Três
The Script
Sinopse:Separar o que é real do que é fantasia nunca foi problema para Harry Potter. Porque ele seguia a risca sua regra máxima: nunca namorar colegas de trabalho.
Advertências do Capítulo: Universo Alternativo. Isto é, tentativa de Universo Alternativo "total".
One-shot | PG-13 | Português |
Humor | Friendship | Romance
Isso nunca foi betado.
Advertência: Pode conter linguagem obscena.
Disclaimer: Harry Potter e companhia limitada não me pertencem, blablabla. Tudo é da J. K. Rowling e da Warner, whatever.
PREMISSA
Harry Potter e Hermione Granger são grandes amigos e também são atores muito queridos e famosos... Mesmo assim, eles nunca haviam contracenado até esta nova série policial criada por Alvo Dumbledore, denominada Satori, onde são protagonistas. Respectivamente: Dr. Ryan Howard e Agente especial Teresa "Tessa" Mitchell.
Com o passar dos episódios e química inegável dos atores, percebe-se que seus personagens são o que chamamos de "destinados a ser". Harry não é a favor da ideia, mas Hermione sim.
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Capítulo 2
20 de setembro de 2010.
Ela havia se deixado abraçar de lado com um sorriso fácil e tão falso que Harry quase riu, virando os olhos para o homem que a abraçava quase com posse sob os flashes frenéticos das câmeras. Bem, eles tinham que fazer a promoção daquele casal, mas Harry ainda se perguntava quão "boa" seria essa promoção.
-Ei, intruso... – ele ergueu a sobrancelha a tempo de ver Hermione abraçá-lo. – Me tire das mãos dele, por favor. Deus, espero que tenhamos fotos suficientes.
-Eu pensei que estivesse se divertindo – murmurou de volta, zombeteiro, abraçando-a de volta e beijando o topo de sua cabeça.
Hermione se afastou para lhe lançar um olhar oblíquo. – Como você pode ser a mesma pessoa que eu chamava de meu cavaleiro branco?
Ele riu empurrando-a e puxando novamente para dentro da festa finalmente. – Está passando tempo demais com Ginny, está quase tão dramática que ela – Ela fingiu ofensa. - Mas eu prometo me interpor entre Comarc e você.
-Obrigada.
-Eu me pergunto como consegue parecer tão apaixonada por ele frente às câmeras – sussurrava entre dentes enquanto sorria para as câmeras.
-Isso se chama atuar, eu posso te ensinar algum dia – troçou. Em retaliação, ele a apertou na cintura, fazendo-a curvar o rosto contra seu pescoço para esconder o riso, sua mão instintivamente se fechando no peito de seu terno.
-E eu pensando que você era tão a favor de Ryan e Tessa.
-Hei! Só estou seguindo o script. Sabe qual é minha opinião sobre todo o assunto de um "triângulo" inexiste, desde que Ryan e Tessa sequer compartilharam um beijo.
-Quer saber? Eu gosto do brilho maníaco nos seus olhos quando defende a "relação" de nossos personagens.
Ela virou os olhos ignorando sua afirmação. – Você sabe que eles têm potencial, Harry.
Ele suspirou. – Só não me sinto muito confortável com a ideia geral.
-Sou só eu – ela disse suavemente, fechando sua mão na dele. Como se quisesse confortá-lo. Como se eles estivessem novamente no colegial e ela estivesse lhe explicando porque Cho Chang não gostava nenhum pouquinho dela. - E eu prometo não morder, se você não quiser...
Harry riu apesar de si mesmo. Sem vontade de explicar porque achava tão problemático aquele não-envolvimento-envolvido de seus personagens. Não precisava de conforto. Eles eram adultos e atores, pelo amor de Deus. E eram pagos para fazer isso: "amar" e "desamar" – mesmo que de mentira –, todo o tempo.
Ele entendia que, não importava quanto protestasse, Ryan e Tessa seriam um par. Mesmo que - Deus o perdoe - isso levasse dez temporadas.
Antes mesmo das gravações, ainda no teste do elenco, Alvo Dumbledore – autor da série - os escolhera por conta do histórico deles, da amizade de longa data e da vontade que tinham de atuar pela primeira vez juntos. Ele brincou com Harry e Hermione por conta da química absurda que tinham. Mais tarde eles souberam que Alvo os escolhera de propósito.
