Desencontros
Capítulo 34 – Desencontros
Harry então se direcionou até a torre, onde ele tinha certeza que estava acontecendo uma festa em sua homenagem. Conseguiu com magia tirar o batom que a veela tinha deixado em seus lábios. Não queria ter que explicar para ninguém, ainda, que tinha acabado de sair de uma seção de amassos em um armário com a francesa, se bem que sua irmã ia desconfiar de algo, principalmente de sua demora e não conseguir olhar diretamente para Gina imediatamente.
Dito e feito assim que deu a senha para Agnes, foi envolvido pela música e alegria do salão comunal. Sendo que a primeira pessoa que pulou nele foi justamente Cris.
- Uma salva de palmas para o nosso campeão. – disse Lino sendo atendido.
Harry percorreu o salão com o olhar e encontrou seus amigos sentados nos sofás perto da lareira. E ficou tentando imaginar quanto tempo levaria para chegar ali, passando por todos aqueles que queriam cumprimentá-lo. E logo viu uma sombra passar pelo olhar da irmã, possivelmente querendo descobrir o motivo da demora dele.
- Depois. – sussurrou para ela.
Ele teve que contar inúmeras vezes como salvara a irmã. Algumas vezes aumentando outras omitindo partes da historia. Hora nenhuma ele contou como descobriu que Fleur tinha abandonado ou como os sereianos tinham permitido que ele levasse a Gabrielle. Deixou isso para a imaginação de todos.
Sempre que alguma menina ficava mais assanhada ela pulava no pescoço dele e dizia.
- MEU HERÓI. – o que deixava a menina sem graça e seu irmão um pouco irritado, pois todos olhavam para ele.
Quando olhou de novo, Gina já não estava sentada com as gêmeas. Deu um suspiro resignado e tentou encontrar a menina pelo salão. Nada.
- “Você viu a Gina?” – perguntou Harry para a irmã através da ligação entre eles, enquanto contava mais uma vez a historia toda.
- “Acho que ela subiu. Por quê?” – respondeu a ruiva entediada pelas perguntas feitas a ela e também ao Harry.
- “Nada.”
- “Desembucha.”
- “Esperava que ela, como minha amiga, ela me desse pelo menos os parabéns.” – disse ele quase de forma infantil.
- “Aconteceu algo entre vocês. Eu sei, Desembucha.”
- “Hoje você tá repetitiva.”
- “E você tá chato, Fala de uma vez, homem.”
- “Andamos meio distante. E ontem quando você pediu para que ela me devolver O Livro para mim... e bem... nós quase nos beijamos, mas Eu recuei quando percebi alguém chegando. Maldito Rony, Maldito Torneio, Maldito Harry Potter.”
- “E você queria que ela tivesse ali te esperando para pular no seu pescoço e te beijar. ACORDA.”
- “Não é nada disso. Eu queria apenas conversar com ela. Ela é minha amiga ainda, eu acho.” – disse ele e deu um suspiro audível.
- “Vá lá no quarto.”
- “Ela não tá sozinha. A Demelza tá no quarto.”
- “Amanhã você fala com ela.”
- “Algo me diz que não vai tão fácil assim. Vou tentar subir, então Boa Noite.”
- “Noite.”
Harry usou uma distração proporcionada pelos gêmeos ao dar um Creme de Canário para o Neville e subiu para seu quarto. Sabia que ainda é cedo para dormir, mas se sentia extremamente cansado, usou muito de seus poderes principalmente para se comunicar com a chefe dos Sereianos. E aliado ao fato de que comeu pouco o dia inteiro.
Trocou de roupa e capotou na cama, sem se preocupar em vestir uma camisa. Agora todo o colégio já havia visto a sua tatuagem, e ela parecia estar em sua forma definitiva. Sem contar que ele mesmo enfeitiçou a porta para permitir a entrada apenas de algumas pessoas. Seriam poucas as pessoas que conseguiriam entrar ali agora.
