Reconciliações
Capítulo 28 – Reconciliações.
- Rony! – todas as meninas ralharam com ele, sem entender o ataque do ruivo.
- Que foi. Ele só pode ter feito isso para chamar atenção. – disse o ruivo. – Vocês sabem bem que ele tem meios para fazer as coisas.
- Você realmente acredita que ele se inscreveu? – perguntou Gina.
- Sim. Mas você não pode falar nada, apostou que ele seria escolhido. – disse Rony para a irmã.
- Já falei que não é isso que vocês estão pensando. E que não devo explicações a você, somente ao Harry. – disse antes que o irmão falasse mais alguma coisa. – Você é o melhor amigo dele, devia acreditar nele.
- Ele é cheio de segredos. E acho que ele poderia muito bem ter se inscrito sim, só para calar a boca do Malfoy. – disse o Rony.
- Sim, ele conseguir se inscrever é uma coisa possível. – disse Hermione racionalmente. – Não que eu acredite que ele tenha feito isso, pela reação dele. Mas enganar um objeto de tamanho poder daquele, acho que já é demais, mesmo para ele. Sem contar que você também tem segredos que não conta para ele, certo?
- E se ele realmente quisesse aparecer, ele teria se inscrito na frente de todos, você sabe bem que ele não liga muito para detenções. – disse Flávia.
- Você não viu a reação da Cris. Ele conta quase tudo para ela, acho que só o que se refere a meninas que ele não fala com ela. – disse Fernanda corando levemente. – Ela quase entrou em desespero, e só se acalmou quando o Harry chegou na torre.
- Você sabe muito bem que o que ele menos quer é todos olhando para ele. Já fazem isso, por causa do ataque que ele sofreu quando pequeno, imagina agora. – disse Tony. – Acho que teremos que nos preparar, as pessoas viram para cima de todos nós para saber dele.
Todos se levantaram deixando para trás um ruivo pensativo.
Harry achou que nada podia piorar o tratamento recebido pelos sonserinos, mas ele estava enganado. Agora eles o olhavam mais torto, alguns falavam mal dele, sem se importar se seriam ouvidos.
O pior de todos foi realmente Malfoy. Eles acabaram se esbarrando em um corredor.
- Vejam se não é o nosso ilustríssimo campeão. – disse o loiro carregando no sacarmos. – Quer que limpemos o vosso caminho?
Os dois gorilas que o acompanham riram.
- Olha Cris. Uma bunda que fala. – disse ele. – Espero que a merda que saia dele não cheire tão ruim quanto parece.
- Ora seu. – disse Malfoy sacando a varinha.
Foi quando um grupo de meninas surge no corredor atraindo a atenção dos sonserinos. Harry se aproveita lança um feitiço em Malfoy e sai como se nada tivesse acontecendo, abraçado com Cris.
As meninas cercaram os três meninos, gritando o nome do moreno.
- Eu precisava rir um pouco. – disse Harry.
- Não entendi. – disse a ruiva.
- Ora, fiz aparecer no peito do Malfoy um cartaz escrito: “Associação ao fã-clube de Harry Potter aqui.” – disse o filhote de maroto. – Agora ele vai sofrer pela minha fama.
- Você é um Anjo mau. Muito mau.
Gina estava apreensiva. Ainda não tinha visto os dois amigos, desde que eles saíram do salão principal pela manhã. Ela já tinha dado um sermão nos gêmeos por ter aberto a boca para o moreno, agora ficaria mais difícil explicar para ele.
Harry e Cris entram rindo na sala comunal, chamando a atenção de todos. Não que fossem escandalosos, mas era por ser uma dupla considerada por muitos a mais bonita do colégio, e ter uma ligação muito forte inexplicável para a maioria.
Gina se aproximou dos dois, decidida.
- Harry, preciso falar com você.
- Tudo bem, vamos para aquele canto. – disse Harry com um sorriso.
Gina viu nisso um bom sinal, era mais fácil conversar com ele quando estava de bom humor.
Cris se afastou indo se sentar com as gêmeas.
- E sobre a aposta, eu tenho que te explicar o que aconteceu. – ela viu o brilho nos olhos dele diminuir, mas continuou com coragem. – os idiotas dos meus irmãos não deviam ter falado nada com você, pelo menos não da forma que falaram.
