#ÚNICO
~*~
A moto cortava o céu estrelado, com uma velocidade que fazia os cabelos encaracolados do motorista voarem à sua volta. Motorista bastante emburrado, diga-se de passagem. Preocupação e irritação cruzavam o rosto do moreno, fazendo os olhos azuis quase se transformassem em cinza. Aumentou ainda mais a velocidade da moto, não pelo prazer de sentir o vento gelado da noite em seu rosto, mas por que estava com muita pressa. E muito medo.
Pousou no grande jardim, praticamente cavando um grande buraco na grama bem aparada. Sabia que seu pouso irresponsável chamaria a atenção dos empregados para si. Mas ele era Sirius Black, então seria sempre bem vindo à casa dos Potter.
Há minutos atrás, Sirius tinha recebido um patrono do seu melhor amigo. O recado era simples e preocupante: Sirius, estou com problemas. Venha o mais rápido possível para a minha casa. É urgente. Obviamente, Sirius obedeceu e se encontrava agora cruzando o jardim na direção da casa. Entrou pela porta dos fundos, que para seu terror estava destrancada. Será que James fora vítima de um ataque de comensais da morte? Mas a casa estava sem nenhuma violação ou que sofrera um ataque. Com a varinha em punho, Sirius entrou na casa, medo de como poderia encontrar James.
A cozinha estava normal, a única coisa fora do normal era a louça suja. Não era do feitio dos elfos deixarem algo desorganizado. Dando de ombros, Sirius seguiu em frente, atravessando os cômodos e não encontrando nada de anormal. O moreno então seguiu para o andar de cima, com passos leves. O corredor estava escuro, dando uma sensação sombria para uma casa que costumava ser tão alegre.
- Lumus. - sussurrou Sirius. Os olhos azuis percorreram o corredor, tentando achar algo suspeito, mas nada estava fora do lugar. O quarto no final do corredor chamou sua atenção, pois tinha luz saindo pela fresta da porta.
Abriu a porta devagar, o coração batendo acelerado. Havia uma sombra no canto do quarto, passando as folhas de um álbum de fotografias e bebendo uma xícara de chocolate quente. Parecia tranquilo e relaxado, e não um cara que precisava de uma "ajudinha urgente".
James Potter era muito cara de pau.
James ergueu a cabeça, olhando questionador para o amigo, que tinha a respiração acelerada devido à adrenalina que ainda estava pulsando em suas veias. James pressionou os lábios, tentando prender a gargalhada. Embora com a boca fechada, os olhos castanho esverdeados transbordavam diversão.
- Seu filho da mãe. - resmungou Sirius andando na direção do amigo, dando-lhe um tapa na cabeça. O garoto desviou do tapa, fazendo os cabelos pretos balançarem elegantemente. - Achei que estava numa baita encrenca, tipo ferrado de verdade, e não vendo fotos na maior tranquilidade.
- Você lembra o que dizia o patrono que lhe enviei? - perguntou James foleando novamente o álbum.
- Sirius, estou com problemas. Venha o mais rápido possível para a minha casa. É urgente. - disse Sirius, imitando a voz de James.
O garoto ignorou a péssima imitação de Sirius. - Mas eu estou com problemas. E é urgente.
- Desculpe se não consigo ver nada preocupante e urgente numa pessoa vendo um álbum de fotografias e afogando as mágoas no chocolate quente.
James revirou os olhos. - Veja essa foto Sirius.
James empurrou o álbum na direção do amigo, apontando para uma determinada foto. A foto mostrava um casal sorridente trocando um rápido beijo, logo em seguida as testas da ruiva e do moreno coladas, enquanto as pessoas em volta aplaudiam. Sirius engoliu em seco. A foto era conhecida por ele: retratava o dia que Charlus pediu a mão de Dorea em casamento. Charlus e Dorea Potter. Os falecidos pais de James.
O silêncio se estabeleceu entre eles. Cada um emersos em lembranças do casal que tanto fizeram bem a ambos. James sentia muita falta dos pais, mesmo que suas mortes fossem de certa forma já esperadas devido à idade. Mas isso não fazia doer menos. Isso não fazia James deixar de querer trazer, de alguma forma, os pais de volta à vida. Isso não levava embora a vontade de chorar.
- O que você quer com isso, James? - perguntou Sirius com a voz rouca. Ele não estava longe das lágrimas.
