A batalha final
Já era hora do almoço quando todos os alunos estavam reunidos no saguão de entrada. Cada um com sua varinha em punho, olhando para o horizonte que se estendia sobre o lago dos sereianos. Haviam murmurinhos aqui e ali, mas nada que mostrasse o nervosismo do exército de alunos. Todos estavam concentrados, repassando em suas mentes o plano que Rony explicara diversas vezes. Atrás dos alunos, ocupando todo o salão principal estavam os Leprechaus e os elfos domésticos.
Harry estava na frente de todos! No topo da escada da entrada olhando fixamente para o céu. Ao seu lado estavam Rony, Dumbleodore, Lupin e o Arthur Wealey. Atrás deles estavam o resto da Ordem de Fênix. A todo o momento chegavam retardatários e se colocavam entre os alunos de acordo com suas posições estratégicas.
Passado alguns minutos Harry se distanciou um pouco se colocando nos primeiros degraus da escada. Esse movimento lhe permitiu ver uma movimentação vinda do jardim próxima ao muro lateral direito do castelo. Era Hemione, que vinha rapidamente após voltar da cabana de Hagrid. Harry a observou! A expressão do rosto de Hermione era impassível e quando a garota se aproximou de Harry, seu olhar era escuro, sem emoção!
-- Hagrid partiu ontem à noite e nos deixou um recado. Ele prometeu que estará aqui na hora combinada. Não se preocupe! – disse Hermione como se estivesse citando um texto decorado.
A garota virou as costas, mas antes que se distanciasse Harry a segurou, tomando sua mão!
-- Não faz isso, Mione! Por favor,... – Harry apertou a mão da garota tentando passar toda a angustia e tristeza que a indiferença e frieza dela o impunha.
Hermione voltou-se para Harry calmamente pronta para retrucar-lhe, magoada, que só estava fazendo o que ele pediu, mas seus olhos a desarmaram. Harry estava sofrendo e só havia uma coisa que poderia acabar com isso! Sem dizer uma palavra ela esticou a mão e segurou-lhe a nuca. Em pouco tempo seus lábios tocaram os dele e ela o beijou com carinho. Harry não esperava por aquilo, mas era exatamente do que precisava. Por um momento esqueceu que estava na frente da escola inteira e respondeu ao beijo com todo o amor que possuía. Era um amor impossível de reprimir ou esconder e só podia ser expresso pela paixão contida em suas bocas unidas. Após um tempo que pareceu muito longo, Hermione se distanciou de Harry e, encostando sua testa na dele, disse quase em um sussurro:
-- Pronto! Não há mais nada que possamos fazer agora. Eu te amo e sou correspondida, todos já sabem. E eu não sou melhor do que ninguém, por isso!
Harry a olhava sério. Penetrava seus olhos com um profundo conhecimento de sua alma e compreendeu que ela estava certa. Seria como querer esconder sua admiração por Dumbledore, ou seu amor por Rony e a família Weasly. Ele sorriu, mas logo percebeu a gravidade da situação. Poderia perder a todos.
Gritos foram ouvidos e o barulho de uma bomba estremeceu o chão. Harry e Hermione olharam para cima e viram a marca negra! A batalha iria começar! Harry olhou para Hermione e deu-lhe um beijo rápido nos lábios, se virou para o exército atrás de si, segurando a mão de Hermione e berrou!
- SIGAM-ME!
Como zangões de guerra os alunos obedeceram! Andavam sincronizados atráz dos professores que seguiam o casal, formando fileiras como as legiões romanas. Sem hesitação todos sabiam exatamente o que fazer. Seguiram pelo jardim, contornaram o lago e chegaram à quadra de quadribol. Ao atingirem o final da quadra, os leprechaus mudaram o rumo e seguiram para perto da cabana de Hagrid. Ninguém estranhou, tudo ia como o planejado. Os demais seguiram Harry e contornaram os fundos do castelo. Estavam indo para o cemitério! Os gêmeos Weasley desviaram para o campo de quadribol com um grupo de alunos logo após acenarem com a cabeça para Rony. Naquele momento Rony não era mais o irmão caçula e desajeitado dos Weasley, ele era o comandante!