Gina não soube interpretar o silencio de Harry, então continuou:
- Você sabe como os gêmeos podem ser chatos com relação a dinheiro e apostas. Pois bem, eles ficaram me enchendo a paciência para que eu apostasse em um campeão. Como já estava cansada deles por causa da Copa Mundial, achei melhor apostar logo. Pensei em alguém que eu queria ver como campeão, mesmo não podendo e esse alguém surpreenderia os dois. Eles queriam que apostasse em um deles. Sabe que eles sempre falam para nunca apostar contra um Potter. Então levei esse aviso a serio e apostei em você. Você tinha que ter visto a cara deles quando eu disse que você seria escolhido, foi hilária. Melhor de quando a mamãe descobre os planos e coloca-os de castigo. – Ela parou e deu um suspiro. – Quando a Mi me contou o que houve, eu quase bati neles, eu queria te contar, nunca pensei que você ia se inscrever, você disse isso e eu acreditei. Fiquei surpresa, feliz e com medo por você quando seu nome saiu do cálice. Me perdoa.
- Não tem o porquê te perdoar, Ruiva. Você não errou. Eu estava chateado com o que aconteceu e irritado com o seu irmão. A minha reação no café foi exagerada. Mas tive tempo pra pensar e vi que devia ter algum motivo para isso. Só precisava te encontrar. Sabe é bem difícil andar pelo castelo sem ser visto. – disse ele abraçando ela e indo para perto das meninas.
- E ai? – perguntou Cris sem emoção.
- Ela levou muito a sério o lema do Tio Almofadinhas “Nunca aposte contra um Potter.”, e resolveu apostar a favor. – disse ele simplesmente.
- Ótimo, agora tenho que te contar o que esse maluco aí aprontou o dia todo. – disse Cris.
- Ei, eu ainda estou aqui. – disse ele fingindo estar indignado.
- É melhor ainda, assim você confirma tudo. – disse Cris.
Pouco depois, Harry decidiu ir se deitar, acordaria cedo no dia seguinte para poder treinar, já que agora como campeão de Hogwarts ele tinha que se preparar bem.
No quarto ele encontrou Rony sentado na sua cama. Parecia nervoso.
- Harry, tenho que falar com você. – disse o ruivo. – eu andei pensano, por favor sem brincadeiras. Bem na verdade no café, Hermione e os outros me falaram algumas coisas que me fizeram refletir. Agora eu não acredito mais que você tenha se inscrito. E se o fizesse me contaria. Peguei Hogwarts, uma História, por favor, não conta para a Mione, prefiro brigar com ela sobre o livro do que admitir que li. Nele vi a historia dos outros torneios. Não vejo você querendo participar daquilo tudo.
- Finalmente tomou juízo. – disse o moreno.
- Mas se você não se inscreveu, quem o fez?
- Ninguém sabe, há suspeitas dos comensais. Eles andam meio quietos ultimamente, mas não sabemos como eles fizeram isso. – disse Harry.
- Tem certeza?
- Quem mais poderia fazer algo assim? Nenhum aluno conseguiria isso, e não acredito que algum professor trairia Dumbledore assim.
- Não poderia ter sido algum dos outros diretores para prejudicar Hogwarts no torneio?
- Dificilmente um deles faria isso. Bem pelo menos a reação deles foi de indignação e de raiva. Não dava para fingir tão bem assim. Mesmo assim eles devem ter levado em conta que eu seria obrigado a participar, assim seus campeões teriam menos chances de ganhar.
- Então. Amigos? – perguntou Rony.
- Sim, amigos. – disse Harry se adiantando e abraçando o amigo.
-Garotos. – disse Hermione da porta.
Os dois olharam para a porta e viram a morena acompanhada de Gina e Tony.
- Desde quando vocês estão aí? – perguntou Rony.
- Desde que você perguntou quem deve ter sido. – respondeu Hermione. – Subimos para ver se vocês não tinham se matado.
- Ei. Não somos violentos. – respondeu Rony.
- Os sonserinos discordam. – disse Tony. – Escutei o Malfoy tramando vingança.
- Ah, deve ser por causa do meu fã-clube. – respondeu Harry.
- Como assim? – perguntou o ruivo. – Você sempre odiou esse negócio.
- O idiota resolveu encher o meu saco hoje. Para me livrar dele criei uma placa e colei nele dizendo que ele tinha um fã-clube meu, deve ter ficado cheio de pessoas em volta dele.
Todos riram desta peça arrumada pelo filhote de maroto.
Harry estava voltando de seu treinamento na Sala Precisa, que foi lhe apresentada pelo seu pai, quando ele entrou na escola. Resolveu passar na cozinha para pegar uma fruta antes de voltar para seu dormitório e fingir que tinha acabado de acordar.
- Tia Mel, não esssperava encontrar voccê por aqui. – disse ele ao ver a auror em língua de cobra.
- Como não, voccê sssabe muito bem que eu essstou resssponsssável pela sssegurançça do torneio. – disse ela sem reparar que falava em língua de cobra, um ponto para o Gryffindor.
- Eu quisss dizzer a essssa hora. Tá muito ccedo. – disse ele. ¬– Mass foi bom te encontrar. Fiquei sssabendo de um amigo dos meusss paiss que essstudou aqui. Voccê pode me falar sssobre ele?
