Conselho de Guerra
Capítulo 99 – Conselho de Guerra
A cena em Hogsmeade era desoladora. Corpos mutilados, sangue verde espalhado pelo chão e muito gelo.
A única coisa que aliviou a mente de todos, e que ninguém ficou ferido. Isso foi graças às ações rápidas dos aurores e dos caçadores. Os únicos que precisaram de algum tratamento, e foram levados diretamente para o castelo, foram Harry, Gina, Tiago, que tiveram um princípio de esgotamento por segurar o fogo, e Logan que apresentava alguns cortes, fora os causados por suas próprias garras.
Os alunos foram conduzidos para o castelo pelos professores, enquanto os aurores ficavam vigiando os comensais inconscientes, esperando o esquadrão de remoção.
Assim que o último aluno adentrou o castelo, Dumbledore foi para o seu escritório. Sabia que teria visitas.
- Tem certeza disso, Alvo. – perguntou Minerva que o acompanhava.
- Um ataque desta grandeza, como está o vilarejo, muitos comensais capturados, alguns influentes no mundo mágico, e uma aluna sequestrada. Não imagino outra coisa. O ministro em pessoa virá aqui, agora resta saber o que ele fará.
Poucos minutos se passaram, e alguém bateu a porta. Dumbledore suspirou antes de falar.
- Entre.
Para surpresa dos dois ocupantes da sala, não era a comitiva do ministro. Pela porta aberta, entravam Tiago, Lilian e Logan.
- As coisas ficaram mais interessantes agora. – disse Minerva, para frustração de Dumbledore que preferia uma conversa mais calma. Pelo menos ele não teria que dar a má notícia para uma família, assim como o diretor anterior teve que fazer no incidente que culminou na expulsão de Hagrid.
Mal os recém-chegados se acomodaram, as chamas da lareira cresceram e se tornaram verdes. Por ela passaram o ministro Scrimgeour, Dolores Umbrigde e Percy Weasley. Este último foi o único que deu um olhar significativo para os Potter. Umbrigde tinha um estranho brilho no olhar.
- Meus cumprimentos. – disse o ministro. – Nos desculpem aparecer pela lareira, mas depois que aparatamos em Hogsmeade, ficou claro que não poderíamos perder tempo.
- A cena no vilarejo é mais impressionante que realmente foi. – disse o diretor. – Tivemos apenas um aluno ferido, e infelizmente uma sequestrada.
- Foi uma tragédia. – disse Umbrigde. – Por isso fui contra a presença dos caçadores na escola e na Grã-Bretanha.
- Ainda bem que sua opinião preconceituosa não conta. – disse Logan.
- Quem é você para falar assim comigo, caçador? – perguntou a assessora do ministro.
- Sou atualmente o Marechal Wolverine, dos Exércitos Brasileiro, dos Caçadores e das Nações Unidas, setores Mágicos, Caçadores, Normais, Especiais, Ocultos e Inexplicáveis. A maior autoridade presente na Europa.
- Quem te deu tanto poder? – perguntou Umbrigde, uma coisa que todos queriam fazer, até mesmo os quadros.
- Eu, assim como todos os governos Mundiais, independente de sua origem. – disse Rufus. – Quando ficamos sabendo da ameaça dos demônios, e que não se tratava de apenas um episódio isolado, entramos em contato com os caçadores, e as Nações Unidas, através do Departamento de Mistérios. Ele é a pessoa mais indicada comandar tudo isso. Só não esperava
- Mais é um absurdo, ele não conseguiu nem mesmo proteger a namorada. – disse Umbrigde.
- Dolores, vamos ter calma no momento. – disse Dumbledore. –Você não sabe as condições que tudo aconteceu. Nem mesmo eu sei como isso foi possível, mas posso afirmar que não foi por falta de cuidado ou proteção. Demônios têm poderes imprevisíveis. E pelo que me consta, nada poderia ter evitado essa situação. Ela poderia ocorrer em qualquer momento que houvesse estudante fora de Hogwarts, mesmo com a maior tropa de aurores que você pudesse imaginar.
- Esse pirralho não pode comandar algo, ele é um caçador. Um inimigo. – disse Umbrigde.
- Dolores Umbrigde, você está presa por crimes de guerra, preconceito, incitação a violência contra outras raças, criação de leis que atrapalham as atuais negociações com outras raças, corrupção, conspiração contra o próprio governo, associação com grupos terroristas, especialmente os denominados Começais da Morte, Bruxos Livres e Bruxo-Nazistas. – disse Logan, conjurando uma pasta e entregando para o ministro. – Aqui estão copias das acusações, das provas e recomendações para seu cárcere.
- Você não pode me prender. – disse Umbrigde lançando vários feitiços contra Logan.
- Pode acrescentar agora agressão, tentativa de homicídio, resistência à prisão, e tentativa de golpe de estado. – disse o caçador, limpando as vestes onde os feitiços batiam. – Você estará sobre a vigília do ministério bruxo inglês, e será julgada pelo tribunal internacional de Haya, com representantes de todas as nações do mundo.
