Hermione, Rainha das Bruxas, L



HRdB

19 de junho





Olá, querida. Como foi o fim dos exames?

Péssimo. Péssimo. Péssimo. Gwen... Guinevere... ah,Guinevere...

Hermione? Você está bem?

Estou na ala hospitalar.

Ah minha nossa. O que aconteceu desta vez??? Você está machucada?

Estou, Ron também. Ele está dormindo agora. Mas Madame Pomfrey diz que ficaremos bem. Bem em termos.

Meu Deus, Hermione. O que aconteceu? Me conte tudo.

Sirius, Gwen. Sirius. Ele se foi.



O... o que quer dizer?

Isso mesmo. Ele se foi. Pra sempre. Ele está morto.





Não. Não pode ser.

Sei que não pode. Mas é. Estive chorando a noite toda.

Não acredito.

Nem eu. Mas me deixe contar a história. Toda. TANTA COISA aconteceu... Apenas... apenas escute.

Ok.

Bem. Estávamos no exame de História da Magia. Estávamos escrevendo, quando de repente alguém gritou. Harry. Ele caiu da cadeira. Ele estava berrando, apertando a cicatriz.

Eu olhei direto para Ron. Ele me respondeu com um olhar aterrorizado. O Prof.Tofty levou Harry para o saguão de entrada. Eu e Ron ficamos nos entreolhando apavorados. Esperamos, nervosos, o exame terminar, então corremos pra fora dali. Harry estava descendo a escadaria de mármore. Eu falei “Harry! O que aconteceu? Você está bem? Está doente?”

“Onde você esteve?” perguntou Ron.

“Venham comigo.Depressa. Tenho que contar uma coisa pra vocês.” Ele nos arrastou para o corredor do primeiro andar. Ele abriu uma sala de aula vazia. Entramos, ele se apoiou na porta e falou “Voldemort pegou Sirius.”

“QUÊ?”

“Como você---”

“Vi. Agorinha. Quando adormeci no exame.”

“Mas... onde? Como?” eu perguntei. Eu me senti fraca.

“Não sei como. Mas sei exatamente onde. Tem uma sala no Departamento de Mistérios cheia de estantes com pequenas esferas de vidro, e eles estão no fim do corredor noventa e sete.... ele está tentando usar Sirius para apanhar alguma coisa que quer lá de dentro...ele está torturando ele...diz que quando terminar vai matá-lo!” Harry ficou meio trêmulo e se sentou. “Como é que vamos chegar lá?” ele perguntou.

Eu e Ron ficamos em silêncio. Acho que estávamos pensando a mesma coisa. Ron falou “Ch-chegar lá?”

“Chegar ao Departamento de Mistérios para poder salvar Sirius!” Harry respondeu, em voz alta.

“Mas... Harry...” falou Ron.

“Quê? QUÊ?”

“Harry... ah... como... como Voldemort entrou no Ministério da Magia sem ninguém perceber a presença dele?”

“Como é que vou saber?” urrou Harry. “A questão é como vamos entrar lá!”

“Mas... Harry... pense... são cinco horas da tarde…o Ministério da Magia deve estar cheio de funcionários.. como Voldemort e Sirius entraram lá sem serem vistos? Harry, eles são provavelmente os bruxos mais procurados do mundo... você acha que poderiam entrar em um prédio cheio de Aurores sem ninguém perceber?”

“Eu não sei, Voldemort usou uma Capa da Invisibilidade, ou algo!” gritou Harry. “De qualquer maneira, o Departamento de Mistérios sempre esteve completamente vazio nas vezes em que estive---”

“Você nunca esteve lá, Harry. Você só sonhou com aquele lugar.”

“NÃO SÃO SONHOS NORMAIS!” Harry foi chegando perto, furioso. Ron me puxou para trás. “Como é que você explica, então, o pai de Ron, o que foi aquilo? Como eu soube o que tinha acontecido a ele?”

“Ele tem razão.” Disse Ron, olhando pra mim.

“Mas isto é simplesmente... simplesmente tão IMPROVÁVEL! Harry, como Voldemort poderia terpego Sirius se ele tem ficado o tempo todo o Largo Grimmauld?” eu falei, desesperada. Eu precisava fazer ele entender!

“Sirius pode ter pirado e ter tido vontade de tomar um ar fresco. Está desesperado pra sair daquela casa há séculos...” disse Ron, preocupado.

“Mas por que Voldemort iria querer usar SIRIUS para apanhar a arma, ou seja lá o que for a coisa?”

“Não sei, tem um monte de razões! Vai ver Sirius é alguém que Voldemort não se importa de ferir...”

E discutimos. Ron achou que Harry poderia estar certo, e eu fiquei lá, tentando convencer os dois de que era uma loucura. Até que eu falei “Estou tentando dizer: Voldemort conhece você, Harry, ele levou Gina até a câmara secreta para atraí-lo, é o tipo da coisa que ele faz, ele sabe que você é... uma pessoa que iria em socorro de Sirius! E se ele só estiver tentando ATRAIR você ao Departamento de Mist---”

“Hermione, não faz diferença se ele fez isso pra me atrair ou não, levaram McGonagall para o St.Mungus, ao sobrou ninguém da Ordem para quem a gente possa contar algo, e se não formos, Sirius morre!”

“Mas Harry, e se o seu sonho foi... apenas isso? Um sonho?” Harry soltou um urro de raiva. Eu recuei.

Ele começou a falar um monte de coisas, que Dumbledore queria que ele tivesse aulas de Oclumência pra ele parar de ter sonhos assim, porque eles são reais, e um monte de outra coisa. Então quando ele começou realmente a berrar, Gina e Luna entraram. Ela falou “Oi. Reconhecemos a voz de Harry. Por que é que você está gritando?”

