Capítulo Único
O guarda jogou com força os dois numa cela vazia. E parecia que a ‘sorte’ de ambos acabaria por ali mesmo.
-Baderneiros – o homem reclamava enquanto fechava a porta – espero que seu amigo não venha pagar sua fiança.
Um deles, o de aparência mais normal e responsável olhou incrédulo para o guarda. Policiais não deveriam falar assim. Especialmente com alguém inocente.
-Certo Steeve, irei me lembrar disso próxima vez que nos encontrarmos – o companheiro de cela disse enquanto o guarda se afastava. Ele era o típico delinqüente que se formou e estava a fim de curtir a vida. Com toda certeza era uma figurinha repetida por lá. Poderia arriscar até mesmo a dizer que a Delegacia era sua segunda casa.
-Sirius, isso tudo é sua culpa – Remo Lupin disse apontando o dedo ameaçadoramente para o amigo – eu te falei para não se meter em briga alheia, mas não. Você adora uma briga, como poderia evitar.
-Relaaaxa Remo – Sirius sentou no chão e encostou as costas na parede – eu ajudei um cara que estava apanhando sem merecer. Você deveria ficar feliz pelo meu ato de bondade.
-Você deveria ficar feliz por eu ainda ser seu amigo – o outro retrucou encostando-se na parede.
-Qual é, o Thiago vai nos tirar daqui, eu dei-lhe o número da minha conta, vou financiar a nossa fiança e todo mundo vai ficar feliz.
-Como se você tivesse tanto dinheiro assim – Remo rolou os olhos – e como se a Lilly fosse permitir que seu marido fosse sair de casa às três da manhã para soltar seus dois melhores amigos que estão presos.
-A Lilly nos entende, o Thiago já veio me soltar muitas vezes – Sirius começou – isso sem contar as vezes que ele foi preso junto... Mas meu ponto é que ela está acostumada com esses acidentes. Além do mais a herança da minha mãe é bem gorda, assim como a velha era.
-É nessas horas eu me pergunto o que eu tinha na cabeça para achar que ser amigo de vocês seria uma boa idéia – Remo comentou.
A noite estava muito boa, obrigado. Eles tinham ido num bar, enchido a cara, falado um monte de baboseira, dançado com muitas garotas. Sirius conseguiu a comum façanha de dobrar o número de contatos do seu celular e Remo tinha conseguido um numero respeitável de novos números de telefone. A Noite estava indo muito bem.
Mas os dois amigos bêbados saíram do bar e viram uma briga. O policial estava acusando e prestes a prender uns caras que não haviam feito nada. Enquanto os verdadeiros culpados aproveitavam a musica do bar.
Sirius foi tirar satisfação com o guarda. Claro que isso envolveu xingar o homem e partir para a pancadaria. Remo teve de o segurar para não fazer nenhuma bobagem maior, mas isso não os livrou de serem presos por desacato a autoridade.
E eis estão os dois melhores amigos se agredindo verbalmente enquanto esperam Thiago Potter sair de casa, pegar o dinheiro da fiança e vir os libertar.
-Oras, você nunca iria se divertir tanto se não fosse por mim e o Thiago, sem nós você seria um rato chato de biblioteca.
-Mas seria um rato chato de biblioteca que não seria preso.
-Você não precisava ter ido me ajudar - Sirius deu de ombros como se passasse a culpa para ele.
-Claro que eu precisava! Eu sou seu amigo! – Remo explodiu.
É eles eram amigos, e por isso suportariam algumas máculas em suas fichas criminais. E algumas enxaquecas. Algum dia, num futuro não muito distante, eles estarão num churrasco olhando para seus netos contando todas as emocionantes histórias de sua juventude enquanto os seus filhos tentarão os impedir para não serem uma má influencia aos pequenos.
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