Os alunos que acompanhavam Harry apertavam sua varinha com força à medida que se aproximavam do cemitério. Ao chegarem ao local onde Hermione foi mantida cativa diminuiram o passo. Passaram pelo mausoléu e depararam com um amplo gramado. Lá, estavam! Os comensais com suas longas capas pretas, cercados por bruxos cujas as feições lembravam dementes psicopatas e Voldemort ao centro!
-- POTTER! – Voldemort berrou e logo em seguida sorriu dizendo sem mover os lábios, só para que Harry ouvisse. – Estava esperando que apreciasse o meu senso de humor... Achei que gostaria de morrer onde descobriu o amor...
-- Não serei eu que morrerei aqui hoje, Voldemort! – Harry respondeu em voz alta.
-- Você está querendo saber como eu sei sobre seu amor, não é? – Voldemort ainda sussurrava em sua mente. – Eu leio sua mente, Potter. Não se esqueça disso! Posso antever cada passo seu!
-- JUSTIOS!!!! – Dumbleodore e Lupin gritaram apontando suas varinhas para o céu.
Imediatamente, flocos de neve azul inundaram o céu e atingiram cada uma das pessoas que estavam naquele local.
-- Que diabos é isso!!!! – Voldemort olhou para Dumbleodore
--Não haverá lutas injustas da parte de ninguém, Tom! – Dumbleodore olhou Voldemort nos olhos por sobre seu oclinhos de meia lua.
-- Como quiser! – dito isso, Voldemort retirou sua varinha e arremessou Harry para o outro lado do campo. – Ele é meu! Acabem com o resto!
-- HARRY!!!! – os alunos ouviram Hermione berrar, mas ela não pôde chegar até ele, pois uma mão gélida a agarrou e a jogou no chão!
-- Malfoy!! – Hermione olhou seu agressor e pela primeira vez ela percebia que corria ódio em suas veias
Em segundos os comensais atacaram os alunos da fileira da frente, todos caíram no chão gemendo de dor. A Ordem de Fênix realizou um contra feitiço enquanto os alunos de trás lançavam o feitiço “Protectos” em volta de todos, evitando temporariamente novos ataques dos comensais!
Mais para cima, perto do mausoléu onde prenderam Hermione, Harry estava em pé, olhando para Voldemort, esperando...
-- É isso que sabem fazer? Confiou neles para ser seu exército, Potter? – O lord ria extasiado – Esperava coisa melhor... Parece que, ao menos, sua namorada é boa no que faz...
Harry desviou o olhar e viu Hermione atacar Malfoy, jogando-o desarmado do outro lado do campo.
-- Todo aquele ódio contido poderia ser útil para mim no futuro... Ela é realmente muito boa, sabia?
-- Estupendo!!!! – Harry berrou apontando a varinha para Voldemort e desequilibrando-o por um momento – Jamais deixarei você chegar perto dela...
-- Não pode prevenir, sei cada passo seu, você será derrotado. Sei muito bem, que atrás daquela colina estão os Leprechaus! Eles atacarão em breve e não será uma surpresa para os meus comensais...
Assim que terminou de falar essas palavras, os Leprechaus surgiram e atacaram parte dos discípulos de Voldemort, que caíram no chão inertes, como se estivessem presos pr um manto transparente e rígido. Logo em seguida os comensais se viraram e atacaram ao mesmo tempo, porém apontando para direções opostas. Imediatamente todos os Leprechaus foram aprisionados por uma caixa negra e o efeito de seus poderes foi anulado, permitindo que os discípulos imobilizados se erguessem novamente.
-- Não sei se você sabe, Potter, mas os Leprechaus perdem seus poderes no escuro! É pura psicologia do medo. Não podem agir se não vêem.
