Amor, Doce Amor



- O que? – Harry perguntou para confirmar o que havia escutado.
- Todo mundo ta achando que a Hermione fugiu, por que ela está cega! Você sabia que ela estava cega? Ela mentiu para nós, Harry!
Harry levantou-se de um pulo só e desceu as escadas do dormitório masculino, deixando um Rony surpreso para trás. Lá embaixo, havia já uma grande quantidade de alunas que mencionavam o nome de Hermione.
- Ela está cega mesmo! – algumas diziam.
- Harry! – Harry escutou a voz de Gina chamar a sua atenção, mas não perdeu tempo e começou a subir a escadaria para o dormitório feminino. Quando estava na metade da escada, os degraus se juntaram formando uma rampa, fazendo-o escorregar.
- Não mesmo, arghhh! – disse ele segurando-se com força sobre o assoalho e se arrastando para cima sob o olhar dos alunos lá embaixo. – NÃO MESMO!
Com uma força sobrenatural, Harry conseguiu escalar a escada até o andar acima, fazendo a escada automaticamente voltar ao seu estado normal.
Ele cruzou o corredor até entrar no quarto que Hermione, Lilá e Parvati ocupavam.
- Mione! – ele berrou, arrebentando a porta com um só soco.
- Jesus! – gritaram Lilá e Parvati que estavam sobre uma cama no canto do quarto. Seria a cama de Hermione? – como é que você subiu aqui em cima? – Lilá perguntou aborrecida.
- ONDE ESTÁ HERMIONE? – Harry não perdeu tempo.
- Ela não está. Ela saiu durante a noite e não voltou mais e levou todas as suas coisas. – Desta vez foi Parvati quem respondeu. – Ela disse algo como “diga a Harry para me encontrar na casa dos Gritos”. Que besteira... como se pudéssemos ir a Hogsmeade quando bem entendêssemos!
Harry virou as costas e saiu do quarto escorregando escada-rampa abaixo. Ele passou por Gina e Rony que estavam esperando alguma explicação e continuou a sair.
- Harry, espere! – Gina o agarrou pelas vestes. – Aonde você vai?
- Eu vou atrás de Hermione. Ela não estava muito bem, ontem a noite. Ela precisa de mim, agora.
- Mas e o quadribol? Você esqueceu que o jogo vai começar daqui a pouco? – Gina perguntou – Sem você vamos perder e não vai ser nada legal começar o ano perdendo para a Corvinal.
- Eu não me importo! – disse Harry, virando-se, mas Gina puxou-o novamente.
- Hermione é uma egoísta se pensa que pode monopolizar você para ela. Ela deveria pensar que o jogo é a coisa mais importante para você.
- Hermione é a coisa mais importe para mim, Gina! – Harry gritou. E na sala comunal reinou um silêncio como nunca antes. – É verdade. Eu estou apaixonado por Hermione. Ela é o grande amor da minha vida e precisa de mim neste momento.
Harry virou-se mais uma vez, mas desta vez Gina não o impediu. Ela, como o restante dos alunos, estava surpresa demais para reagir.
A distância entre Harry e a casa dos Gritos nunca foi feita em tão pouco tempo. Harry nem mesmo perdeu tempo em paralisar o salgueiro lutador, achando que ganharia tempo somente desviando dos galhos revoltosos.
Quando chegou ao porão da Casa dos Gritos, percebeu que o aposento estava na penumbra assim como o restante da casa. Pensou se deveria chamar por Hermione, mas achou melhor continuar a procurá-la na escuridão. Tinha medo de pronunciar o seu nome, pois sabia muito bem o que ela estava pretendendo. Ela queria fugir. Queria abandoná-lo e ele não poderia deixá-la ir.
Ele a procurou em cada aposento, em cada quarto, em cada canto. Encontrou-a dormindo serenamente sobre uma cama no segundo andar, onde uma réstia de claridade invadia o quarto através de uma pequena fenda na parede. Era o necessário para iluminar o corpo da garota, dando-lhe uma aparência etérea.
Ao lado da cama estava seu malão. Ela estava preparada para partir.
Ele aproximou-se devagar para não acordá-la e sentou-se no seu lado, acariciando seus cabelos com os dedos.
