A Mansão dos Malfoy, Wiltshire
- CAPÍTULO TERCEIRO -
A Mansão dos Malfoy, Wiltshire.
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Desde a queda de Lord Voldemort, sobraram-se poucos Comensais da Morte livres para contar a história. Presos, capturados, desaparecidos, cada um terminava de um jeito. E Lúcio Malfoy terminou preso novamente. Desde então, a família Malfoy passou a ser perseguida pelo ministério, acusada de praticar e possuir instrumentos de Magia Negra.
O fim da família seria óbvio se não fosse a própria reação deles. Para confirmar uma culpa já prevista por todos, Narcisa Malfoy simplesmente desapareceu da Grã-Bretanha na véspera da inspeção à sua casa. Ela levara o máximo de bens que conseguiu e ninguém sabia como ela conseguira realizar tal feito, uma vez que os Malfoy estavam sendo fortemente vigiados.
O único herdeiro, Draco Malfoy, estava noivo de Pansy Parkinson desde pouco antes o Lord das Trevas ser derrotado por Harry Potter. O casamento deles seria o símbolo da vitória das Trevas sobre o mundo da magia. Seria um agradável pretexto para que todos os Comensais comemorassem o triunfo de seu mestre.
O plano afundou, mas o noivado não foi desfeito.
Os Malfoy tiveram seus bens confiscados, a casa ficou em observação e conseqüentemente desabitada. Draco viveu na casa dos Parkinson por um longo período. Pansy fizera questão de amparar o noivo, à contra-gosto da mãe era verdade, mas o Sr. Parkinson nutria uma afeição involuntária a Draco, e mesmo a situação irregular do rapaz perante o ministério não fora capaz de mudar isso.
Até o dia em que veio o veredicto. Draco Malfoy estaria em observação até que acontecesse o seu julgamento, uma vez que já era – por assim dizer – um caso público o envolvimento dos Malfoy com as Artes das Trevas, e a atividade de pai e filho como Comensais da Morte.
Ele já estava condenado a Azkaban...
Mas não, Draco não era como Lúcio. Era um Malfoy, contudo o sangue dos Black também corria por suas veias... Salvou o seu orgulho e a sua pele.
Fugiu.
Era uma madrugada de terça-feira, cinco semanas depois da fuga de Draco Malfoy. A mansão de sua família estava sendo observada, naquela madrugada, por um par de olhos profundamente negros, olhos grandes, de uma pessoa que se encontrava totalmente solitária por aquelas ruas frias e sombrias de Wiltshire.
Encolhendo-se no próprio casaco, Parvati Patil estudava uma forma de adentrar aquela casa e começar a primeira investigação de sua vida.
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O luar sombrio daquela noite espalhava todo um semblante espectral sobre a Casa dos Malfoy. Aparentemente, ainda conservava um aspecto bem cuidado e asseado, mas isto se considerasse que estava escuro e que Parvati encontrava-se do lado de fora da casa.
Ela torcia as mãos nos bolsos enquanto rondava lentamente pela extensão de toda a casa. Repassava a cada segundo todo o plano que tinha em mente, fitava cada canto mais uma vez para garantir que estaria sozinha. Mas já não podia mais perder tempo, teria de saber como agir caso houvesse contratempos lá dentro. A sorte não lhe seria má, sua velha e boa intuição rezou. Retirou a varinha do bolso e finalmente agiu.
Aspirou o ar muito fresco e orvalhado do jardim, suas botas faziam ruídos de trituração sobre a grama e sobre o caminho de concreto que terminava na grande porta de entrada. Ela sentiu-se arrepiar quando sua mão tocou a maçaneta. Retirou a mão e sacou a varinha. Um lampejo prateado e a porta se descerrara...
O interior da casa estava mais escuro do que a rua. Através do luar que traspassava as vidraças, Parvati avistou vários candelabros dispostos ao longo das paredes, alguns um pouco acima das lareiras. Todas estas estavam apagadas e vazias em seu interior. A bruxa percebeu que também não havia pó de flú nas vasilhas.
Não restava dúvidas de que se tratava de uma casa enorme, e se Parvati se distraísse em cada canto que pisasse, decerto sairia dali na madrugada seguinte. Olhou o hall ao seu redor; não, pensou ela, talvez não tivesse pistas ali. E mesmo assim, o quarto teria de ser prioridade. O quarto de Draco Malfoy. A bruxa subiu as escadas imediatamente.
Ela apontava a varinha enfeitiçada para todos os cantos que conseguia, na expectativa de espiar o máximo que conseguisse em pouco tempo. Agora teria de acertar qual seria o quarto de Draco Malfoy. Estava mais frio naquele andar de cima, mas o arrepio que Parvati sentiu se deveu às sombras fantasmagóricas de vasos e outros objetos que ali se faziam, pois o luar adentrava com mais força naquele andar.
Não devia ser muito difícil, Draco Malfoy era filho único, e além dele só havia seus pais. Dois quartos, o resto seria de hóspedes.
Parvati abriu o primeiro. A primeira coisa que viu foi uma lareira, e de frente para ela, uma cama de solteiro. Bom sinal. Porém, até agora nada denunciava ser o quarto de Draco, porque na verdade, havia pouquíssimas coisas nele. Um grande armário, um baú, uma escrivaninha, um pequeno espelho rachado no chão e a cama. Parvati reparou que ela estava caprichosamente forrada com lençóis de cetim verde metálico, como se não fosse tocada há muito tempo.
A bruxa se aproximou da cama e alisou-a suavemente com a mão. Foi então que vislumbrou algo detrás do dossel... Era um retrato. Umínfimo retrato escondido de quem ela mais queria que fosse... Mas antes que ela pudesse comemorar internamente aquele pequeno avanço, um grande ruído fez com que ela se sobressaltasse.
Fez-se um repentino clarão vindo da lareira, seguido de um ruído de crepitar de fogo assim como quem viaja pela rede de flú. O retrato caiu das mãos de Parvati; e não houvera tempo de sacar a varinha...
Do interior da lareira, o semblante de alguém alto e esguio fora sendo revelado à medida que se aproximou do meio do quarto. A luz vinda das janelas tornava parcialmente visível as suas feições e os seus cabelos claros...
E os olhos de Parvati encontraram os de Draco Malfoy pela primeira vez desde os tempos em Hogwarts.
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CONTINUA...
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