“Não é da sua conta” respondeu Harry, grosso.

“Não precisa usar esse tom de voz comigo. Eu só pensei que poderia ajudar.”

“Pois não pode.”

“Você está sendo realmente muito grosseiro, sabe?” observou Luna. Harry soltou um palavrão e virou as costas.

“Espere... Espere... Harry, elas PODEM ajudar.” Eu disse. Ron e Harry me encararam. “Escute. Precisamos verificar se Sirius deixou a sede.”

“Eu já lhe disse que---”

“Harry, estou lhe suplicando, por favor! Por favor, vamos verificar se Sirius está em casa antes de sair correndo para Londres. Se descobrirmos que ele não está, então juro que não vou tentar impedi-lo, vou junto, f-farei o que for preciso para tentar salvá-lo.”

“Sirius está sendo torturado AGORA! Não temos tempo a perder!”

“Mas se isso for um truque de Voldemort? Temos de verificar, Harry.”

“Como? Como vamos verificar?”

“Teremos de usar a lareira da Umbridge e ver se conseguimos falar com ele. Vamos afastar Umbridge da sala de novo, e é aí que podemos usar Gina e Luna.”

“Nós faremos.” Disse Gina. Eu adoro ela. Embora ela não estivesse entendendo, ela ia nos ajudar.

“Ok.Ok. Se você conseguir arranjar um jeito de fazer isso agora, estou com você.Do contrário, estou indo para o Departamento de Mistérios agora mesmo.”

Então formulamos um plano. Ron foi avisar Umbridge de que Pirraça está destruindo algo. Gina e Luna disseram ao pessoal que descia pela direção da sala de Umbridge dizendo que tinham soltado Gás Garroteante. E eu e Harry fomos de Capa da Invisibilidade até a sala da Umbridge. Então fomos. Se alguém viesse, Gina cantaria “Weasley é o nosso rei” para nos avisar. Entramos na sala de Umbridge, eu peguei a varinha e fiquei olhando pela janela,e Harry usou Pó-de-Flu e enfiou a cabeça no fogo. Eu fiquei esperando. A julgar pela demora de Harry, achei que Sirius estivesse em casa. Eu me virei de costas para a porta. Quando Umbridge entrou dizendo “Ahá!”

Ah não.

Sim. Ela me lançou um olhar vitorioso e puxou Harry, enquanto a Brigada Inquisitorial entrava pela porta, e Emília Bulstrode me agarrava e tirava minha varinha. Umbridge disse que ela tinha instalado Feitiços Sensores de Atividade Furtiva na sala. Ela perguntou com quem Harry estava se comunicando. Harry disse “Com ninguém!” Umbridge falou “Mentiroso” e jogou Harry para um canto. Então entraram na sala alguns membros da Brigada Inquisitorial, segurando Ron, Gina, Luna e Neville, que tentara impedir Warrington de apanhar Gina.

O plano deu errado. Quando Ron foi mentir para Umbridge de que Pirraça estava destruindo o Departamento de Transfiguração, Filch já a tinha avisado de que Pirraça estava fazendo outra coisa. E então ela mandou a Brigada pegar todos.

Umbridge continuou a inquirir Harry,mas ele não respondia. Então ela mandou Malfoy ir buscar Snape.

Snape. Tinha sobrado um membro da Ordem em Hogwarts sim. Snape. Ela pediu Vitaserum a Snape, mas ele falou que Umbridge tinha usado o último frasco para interrogar Harry. Eu e Ron olhamos pra ele.Ele não tinha nos contado isso. Umbridge ficou lívida de raiva e disse que Snape estava em observação. Ele pareceu supremamente indiferente, e ia saindo da sala quando Harry falou “Ele tem Almofadinhas! Ele tem Almofadinhas, no lugar onde está escondido!”

Claro, eu e Ron entendemos. Sabemos que Almofadinhas quer dizer Sirius, mas não conseguimos dizer se Snape entendera ou não.Ele encarou Harry depois mandou ele parar de falar baboseiras. E ele saiu. E ficamos desesperados. Então Umbridge disse que Harry não a deixara outra escolha.Ela disse “A Maldição Cruciatus deve soltar a sua língua.”

Não!

Foi o que eu gritei. Eu falei “Profa.Umbridge,isso é ilegal! O ministro não ia querer que você desrespeitasse a lei!”

“O que Cornélio não sabe não lhe tira pedaço. Ele nunca soube que mandei dementadores atrás do Potter no verão passado, mas ainda assim ficou encantado de poder expulsá-lo.”

NÃO!

Sim. Foi ela. Dá pra acreditar? Umbridge, seguidora do Ministério, mandou dementadores atrás de Harry. Ela ia dizer “Crucio” quando eu gritei “NÃO! Não, Harry... teremos de contar a ela!”

Hermione!

Acalme-se, Gwen. Escute. Harry falou “Nem pensar!”

“Teremos, Harry, ela obrigará você a falar, de que adianta?” E eu comecei a fingir soluçar.

“Ora ora ora! Parece que a srta.Perguntadeira nos dará algumas respostas. Vamos, menina, fale.”

“Her... mi... ni... não!” Gritou Ron, se debatendo através da mordaça.

“Desculpe... desculpe, gente, mas não dá pra agüentar. ” eu disse. Todos me encaravam como se nem me conhecessem.

Eu tive que pensar rápido. Eu inventei uma história quando Umbridge me atirou no sofá e se curvou pra mim. Ela perguntou com quem Harry estava se comunicando. Eu falei “Bom,ele estava tentando falar com o Prof.Dumbledore.”

Ron congelou, Gina parou de tentar se livrar do atacante, e até a Luna pareceu surpresa.

