Demônios
Capítulo 54 – Demônios
Um relâmpago iluminou tudo. No local, que esperavam ver um homem alto, viram uma figura arfante, com enormes garras pingando sangue. Com uma expressão de total de fúria.
- Wolverine. – Sussurrou Cris.
As tochas voltaram a se acender, mas agora com o fogo azul. O que acabou deixando a cena mais aterrorizante que antes.
Aos poucos Logan ser aproximou, do trio, sua expressão era de fúria, mas aparentemente não era direcionada para eles.
- Lobinho, aparate para o salão comunal da Grifinória e leve a todos os seus amigos para a sala dos seus pais, principalmente todos os que têm cabelo vermelho. – disse ele de forma autoritária. – Fada, leva a Gina com você para o seu pai. Não deixa ninguém sair de lá.
- O que está acontecendo? – perguntou Harry.
Antes de responder, Logan recebeu um abraço da namorada, que ele retribuiu apesar de não recolher as garras.
- O castelo está sobre ataque. – disse Logan. – Apenas aqueles com fogo na cabeça estão sobre ameaça, o resto estará seguro se permanecer nos seus salões.
- Mas... – começou Cris.
- Vamos, depois ele explica. – Gina puxou a amiga. – Ele sempre explica.
A ruiva concordou e abraçou a amiga e aparatou para a sala dos pais.
- Desde quando ela aparata, eu não ensinei. – disse Harry surpreso.
- Ela reclamou muito disso, mas eu ensinei. – disse Logan, que desde que Cris o abraçou ele estava com um semblante menos carregado. – Dani vai se juntar a vocês. Não a amole.
Harry decidiu que seria melhor obedecer, e deixar que o brasileiro resolvesse isso desta vez.
Apareceu na porta da torre.
- Estamos sobre ataque e o Senhor andando por ai. – ralhou com ele a Madame Gorda.
- Desculpa Agnes, mas fui pego de surpresa e precisei me livrar de um deles. – disse ele.
- Entra logo. – disse ela. – Um deles passou aqui agora a pouco, sorte que eles não sabem onde fica a entrada.
- Ainda bem. – disse ele entrando na torre.
Ele entrou e logo viu que todos os alunos estavam ali, e identificou os amigos.
- Venham comigo. – disse ele em um tom que não deixaria brecha para discussão.
Eles seguiram para o quarto do moreno, que estava vazio no momento.
- O que está acontecendo Harry? – perguntou Rony.
- Não sei os detalhes, mas invadiram o castelo. E pelo que parece estão atrás de ruivos. – disse Harry. – Vamos sair daqui e nos reunir na sala dos aurores.
- Como vamos para lá, sem que nos encontre? – perguntou Neville.
- Você nunca percebeu que o Harry ali consegue se mover pelo castelo facilmente. – disse Fred.
- Deve ser assim que ele se encontra sempre com a Gina. – disse George.
- Deixem de brincadeira. – disse Hermione.
- O que eles querem dizer que Harry pode aparatar no castelo, assim como Tiago e Logan. – disse Tony.
- Onde estão Gina e Cris? – perguntou Flávia.
- Elas já estão lá. – disse Harry sem entrar em detalhes.
- Vamos logo. – disse Fernanda colocando a mão no braço do moreno.
Todos seguiram o gesto. E em pouco tempo estavam parados na sala dos aurores.
Pouco depois, Tiago entrou arrastando um Sirius bem machucado.
- Eu avisei que aqueles caras não eram moleza. – disse Tiago para o amigo.
- Como eu ia saber que eles eram resistentes a magia. – disse o outro.
- Me escutando. São amigos daqueles que atacaram a Toca.
- Eu achei que fossem dos que atacaram o ministério.
- Eles não são tão burros assim para mandar os fracotes de novo. – disse Tiago.
Lilian se aproximou e curou os ferimentos de Sirius.
- Eu avisei para vocês voltarem. – disse ela.
O calor e a falta de notícias angustiavam a todos. Cris foi até a lareira e mudou o fogo para o azul, que esfriou o ambiente. Enquanto Lilian pareceu entrar em transe, como se conversasse com alguém pela mente.
Uma presença foi sentida, e todos se viraram e viram Dani e Luna na sala.
- Já tinha aparatado antes, com meu pai. Mas esse jeito foi melhor. – disse Luna.
Lilian ao ver as duas se dirigiu até a porta e lançou um feitiço que a fez brilhar, numa luz branca.
- Ele me ensinou. – disse a ruiva para Dani, que a olhou preocupada, e depois para os outros. – Esse é um feitiço que impedira o que quer que sejam essas coisas de entrar aqui.
Todos se espalharam pela sala, esperando. Tentando imaginar o que estava acontecendo.
Aos poucos, o céu foi se abrindo.
- Acabou. – disse Dani, que estava abraçada com Cris, perto da lareira. – Ti está vindo pra cá.
- Ele está bem? – perguntou Cris.
- Espero. – disse a loira com um suspiro. – Ele fica meio imprudente quando baixa o Wolverine, e em ambiente mágicos as coisas são diferentes.