- Vocccê essstá falando do Guinho. Ele é um americano que veio aqui quando eu esstava no primeiro ano. Entrou rápido para o grupo, ele ssse parecia muito com você. Maisss que voccê ssse parece com ssseu pai, oss olhoss eram da messsma cor. Masss fazz tempo que eu não vejo ele. Ele era bem legal comigo.
- Obrigado. – disse ele saindo pensativo em direção a torre.
- Pera lá. Ele falou comigo na língua de cobra e idêntico ao Guinho. Até mesmo a cicatriz. Era ele. Esse tempo todo. – pensou em voz alta Melissa. – Tenho que ter uma conversa séria com Ti e a Lily.
Depois de alguns dias, Malfoy apareceu todo radiante antes da aula de Poções com um botom preso a sua camisa.
- Veja Potter que maravilha eu estou distribuindo para aqueles que torcem pro Diggory. – disse ele mostrando o botom verde onde podia se ler “Apóie Cedrico” – Já que ele é o verdadeiro campeão de Hogwarts.
Os sonserinos riram muito.
- Mas olha o que ele faz. – disse ele apertando o botom e a mensagem mudou para “Potter Fede”. – Eu mesmo fiz.
- Acho que os gêmeos fariam melhor se você pedisse. Mas acho que eles iriam cobrar muito por ser você. – disse ele sem ligar para os sonserinos que puxaram as varinhas. – E acho que não seria muito inteligente duelar na frente de um professor, portanto me dêem licença.
Neste instante a porta da sala abre revelando Snape, ele percebeu que os alunos de sua casa empunhavam suas varinhas para o moreno, que parecia não se preocupar com isso. Ele odiava a arrogância dos Potter por não se preocupar numa situação desta, mas reconheceu que o menino foi sensato em não começar um duelo ali, pois ele iria puni-lo.
- Todos para dentro. – disse o professor.
- Se você nós com as varinhas, teríamos perdido pontos e estaríamos em detenção. – reclamou baixinho Rony.
- Por isso mesmo eu não peguei a minha. – respondeu Harry.
O professor reparou que os botons usados pelos sonserinos mudaram, estavam diferentes dos que ele tinha visto mais cedo. A maioria ostentava agora a inscrição “Vai Hogwarts”, com o símbolo da escola no centro, sendo que a maioria estava agora na cor amarela e poucos na cor vermelha. Mas o de Malfoy estava com a expressão “Comandante Idiota Mal-feito”.
Aquilo só poderia ser coisa do Potter, mas não sabia se era o pai ou o filho, que ele não viu pegar na varinha para fazer isso. Resolveu deixar para lá, assim era melhor para a imagem da escola.
Aliás, o menino nem ao menos abriu a mochila, como todos para começar a preparar a poção do dia. Quando Snape se encaminhava para a mesa do moreno para saber o porquê dele não estar fazendo o necessário para a aula, alguém bate na porta.
- Professor Snape. Preciso que você me ceda o Sr. Potter. – disse Tonks quando o professor abriu a porta.
- Ele está em aula, para que você precisa dele? – perguntou ele.
- Todos os campeões estão sendo convocados para a pesagem das varinhas, para saber se elas estão em condições para que eles as utilizem nas provas.
- Então isso é importante. – disse Harry já ao lado do professor com a mochila no ombro.
- Pode voltar com o seu material para o lugar. – disse o professor.
- Não acredito que daria tempo para que eu retorne a aula, certo Srta Tonks? – desafiou Harry com o olhar o seu odioso professor.
- Sim. Tomará todo o tempo até o almoço. – disse a auror, impressionada com o menino.
- Certo, vá rápido, senão eu retirarei pontos da Grifinória por você atrapalhar a aula.
Harry simplesmente balança o ombro em sinal de que não ligava para isso e saiu.
- Quando o Aluado me disse que você estava parecido com o seu pai, eu não acreditei. Eu nunca enfrentaria o professor Snape. Com certeza ele ira reclamar com o professor Dumbledore. – disse a auror. – Se bem que a minha turma era menos aterrorizada. Acho que era por ser da Lufa-Lufa, e tinha aulas com a Corvinal.
- Isso para mim é mais fácil, ele tem medo do papai, então não bate de frente comigo, só ameaça. – respondeu o menino.
- Além da pesagem, vai ter ma seção de fotos. – disse ela meio encabulada. – Eu sei que você não gosta de publicidade, mas é para o torneio. Você sabe como é.
- Obrigado por avisar. Acho que terão uma surpresa se algo diferente ocorrer. – disse ele com um sorriso maroto.
- É aqui. – disse ela ao chegar na sala em que os campeões ficaram depois de selecionados. – Não poderei acompanhá-lo. Mas qualquer problema, estarei com o Aluado.