Gina voltou para o salão. Ela tinha subido para conversar com Demelza, que havia recebido uma carta de um admirador e queria a opinião da ruiva. Instintivamente procurou o moreno, mas não o encontrou. Numa segunda olhada pelo salão encontrou o olhar de Cris, que indicou o dormitório masculino, sem que mais ninguém percebesse.
Como mais ninguém tinha percebido a menina nas escadas, ela subiu para o quarto do quarto ano.
Encontrou-o adormecido na cama, e quase perdeu o ar quando o viu sem camisa e de perto desta vez.
Seria um pecado acordar um anjo como esse, então ela apenas deu um beijo nos lábios do moreno e sussurrou sabendo que ele saberia que ela esteve ali, quando acordasse.
- Belíssima Prova, MEU Campeão.
E saiu.
Harry corria pelos corredores, ele precisava encontrar a Gina. A ruiva tinha visitá-lo depois que ele adormecerá. Era algo que ele precisava para poder ir atrás dela. Mas quando estava chegando no salão principal, onde ele sabia que ela estava, alguém o barra.
- Harry. Preciso conversar com você. – disse Lilian.
- Pode ser daqui a pouco, mãe. Eu ainda não tomei café e ontem quase não me alimentei. – disse ele.
- Tem comida no escritório do seu pai. Esse é o único horário que temos para conversar a sós.
- Tudo bem. – disse ele desaminado.
Seguiram para a sala onde os aurores estavam locados. Lilian sabia que todos estavam neste momento no salão tomando café, e tinha pedido a Tonks que deixasse ela com Harry um pouco.
- Anjo, eu estou preocupada com você. Desde o baile você perdeu o brilho nos olhos. Me conte o que aconteceu. – disse ela, ambos sabiam que a ruiva sabia muito bem o que tinha acontecido, mas ela queria ouvir da boca dele.
- Eu não consigo. – disse ele.
- Pode falar.
- E não consigo ficar longe dela. No Baile nós ficamos, e no dia seguinte...
- O que?
- Eu fui atrás da Gina. Eu estava feliz com ela, ia pedir ela em namoro, mas ela tinha outra ideia e me deu um fora.
- Simplesmente assim. Eu conheço a Gina e ela não faria isso sem um motivo.
- Sim ela tinha um. Ela não podia ficar com um campeão. – disse ele com raiva.
- Como se você também gostasse da sua fama. – disse Lilian.
- É, mas eu não posso viver sem a minha fama. Mas pelo que parece, ela pode. Ficando longe de mim. Eu sou o maldito Menino-que-Sobreviveu, o fantástico garoto que enganou Dumbledore e um monte de gente e se tornou O Campeão do Tribruxo, aquele que desrespeitou todas as regras.
- Sei bem o que é isso. – disse ela.
- Duvido. – retrucou ele se largando no sofá.
- Marotos te diz algo. Pela sua reação sim. Você acha que foi fácil para mim, Mary e Anna e a Gi ficarmos com eles. Eles eram admirados e cobiçados por todas as meninas. Você tinha que ver o que acontecia quando eles entravam em uma ambiente com a aura de caça. Fico feliz que éramos as “vitimas”. Eu tentei por muito tempo ignorar o que sentia pelo seu pai, até que ele me enganou e acabei indo em um passeio a Hogsmeade com ele. Você sabe essa historia. Cada uma tinha um modo de conviver com isso. Mary recebeu a ideia de usar uma coleira, e usava ciúmes contra ele, assim como ela faz agora, essa brincadeira de trocá-lo por você. Anna fazia o estilo selvagem, era mais uma fera protegendo o que era dela. A Gi não tinha muito problema, o Guinho sempre foi doido nela, mesmo ela namorando outro. Acho que ignorar ele era o meu. Mas depois que começamos a namorar com ele me senti mais segura, sabia que ele era meu.