- Encontro interessante esse. – disse Dumbledore. – Me lembro de participar de alguns deste, depois das Guerras Mundiais, duas guerras de Duendes e do aniversário de 2000 anos do tribunal.
- Ministro, você vai permitir isso? – perguntou ela para seu chefe.
- Há muito tempo está buscando algo para te incriminar. Mas seus comparsas sempre davam um jeito. – disse Rufus. – Percy, leve ela.
- Sim, Ministro. – disse o ruivo, que já tinha tudo anotado.
Ela foi desarmada, e com um feitiço restritivo, levada para a lareira, diretamente para o ministério.
- Agora que tiramos o encosto, podemos falar de coisas sérias. – disse Dumbledore. – Como será o resgate.
- Eles fizeram alguma exigência? – perguntou o Ministro. – Ou fizeram algum tipo de contato?
- Eles não querem nada em troca da minha filha. – disse Tiago, feliz com o domínio da situação que o genro mostrou. – Eles a pegaram para um sacrifício.
- Isso é terrível. – disse Dumbledore que não sabia da história.
- Poderia ser pior. – disse Minerva.
- Sim, eles precisam de alguns fatores favoráveis para o ritual, que espera libertar todos os outros demônios. – disse Logan.
- Que seriam? – perguntou o Ministro.
- Eles precisam do máximo de escuridão possível. – disse Lilian que já tinha discutido isso com Logan. – Um eclipse tem duração pequena, acontecesse durante a Lua Cheia, que os enfraquece e tem a presença de lobisomens. Então eles faram na Lua Nova, daqui a uma semana. Sem contar que eles ainda precisam do Carrasco.
- Que seria? - perguntou o Ministro.
- Eu. – respondeu Logan. – Como você deve estar sabendo pelas suas reuniões. Fui sequestrado quando criança para me tornar um demônio, e assim ser o carrasco. Apesar de terem conseguido a minha transformação, não foi total, assim mantenho minha mente humana. Mas mesmo assim, o mais indicado para o Ritual de Libertação.
- E o que faremos?
- Caçadores já estão chegando a ilha para proteger pontos críticos. – disse Logan. – Localidades essencialmente bruxas, serão protegidos por vocês. Evitando conflitos. Esperamos que hajam ataques durante essa semana e principalmente durante o ritual. Um grupo seguirá comigo para o local onde isso acontecerá.
- Que grupo? – perguntou Minerva. – Não podemos esvaziar nossas defesas.
- Representando os Caçadores, teremos Eu, Dani e Rafael. Não será necessário mais que isso. Quanto aos bruxos, acredito que uma equipe forte atacando forçaria uma defesa maior, enfraquecendo os ataques. Acredito que os Marotos, e seus Filhotes serão bem vindos.
- Eu quero ir também. – disse Dumbledore.
- Infelizmente não será possível. – disse Logan.
- Ele tem razão. – disse Minerva. – Se os Comensais quiserem atacar, atacarão Hogwarts também. Foi aqui que eles foram derrotados.
- E o Senhor não tem treinamento de combate contra demônios. – disse Tiago. – Contra eles é preciso mais que Magia.
- Organizarei a Defesa com a Ordem. – disse ele.
Os detalhes foram definidos pelo então chamado Conselho de Guerra.
A semana passou devagar. Logan quase não era visto pelo castelo. Ou estava auxiliando no treino dos bruxos, ou estava em algum ponto do reino reunido com algum caçador.
O clima no colégio, que deveria ser de relaxamento, uma vez que os exames estavam encerrados, estava pesado. Parecia que o próprio castelo estava mais sombrio. Muitas pessoas passavam para conversar com Dumbledore e o Ministro, que havia se aquartelado ali.
Hogwarts era o local mais seguro para se ficar no momento. Isso graças às proteções colocadas por Harry como Lorde Gryffindor, que impedia a entrada de qualquer uma que quisesse fazer mal a um estudante, e por Logan, que barrava demônios.
- Como mesmo você sabe onde os demônios estão? – perguntou Frank, que apesar de ser considerado um Maroto, permaneceria no castelo para ajudar a defesa do mundo mágico.
- Demogorgon está chamando todos os demônios para se reunir a ele. – disse Logan. – Claro que isso inclui a mim. Ele mantem um canal psíquico aberto para que todos possam ver o que ele está fazendo, e assim também podem falar pra todos convencendo a se unir a ele.
- Isso não me parece uma coisa boa. – disse Alice.
- Não me preocuparia com os demônios. – disse Dani. – Vocês podem ganhar de qualquer um lá, com exceção de Demogorgon.
- Ainda não entendi como um demônio tão poderoso poderia ter passado pelas barreiras. – disse Gui. Os Weasley também estavam no castelo, mas participaria da defesa do ministério e do Beco Diagonal, com exceção de Gina e Rony.
- Ele foi invocado por um bruxo. – disse Rafael. – Mas o bruxo não tinha poder suficiente para tal feito, ele está preso entre as duas dimensões, ancorado no corpo do bruxo. Mas isso basta para que ele seja poderoso aqui.
- São pessoas assim que destroem a reputação dos bruxos. – reclamou Carlinhos.