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14 de Fevereiro 2011.
Harry olhou para as folhas jogadas sobre seu colo com resignação, sorrindo fracamente e meneando a cabeça de forma negativa antes de voltar a atenção para a mulher sua frente.
-Então?
-Aparentemente, vamos ter nosso primeiro beijo na season finale, entre outras coisas...
-Não deveria ficar tão animada, sabe?
–Não seja estraga prazeres, Harry. Depois de meses contracenando com Comarc, não pode realmente me culpar pela mudança de ares, por assim dizer.
Harry bufou zombeteiro. – Como se esta fosse sua real motivação, minha querida.
A mulher inclinou o corpo para frente, para ter seus olhos equiparados aos dele e então sorriu de lado. – Você está certo.
-Hermione...
-É só mais um trabalho, como outro qualquer.
-Não gosto disso.
-Desse jeito parece uma criança birrenta e não o ator renomado que todos admiram, francamente – repreendeu com tranquilidade, sentando-se ao seu lado.
-É patético, eu sei. Mas todas as vezes que penso sobre Ryan e Tess como um casal, lembro de todas as insinuações sobre sermos um casal e o quanto nos causou problemas. O quanto nos causa problemas.
-Talvez devesse parar de provocar tanto em qualquer oportunidade – Hermione brincou.
Harry lhe lançou um olhar ponderativo. – Talvez.
-Podemos fazer isso depois do jantar que me prometeu? Estou faminta – ela não iria levá-lo a sério.
-É dia dos namorados.
Hermione franziu o cenho. – Você tem um encontro?
Harry riu. – Não.
-Qual é o problema?
-Você mais eu, mais restaurante, mais dia dos namorados, a equação perfeita dos...
-Paparazzi – Hermione suspirou. – Talvez pudéssemos ir para minha casa?
-E então, depois de me escravizar na cozinha, podemos ensaiar sobre a finale – Harry zombou. – Que ótimo dia dos namorados.
Hermione ergueu a sobrancelha. – Por que Harry, eu não sabia que gostaria de me beijar tanto assim...
–Você não lê os jornais? Eu quero te beijar desde sempre.
Ela riu, e não pode evitar:
-Minha casa ou a sua?
- O-
Hermione sabia exatamente o que Harry queria dizer com "problemas". Mal podia evitar uma pequena pontada de amargura ao recordar todos seus fracassos amorosos. Uns apenas patéticos demais para se tomar nota... E alguns mais dolorosos que outros.
Como com Ronald Weasley... Ele tinha ciúmes demais e não lidava bem com a sua noiva "agarrando" outro homem, mesmo nada sendo real.
Ele havia muito docemente lhe dito que não poderia mais; que não sabia agir como se não se importasse. Que tentara, mas se continuasse dessa maneira, provavelmente acabaria fazendo algo muito estúpido e ele não queria magoá-la ou perder sua amizade. Desse modo, ele estava terminando com ela. Ironicamente sem o drama esperado para seu relacionamento mais que conturbado.
Não que um fim tão sereno tenha lhe privado das lágrimas. Ela realmente amara Ron. Infelizmente para ele, ela amava mais sua carreira. Ron sempre soube disto e por essa razão nunca a fizera escolher. O homem compreendera que aquele não era a história certa a ser contada, pois merecia muito mais do que ser o segundo lugar na vida de uma pessoa.
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Abril de 2011
A morena lhe lançou um olhar amigável e sorriu ligeiramente antes de se voltar para o diretor; que lhe explicava detalhes da cena. Calma, serena, relaxada.
E secretamente zombando dele, claro. Hermione o havia enlouquecido com o que estava por vir, sobre como ele teria que beijá-la e tocá-la e dizer palavras apaixonadas com olhos quentes... O fazia porque tinha orgulho de ser uma das únicas pessoas que podia fazê-lo desconcertado e corar de vergonha. E porque se divertia em fazê-lo se contorcer em pânico.
Harry já tivera inúmeras beldades em seus braços e proclamara amor levianamente incontáveis vezes frente às câmeras. Mas havia algo muito errado em beijar ou tocar Hermione como se a quisesse, principalmente frente a câmeras. Não tinha certeza do por quê.