- Certo. – disse ele se despedindo dela, aproveitando que não tinha ninguém no corredor deu um abraço nela.
Harry encontrou na sala apenas os outros campeões. Vitor nem olhou para ele, Cedrico cumprimentou com a cabeça e Fleur sorriu para ele. Porém tinham mais duas pessoas ali, provavelmente para as fotos.
- Potter, o campeão mais jovem. Sou Rita Sekteer, jornalista do Profeta Diário. Gostaria que você me concedesse uma entrevista. – disse a mulher pegando firmemente em sua mão e arrastando para uma porta.
- Infelizmente não concederei entrevista nenhuma. Prefiro assim. – disse ele se soltando.
- Mas o publico tem o direito de saber sobre os campeões. – disse ela.
- Você já entrevistou os outros ou disse que o faria. – perguntou o moreno e pela reação dela percebeu que não tinha nenhuma intenção disso. – Pelo que parece não. Eu não dou entrevistas, nem gosto de que façam reportagens sobre mim. Só estou aqui por causa do torneio, agora se me der licença, esperarei os diretores, sentado aqui.
- Mas você esta interferindo no meu trabalho. – disse ela. – Os meus leitores querem saber da sua vida.
- E eu tenho direito a minha privacidade, e a minha vida só diz respeito a mim. – disse o moreno olhando de forma intensa para a repórter.
Ela abriu a boca para argumentar, mas parou logo em seguida. Na verdade ela não sabe se o que viu foi verdade ou apenas alucinação, mas por um instante ela viu olhos bestiais naquele menino. O medo de desagradá-lo foi maior que a sua curiosidade e vontade de escrever a matéria.
Poucos minutos se passaram e entraram na sala os diretores seguidos pelo Sr Olivaras, o dono da loja de varinhas.
- Bom Dia. – disse Dumbledore. – Este é o Sr Olivaras, ele inspecionará as varinhas de vocês.
- Começaremos com a dama. – disse galanteador. – Excelente estado. Mas não é possível, um fio de cabelo de Veela.
- É da minha avó. – disse a loira. Harry registrou isso para falar com Rony, para ele tomar cuidado.
- É instável, por isso não é usual. Mas se você se adaptou bem com ela, não há nada contra. – disse Olivaras com um floreio conjurando um boque de flores e oferecendo para a francesa.
- “Anjo. Aconteceu um trem estranho aqui.” – disse Cris.
- “Pode falar Fada, estou livre do Seboso.”- respondeu.
- “Eu tinha visto alguns alunos com um botom dizendo para torcer pelo Cedrico. Consegui roubar um para te mostrar, principalmente pela mensagem escondida.”
- “Eu já vi, Malfoy fez questão de cantar de galo, se pavoneando dizendo que ele é o responsável por isso.”
- “Mas o estranho foi que de repente, todos mudaram. Agora tem o escudo da escola e dizeres se referindo à escola. O que está comigo está vermelho, mas eu vi outro que estava com uma menina da Corvinal, quando fui ao banheiro, ele estava amarelo.”
- “Então deu certo.”
- “O que deu certo?”
- “O feitiço que lancei nos botons. Não sabia que ia funcionar em todos, mas parece que deu.”
- “Mas ele pode fazer de novo.”
- “Não se for realmente ele quem fez. O enfeiticei também, sempre que ele colocar um no peito surgirá uma mensagem ‘carinhosa’ para ele. Conhecendo ele, somente criou um e depois usou um feitiço de cópia, se ele tentar de novo, o resultado será o mesmo de agora. Então não preciso me preocupar com este rato.”
- “Agora tenho que voltar a aula, a Tia Mimi não tá com uma cara boa.”
- “Manda um Beijo para ela.” – disse ele voltando a sua atenção para a sala, só escutando o Sr Olivaras dizer Gregorovith.
- Agora só nos resta o Sr Potter. – disse o fabricante de varinhas.
- Aqui está disse ela. – disse o moreno entregando a sua varinha.
- Hum, Azevinho e pena de fênix. Muito boa a sua varinha. – disse ele conjurando um jarro de vinho. – em boas condições de uso.
Harry recebeu de volta a sua varinha, percebendo um brilho estranho no olhar do fabricante. E se lembrou de quando a comprou, o fabricante disse que a sua varinha era irmã da varinha de Voldemort, que estava em poder do Ministério desde a queda deste.
- Fotos. – disse o fotógrafo para o grupo.
Foram batidas inúmeras fotos com poses diferentes. Rita sempre tentava dar mais destaque para Harry, enquanto o fotógrafo privilegiava Fleur. Mas encontraram problemas quando Madame Maxime apareceria, pelo seu tamanho.
Depois das fotos individuais, foram dispensados.
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