A Magia e a Política



Quando Harry e Gina conversavam, Cornelius Fudge aproximou-se sem que Harry percebesse.

- Harry! – disse o ministro, dando-lhe tapinhas nas costas – Srta. Weasley, como vai?

Gina resmungou algo parecido com “vou bem”, mas não saiu do lado de Harry.

- Parabéns pela sua proeza, Harry, muito bom, muito bom mesmo! Resgatou todos os alunos do expresso de Hogwarts e ainda atrasou os dementadores.... Nossa! Amanhã sairá uma grande reportagem no Diário Profeta, com detalhes.

- Engraçado, não consigo ficar tão alegre com a “minha proeza”, uma vez que a proeza dos dementadores atacando o expresso, que todos julgavam seguro, foi ainda maior.

O ministro pareceu um pouco surpreso com a agressividade de Harry, mas não se indispôs.

- Neste tempo tenebroso quando coisas ruins começam a acontecer com freqüência, é importante para o povo ter alguém em qual se possa depositar esperanças. Você é esse alguém, Harry, e devemos explorar isto. O mundo da política é assim mesmo.

Harry já estava aborrecido com a presença de Fudge ali. Preferiria mil vezes conversar com Gina sobre Hermione do que discutir política com o ministro.

- Gina, será que nós podemos convers...

O ministro deu uma risadinha.

- Claro, claro. Vocês querem ficar juntinhos, hã? – disse o ministro com um sorrisinho maroto. – é uma boa coisa, Harry. Há dois anos atrás quando o Profeta Diário divulgou o seu namoro com a Hermione, devo dizer que não gostei muito. Não que Hermione não seja boa... claro que é.

- Do que está falando? – Harry perguntou, já irritado – Eu e Mione nunca namoramos, nem eu a Gin...

- Mas a srta. Gina é bem melhor. – Disse Fudge sem escutar - Além de vir de uma família onde muitos membros já têm carreira política, Gina não é sangue-ruim...

O ministro parou no mesmo instante. O olhar lancinante de Harry para ele o fez parar. Ele, é claro, percebeu que havia falado a coisa erra.

- Bom.... então é isso... vou indo. Até mais, Harry, Srta. Weasley! – disse, descendo as escadas, mas antes de descer totalmente virou uma vez mais para trás – O mundo da política é cruel, Harry, e nós precisamos pensar no que é melhor. Você é muito popular, deve pensar em construir uma carreira política....



Quando o ministro finalmente partiu, Harry subiu as escadas ao lado de uma Gina muito constrangida.

- Harry, desculpe se fiz o ministro pensar que somos...

- Ah... tudo bem. Sinceramente, o ministro é um babaca. Ele quer passar a impressão de que tudo está perfeitamente bem, quando tudo, na verdade, está desabando sobre os ombros dele. Na minha opinião, ele não vai durar muito tempo. Acho que Dumbledore terá que assumir o posto no fim.

- Ah... bem... sabe... eu concordo em parte com o que ele diz.

Harry olhou surpreso para Gina, um pouco decepcionado.

- Deixe-me explicar: você é popular, e é interessante ter alguém assim como líder, para liderar o mundo mágico numa possível guerra.

- Olha, Gina. Eu não sei se posso concordar com isso. Afinal de contas, não gostei nada do que ele falou da Mione. Uma pessoa que pensa que apóia uma política baseada no preconceito não é um bom político para mim.

- Mas você será, Harry: porque apesar do seu poder e da sua influência, você não tem nenhum preconceito. A sua forte amizade com Mione já nos diz isso.

- Eu não sei se quero ser um político ou não. No momento, só o que me preocupa é Hermione!

Quando o casal atravessou a porta para a torre da grifinória, a sala comunal estava numa desordem total. Rony e os outros já a haviam alcançado antes deles.

- Viu só, Harry! –disse Rony, balançando com entusiasmo um pergaminho – Eu consegui! Tirei as notas necessárias para ser um auror. A sua carta está sobre a escrivaninha.

Harry e Gina, de mãos dadas, abriram caminho na multidão, metade entusiasmada por seu desempenho, e a outra medade desanimada, para alcançar a escrivaninha. Havia somente duas cartas ali em cima: uma para Harry, e a outra para Hermione.

Harry abriu a carta imediatamente.

- E então, Harry, conseguiu? – Gina perguntou, os olhos brilhando de curiosidade.



Na manhã seguinte, antes mesmo do sol surgir, Harry desceu a torre da grifinória o mais rápido possível para ir a ala hospitalar. Quando chegou ao destino, Hermione arrumava as últimas dobras no lençol.

- Bom dia, Harry!

- Bom dia.... você já obteve alta?

- Já sim! – disse Hermione com um sorriso que Harry achou muito gratificante, mesmo os olhos, sem muito foco, pareciam brilhar. – Como é bom estar em Hogwarts! As férias são excelentes, mas fico contando os minutos até chegar aqui.

- Olha o que eu trouxe! – disse Harry, mostrando a carta com os resultados dos NOMs de Hermione.

Hermione aproximou-se de Harry e engatou seu braço no dele.

- Abra para mim.

- Claro! – disse Harry, sorrindo, lembrando-se então da condição de Hermione. Ele rasgou a carta impacientemente para ler o resultado.