O moreno suspirou fazendo sua mente. Decidiu que Hermione não era culpada. Ela não poderia. Não escrevia o roteiro, afinal. E, honestamente, os fãs daquele shipperesperavam pacientemente por aquele momento. Aquela cena. Há séculos.
-Parece que finalmente a Hermione terá o que quer – Ernie, um amigo de gravação, comentou divertido.
Harry franziu o cenho. – Perdão?
-Ela finalmente tem o que quer – o loiro prosseguiu. – Ela é uma defensora do "casal". Desde... Bem, você sabe, sempre.
-Não é verdade, acho que ela queria que sua personagem se acertasse aquele cara do tapa-olho.
Ernie riu virando os olhos, ao se afastar. – Yeah, seu bastardo sortudo. Isso vai ser interessante.
O moreno franziu o cenho, percorrendo com o olhar o local da gravação. "Interessante" não era a palavra que tinha em mente.
- O-
-Você quer seu beijo de boa noite? – o tom dela ligeiramente irônico.
Os lábios de Tessa tocaram os dele e ela se afastou, como se esperando que Ryan tomasse uma atitude. Ele não a decepcionou: a boca dele cobriu a sua.
Harry tentou beijá-la de forma impessoal. De forma profissional. Mas como poderia se Hermione seguia em seu joguete de enlouquecê-lo? Ainda se lembrava dos segundos antes de começarem a gravar:
[Flashback]
-Harry? – ela falou baixinho, para que ninguém além dele a escutasse. – Você pode fazer isso? – os lábios dela tocaram de leve o rosto dele, como se fosse o cumprimento que sempre lhe dispensava. Mas o moreno viu seu sorriso insinuante ao se afastar.
[Fim do Flashback]
Deus, ele sempre tentara ser profissional. Sem qualquer envolvimento com colegas de elenco e em especial com seu par romântico. Porque ele nunca saberia quando era real, sempre haveria a sensação de estar confundindo realidade com ficção. Duas pessoas poderiam sair feridas e comprometer o trabalho que faziam, por mais profissionais que fossem. E ele não poderia arriscar.
-CORTA! Vamos lá pessoal... Vocês têm de demonstrar um pouco mais de entusiasmo, ok? Ou meu pinto será cortado pelos fãs do casal. E ninguém quer isso, não é? – o diretor brincou.
-Desculpe, Sirius.
-Não se desculpe, rapaz. Faça.
Hermione lançou um olhar intrigado ao amigo. – Precisa de treinamento, Harry?
-Muito engraçado, baby girl – o moreno resmungou sob o riso dela.
-Vamos de novo. Silêncio. – Sirius gritou.
Harry fechou os olhos por um instante e quando o abriu estava em seu personagem. Ele deu um passo a frente invadindo o espaço pessoal de Hermione. A morena estava preparada, obviamente, e o fitava com a aura atrevida tão característica de sua personagem. Com um pequeno sorriso, postou as mãos em concha no rosto dela e o homem tornou a beijá-la. Hermione suspirou antes de retribuir, as mãos dela o puxando para perto e imediatamente as mãos de Harry moveram-se de seu rosto para permitir a proximidade. E esse era o beijo que os fãs gostariam de ver.
-E... corta - afastando-se, os morenos se entreolharam sem comentários enquanto esperavam a avaliação do diretor. - Mais entusiasmos gente, por favor!
Harry virou os olhos. – Sério Sirius? O que você quer, que eu a empurre contra a porta e a erga?
-Não é uma má ideia... vamos tentar.
Harry encarou o homem em choque. – Que inferno?
Sirius riu. – Você está certo, a cena requer uma parcela de descontrole.
Quando Harry se voltou para amiga, para pedir ajuda, desde que Sirius totalmente perdera a mente... Percebeu que não teria ajuda. Hermione tinha o sorriso do gato que comera o canário, sua sobrancelha erguida. - Sim, vamos tentar.
Merda.
(Continua)
Comentários (1)
Oh santo Deus! +_______________________________________+ Não demore a atualizar novamente, por favor. Tá perfeito!
2012-06-09