“Dumbledore? Então sabem onde ele está?” perguntou Umbridge, excitada.

“Na verdade não. Procuramos no Caldeirão Furado,no Beco Diagonal, no Três Vassouras, até no Cabeça de Javali...”

“Menina tola, Dumbledore não vai estar sentado em um pub com o ministério atrás dele.”

“Mas... mas precisávamos contar a ele uma coisa importante!” eu falei.

“Que é que vocês queriam contar a ele???”

“Queríamos contar que está p-pronta.”

“Que é que está pronta? Que é que está pronta, menina?”

“A.. a arma.”

“Arma? Arma? Vocês estiveram pesquisando algum método de defesa? Que poderiam usar contra o Ministério? Por ordem do Dumbledore, claro.”

“S-s-sim, mas ele teve de partir antes de terminarmos, e agora está pronta e não conseguimos encontrá-lo!” eu falei, fingindo soluçar.

“Que tipo de arma é?”

“Não sabemos realmente, só fizemos o que ele nos mandou fazer.”

“Me leve até a arma.” Mandou Umbridge.

“Não vou mostrar a ELES” eu falei, indicando os sonserinos.

“Não cabe a você impor condições.”

“Ótimo. Ótimo. Deixe eles verem. Espero que a usem contra a senhora.”

Umbridge olhou para a Brigada Inquisitorial e então disse “Muito bem, querida. Então vamos só você e eu... e levaremos Potter também, está bem? Levante-se.”

Malfoy ainda tentou insistir pra ir, mas Umbridge não deixou. Ela mandou eles ficarem para impedir que Ron e os outros fugissem. Eu não queria deixar eles ali, mas tivemos que ir. Umbridge nos mandou ir na frente.Harry não estava entendendo nada, e ficou especialmente confuso quando entramos na floresta.

Floresta? Você fez eles entrarem na floresta?

Sim. Achei que os centauros talvez dessem um jeito em Umbridge. E eles nos iriam deixar passar, porque “não matam crias”.

Bem, pensado!

É, mas não deu muito certo. Nos embrenhamos fundo na floresta, e eu falava muito alto. Harry ficou apavorado. “Você está louca? Assim vão nos ouvir!” Sussurrou ele.

“Quero que nos ouçam.” Eu disse.

Então uma flecha cortou o ar e se prendeu numa árvore. E ouvimos cascos. Umbridge soltou um gritinho. Uns cinqüenta centauros armados apareceram. Eu sorri.

“Quem é você?” Perguntou Magoriano. Umbridge estava com a varinha apontada pra eles, tremendo e gemendo. “Eu perguntei quem é você, humana.”

“Sou Dolores Umbridge! Subsecretária sênior do Ministro da Magia, diretora, e Alta-Inquisidora de Hogwarts!”

“A senhora é do Ministério da Magia?” perguntou Magoriano.

“Exato! Então, tenha cuidado! Pelas leis baixadas pelo Departamento de Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas qualquer ataque de mestiços como vocês a um ser humano---”

“DO QUE a senhora nos chamou?” perguntou Agouro, enquanto vários centauros ficavam indignados.

“Não se refira a eles assim!” Eu falei, brava.

“A Lei Quinze B diz claramente que “qualquer ataque de uma criatura mágica presumivelmente dotada de inteligência quase humana, e portanto responsável por seus atos---”

“Inteligência quase humana?” repetiu Magoriano, furioso, como os outros. “Consideramos isso uma grande ofensa, humana! Nossa inteligência, felizmente, supera em muito a sua.”

Então depois de uma “conversinha”, a idiota da Umbridge começou a xingar eles de mestiços imundos e feras. Cordas voaram pelo ar e agarraram Umbridge. Harry me empurrou para o chão, enquanto os centauros pulavam por cima de nós e gritavam furiosos. Ela tentou estuporar um centauro,mas a varinha caiu no chão quando eles a ergueram. Agouro carregou Umbridge para dentro das árvores. Dois centauros pegaram eu e Harry.

“E esses aqui?” perguntou o que me segurava.

“São jovens. Não atacamos crias.”

“Eles a trouxeram até aqui, Ronan!” disse o que segurava Harry. “E não são tão filhotes. É quase adulto, este aqui” ele sacudiu Harry.

“Por favor,não nos ataquem, não pensamos como ela! Só viemos pra cá porque tínhamos esperança de que nos ajudassem---”

Mas eu disse a coisa errada.

“Está vendo, Ronan? Já têm a arrogância da espécie! Esperaram que nós fizéssemos o trabalho sujo, era, menina humana? Era para agirmos como seus criados, espantarmos seus inimigos como cãos obedientes?”

“NÃO! Por favor, não quis dizer isso! Só achei que poderiam... nos ajudar!” Mas não deu.

“Não ajudamos humanos. Somos uma raça à parte e temos orgulho disso. Não vamos permitir que saiam daqui se gabando que cumprimos suas ordens!”

Gwen, eles iam realmente nos atacar. Então... Grope apareceu.

GROPE???

O próprio. Ele começou a dizer “Hagger. HAGGER!” Eu falei “Harry! Eu acho que ele está tentando dizer ‘Hagrid’!”

Então ele nos viu.

“Hermi.” Ele chamou.

Minha nossa.

É. Ele se lembrou.

“HERMI! ONDE HAGGER?”

“Não sei! Não sei, Grope, não sei!”

“GROPE QUER HAGGER!” Ele estendeu a mão pra mim. Eu recuei, e sem querer Grope derrubou um centauro. Eles começaram a atirar flechas. Claro, para Grope, não era muita coisa, só alguns arranhões. Mas ainda assim, que deixaram cair gotas de sangue do tamanho de seixos que caíram sobre nós, e corremos para debaixo de uma árvore. Grope foi pro outro lado, seguido pelos centauros. Então, depois de um tempinho eu perguntei “Mas afinal, Harry, como você planeja chegar a Londres?”

