Esclarecendo algumas coisas..

- Rose! - Scorpius chamou a ruiva que estava de pé olhando a vista dos campos de Hogwarts pela janela do curujal.

  - Que foi? - ela perguntou se virando.

  - Faz uma semana que você não fala comigo!Não fala nada!

  - Eu não tinha nada pra falar! - ela disse irônicamente cruzando os braços.

  - Não, o problema é que você é ciumenta e orgulhosa, e só! - ele falou chegando perto dela.

  - Sou orgulhosa mesmo!Agora, se você quizer ficar com aquela despeitada sem amor próprio, aquela "MEL", vai lá! - ela começou a gritar apontando o dedo no peito dele.Ele puxou a mão dela e a segurou firme pela cintura, Rose não lutou mas virou o rosto pro lado tentando ficar indiferente.Ele aproveitou para sussurrar em seu ouvido.

  - Para de ser ciumenta e me evitar, assim você me machuca. - ela se arrepiou e fez uma pequena força pra se afastar, Scorpius a soltou. - E o lance com o Crouch... - ele começou a dizer.

  - Não tem lance! - ela se apressou a dizer.

  - Se você estava tentando me fazer ciumes...

  - Não foi culpa minha! - ela disse, sua voz aumentando uma oitava.

  - O que não foi culpa sua? - ele perguntou erguendo uma sombrancelha.

  - O beijo!Mas foi ele, eu só estava tentando ajudar ele a estudar...

  - Você beijou ele? - foi a vez de Scorpius gritar.

  - Mas você já sabia, não... - ela parou um pouco pra pensar - não era disso que você tava falando?

  - Não! - ele disse gélido dando as costas a ruiva.

  - Putz!

                                                        Narração Rose Mode ON*

  Sabe aquele frio na barriga?!Aquele que vem junto com a sensação de desabar quando suas pernas estão tremulas?Foi exatamente o que eu senti.

  Vi Scorpius passar as mãos no cabelo loiro despenteando-o todo, uma visão um tanto linda mas que me quebrou por dentro, sabendo que ele estava assim por mim culpa, e sim, metade da culpa era minha e metade do maldito Crouch!

  Derrepente ele abriu a porta do corujal e saiu, lágrimas arderam nos meus olhos, e por instinto fui correndo atrás dele sem falar nada já que chamar ele daria no mesmo, ele nem olharia pra trás, tampouco pararia.

  Ele desceu os campos correndo, a tempos eu não corria assim, dava até certa adrenalina, não tinha controle direto das minhas pernas, só tentava não tropeçar nem perde-lo de vista, o que ficou meio dificil depois que ele entrou na Floresta Negra.Ele desviava das árvores com uma habilidade que eu nem sonhava em ter, foi dando raiva, eu tinha me machucado bastante com os galhos batendo contra meu corpo e depois de alguns 30 metros já não via mais nem movimento nem rastro de onde ele tinha passado.Também havia me perdido da luz e do caminho de volta, mas isso não me importava muito no momento.Eu já tinha parado de correr.

  - Scorpius?! - gritei me desvencilhando dos galhos.

  Ninguém respondeu.Dei mais uns passos e pensei numa coisa que eu tinha certeza absoluta que não iria falhar!

  Me joguei no chão como se tivesse caído e gritei:

  - Aaaaaaaaaaiiiiiiiii! - praticamente choraminguei.Ouvi barulho de galhos e sorri, sabia que o meu loiro não iria me deixar ali sozinha e "machucada".

  Era estranho, o barulho era como alguma coisa se arrastando.De repente senti alguma coisa agarrando meu pé, dei graças a Deus do meu coração não ter saido pela boca, porque foi o pior dos sustos.Não era o Scorpius.Me levantei num salto e puxei meu pé mais aquilo só apertava mais.Ele deu um puxão e eu tropecei, o que acabou de fu...ferrar com a história, pois meu outro pé foi agarrado.

  Procurei minha varinha no bolso da veste desesperada, minha respiração estava muito acelerada, muito mesmo!Graças a Deus achei minha varinha e pronunciei tremendo:

  - Lumus! - e a ponta da varinha ascendeu, pude ver o que estava me agarrando.Era uma planta, Visgo do Diabo, mas antes de eu conseguir pronunciar o encantamento "Lumos Solen" o visgo tirou de minhas mãos a varinha a jogando pra algum lado, agarrou meus braços e meu tronco fazendo eu bater de costas contra o chão, e doeu!

