Um Natal triste
A casa de Neville estava quase do mesmo jeito de quando ele a havia deixado, a casa nunca mudava. Neville arrastou seu malão até seu quarto onde o abriu tirou as coisas de dentro.
O garoto não sabia o que estava fazendo,ficou durante um tempo olhando para o conteúdo de dentro, os livros de Herbologia, as roupas mal dobradas e os objetos inúteis que insistia em guardar.
Ele tirou algumas roupas sujas e fez um bolo em cima da cama, então levantou-se e tirou roupas limpas do armário. Ele caminhou ate o banheiro e tomou um banho para relaxar.
-Vamos Neville, o tio Algie já chegou!- gritou sua avó do andar de baixo e ele saiu do banheiro.
Neville desceu e abraçou o recém chegado. Os três cearam enquanto Neville contava como havia sido na escola. Pelo que disseram Augusta e Algie estava difícil fora da escola também.
O garoto ficou apenas um pouco com sua avó e seu tio. Não parava de pensar em Luna. Em seu quarto ele deitou em sua cama e contemplou o teto por muito tempo até que acabou adormecendo.
No dia seguinte o garoto foi acordado pela avó que o sacudia. Ela abriu as cortinas do quarto e desceu avisando que o café estava pronto. Neville abriu os olhos e viu uma pilha de presentes ao pé da cama.
O primeiro que abriu foi o que estava mais acima na pilha. Era um embrulho vermelho e grande com um pequeno bilhete dizendo: De Gina Para Neville, espero que ajude.
Neville desembrulhou e viu que a garota lhe mandara vários objetos da Gemialidades Weasley. Havia pântanos portáteis, nugar sangra-nariz, orelhas extensivas, caramelos incha-língua, pó escurecedor instantâneo do Peru, detonadores-chamariz e vomitilhas.
O garoto riu e colocou tudo dentro do malão, recebera um estoque de armas contra os Carrow. O segundo embrulho era menor e azul, no bilhete dizia: De Luna para Neville, um dos melhores amigos que tenho.
Neville sentiu um aperto no peito, Luna mandara seu presente antes de ser sequestrada. Devagar ele abriu e encarou o conteúdo com um sorriso no rosto.
Havia uma raiz-de-cuia maior do que as que ele já vira com Luna. A garota agora podia ficar sossegada, ele estaria fora de perigo caso ditátexes vorazes resolvessem o atacar.
Desta vez ele depositou o presente com mais cuidado no malão. Ele olhou para a pilha e pegou mais um presente, de embrulho verde gritante com um bilhete dizendo: Do tio Algie para Neville, Isto é um bisbilhoscópio, não o leve para Hogwarts pois lá ele não funciona bem.
Ele desembrulhou e viu um bisbilhoscópio, igual aos vários que haviam na sala de Alastor Moody. O objeto era como um peão e girava e acendia quando algo suspeito estava por perto.
Haviam só mais dois embrulhos agora. Neville pegou o embrulho laranja e leu o bilhete: Feliz Natal! De Simas para Neville. Neville desembrulhou e encontrou todos os tipos de doces do mundo bruxo.
O ultimo que abriu era o menor de todos, o bilhete dizia: De sua avó para Neville. Isto é uma poção chamada Felix Felicis, neste frasco há exatamente oito horas de sorte, use-as bem.
Neville descobriu um pequeno frasco com liquido dourado dentro, aquele fora o melhor presente que já ganhara na vida. O garoto organizou as coisas em seu malão e desceu para tomar café da manhã com a avó.
Depois de tomar café da manhã Neville se arrumou para ir com sua avó visitar seus pais no Hospital St. Mungus. Eles aparataram em um beco escuro para que ninguém os visse.
Como de costume eles andaram até a vitrine da loja de departamentos Purga & Sonda Ltda. Neville e sua avó caminharam até o manequim feminino mais feio.
-Estamos aqui para visitar Frank e Alice Longbottom.- disse Augusta ao manequim.
O manequim acenou de leve com a cabeça e deu um sinal com o indicador. A avó segurou o braço de Neville e os dois atravessaram o vidro. Eles saíram na conhecida recepção movimentada do hospital. Os dois pararam na fila para pedir informações a uma bruxa loura.