- NOSSA! – disse ele surpreso – VOCÊ OBTEVE EXCELENTE EM TUDO!

Hermione sorriu e encostou a cabeça no ombro de Harry.

- E você, Harry?

- Bom... quase fiquei em Poções, mas consegui. Claro, reprovei em adivinhação e astronomia, mas mesmo assim, eu poderei ser um auror. E você, Mione, já decidiu o que vai ser.

- Já sim: vou ser uma auror.

Harry ficou muito feliz em escutar isso. Uma felicidade que não imaginava poder sentir. A escolha de Hermione em se tornar uma auror significava não somente que iriam compartilhar as mesmas matérias nos últimos dois anos em Hogwarts como poderiam um dia trabalhar juntos. Isto seria muito legal, pensou Harry, animado.

- Me acompanha até o salão principal? – perguntou Hermione, ainda como o braço engatado no de Harry.

- Claro! – disse Harry, sorrindo, por ver Hermione bem melhor e animada.



Quando chegaram ao salão principal, a maioria dos alunos ainda estava se instalando. Harry guiou Hermione com cuidado pelos corredores, mas evitando parecer exageradamente preocupado, afinal, ninguém ainda sabia que Hermione estava cega e assim continuaria a ser, até que Hermione mesmo, decidisse o contrário.

Quando finalmente começaram a comer, algumas corujas mergulharam entregando as cartas do dia.

Para a preocupação de Harry, Hermione recebeu uma cópia do Profeta Diário.

- Ei, Hermione? Não vai ler o Profeta? – perguntou Rony insensivelmente quando Hermione hesitou em abrir.

Harry percebeu que Hermione ficara nervosa com a pressão de Rony, sua mão tremia enquanto tentava desesperadamente focar as palavras à sua frente.

Harry instintivamente, arrancou o jornal da mão de Hermione e o jogou no chão, escandalosamente. Assim, pensou ele, chamaria a atenção para si ao invés dela.

- Você está louco, Harry? – perguntou Rony, esquecendo-se de Hermione.

- Quem precisa ler esta porcaria mesmo. O ministro já me contou o que ia sair hoje – disse enquanto Rony pegava o jornal e lia a primeira manchete. – Ele falou que o jornal ia colocar que o que eu fiz ontem foi heróico e um monte de balelas sem importância.

- Não é bem isso! – falou Rony, irritado – Que eles falam de você como se fosse um herói, isso é verdade, mas não gostei nada do restante, VEJA SÓ:



“HEROI HARRY POTTER SALVA ALUNOS DE ATAQUE DE DEMENTADORES



Ontem, os alunos de Hogwarts tiveram uma péssima viagem de Londres até Hogwarts.

A viagem anual realizada através do Expresso de Hogwarts foi palco de horror e medo numa emboscada mal sucedida de Dementadores graças a presença líder de Harry Potter que conseguiu escapar ileso. “Harry Potter nos avisou que os Dementadores estavam atacando”, testemunha Carol Simons, aluna do primeiro ano, “Ele mandou que saíssemos todos, enquanto atrasava os dementadores”.

A escapada heróica foi apenas o primeiro episódio de horror que os alunos de Hogwarts sofreram. A caminhada dos alunos até Hogwarts foi novamente interrompida por um novo ataque, onde Harry Potter ficou para trás para proteger a todos os alunos.

Harry Potter revelou-se brilhante neste ataque, destacando-se como um grande líder.

Sua força e caráter chamam a atenção de todas as pessoas do mundo mágico, sejam elas crianças ou jovens.

O próprio Ministro, em entrevista incluída na página 2 desta edição, revela que Harry será um futuro político, talvez chegando até a ser o novo ministro da Magia. “O namoro de Harry com Gina Weasley prova que além de sensato, Harry Potter tem conexões sábias no mundo mágico. Agora só falta sabermos quando o noivado será marcado....”, comenta o Ministro....”



- Que estória é essa de você estar namorando a minha irmã? – perguntou Rony para Harry.

Harry estava perplexo, certamente aquilo era uma invenção do próprio ministro, que queria desesperamente criar um mito em vez de encarar a guerra com responsabilidade.

- Rony, eu....

Rony não esperou que ele terminasse, apenas levantou-se e, aproximando-se de Gina que estava um pouco afastada naquela manhã, sentou-se ao lado dela.

- Ora essa.... – Harry olhou irritado para Rony e depois virou-se para Hermione. Por um momento ele imaginou que ela estaria rindo da manchete absurda, mas ela parecia triste e desamparada.

- Mione?

- Ah? Que? – Ela disse, fingindo-se distraída. Seu rosto ficou levemente ruborizado.

- Você não achou a manchete absurda? – Harry perguntou, desejando que Hermione acreditasse nele.

- Claro, Harry! Claro! – disse, calmamente, mas levantou-se em seguida. – Eu vou subir, preciso preparar a minha mala, antes das aulas começaram. A nossa primeira aula é poções, então é melhor eu ir logo para não me atrasar.

- Quer que eu te acompanhe? – Harry perguntou, mas arrependeu-se no mesmo instante.

- CLARO QUE NÃO! – Hermione respondeu, rispidamente. – Eu posso caminhar sozinho. Talvez Gina prefira a sua companhia, agora.



Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.