- Não foi isso que eu fiquei sabendo. – retrucou ele.
- Você podia ser mais parecido com a sua irmã. – disse Lilian preocupada. – Eu escutei uma conversa de uma menina que estava se vangloriando por ter dormido com o Tiago. Me descontrolei e terminei tudo e tentei me vingar, mas a farsa foi resolvida com a ajuda da Madame Pomfrey e a Mel. No final das contas estamos juntos.
- Mas o que isso tudo tem haver com isso tudo?
- Ela tem medo. Eu tinha medo. Ela gosta de você, eu sei disso, assim como você sabe. Ela tem medo de sofrer de se envolver com você e se machucar. Você é ,digamos, uma pessoa desejável, ela tem medo de que alguém roube você dela. Sem contar que todos vão ficar de olho nela, como ficam com você.
- O que eu faço? – suplicou ele, e Lilian percebeu que ele não tinha mais o ar confiante.
- Converse com ela. Diga o que você sente. Não deixe que os outros ou o que eles pensam separar vocês dois.
- Era o que eu tava indo fazer. – disse ele de forma petulante, - mas vou ter que esperar até o almoço.
- Acho que é melhor você ir. A aula já vai começar.
- Tchau. – disse ele saindo correndo.
- Não tenha pressa meu amor. – disse ela depois que ele saiu. – Vocês estão destinados a estarem juntos e eu ajudarei de todas as formas possíveis.
Harry chegou correndo a sala de Defesa. Os amigos o olharam espantados.
- Perdi a hora conversando com a mamãe. – disse ele para a pergunta muda deles.
- Podia dar uma desculpa melhor. – disse Rony. – Pode falar o nome da menina.
- Gina. – disse ele só para aporrinhar, e entrou na sala.
- Mas ela tava com a gente. – disse o ruivo para a namorada.
- Então ele tava dizendo a verdade. – disse a menina com lógica. – E você sabe que ele enfrentaria um gigante por ela, e fica enchendo o saco dele. Que grande amigo você é.
- Eu não sabia disso. – disse Tony e o amigo confirmou que também não.
- Bom dia, turma. – Disse Remo acabando com qualquer chance de conversa. – Hoje não estudaremos nenhuma criatura das trevas. Foi solicitado pelo diretor que lhes falasse sobre humanos que as combatem. São uma classe diferente de humanos, algo entre os bruxos e não-bruxos. Normalmente não possuem poder mágicos, mas existem casos registrados disso, pouquíssimos mas existem. São conhecidos como Caçadores. Não sabem muito da origem deles, apenas que o primeiro Caçador foi Gabriel Van Helsing.
- Professor. – Chamou Dino. – Pode se tornasse um Caçador?
- Não, não se pode se tornar um Caçador. Assim como não se poder se tornar um bruxo, se nasce assim. Eles têm habilidades diferentes. Tem força o suficiente para combater um lobisomem sem armas e velocidade para matar um vampiro centenário. Possuem sentidos aguçados. Geralmente eles são descendentes de outros Caçadores. Raras são as vezes que nasce algum entre os trouxas. Nunca entre os bruxos. Porém como já disse um filho de Caçador pode ser também um bruxo, desde que filho de um bruxo também.
- Quer dizer o filho de Caçador com uma bruxa pode ser os dois, pai? – perguntou Tony.
- Sim. Somente assim. E possivelmente seria o mais poderoso de todos.
Harry estava frustrado, já fazia três meses que teve a conversa com sua mãe e não conseguiu um momento a sós com Gina durante esse tempo. Ela andava muito com as amigas e ele não faria nada para atrapalhar a menina, e sempre que a via sozinha algo o atrapalhava. Um bando de meninas se colocava em seu caminho. Ou um professor aparecia atrás dele, mas o que era mais comum era aparece um ruivo para lhe atrapalhar. Ele sabia que eles faziam isso de propósito, já que algumas vezes era um dos gêmeos separados.