- Mione....- sussurrou em seus ouvidos, vendo-a despertar com carinho.
- Harry.... – ela balbulciou ao escutar a voz dele, mas seus olhos se abriram para contemplar o vazio. – Eu sabia que viria. Eu precisava vê-lo uma última vez antes de partir.
- Você não vai partir. – Harry ordenou, aproximando-se de seu rosto de forma que seus lábios ficaram a um dedo de distância. Ele olhava para seus olhos, mas sabia que ela não podia vê-lo. – Eu não vou deixá-la ir, Hermione.
- Eu preciso ir, Harry. Vou voltar para meus pais e não vou mais voltar. Eu não posso continuar aqui, por favor, entenda. Eu serei uma inútil nesta guerra que se aproxima, eu só o atrapalharia e estaria frágil demais para defender a mim própria. É isso o que eu sou sem a visão, aquilo que eu sempre odiei nas outras garotas: frágil. E eu não estou preparada para ser frágil, Harry. Eu estou preparada para ser uma guerreira. Não entende?
Harry sabia o que tinha que fazer para mantê-la ali. Somente seduzindo-a ele conseguiria fazê-la ficar. Ele sabia que o melhor era deixá-la ir, mas a necessidade que ele tinha dela era maior do que sua razão.
- Você é minha, Hermione. – Harry disse, colocando uma de suas mãos sobre a cintura dela. Ele percebeu que a respiração dela ficou profunda.
- Harry, não faça o que estou pensando que vai fazer.
- Impeça-me então!
Com a ponta dos dedos ele seguiu da cintura até o pescoço de Hermione, enquanto sentia a respiração irregular da garota que amava. Ele seguiu acariciando-a pelo rosto até chegar a seus olhos: então beijou-os docemente.
- Eu queria poder fazê-los abrir, Hermione. Não para que você pudesse lutar a meu lado contra Voldemort, mas para que você pudesse enxergar em meus olhos a paixão que eu sinto por você.
- Harry.... – Hermione gemeu e do canto de seus olhos, agora fechados, escapou uma lágrima que Harry fez questão de secar com os lábios e continuou o contato de seus lábios com o rosto macio de Hermione.
- Harry, por favor.... – Hermione tentava lutar, mas não tinha forças. O corpo de Harry aproximava-se cada vez mais do seu. Ele a apertava e ao mesmo tempo era tão suave! Ela o queria tanto, mas tinha medo. Tinha medo de abrir seu coração para Harry, pois sabia que não o teria novamente e porque Harry podia fazê-la sofrer demais. Ela sabia que Gina o amava e pensava se o que Harry sentia por Gina não era amor. Talvez.... ó Deus... talvez ele esteja comigo apenas por pena.
- Harry, não! – Hermione colocou as duas mãos no peito de Harry e tentou afastá-lo.
- Não, Hermione! – Disse, Harry, tirando uma das mãos de Hermione de seu peito e levando-a até a boca. – Eu já lhe disse: você é minha! – e beijou a palma da mão.
Ele guiou a sua mão até seu rosto e fez com que ela o acariciasse.
- Você consegue sentir o que eu estou sentindo, Hermione? Eu te amo. Você sempre esteve do meu lado e eu nunca te enxerguei. Você precisou ficar cega para que eu percebesse o quão profundo o meu amor é por você.
E com paixão ele tornou a distância entre seus lábios inexistente. A ternura e o amor profundo que ele sentia por ela pareciam emanar de seu corpo, transpassando-o para o dela. Ela o enlaçou e o para si e se entregou ao beijo, sabendo que em breve entregaria muito mais do que seus lábios a ele: entregaria seu coração e sua alma. Não havia mais retorno. Ele seria dela e ela, dele.
- Você é minha, Hermione. – Harry balbuciava com carinho em seu ouvido.
- Harry.... – ela gemia, mas não o impedia.
Ele a cativou de uma forma que Hermione jamais pudesse supor e o amor que os uniu foi mais forte do que a atração que um sentia pelo outro. Ela o amava. Ele a amava. Havia alguma coisa que pudesse separá-los?

Havia! Algumas horas mais tarde, um novo grito ecoaria na Casa dos Gritos.

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