  - Scooooooooooooorpius! - gritei agora extremamente apavorada de verdade, antes do visgo tapar minha boca e agarrar meu pescoço.Que ódio, não saber de onde vinham tantos tentáculos que agora prendiam também meus pulsos, praticamente me cobriam, e apertavam forte.Sentia meu sangue já parar de circular naquela região e me faltava ar.Queria poder morder aquela planta desgraçada mas não podia, meu lábios estavam prensados!Queria poder arranhar, rasgar a "planta" mas primeiro eu queria poder sentir algum membro do meu corpo.Meus braços, minhas pernas estavam tão adormecidos, me fez ter flashes daquela noite com Tomas, daquela poção que me deixou sem movimentos, mas aquele dia eu podia sentir meu corpo.Me deu saudade daquele dia, mesmo ela sendo de longe a minha pior lembrança.Fechei meus olhos e deixei que provavelmente a morte terminasse seu trabalho ou talvez um milagre ou uma retribuição de alguma coisa boa que eu já fiz na minha vida acontecesse.

  Ouvi uma vez o tio Harry dizer que quando morremos temos que ir na direção de uma tal luz branca.Acabei de ve-la, a luz branca que se parecia muito com a simples luz do sol.Por um segundo me decepcionei.Mas era como voltar a viver, ironicamente, pois eu devia estar morta.Mas então por que eu sentia de novo?Por que eu ouvia...

  - Rose? - ouvi a voz mais familiar pra mim depois da voz da minha mãe.Scorpius estava chamando, abri os olhos e ele estava me encarando.

  - Você também morreu? - perguntei piscando meio rapido, depois de entrar na floresta negra você desacostuma um pouco com a luz do sol.

  - Não. - ele disse sorrindo um pouco.Eu me senti aliviada, retornei a realidade mas ela pareceria um pouco mais assustadora que a morte se Scorpius não tivesse sorrido.

  - Desculpa Scorpius!Você deve ta morrendo de raiva de mim... - eu disse levantando e me sentando.

  - Conciencia pesada... - ele comentou.

  - É, to mesmo, porque eu deveria ter...

  - Não! - ele me interrompeu - Eu estou com a consciencia pesada! - ele disse e eu fiquei confusa - Por minha culpa você se machucou.Achei que você fosse parar de me seguir quando eu fui pra floresta. - ele disse sorrindo nervoso.

  - Nem por um segundo pensei em te perder de vista. - eu disse com sinceridade. - E eu não to tão machucada. - Olhei pra mim mesma, vi algumas marcas que a plantinha deixou em meus braços e pernas e ri - Talvez um pouco...

  - Não tem graça, ruiva.Você podia ter morrido e eu não posso deixar você correr esses riscos. - ele disse sério e me pegou no colo.

  - Eu posso andar. - falei.

  - Primeiro vou te levar a Ala Hospitalar, depois que você sair de lá pode correr se quizer. - ele disse sorrindo.

  - Que tal apostar uma corrida daqui até lá? - propus.

  - Não. - ele negou rindo, eu bufei.

  - Até o Patio da Torre do Relógio?

  - Teimosa! - ele disse e eu ri, não sei direito mas acho que tive um mini ataque do coração quando ele me virou, me pos encima de seus ombros e me segurou pelas pernas e eu fiquei de cabeça pra baixo.

  - Aiiii! - Gemi sentindo minha saia subir mais do que devia - Me larga loiro! - eu gritei.

  - Não, teimosa!Se eu te largar você vai ralar a cara no chão! - ele respondeu, a julgar pelo tom de voz ele tava rindo.
 
  - Eu ouvi dizer uma vez que só é teimosia se estiver errado, se estiver certo é seguir seus princípios.

  - Meu princípio agora é te levar pra Ala Hospitalar.

  - Meu príncipio é chegar lá antes que meu sangue desça todo para minha cabeça! - eu disse dando um tapa na bunda dele.

  - EPA! - ele exclamou e eu cai numa gargalhada estranha porque estava de cabeça pra baixo - Nunca mexa no bumbum de Scorpius Malfoy, garota! - ele disse e eu continuei rindo até quando ele segurou minha pernas mais forte e acelerou os passos até correr.

  - Scorpius! - eu gritei sufocada entre risadas - Seu louco! - pude ver muitas pessoas rindo, apontando quando passamos no pátio da Torre do relógio.

  - Por que ta segurando ela assim cara? - um garoto gritou de longe, não pude ver quem era pois meu cabelo todo estava na minha cara e tudo estava de cabeça pra baixo, que estranho.