“É, era o que estávamos nos perguntando.” Falou uma voz. Eu me virei aliviada. Ron. E mais, vinha com Gina, Neville e Luna. Todos pareciam ter lutado. “Então, têm alguma idéia?” perguntou Ron. E ele nos devolveu as nossas varinhas.

“Como conseguiram fugir?” perguntou Harry.

“Uns dois Feitiços Estuporantes, outro para Desarmar, e Neville executou uma Azaração de Impedimento lindinha.” Ah, só o Ron pra ser bem-humorado numa hora daquelas. “Mas Gina foi a melhor. Ela pegou Malfoy com uma Azaração pra Rebater Bicho-Papão. Então vimos vocês pela janela e viemos atrás. Que fizeram com a Umbridge?”

Explicamos o que tinha acontecido.Então Harry falou que Voldemort realmente tinha pego Sirius.Então, depois de uma discussão sobre quem iria ou não iria para o Ministério, Harry desistiu de fazer Neville, Gina e Luna desistirem de ir, e estávamos decidindo como ir. Luna disse “Pensei que já tínhamos decidido. Vamos voando.” Ron falou, contrariado:

“Olhe aqui, talvez você possa voar sem uma vassoura, mas nós não podemos criar asas sempre que---”

“Há outras maneiras de voar além de vassouras.” Disse Luna.

“Suponho que vamos cavalgar no lombo do Chifre Bofudo, ou que nome tenha.” Sei que não tem nada a ver, mas adorei essa resposta de Ron.

Suponho que sim.

Então Chegaram Testrálios. Eles farejaram o sangue de Grope e apareceram seis. Que era o suficiente. Então Harry, Gina e Neville montaram nos deles. Mas eu, Ron e Gina não enxergamos os Testrálios. Então eles tiveram que nos ajudar a subir. E voamos até o Departamento de Mistérios, Gwen. Foi como voar sem nada. Quer dizer, eu sentia o Testrálio embaixo de mim, mas eu não o via.

Que terrível, Hermione.

Foi. Mas o que importa é que chegamos lá sãos e salvos. Então entramos numa cabine telefônica, que é a entrada de visitantes para o Ministério da Magia. Então, depois que nos esprememos lá dentro,Hary mandou Ron discar seis, dois, quatro, quatro, dois, que é a senha. Então depois que informamos para que vínhamos, crachás com nossos nomes, escrito “Missão de Salvamento” saíram pelo buraco do telefone, prendemos, a cabine começou a entrar na terra, como um elevador, e entramos no Ministério. Estava completamente deserto.Não pude deixar de perceber que o lugar é lindo. Descemos no Átrio. Então corremos para o elevador e paramos no Departamento de Mistérios. Corremos, e entramos num corredor com a porta preta. Entramos.

Era uma sala redonda, com umas doze portas pretas, sem maçanetas nem fechaduras. E tudo era preto, as paredes, o piso e o teto. Só havia alguns archotes com fogo azul. Harry mandou fecharmos a porta. Mas não devíamos ter feito isso, porque assim que fizemos, as portas começaram a girar em nossa volta, embora o chão continuasse parado. Então tivemos que começar a experimentar portas, porque Harry disse que no sonho ele atravessava direto a porta preta e simples e entrava na sala circular, indo reto para a porta em frente. Mas como a sala tinha girado, tivemos que ir tentando. Primeiro, entramos numa sala que tinha um tanque no meio. Tinha cérebros nele, Gwen. CÉREBROS.

Nossa.

Então saímos, porque obviamente não era ali. Eu marquei a porta com um X de fogo antes de fechá-la, porque quando fechamos, a sala tornou a girar. Depois, sabíamos qual porta tínhamos entrado. Depois entramos em uma sala retangular, e o centro dela era afundado, de uns cinco metros de profundidade. Tinha bancos de pedra até lá embaixo, e lá no meio do centro, tinha um arco, fechado por um véu preto que não parava de esvoaçar.O véu meio que hipnotizava Gwen.

Depois tentamos outra, que estava trancada. Ron disse que apostava que era essa,mas não era, porque em seguida, achamos a sala certa. Era alta, iluminada, e tinha um vidro que tinha um ovo, do qual saía um beija-flor. Atravessamos a única porta que havia. Apertávamos as varinhas firmemente na mão.Então caminhamos até achar o corredor noventa e sete. Era lá que Harry tinha visto Sirius. Mas quando chegamos, não tinha ninguém lá. Ninguém. Depois Ron viu que uma das esferas das prateleiras tinha o nome de Harry. Estava escrito “S.P.T. para A.P.W.B.D./Lorde das Trevas e (?) Harry Potter”

Harry pegou a bolinha. Nada aconteceu. Então ouvimos uma voz dizer “Muito bem, Potter, agora se vire bem devagarinho, me entregue isso.”

Ah meu Deus.

Era Lúcio Malfoy. Junto com vários Comensais da Morte.

Harry perguntou por Sirius. Eles riram. Não era de verdade, Gwen. Voldemort atraiu Harry para o Departamento de Mistérios para ele pegar a bolinha e entregar para ele. E não era uma simples bolinha. Era uma profecia, Gwen. De verdade.

Profecia... sim, sim, acho que já ouvi falar delas.

Então Malfoy tentou convencer Harry a entregar a profecia. E uma tal de Belatriz também. Belatriz, Gwen. Belatriz Lestrange. Uma do grupo que enlouqueceu os pais de Neville. A prima de Sirius.

Não!!

