois garotos aparentemente novos e legais, fazem conversando com alguém como você?
-Como assim, como ela? – Remo perguntou.
-Ela não contou nada? Não contou como quebrou meu braço, não contou sobre as brigas na rua?
-Cala a boca! – Disse. Ele não podia fazer isso. Ele iria afastar aqueles garotos de mim como tinha feito com todos os outros. E eu ficaria sozinha, de novo, apenas com o James. Meu primo, melhor amigo, meu único amigo. Ele me ignorou.
-Não contou nada? Das advertências, detenções? Ela só tem sete aninhos! Imagina o que faria com, sei lá, treze?! – Ele ria, como se realmente se divertisse.
-CALA A BOA MALFOY! – Ele me olhou, surpreso. – Cala. A. Boca.
-Pelo visto a pequena McKinnon não contou o quanto ela é má...
Os garotos olhavam de um pro outro, sem saber em quem acreditar.
-Eu não sou má. Vocês me provocam. – Fechei os punhos, tentando me controlar e não bater nele.
-Ela já quebrou meu braço duas vezes, mordeu e arranhou meus amigos, foi pra detenção umas quatro vezes, e levou advertência outras tantas...
- EU JÁ DISSE QUE FIZ TUDO ISSO PORQUE VOCÊS PROVOCARAM! O JAMES É UMA PROVA DISSO!
-Claro... Seu priminho James. – Ele sorriu. – Que faz tudo o que você pede.
Eu estava me controlando pra não bater nele, e quebrar o braço dele pela terceira vez. Ele voltou a falar com os garotos:
-Vocês deveriam saber que aqui no bairro existem algumas pessoas mais... Interessantes e melhores pra se conviver do que outras. Se quiserem, posso ajudar a chegar nelas.
MALFOY SEU MALDITO! Isso não é pensamento pra uma pobre garotinha de sete anos, mas quem liga?
-Sinceramente? – Remo perguntou cruzando os braços. – Você fala sério?
-É. – Sirius cruzou os braços também. – Porque se falar, acho que nós dois já percebemos quem são as pessoas mais interessantes e melhores pra conviver aqui.
-E você com certeza não se encaixa em nenhuma dessas categorias. – Eles completaram juntos e eu sorri.
Malfoy virou e saiu andando, como se nada tivesse acontecido, mas percebi ele fechando os punhos mais pra frente no caminho.
-Então, a pequena Marlene é má mesmo? – Sirius perguntou sorrindo.
(N/A: Depois de uns cinco anos, eu resolvo tomar vergonha na cara e escrever a nota HSUAHSAU' Vamo lá então:
Pra quem não percebeu lá no menu, a fic é dedicada pra linda da Miiih McKinnon, que é uma linda que dedica fics pra mim, escreve bem pra caralho, e compartilha comigo um estranha obsessão por fics SM HSUASHAU'
Sim, aquela parte do Malfoy e do Remo e do Six foi inspirada no filme HP e a Pedra Filosofal, quando o Harry e o Rony conhecem o Draquinho.
Se você leu até aqui e quer ler mais fics SM, passa no meu perfil e escolhe :3 Ou não... Enfim. Beijo, se cuidem, obrigada por lerem, Ju B.)
Comentários (3)
Amando o seu jeitinho de escrever. <33
2012-08-08Amei de verdade !!!!!
2012-07-17VELHO, QUE FODAAA!!!!*- -*OK, EU LEMBREI DE QUANDO EU FICAVA BATENDO E XINGANDO A MULECADA NA RUA POR ME ZUAR, MAS ENFIM...VOCÊ TEM QUE ESCREVER MAIS!!!! S ENÃO EU VO AI NA SUA CASA E FAÇO VOCÊ ESCREVER A FORÇA U.UkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkSério, escreve mais logo, please!!Vo fica esperando!!Bjs e 'Té mais!!(Ja postei o cap. na minha fic!!)
2012-01-22