- Papai era um cara forte. Durão. Ele não ia querer me ver chorando por eles, não que eu abandonasse minha vida. E mamãe... Ela ia querer me ver feliz. - Sirius limpou uma lágrima traiçoeira que teimara em cair. James fingiu que não viu. - Olhe para os detalhes dessa foto. Olhe cuidadosamente para eles, Sirius. Para...
- O anel. - disse o garoto. - Eu não conheço muito de joias, mas pelo que sei esse é um anel de compromisso que simboliza amor, lealdade e amizade.
- É um anel de Claddagh - disse James. - Papai e mamãe eram bastante românticos. Minha mãe sempre falou para eu entregar esse anel apenas para a mulher da minha vida. Ela sempre dizia que eu saberia para quem era. Que um amor dessa natureza era difícil de ignorar.
Sirius arregalou os olhos, entendendo onde o amigo queria chegar. - Você quer pedir Lílian em casamento?!
- Você não acha que é uma boa ideia? - perguntou o garoto encolhendo os ombros, intimidado com a surpresa do amigo.
- É uma ótima ideia, James! - exclamou Sirius, abraçando James. - Eu sei o quanto você precisa de um pouco de paz com tudo o que está acontecendo.
- Eu sei que Lílian é a única pessoa na qual posso reconstruir minha família. Eu a amo mais que tudo e sei que não irei querer outra pessoa pelo resto da minha vida. Mas será que ela toparia? - de repente, James parecia um menininho indeciso.
Sirius revirou os olhos. - O mais difícil você já conseguiu, que era fisgar a ruiva. E se ela não topar... Eu a obrigo. Sou louco para ter um afilhado!
- E quem disse que você será o padrinho do nosso filho? - perguntou James divertido.
- EU tive o trabalho de convencer Lílian que você tinha amadurecido, que você era um novo James, e blá blá. Fui EU que aturei todas as brigas e todas as cenas melosas, EU que escutava suas ideias de finais de semanas românticos, que tinha que te ajudar nas declarações de amor, não dormir nada à noite por que você só ficava suspirando o nome Lily, que foi buscar aquela cueca ridícula com os dizeres "Amo-te Ruivinha"...
- Qualquer coisa, mas a cueca não! - resmungou James. - OK, você me convenceu: será o padrinho do Willson.
- Willson?! - gritou Sirius. - Francamente James, você não tinha um nomezinho melhor? Faça um favor ao bem dessa criança e deixe Lílian escolher, tá legal?
- Mas Willson é um nome legal! - protestou o moreno. - Meu pai tinha um amigo que se chamava Willson...
- Ahh sim, aquele que tinha uma esposa que amava apertar suas bochechas! - debochou Sirius. James involuntariamente levou as mãos às bochechas.
- Claro que eu lembro, ela tentou te agarrar numa festa de natal aqui em casa.
- Fazer o quê, meu amigo veado? Sou gostoso desde pirralho... - gabou-se Sirius, passando a mão no cabelo da mesma forma que James fazia.
- É cervo, seu cachorro. - corrigiu irritado pegando a xícara já vazia e se encaminhando para a porta.
- Sabe James, depois de tantos anos, você já pode confessar sua homossexualidade... - disse Sirius passando um braço nos ombros do irritado Potter.
- Vai se foder, Sirius! - resmungou James.
- Sabe que essa é uma ótima ideia? - brincou o moreno com um sorriso maroto. - Bem que eu já estava interessado naquela morena que estagia com a Lily...
- Marlene não é pro teu bico.
- Não estraga a festa, papai. - resmungou Six.
Os marotos saíram do quarto, jogando piadas uns nos outros. Não importava o quão louco fosse o motivo: eles sempre estariam lá, sempre prontos para se sacrificarem um pelo outro. James sempre contaria com Sirius, para absolutamente tudo.
É, às vezes James Potter tinha grandes ideias.
N/A: oooi pessoinhas *-* nova fic ('tá, nem tanto, tá mais pra fic bonitinha-no-pc-mais-tinha-vergonha-de-postar). Essa fic foi escrita especialmete pro Fã Clube O Pomo de Ouro (fc exelente, a dona dele é bastante legal :D)' Pra quem quiser conferir: opomodeouro.blogspot.com
COMENTÁRIOS, PF *---*
Comentários (1)
Lindinha a sua fic!
2012-12-30