Então depois, enquanto Malfoy falava, Harry mandou a gente quebrar prateleiras quando ele dissesse “Agora”. Eu passei a informação para os outros. E Harry gritou “AGORA!” Todos berramos “Reducto!” Várias profecias se quebraram. “CORRAM!” berrou Harry. Harry me empurrou para a frente e corremos. Passamos pelo corredor noventa e sete, saímos da sala e eu falei “Colloportus!”. Só que Ron, Gina e Luna não estavam conosco.

Ah não.

Eles deviam ter errado o caminho. Eu fiquei tão preocupada.. e se pegassem eles? E então ouvimos “Alorromora!” Eu, Harry e Neville mergulhamos debaixo das escrivaninhas. Os comensais entraram. E tentaram verificar debaixo das escrivaninhas. Harry berrou “ESTUPEFAÇA!” O homem ficou desacordado. O segundo comensal virou a varinha pra mim e falou “Avada---” mas Harry se atirou sobre ele e desviou a pontaria. Neville derrubou uma prateleira cheia de ampulhetas e berrou “Expelliarmus!” e então as varinhas de Harry e do comensal saíram voando.Neville querendo consertar o erro, mandou Harry sair do caminho e berrou “Estupefaça!” mas só acertou uma estante de vidro. Então o comensal pegou sua varinha e falou “ESTUP---”

“ESTUPEFAÇA!” Eu berrei. O comensal caiu estuporado em direção a estante de vidro, mas em vez de quebrar o vidro a cabeça dele atravessou.

Eu convoquei a varinha de Harry e a devolvi. Então saímos. Só que a cabeça do comensal começou a encolher, e virou uma cabeça de bebê,Gwen.Então eu compreendi. Estávamos na sala do Tempo. Então ouvimos um grito de uma sala próxima e Harry berrou “RON? GINA? LUNA?” Nós saímos e entramos na sala circular, mas quando íamos entrar numa outra sala, dois comensais saíram por uma porta. Nós entramos na sala e eu ia dizer “Colloportus” quando os comensais entraram também. Os dois bradaram “Impedimenta!” Neville caiu por cima da escrivaninha. Eu colidi com uma estante e fui soterrada por uma avalanche de livros. E Harry bateu a cabeça na parede. O comensal berrou “PEGAMOS ELE, EM UMA SALA DO LADO---”

Eu berrei “Silencio!” e o Comensal ficou mudo.O outro comensal ergueu a varinha, mas Harry bradou “Petrificus Totalus!” e ele ficou duro.

Eu falei “Muito bom, Ha---”

Mas não consegui terminar a frase. O comensal que eu tinha acabado de silenciar fez um gesto repentino horizontal com a varinha. Eu senti um calor romper meu peito de lado a lado, uma dor aguda horrível nas costelas e tudo ficou preto.

Hermione! Você.... você está bem?

Sim. Não sei que feitiço ele me lançou. Só sei que eu desmaiei. A próxima coisa que eu percebi foi que eu estava na enfermaria de Hogwarts, com Ron de pé ao meu lado e Gina na frente da minha cama.Ron estava acordado, e me encarava.

Eu falei “Ron! Gina! O que aconteceu? O que estamos fazendo aqui? Aonde está Voldemort? Aonde está Sirius? E a profecia? O que...o que aconteceu?”

“Acalme-se, Hermione.” Ele falou, a voz dele aliviada. “Descanse primeiro, depois contaremos o que aconteceu---”

“Não, eu quero saber AGORA, e---” eu tentei me levantar,mas minhas costelas estavam doendo demais.

“Viu? FIQUE DEITADA, Hermione.Você precisa descansar.Você está machucada.” Disse Gina.

“Ok, eu fico deitada, mas só se você me contar o que aconteceu.”

“Certo” disse Ron, derrotado. Eu deitei. “Bem. Primeiro. Nós nos perdemos de vocês. Então um comensal da morte me atingiu, e eu fiquei meio esquisito. Sei lá, parecia bêbado, sabe? Eu perdi a noção do que estava acontecendo. Então Harry e Neville entraram. Estávamos na sala dos cérebros. Então eu... não sei, não me lembro direito... acho que eu convoquei um cérebro, e ele veio voando e se enrolou em mim, começou tipo a me queimar, sabe, e começou a passar cenas esquisitas na minha cabeça, que eu nunca tinha visto antes. Então... não sei quando conseguiram tirar o cérebro de mim. Só sei que eu desmaiei depois. Então acordei aqui e Gina e Neville estavam na minha frente, e você deitada na cama do lado desacordada. Parecia... você parecia morta, Hermione.”

Ele ficou em silêncio me olhando. Então Gina falou “Acho que você se esqueceu de acrescentar que quando viu Hermione deitada parecendo morta, ficou branco, e falou ‘Hermione! Gina, Neville, o que aconteceu com ela, ela não está...? Ela está bem? O que aconteceu?’”

As orelhas de Ron ficaram vermelhas. Eu acho que eu corei. Bem, de qualquer maneira, eu falei “Mas... mas e a profecia? Aonde está Harry? E Voldemort? E Sirius? O que aconteceu?” Gina e Ron trocaram um olhar. Eu acho que vi Gina meio que começar a chorar, e ela fungou e disse que precisava ir ver uma coisa na Grifinória. Silêncio. Eu perguntei “Ron,o que deu nela?”

Ron olhou pra baixo.

“Neville contou...” falou ele. “que quando o comensal da morte atingiu você, ele e Harry te levaram pra onde nós estávamos, então Gina, que estava com o tornozelo quebrado, foi desacordada por outro comensal, e Luna ficou ajudando ela, então só quem sobrou foi Harry e Neville. Ele contou que Harry saiu, sendo perseguido por outros comensais. Neville deixou então Luna com nós e foi atrás de Harry. Ele contou que ele estava na Sala da Morte---

Sala da Morte?