Todos se viraram para a porta, menos Cris, Lilian e Daniela. Elas olharam para perto da janela.
Foi justamente onde ele apareceu. Ele estava ofegante, todo sujo de sangue e ainda com uma cara furiosa com os olhos do grifo. Era uma visão que assustou muitos, principalmente pelas garras de metal, que ainda estavam expostas.
- Você está nojento. – disse Dani para aliviar o ambiente.
- Isso porque você não viu como ficou o Salão Principal, tinha uma concentração grande deles lá.
- Quem eram aqueles... aquilo? – perguntou Sirius. – Eu nem consegui que um feitiço funcionasse, o único que tirei de circulação, foi o que eu acertei um soco.
- Um soco? Você moeu o cara de porrada, só porque ele falou das suas filhas. – disse Tiago.
- Ele vai explicar tudinho, mas depois de um banho. – disse Lilian. – E depois que eu checar se esta tudo bem com ele.
A ruiva arrastou o genro para o quarto dela, juntamente com Dani. O olhar de Tiago impediu que Cris seguisse.
- Por que essa demora toda? – perguntou Cris.
- Aquele sangue verde, aparentemente, não pode ser limpo por magia. – disse Tiago tentando acalmar a filha. – E sua mãe tem que fazer os exames sem magia nele. Mas não se preocupe, Dani parecia muito tranquila quando o viu.
A ruiva suspirou, mas não conseguiu parar de pensar no que poderia ter acontecido com ele.
Depois de um tempo eles retornaram. Logan estava apenas com uma calça, que provavelmente era de Tiago, por estar muito larga. E com vários hematomas e cortes pelo peito, costas e braço. Ainda apresentava suas garras.
Dani carregava suas vestes antigas por um feitiço e lançou as no fogo.
Lilian fez com que ele se sentasse em um banco para poder cuidar de seus ferimentos. Cris se adiantou para poder ajudar, pegou uma pomada e começou a passar no peito dele. Desta vez o olhar do pai não a afetou, já que ela estava mais preocupada com o namorado.
Flávia também se adiantou para ajudar, e se ocupou das costas. O que deixou Tony extremamente irritado.
- Recolha as garras. – disse Lilian assustando aqueles que não conheciam o personagem que gerou o codinome dele.
Ele recolheu apenas uma, e ao contrario do personagem, pareceu doer, e houve sangramento, que foi logo tratado pela sogra. E assim foi para todas as outras.
Quando o tratamento acabou ele transfigurou o banco em uma poltrona mais confortável. Cris se sentou ao seu lado.
- O que aconteceu aqui? – perguntou Mione e Harry deu um breve sorriso, sabia que a amiga seria a primeira a questionar, já que não conseguia ver algo sem solução.
- O castelo foi invadido pelos novos aliados dos comensais. – disse Logan. – ou melhor dizendo, os comensais são os novos brinquedos deles.
- Quem são eles? – perguntou Tony ainda aborrecido.
- Eles são Demônios. – quem respondeu foi Cris.
- Demônios? – perguntou Rony horrorizado.
- Na academia não ouvimos falar disso. – disse Mel.
- Nem deveria. – disse Tiago. – Só vi uma referência disso em um livro, isso foi um inominável que me mostrou, apesar de que ele não acredita nisso.
- Conte a história. – Disse Mary.
- Alguém quer pipoca? – perguntou Dani, demonstrando que seria algo demorado.
- Para entender o que está acontecendo temos que voltar um pouco no tempo. - começou Logan. – Mais precisamente nos primórdios da humanidade. Nesta época existiam mais criaturas mágicas que hoje. Minhas formas animagas, como as do Lobinho, são prova disso. Dentre elas, existiam duas espécies bem desenvolvidas, que não viviam propriamente sobre a superfície. Eram os Anjos e os Demônios.
- Os Anjos são bem conhecidos, até mesmo religiões não mágicas os estudam. Eles possuem poderes semelhantes, variam com sua classe. – disse Dani. – Já os Demônios são diferentes. Eles são raças completamente diferentes, com poderes e formas diferentes entre si.
- A questão é de naquela época, houve uma guerra entre eles, para ver quem teria controle sobre os humanos. Os Anjos desejavam deixar que eles seguissem seu próprio caminho livremente, mas os Demônios os queriam para serem escravos.
- Parece que os Anjos venceram. – disse Sirius interrompendo e tentando mostrar sua inteligência.
- Se ocorreu mesmo, o que está acontecendo aqui? – perguntou Remo.
- A grande Guerra mesmo foi vencida pelos Anjos, sim. Mas houve consequências para ambos os lados. Os demônios foram aprisionados nas profundezas do planeta. E uma legião dos Anjos foi corrompida, por quer que os humanos os reverenciassem, Eles são conhecidos como Anjos Caídos. – disse ele apontando para a tatuagem das costas. - Hoje são os demônios mais poderosos, os únicos que nunca saíram das profundezas, já possuem quem os reverenciem. Claro que isso não deixou os outros demônios muito felizes.