-Viemos visitar Frank e Alice Longbottom.- disse a avó para a bruxa loura.
-Ah sim! Creio que já saibam onde é, quarto andar...- disse a bruxa loura e os dois caminharam em direção as escadas.
Neville e sua avó subiram quatro lances de escada e caminharam ao longo do corredor do quarto andar. Os dois pararam em frente a uma porta no final do corredor e Augusta bateu de leve. A curandeira Jano Thickey abriu a porta e mostrou um sorriso ao ver Neville e sua avó.
-Sra. Longbottom.- disse a curandeira liberando a porta para que Neville e a avó passassem. Os dois caminharam até as camas no final da enfermaria passando por Gilderoy Lockhart que não parava de escrever.
No final da enfermaria haviam duas camas perto uma da outra. Na da direita estava uma mulher de rosto fino, cansado e sem vida. O cabelo era branco, sem vida e ralo.
Na cama ao lado estava um homem igualmente sem vida, com cabelos brancos também e um vazio imenso nos olhos. Suas cabeças se voltaram para os recém chegados mas seus rostos não se alteraram.
Neville aproximou-se primeiro da mãe, beijou sua mão e sua testa. A mulher estendeu uma embalagem de Chicles de Baba e Bola, Neville a pegou e a segurou contra o peito.
O menino contemplou o pai e se sentiu deprimido. Ele cumprimentou o pai também e ficou observando os dois por um longo tempo, acariciando suas mãos e pensando como seria se estivem lúcidos.
Mas se estivem lúcidos provavelmente estariam no céu, os três, ele, o pai e a mãe. Talvez fosse até melhor se estivem todos repousando em paz mas o destino quis que os três permanecessem vivos.
As lagrimas brotaram no rosto de Neville que ele não as conseguiu segurar, sentiu-as escorrer pelo rosto e pararem no queixo. Ele largou a mão do pai durante alguns segundos para secá-las e depois voltou a acariciá-la.
-Vamos querido?- perguntou a avó levantando-se. Ela se despediu primeiro do filho e depois da nora.
Neville se despediu primeiro do pai também, ele abraçou o pai e se dirigiu a mãe. Ela estendeu a mão outra vez com outra embalagem de Chicles de Baba e Bola. A avó bufou mas ele pegou a embalagem e guardou no bolso da calça.
Os dois saíram da enfermaria depois que a curandeira a destrancou com um simples feitiço. Desceram as escadas e saíram na movimentada rua de Londres.
O resto da semana passou rápido, durante esses dias Neville foi obrigado pela avó a limpar deu malão. Ele colocou roupas limpas e tirou grande parte das quinquilharias que estavam lá fazia tempos.
Ele guardara todas as caixas de Chicles Baba e Bola que sua mãe lhe dera em uma gaveta e ficando apenas com um, o mais recente em seu malão.
As tardes com sua avó não eram de todo chatas, muitas vezes ele ate se divertia com as piadas que Augusta fazia tudo e de todos. O garoto ate não sabia se queria voltar para Hogwarts mas tinha que ir,não só pela obrigação mas também porque precisa ajudar os oprimidos e continuar resistindo.
Ao entrar na cozinha Neville encontrou sua avó com o chapéu de urubu entalhado no dia de voltar para Hogwarts. Ela pediu para que ele comece rápido pois iria visitar uma amiga depois de levar o garoto na Estação.
Eles aparataram em um beco escuro novamente e caminharam até a estação de King’s Cross rápido. Na barreira que dava acesso a Plataforma 9 e três quartos havia um homem de preto, um comensal da morte.
A avó do garoto o atravessou pela passagem e foi embora. Neville embarcou no logo no trem para procurar Gina e Simas. Era triste pensar que não veria Luna mas era a realidade.
Quando o trem começou a andar ele encontrou Gina, Simas e Olivia. Os três pareciam estar melhor dos ferimentos sofridos na escola e Neville pensou que também deveria estar melhor.
-Melhoraram vendo suas famílias nestas férias?- perguntou Gina quando Neville colocou seu malão no bagageiro com a ajuda de Simas.
-Acho que todos melhoraram.- respondeu se sentando ao lado de Olivia.
E o trem seguiu viagem tranquilamente na neve com os quatro conversando sobre o que os esperava quando chegassem a Hogwarts.
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