A sala com o arco com o véu, Gwen. Acho que o arco é uma espécie de passagem pro outro mundo. E... ah, espere. Me deixe continuar o que Ron falou: “Neville contou que Harry estava na Sala da Morte, com os Comensais da Morte, e ele desceu as escadas. Ele falou que tentou lançar feitiços contra os comensais, mas tinham acertado o nariz dele, e ele estava com a voz pastosa, então não saía direito. Ele disse que um comensal prendeu ele pelas costas. E que a tal da Belatriz, que... que torturou os pais de Neville, quis torturá-lo também, a não ser que Harry entregasse a profecia. Mas ele falou que Belatriz o torturou,Hermione. Neville falou que Harry ia entregar a profecia, mas que a porta abriu e entraram Sirius, Lupin, Moody, Tonks e Quim Shacklebolt.” Nessa parte ele fez uma pausa, Gwen. Ele tomou fôlego, e continuou. “Neville disse que os membros da Ordem faziam chover feitiços contra os outros, e então Harry perguntou se ele estava bem, e perguntou por mim. Então um comensal atirou um feitiço e agarrou o pescoço do Harry, e mandou ele entregar a profecia. Então Neville disse que ele enfiou a sua varinha no olho do comensal. Então Harry se virou e lançou um ‘Estupefaça’. Então ele contou que um comensal que atacara Moody se virara para ele e Harry, e colocara o ‘Tarantallegra’ nele,e que ia fazer o mesmo feitiço que lançou em você, Hermione, mas Harry gritou ‘Protego’. Então Neville contou que... que Sirius mandou Harry pegar a profecia, agarrar ele e correr. Harry ajudou Neville a se levantar, e eles subiram. Só que Malfoy tentou se intrometer, e Harry jogou a profecia para Neville, e tirou Malfoy do caminho. Então Neville pôs a profecia no bolso. Só que as vestes dele se rasgaram, e a profecia quebrou.”

Eu levei as mãos à boca.

Ah não.

Pois é. Então Ron suspirou de novo e continuou. “Neville ficou muito chateado, ele contou que pediu desculpas a Harry, mas que ele tinha dito que não tinha importância. Então Neville falou que Dumbledore entrara na Sala da Morte. Ele nocauteou uma pá de comensais, e Neville falou que só... só Sirius e Belatriz ainda continuavam lutando. E então... então...” Ron ficou com a voz fraca. Ele se aproximou da minha cama. E pigarreou. “Então... Belatriz atingiu Sirius. Neville falou que Harry o soltou e correu de volta para o meio da sala. O feitiço de Belatriz fez... fez Sirius sair do chão. Ele voou até cair de cabeça dentro do arco, atravessando o véu.” Eu fiquei só OLHANDO para Ron, mal me atrevendo a acreditar. Ele continuou: “Hermione. V-Você sabe o que é aquela sala, não sabe? Aquela é a Sala da Morte. Aquele é o Arco da Morte. Uma... uma vez que se passa por aquele véu... não... não tem caminho de volta...”

Eu senti um torpor no corpo todo. Eu não queria entender. Mas eu tinha entendido.

“Ron” eu comecei, com a voz fraca. “Você não está me dizendo que...” Eu perdi a voz. Ron fechou os olhos forte e os abriu de novo, me encarando.

“Sirius se foi. Ele.. ele está morto.” Ele falou, quase sem voz. Por um momento, eu congelei. Não podia ser. Então caiu a ficha. Sirius se foi. E ele não vai voltar. Eu senti meus olhos umedecerem. Eu falei “Não... não, não pode ser...”

“Eu sei.” Ron estava muito sério. Eu nunca o vi tão sério. “Eu também não quis acreditar, Hermione. Mas... mas é.”

“Mas não pode ser!” eu falei, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. “Ele... ele era a única família que Harry tinha, e... e agora... ele... ele está morto?”

Ron assentiu, gravemente.

“Não... não pode...não é justo!” E eu cobri meu rosto com as mãos. Eu senti uma dor tão grande dentro de mim... maior, muito maior do que quando Cedrico Diggory foi morto. Quer dizer... nós... nós conhecíamos Sirius. Ele era nosso amigo. Ele.. ele era uma pessoa tão boa.. e ele se foi sem nem ao menos conseguir a liberdade... Eu chorava sem parar. Então, depois de um momento sem saber o que fazer, Ron... ele me abraçou, Gwen. Ele me abraçou forte. Eu precisava disso. Ele simplesmente me abraçou, e eu me escondi, apoiada no peito dele, e ele me deixou chorar. Ficamos assim por um tempo. Depois nos afastamos. Os olhos dele estavam úmidos também. Eu enxuguei as minhas lágrimas. Ron piscou consecutivamente, e falou “Hermione... agora... agora temos que.. temos que ser fortes pelo Harry. Ele... ele deve estar muito mal.”

“Eu sei” eu disse, fungando. Eu esperei que ele achasse que o vermelho do meu rosto era de chorar. “Er...Desculpe, eu... eu só...”

“Eu sei.” Falou Ron. Depois de um breve silêncio, eu falei:

“Mas Ron... e... e Voldemort? O que aconteceu?”

“Bem, ISSO não sabemos. Mas sei que Harry vai nos contar, quando... quando ele se sentir pronto.”

Então eu perguntei “Ron.... o que... o que vamos fazer quando Harry vir nos visitar?”

Ele pareceu pensar por um momento.

“Nada.” Ele falou. “Não podemos fazer nada. Simplesmente... deixar ficar o mais normal possível.”