Ele pensou algumas vezes de seqüestrá-la enquanto ela dormia, mas com certeza ela não ia quer ouvi-lo se fizesse isso.
Então ele olhava no mapa para encontrá-la sozinha, e longe daqueles que poderiam atrapalhar. Rony estava na biblioteca com Hermione, Fred e George confabulavam com Lino no Salão Principal, Tonks estava com Remo. Era a hora ela subia pelo caminho que ligava a torre da Corvinal com a deles.
Aparatou perto dela, não queria assustá-la, por isso ficou esperando em um corredor na frente dela.
- Oi Harry, me procurando? – perguntou ela sabendo dos esforços dele para falar com ela, mas não facilitava para ele. Se ele realmente a queria, teria que correr atrás dela, as palavras dele a magoaram, assim como ela sabia que ele também tinha ficado magoado com ela.
- Oi, Foguinho, estou sim. – disse ele sabendo que era gozação dela. – Preciso falar com você.
- Precisa ser no corredor ou podemos ir para alguma sala?
- Melhor em alguma sala. – disse ele. – Eu sei uma muito boa para isso.
Mas ao se virarem para seguir para a sala precisa, deram de cara com Melissa.
- Potter. Estão convocando os Campeões para uma reunião.
- Agora? – perguntou o moreno, olhando diretamente para Gina, que ria da cara frustrada dele.
- Infelizmente.
- Outro dia conversamos. – disse Gina. – Isso é importante, também.
- Vamos então. – disse ele para a auror.
Os dois caminhavam para fora do castelo, Harry o fazia mecanicamente.
- Sabia que você se parece com seu pai, mais que parece. – disse Mel. – E não estou falando da aparência.
- Como é? – perguntou ele voltando do mundo da lua.
- Ele sempre faz essa cara quando brigava com Lilian. E se me lembro bem o Guinho também.
- Você conhece eles há muito tempo?
- Sim. Conheci quando entrei na escola. Eu estava no primeiro ano e eles formando. Eu acabei ajudando eles quando outros sonserinos atacaram as meninas. E desde então sou considerada por todos como uma irmã. Só não conheci aquele tal de Rabicho, que era um comensal.
- Como é isso?
- Está vendo esta pulseira, eles me deram no último dia de aula deles. Eles sempre sabiam como eu estava. Uma vez, quando eu estava no sétimo ano, um idiota não acreditou nas historias dos marotos e tentou me agarrar. Seu pai, Sirius e Remo apareceram na mesma hora na porta do castelo e rumaram para a sala que estávamos. Uma pena que não tinha mais o que fazer, eu já tinha dado uma surra nele e ele estava inconsciente. Eu passava um tempo na casa de um deles nas férias, e muitas vezes cuidei de você e sua irmã. Eles me ensinaram muita coisa, principalmente defesa pessoal. Quando ingressei na academia tirei notas excelentes e deixei a todos eles bem orgulhosos, e assim eu pude escolher meus tutores. Tiago Potter e Sirius Black. Eles eram os melhores e mais rigorosos de todos.
Harry não conseguiu falar nada. Eles tinham acabado de chegar no campo de Quadribol, que estava irreconhecível.
- Tenham calma senhores. Vocês ainda terão o campo de quadribol quando terminarmos. – Disse Amélia Bones.
- Estamos aqui para informar que a terceira prova será um Labirinto. No Centro dele estará a Taça do Tribruxo. Aquele que chegar primeiro será considerado o Campeão e receberá o prêmio. – Disse Crounch. – A pontuação que vocês possuem serve para indicar a posição de entrada e o tempo entre vocês. Primeiro entrará o Sr. Potter que possui mais pontos, seguido dos Srs Digorry e Krum e depois a Srta DeLacour. Estamos entendidos? Estão dispensados.
Harry seguiu para a torre pensando no que teria que fazer.
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