A Ordem que sobreviveu



Sinopse: O mundo mágico atravessa a Nova Era, livre da sombra do Lord das Trevas. Contudo, seus seguidores ainda não foram totalmente extintos, e os bruxos da geração de Harry Potter ainda terão incontáveis desafios pela frente.



“Foi um encontro secretamente peculiar. Figuras de um passado distante. Velhos desconhecidos.”



...Desconhecidos?







...


Quartel General da Ordem da Fênix – 13 de outubro, sexta-feira.



Os papéis avultavam a grande mesa de mármore negro. Farfalhavam sob pesos de pedra redondos querendo escapar à brisa morna do crepúsculo. À mesa, três pessoas. Uma, escrevendo febrilmente; as outras duas, lendo.



“O relatório está pronto” disse a pessoa que escrevia, Hermione Granger. “Precisamos distribuir as tarefas”



“Mas antes eu quero saber quem vai assumir o caso” disse uma outra moça, Parvati Patil.



“Que caso?”



“O que falávamos ontem”



Hermione se lembrou.



“Bom, o certo é que não tivemos muitos candidatos” ela tamborilou os dedos que escreviam sobre a mesa, pensativa. “Mas tudo indica que o encarregado será mesmo o Neville”



“Neville?” Parvati crispou as sobrancelhas “Ele disse que assumiria?”



“Dizer não disse” Hermione voltou a escrever. “Mas parece que é o que o Harry está planejando para ele. Por que está perguntando?”



Parvati cruzou os dedos na altura do queixo.



“Porque eu ainda espero que Neville não tenha fechado o acordo com o Harry”



Hermione, sentada de frente, ergueu os olhos para ela.



“Espere aí, você não estava envolvida no caso do furto às poções de Veritasserum? Como quer assumir esse outro agora?”



“Alguém pode ocupar o meu lugar, não pode?” Parvati ergueu as sobrancelhas, disse tudo como se fosse uma afirmação muito óbvia.



“Não sei”



Gina Weasley, a terceira pessoa a ocupar a mesa, acabou de sublinhar mais duas frases do seu relatório e se voltou para Parvati, ao lado.



“Parvati, eu não sei se seria prudente ter mais de uma pessoa envolvida no caso de Malfoy”



“Por que não?” fez ela meio surpresa.



“É o projeto, já havíamos planejado assim. Não sei se iriam aprovar...”



“Eu falo com o Harry, se é o problema.” Parvati gesticulou, empilhando os papéis a sua frente. “Além do mais, o próprio Neville pode trocar comigo, não pode?”



“Bom,” suspirou Hermione, umedecendo a ponta da pena no tinteiro. “nesse caso, Parvati, se você conseguir trocar de serviço, avise-me antes do meio dia de amanhã. Eu acabei de fazer o relatório geral da Ordem, e ele vai ser enviado para Dumbledore”



“OK, com sorte eu ainda falo com o Harry hoje à noite.” respondeu Parvati. Ela percebeu, depois, que Gina a fitava.



“Posso saber porquê você quer se envolver na investigação do Malfoy, Parvati?” disparou Gina assim que a morena virou o rosto para ela.



“Pode. Simplesmente porque eu nunca tive chance de fazer investigação antes, desde que eu entrei para a Ordem da Fênix”



Gina ergueu as sobrancelhas, com um risinho de entendimento. Encarou a face impassiva de Parvati e voltou-se para o seu trabalho.



O relógio pendular do escritório anunciou quatro horas e quinze minutos. Hermione finalmente concluíra sua tarefa, e estava organizando os seus pergaminhos enquanto que Parvati fazia o mesmo, enfiando-os em sua pasta de couro negro.



Ela se ergueu logo em seguida de Hermione. Ambas despediram-se de Gina e atravessaram a sala em direção à porta, encontrando Colin Creevey pelo caminho.



...



“Você fez um relatório sobre o caso do Malfoy?”



“É um projeto, Harry, um projeto que bolei com idéias para se descobrir os rastros dele”



Harry Potter e Parvati Patil estavam na cozinha de Grimmauld Place. Era de noite, tarde da noite, e ela sabia que Potter ficava acordado até estas horas. Ele estava sentado, lendo, enquanto Parvati preparava café ao balcão da pia.



“Mas eu tinha prometido ao Neville...”



“Ele já aceitou?” cortou a bruxa, urgente.



Harry sorriu. “Certo... ainda não”



Parvati deu um sorriso ainda maior.



“Então, se a maior interessada aqui sou eu...”



Ela retirou duas xícaras do armário e depositou-as na mesa.



“E o caso do Veritasserum?”



“Falei ainda a pouco com Lilá e ela aceitou assumir o meu lugar.”



Harry fitou Parvati, e em nenhum momento ela parecera mais jovem aos olhos dele. As faces de moreno jambo coradas de expectativa, os olhos negros sempre tão vivos estavam ainda mais brilhantes, deliciosamente esperançosos. Parvati poderia ter lá os seus vinte e um anos, mas para Harry, naquele momento, ela não passaria dos catorze.



“Falarei com Neville mais tarde, então” disse ele, servindo-se de café. “Bom, agora preciso que você venha amanhã, às nove. Vamos conversar sobre tudo o que precisa ser feito, está bem?”



“Como quiser”



E eles sorriram um para o outro.

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