  - Porque ela mexeu no meu bumbum! - Scorpius gritou para o garoto e eu ouvi gargalhadas.

                                           Rose Narração OFF*
[...]

  Rafa andava meio sem rumo pelos terrenos do Patil Pavimentado.Estava com saudades de falar com James, mas ele estava no sexto ano, Gina e Harry estavam pegando no seu pé dizendo que ele tinha que parar de aprontar tanto e estudar pra passar bem nos testes, e entre estudos e bagunça pouco tempo sobrava pro namoro.

  Rafa e Rose não haviam mais se falado depois do acontecido na Sala Comunal.Carla e ela nunca foram muito próximas e as conversas com Manu não eram lá muito estimulantes.Sentia falta de sua boa amiga pela qual estava de luto, Isabella Brown que morrera ano passado.Essas coisas pesavam um pouco e ela se sentia sozinha.

  - Flor, que bom encontrar você! - Mellissa veio em diração a Rafa com cara de preocupação, a garota levantou uma sombrancelha surpresa.

  - Que foi?

  - Que foi?Eu quero saber da Rose, se ela esta bem. - Mellissa disse como se fosse a coisa mais obvia do mundo.

  - Deve estar ótima! - Rafa disse com desprezo e saiu andando sem rumo de novo.

  - Tsc tsc, depois daquele ataque, ouvi falar que ela está toda roxa, tadinha. - Mel balançou a cabeça, precisou virar o rosto pra desfarçar o sorrizo em seus labios com a idéia.

  - Que ataque? - Rafa perguntou confusa voltando pra perto de Mel.

  - Você não ficou sabendo flor? - ela disse com uma falsa confusão - Chamaram todos os amigos dela la na ala hospitalar hoje.Pensei que você tinha ido lá, você não é tipo, melhor amiga?

  - Não sou mais. - a morena morena disse triste olhando para o chão.Mellissa tampou a boca em sinal de susto mas na verdade escondia um sorrizo.

  - Nossa, mas o que aconteceu, mon petit? - ela perguntou fazendo Rafa se sentar num banco do patil e se sentando ao lado.

  - Não quero falar sobre isso.

  - Ah, claro amor, tudo bem. - Mel se decepcionou um pouco - E você sabe onde está a Carla?Vocês são amigas não?

  - Não.Nunca fomos muito próximas. - a outra deu de ombros.

  - Hummm...

  As duas ficaram sentadas em silêncio por um breve tempo.

  - Que pulseira bonita. - Mel disse apontando pra pulseira de pinjentes verdes no pulso de Rafa.

  - Merci. - ela disse sorrindo um pouco forçando um sotaque frances igual o da colega e Mel sorriu largamente para ela.

  - Muito bem, francesa! - ela disse - Eu tenho uma igual a essa.Só que os pijentes são diferentes, quer ver?

  - Claro!

  - Ta lá do dormitório.Vem cá! - Mellissa disse sorrindo e puxando Rafa até o dormitória da Sonserina e elas foram conversando até la.
 
  Quando elas chegaram, Mellissa tirou de sua mesa de cabeceira um porta-jóias delicado de madeira escura, seu nome estava entalhado nele com uma caligrafia perfeita.Ela o abriu em sua cama, ele estava cheio de objetos brilhantes e coloridos.

  - Uau! - Rafa exclamou encantada - Juntando todas as minhas joias não dá 1/4 disso... - ela disse e Mellissa não achou novidade.

  - Rafaela Nefertiti, é de familia egípcia mesmo? - Mellissa perguntou interessada.

  - Uhum, parte da minha mãe.

  - Deve ser uma honra ser parente de uma rainha.

  - É, é bem legal.. - ela disse.Estava parada diante de um espelho que dava pra se ver dos pés à cabeça enquando Mellissa pendurava em seu pescoço um cordão de ouro trançado.

  - Combina com seus olhos, rainha. - Mellissa fez uma breve reverencia e Rafa riu - Pode ficar com ele se quizer..

  - Não!Eu não posso!É ouro?! - ela disse  meio atrapalhada e admirada.

  - Claro que pode.É uma prova da minha amizade! - Mel disse sorrindo falsa mas Rafa nem percebeu.Estava admirando seu reflexo no grande espelho.

  - Onw, fofa! - a garota finalmente terminou de se admirar ou admirar o colar e se virou para dar um abraço em Mel - Obrigada!

  - De nada mon cherry...

[...]

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