- Falando em bruxos de má reputação. – disse Logan. – Malfoy chegou agora lá.
- Essa eu tinha que ver. – disse Mary.
- Você pode. – disse Logan. – Eu posso projetar a imagem para quem pertence a minha família.
- Ainda bem que podemos isso. – disse Tonks. – Anda logo com isso.
Logan se concentrou, e aos poucos todas as meninas, Tiago e Harry começaram a ter uma visão de um grande salão, iluminado por tochas, e no ponto oposto a única entrada estava Cris, sentada em uma espécie de altar. Ela estava acorrentada pelas mãos, mas presa ao altar. A sua volta havia um brilho que lembrava o sol refletido em um campo nevado.
- Não esperava que seu plano desse tão certo assim. – disse Malfoy para um ser encapuzado que todos suspeitavam ser Demogorgon.
- Não foi tão perfeito assim. – disse o ser com uma voz estranha, como se não saísse dele. – Perdemos todos os que foram nesta missão. Com exceção do que foi encarregado de trazer a menina.
- Aposto que os Potter estão desesperados atrás dela. – disse Malfoy com um tom vitorioso na voz.
- Não julgue os outros pelas ações que você teria, humano. O Inimigo transformado em Aliado está com eles. Ele saberá chegar até aqui.
- Como você diz. – disse Malfoy. – Eu poderia me divertir com essa pirralha. Seus pais foram os responsáveis pelas maiores humilhações que passei.
- Você é estupido. – disse Demogorgon agora com uma voz humana. – O sacrifício precisa ser feito com ela inteira. Corpo, mente e magia. Senão não seria um sacrifício, mas um golpe de misericórdia. Só selaria mais as barreiras.
- O tipo de diversão que estou pensando não atrapalharia nada. E ela teria tempo para se recuperar e um bom feitiço de memória aliviaria sua mente.
- Idiota. – falou a voz longínqua. – Quanto mais inocente for a oferenda, mais poderoso é o ritual. Não poderia deixar que você encostasse nela, mesmo que não fosse virgem.
- Virgem? – disse Malfoy com um olhar predatório.
- Sim, e ela tem que permanecer assim. – disse Demogorgon. – Isso garantirá que as barreiras não se fecharam até que o último de nós a atravesse.
- Esse caçador é um imbecil mesmo, garantiu que vocês tivesse a oferenda perfeita.
- Não me estranha você ter sido derrotado tantas vezes por eles. – disse a voz humana. – Caçadores são seres nobres, não fariam nada de forma leviana. Se ela permaneceu virgem tem um propósito, assim como o próprio caçador também é. Ele não mudaria isso apenas para atrapalhar meus planos. E outra, você está vendo aquela bolinha de luz circulando em volta da menina?
- Sim, mas aquelas algemas não impedem o poder dela?
- Bruxos e seus conceitos de superioridade. Vocês não aprendem nada. Essas correntes só afetam os poderem mágicos dela. Mas esses não são os únicos existentes. Ela possui um poder dado pelo caçador, o que a torna ainda mais preciosa pra mim. Ela mantem a sua volta uma barreira de frio. Sem contar que ela tem como guarda aquele ponto de luz, que na verdade é uma Fada azul, do elemento Gelo. Gastei mais demônios que podia para conseguir capturá-la, só pra que ela caísse nas mãos deles.
- Capture a de novo. – disse Malfoy.
- Você é surdo, ou muito burro. – disse o demônio. – Perdi uma parte da minha tropa na primeira vez, e sem resultado. E perdi mais ainda no ataque para pegar a menina. Não vou perder mais nenhum dos meus para pegar uma fadinha, e ver você congelar ao encostar na menina.
- Mas como você fará pra conseguir sacrifica-la?
- Humano idiota. Quem fará isso, será o caçador. Ele não é afetado pelo poder dela. E mesmo que não for ele, já tenho planos para isso. Não se preocupe.
A cena se dissipou.
- Pelo menos sabemos que Cris está bem. – disse Lilian. – E assim permanecerá até a Lua Nova.
- Eu prometi e vou cumprir. – disse Logan. – Ela retornará para casa, em segurança. A Senhora de Avalon nunca se engana.
Isso tranquilizou a ruiva mais que ver a filha. Se Helena tinha planos para o casamento dos dois, quem seria ela para duvidar agora.
- Vamos que Dumbledore está chamando. – disse Tiago. – Reunião do Conselho.
- Não sei pra que tanta reunião. – disse Molly. – Até agora nada saiu errado.
- O ministro quer mostrar serviço. – disse Arthur. – Ele não pode deixar a impressão de que não comanda nada.
- Idiota. – disse Mel.
- Deixa ser assim. – disse Logan. – Vai ser mais fácil uma aproximação entre bruxos e caçadores desta forma. Se ficasse evidente que eu sou o comandante disso, alguns poderiam ficar ressentidos e atacar por causa de uma suposta superioridade. Eles precisam de um desculpa.
- Sem uma são apenas cães que ladram. – disse Fleur, que passou por coisas assim por causa de sua avó.
Comentários (1)
ficou ótimo!
2012-08-25