Gwen, eu fiquei só OLHANDO pra ele. Aquele era Ron? Desde quando ele ficou tão sensível?

Desde que ele percebeu que você é uma garota.

Hmm... eu... ok.



Gwen... ah,Guinevere... tudo o que aconteceu no terceiro ano... quando descobrimos que... que Sirius era inocente... e... ele dizendo para Harry ir morar com ele... como o libertamos com Bicuço...e...e agora... nunca... nunca mais...



Gwen, eu.. eu preciso te fechar... preciso... preciso me acalmar...preciso...preciso chorar.

Vá. E Hermione...

Que foi...

Eu sinto muito.



HRdB

20 de agosto

Oi, Gwen. Eu só queria dizer que Harry acabou de passar aqui pra nos visitar.

É?

É.

E... como ele está?

Ah, Gwen.

Ron e eu estávamos conversando, e no momento em que ele entrou aqui, ninguém precisou falar nada. Ele apenas olhou pra nós, e nós olhamos pra ele. Silêncio.

Então ele apenas se sentou numa poltrona e perguntou, com voz fraca “Como é que vocês estão?”

Eu quis chorar. Eu queria perguntar “Como é que VOCÊ está”, mas eu apenas respondi “Bem. Eu tenho que tomar dez tipos de poções por dia, e ela diz que Ron está bem, só precisa ficar sob observação.”

“Hum...” Fez Harry. “Que... que bom.” Ele tentou sorrir. Ele sabia que sabia que sabíamos. Ele apenas nos encarou, e nós o encaramos de volta. Eu suspirei. Senti as lágrimas virem aos olhos, mas engoli o choro. Eu olhei para Ron de relance e falei:

“Harry...” Ele olhou pra baixo. Ron falou:

“Nós... nós realmente...”

“Eu sei.” Ele falou, se levantando de repente. “Eu... eu preciso ir. Tenho que... tenho que... quero dar uma volta.”

“Ok” falou Ron.

“Vejo... vejo vocês amanhã.” E ele virou de costas e saiu pela porta, caminhando rápido.

Eu olhei para Ron e suspirei.

“Até quando ele vai ficar assim?” eu perguntei, baixinho.

“Não sei. Até ele superar.” Respondeu ele, olhando pela janela. Então a Madame Pomfrey veio trazer as minhas poções, e a solução de Ron.

Você realmente tem de tomar dez poções por dia?

Sim. E são todas ruins. Aquele comensal me pegou de jeito. Mas já estou bem melhor. E Umbridge está aqui.

Sério?

Sim, na ala hospitalar. Parece que Dumbledore foi até a floresta e a salvou dos centauros. Ela está numa cama meio longe das nossas, com as cortinas fechadas.

Preciso ir dormir, Gwen.

Boa-noite.

Boa-noite.



HRdB

21 de junho

Olá, Gwen. Hoje saiu uma notícia no Profeta Dominical.Uma declaração do Ministro, que Voldemort retornou.

Mesmo?

Sim. Aparentemente, Voldemort apareceu no Ministério, naquela noite do Departamento de Mistérios, e Fudge o viu.

Que bom. Só assim, mesmo.

Sim. Espero que agora as coisas sejam mais fáceis.

Eu também.

Gina, Luna, Neville e Harry estavam aqui. Lemos a notícia juntos. E, a propósito, Dumbledore voltou a ser o diretor de Hogwarts!

Que excelente!

É, e ele também recuperou o cargo na Suprema Corte dos Bruxos e na Confederação Internacional de Bruxos. E agora eles falam elogiosamente de Harry. “Uma voz solitária da verdade... considerado desequilibrado, mas que nunca vacilou em sua história... forçado a suportar a ridicularia e a calúnia...”

Escreveram isso, foi?

Sim. Só esqueceram de mencionar que foi o próprio Profeta que ridicularizou e caluniou o Harry. Hunf.

E a entrevista com Harry que foi publicada no Pasquim foi vendida ao Profeta. Agora eles dizem que ela é “exclusiva”.

Ah, Hagrid voltou!!

Que ótimo!

E não é? Ah, mal posso esperar pra ver ele. Não que faça muito tempo, não é, mas mesmo assim.

E parece que Filch anda muito mal humorado, Gina contou. Ele não pára de dizer que Umbridge foi a melhor coisa que já aconteceu a essa escola.

Supoho que ele esteja ficando caduco.

Esteja ficando? Ele É caduco.

Bem, de qualquer maneira, tudo voltou ao normal.

Exceto... Harry. Ele saiu de repente de novo, hoje, quando estávamos todos conversando. Ele disse que foi visitar Hagrid. Suponho que ele tenha querido esfriar a cabeça. Dar uma volta.

Conheço a sensação.

Eu também.

Vou dormir, Gwen. Estou, por incrível que pareça, cansada.

Vá, querida. Boa-noite.

Boa-noite.



HRdB

25 de junho

Oi, Gwen. Não agüento mais essa ala hospitalar.

Imagino. Então você já está bem.

É. Hoje é quinta, e Madame Pomfrey diz que vai nos liberar domingo, ou segunda.

Que bom.

É. Estou doida pra voltar ao salão comunal. Harry veio nos visitar ontem de novo. Ele falou que está tudo na mesma. Na verdade, ele não fala mais muito. Gina contou que ele tem dado muitas voltas pelo castelo, sozinho.

Ele precisa assimilar.

Eu sei. Pobre Harry. Se eu e Ron já estamos chateados, imagine Harry.

Ah, preciso parar de pensar nisso.

Escrevo quando eu estiver de volta ao salão comunal!

Tchau, Gwen.

Tchau, querida.



HRdB

29 de junho

Olá, Gwen! Estamos de volta!

Que bom pra você!