BUM!!! Uma explosão foi ouvida e tudo ficou escuro. “Os óculos” ouviram Rony gritar. Harry não entendia, mas logo uma mão gentil tocou-lhe a face. “Visionare” Harry ouviu a voz de Ginny próxima à ele e logo pode enxergar. Ele viu, como em uma visão noturna, Ginny, de óculos, sobre sua vassoura. Sobre ela estava George realizando o “Proectus”, sorrindo feliz. Harry então percebeu que eram duas invenções das genialidades Weasley, tanto óculos quanto escuridão. O time de quadribol estava na retaguarda. Rony sabia que Voldemort iria ler a mente de Harry e não contou todos os planos para ele. “Gênio” Harry sorriu...
De repente Harry deu um passo para trás e começou a se sentir mau! Ouviu gritos, não só de sua mãe, agora eram gritos mais familiares, de Hermione e Rony. Viu Luna e Neville serem torturados. Ele caiu de joelhos. Os Dementadores estavam lá!
-- Muito esperto, Potter! Voldemort surgiu à sua frente, mas isso não pode deter a mim! – Ao redor de Harry a escuridão se afastou e Voldemort se aproximou à ponto de enxergar Ginny e George. Harry não hesitou, e lançou uma magia que Hermione lhe ensinara.
-- Venti! – Imediatamente os irmãos Weasley foram arrastados por uma forte rajada de vento, impedindo que Voldemort pronunciasse a tempo uma das maldições imperduáveis.
-- Harry, Harry! Não devia fazer isso estando tão fraco. Meus dementadores estão aqui, você sabe... Pode ouvir a sua mamãe? – o lord debochou. – Quer que eu acabe com seu sofrimento?
Harry ouvia e sabia que se não se recompusesse seria o fim, mas eram muitos dementadores. Será que Rony teria mais uma carta na manga? De repente tudo começou a clarear em sua mente. Não ouvia mais gritos e em poucos segundos avistou claramente o rosto amorfo de Voldemort a sua frente, com a varinha em punho prestes a gritar um feitiço. Para o espanto do bruxo das trevas Harry se ergueu e empunhou sua varinha impedindo o ataque do mago. Como ocorrera dois anos atrás, as duas varinhas formaram um elo e por um fio se mantiveram unidas.
-- Mas, como? – O lord se perguntava assustado. – Os meus dementadores... - Harry olhou para cima e o lord fez o mesmo. Sobre eles estavam Hagrid e os integrantes da Ordem de Fênix, montados em hipogrifos e lançando patronos contra os Dementadores.
-- Hagrid descobriu que os Dementadores não afetam Hipogrifos! Acho que já conhece o Bicuço, não é mesmo? – Harry sorriu pela primeira vez
-- Não pode me vencer, Potter! Sou mais forte que você e sabe disso! Uma hora não suportará enfrentar meus poderes.
-- Ele é mais forte que você! – Harry ouviu uma voz familiar seguida por outra. – Ele só precisa da gente para se dar conta disso!
Harry então sentiu duas mãos enlaçarem suas mãos, que seguravam firmemente sua varinha. De um lado estava Rony sorrindo e do outro Hermione.
-- Você sabe que é capaz! – Rony disse. – Tire suas forças de nós! Somos seus amigos acima de tudo. Confie em nós. Sua força está nos amigos... – Hermione completou sorrindo.
Harry fechou os olhos e pode sentir toda a vibração de seu corpo. Ele sabia que iria desfalecer depois disso, mas não tinha medo. Ele sentia o toque firme da pele das pessoas que mais amava no mundo. Ele estava seguro e em breve todo mundo estaria. Assim, Harry abriu os olhos mais uma vez e berrou o máximo que pode.
-- FINITUS!!!! – uma luz intensa cegou a todos e jogou Voldemort para longe. Harry desfaleceu nos braços dos amigos e escutou Hermione antes de desmaiar... – Você conseguiu, Harry!
Por um momento todos pararam. Os poucos comensais que não foram abatidos pelos alunos jogaram suas varinhas no chão e olharam para cima. No alto do Mausoléu estava o corpo de Voldemort, inerte, sem vida, atravessado pela cruz no topo. Ele podia ser poderoso, mas era acima de tudo um MORTAL...
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