- Mas o que aconteceu com esses caras? – perguntou Fernanda.
- Eles foram banidos e aprisionados, como já disse o Ti. – disse Dani. – Mas descobriram brechas nas barreiras que os cercam. Na verdade são quatro, e cada uma barra níveis diferentes de Demônios.
- Isso, cada nível possui poderes únicos. Alguns podem possuir outros seres, alguns podem realizar magia, assim por diante. – disse Logan. – Os que atacaram até hoje foram demônios fracos, os que se queimaram no ministério, e os medianos hoje, e na Toca. Estes últimos são inumes a magia, como eu.
- O que eles querem aqui? Digo, se eles estão aqui há muito tempo, por que atacaram agora? – perguntou Tonks.
- Antes de sua derrota uma profecia foi feita. – disse o caçador completamente revoltado. – Eu odeio essas profecias. Mas vamos lá. “Muitas eras se passaram quando surgirá uma chance dos seres da escuridão destruir os celestiais. A Chave nascerá marcada, por seres da Natureza, sobre a proteção do fogo. O Inimigo Transformado em Aliado se encarregará da Chave. Somente com o Sacrifício da Chave perante um Demônio abrirá os portais do Inferno.”
- Isso quer dizer Cris. – disse Mione hesitante.
- As profecias não são muito claras, às vezes. Mas essa é uma interpretação valida. – disse Logan. – E por isso estou em Hogwarts. Fui enviado para matar a chave.
Todos os homens da sala se levantaram e apontaram as varinhas para ele.
- Isso não vai adiantar. – Disse Cris, que olhava para o namorado. – Se ele quisesse realmente me matar ele teria feito isso. Ficamos muitas vezes sozinhos. Eu posso não ser a Chave.
Logan e Dani pareceram aliviados.
- Sim, nesta sala temos três candidatas. – Disse a loira. – mais precisamente as ruivas.
- Como assim? – perguntou Neville.
- Elas estão sobre a proteção do fogo. Mais precisamente de um animal que o controla.
- Os grifos. – disse Tony.
-Sim. – disse o auror de óculos. – Segundo estudos eles eram extremamente protetores.
- Mas onde você se encaixa nisso tudo? E por que não vai mais matar ninguém? – disse Gina.
- Pouco antes de Dani nascer, eu fui seqüestrado por demônios que atacaram a casa de uma amiga da mamãe. – disse ele com um suspiro, como se não gostasse disso. – Eles realizaram alguns rituais comigo. Apenas mexeram com meu sangue. Tentaram me converter em um Demônio. E numa destas acabaram revestindo meu esqueleto com adamantium, para garantir que eu fosse mais forte. E com elas as garras. Parece que eles também lêem quadrinhos. Eles queriam um bruxo, já que Rafael já tinha dado sinais de ser um caçador puro.
- Eles não contavam que eu fosse a bruxa da família. – disse Cris numa tentativa de piada. – E como ele é meio a meio, eles falharam e meu maninho fugiu mais poderoso. Ironicamente eles criaram o melhor Inimigos.
- Segundo os anciões, que é o conselho dos Caçadores, eu sou o Inimigo Transformado em Aliado, já que agora sou um demônio também. – disse Logan olhando para as mãos. – Eles me mandaram para cá no Baile de inverno para investigar. Não sabia da minha verdadeira missão. Mas quando vi Cris no baile, acabei esquecendo de tudo. E me portei como um adolescente normal. Não sabia nada sobre a profecia ou sobre ela estar marcada.
Tiago não ficou muito feliz com a parte do baile, mas estava meio aliviado por ele a proteger.
- Quando eu recebi a missão de matar Cris, eu aceitei, mas nunca a cumprirei. – disse Logan.
- A parte de se encarregar, não necessariamente quer dizer levar para os demônios. – disse Lilian. – Pode ser cuidar.
- Sim, eu pensei o mesmo. – disse Logan. – Assim com meu pai. Proteger é mais legal. Mas agora tenho que protegê-la dos dois lados. Os idiotas acham que só pode existir uma chave e sua morte pode ser o fim da profecia. Eu prefiro destruir os camaradas das profundezas.
- Como podemos combater esses demônios inumes a magia? – perguntou Mel.
- Com armas. – disse Cris. – Acho que devemos chamar o Rafael para ajudar a todos a usar as melhores.
- Sim, ele vai adorar. – disse Logan.
- Logan, eu poderia pedir para meu pai escrever isso. – disse Luna.
- Por mais que eu goste de você, e da revista de seu pai. Não posso permitir isso. – disse Logan com pesar. – Algumas coisas é melhor que não seja divulgada, pode causar mais dano que bem, ainda mais que é sobre assunto que muitos ignoram ou temem. E no momento todos que precisam saber, sabem.
- Tudo bem. – disse ela.
Mas ele nem ouviu, estava dormindo no ombro de Cris. Lilian o cobriu com uma manta e todos saíram da sala, menos a Cris, que continuou com ele.
Os aurores foram retirar os corpos espalhados pelo castelo, enquanto o resto voltou para sua casa.
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