É, eu não agüentava mais ficar lá.

Fomos dar uma volta com Harry ontem. Eu fiquei sinalizando que eu queria falar sobre Sirius. Eu PRECISO falar de Sirius. E acho que seria bom para Harry. Mas ele não quer, e Ron ficou me fazendo “Psius!”

Ele tem razão, Hermione. Não fale de Sirius. Pelo menos não agora, com essa perda tão recente ainda. Deixe essa ferida cicatrizar. Deixe a dor amenizar. Depois vai passar. Você vai ver.

Ok... Suponho que você está certa.

Ah. Não quero ir embora de Hogwarts. Não quero entrar no Expresso amanhã.

Sei que não.

Bom. Gina está entrando aqui. Vou conversar um pouco com ela.Faz tempo que não faço isso. E preciso arrumar minhas coisas.

Tchau, querida.

Tchau, Gwen.



HRdB

30 de junho

Bom, é isso.

Estamos no mundo trouxa, então?

Sim. Estou no carro de papai e mamãe, indo para casa.

Como foi a viagem?

Foi boa.

Malfoy, Crabbe e Goyle tentaram atacar Harry quando ele voltava do banheiro, mas um monte de membros da AD lançaram uma variedade ampla de feitiços e azarações neles.

Que ótimo!!!

Ah, Gwen.

Ron disse que a mãe de Goyle vai ficar satisfeita. Que ele está muito mais bonito agora.

Pff... e isso não foi engraçado.

Bem, foi. Eu passei lendo o Profeta, Gina estava fazendo palavras cruzadas, Neville com sua Mimbulus Mimbletonia, e Harry e Ron comendo e jogando xadrez.

Quando Cho e Marieta (cujo rosto estava oculto por um véu) passaram pela porta, Ron perguntou “Afinal, que... ah... está acontecendo entre você e ela?”

“Nada.” Respondeu Harry, sincero.

“Eu... ah... ouvi falar que ela está saindo com outra pessoa agora...” eu falei, hesitando. Mas para minha surpresa, ele não pareceu chateado, nem magoado, nem nada.

“Ainda bem que você está fora, cara” falou Ron. “Quer dizer, ela é bem bonita e tudo, mas a gente quer alguém mais alegre.”

Eu juro que eu deixei minha boca abrir. Ué, aonde foi parar o Ron que achava que garotas com o nariz fora de esquadro são trasgos?

Ele está amadurecendo, Hermione.

Bem, é... é bom saber!

Sei que é.

Bem, Harry perguntou “Afinal, com quem ela está saindo agora?” perguntou Ron pra mim, e eu meio que dei um saltinho,mas Gina respondeu “Miguel Corner.”

Mas não era ela quem estava saindo com ele?

Foi o que Ron perguntou.

“Não estou mais. Ele não gostou da Grifinória ter vencido a Corvinal no Quadribol, e ficou realmente mal-humorado, então eu dei o fora nele e ele correu pra consolar a Cho.” Respondeu Gina, indiferente.

Ela não gostava de Miguel, então.

Não.

“Bom, eu sempre achei que ele era meio idiota. Que bom pra você.” Falou Ron, encantado. “Escolha alguém... melhor... da próxima vez.” E ele ficou olhando pra Harry enquanto dizia isso.Gina respondeu:

“Bom, escolhi o Dino Thomas, você diria que é melhor?”

“QUÊ?” berrou Ron.

Quê?

É. Gina realmente mudou. Se há dois anos me dissessem que ela estaria fazendo isso, eu não acreditaria.

Bom...suponho que tenha sido uma mudança positiva.

Suponho que sim.

Então desembarcamos.

Atravessamos a barreira, e o pessoal todo da Ordem estava ali, e meus pais.

A sra.Weasley puxou Ron e Gina, depois abraçou Harry, e depois me abraçou. Então abracei mamãe e papai, enquanto o sr.Weasley e o pessoal da Ordem dava uma prensa no tio de Harry. Ele é realmente idiota, aquele homem.

Prensa?

É, do tipo “Se vocês maltratarem Harry, terão que se ver conosco.”

Ahhh. Do melhor tipo.

É. Então Harry se despediu de todos.

Ron falou, ansioso: “Veremos você em breve, cara.”.

“Muito breve, Harry. Prometemos.” Eu disse,séria.

Harry sacudiu a cabeça. Ele abriu a boca, mas não saiu nada.Ele apenas sorriu, acenou e se afastou com os tios e o porco que é o primo dele.

Eu e Ron ficamos olhando Harry se afastar.

“Ele vai ficar bem.” Falou Ron.

“Espero que sim.” eu disse.

Então papai me perguntou “Então, querida, teve um ano tranqüilo?”

Ron e eu trocamos um olhar.

“Hum... falamos sobre isso depois.” Eu falei. Papai ergueu as sobrancelhas e ele e mamãe foram conversar com o sr. e a sra.Weasley e os outros.

Eu me virei para Ron,olhando para baixo. Não sei porque, mas me senti envergonhada.

“Sabe... apesar de tudo, foi um ano legal.” Eu falei.

“Foi, apesar de tudo...” ele concordou. Eu sabia que ele estava me olhando. Eu o encarei.

“Então... não vai pegar meu diário dessa vez?” eu perguntei.

Ah, Hermione, francamente.

“Eu não PEGUEI o seu diário. VOCÊ deixou ele cair.” Retrucou Ron, erguendo uma sobrancelha, mas com as orelhas vermelhas.

“Sei, sei.” Eu disse. Papai e mamãe já estavam começando a se despedir dos outros. Então eu falei “Eu... eu não queria que Sirius tivesse...” Eu senti lágrimas nos olhos.

“Nem eu.” Respondeu Ron, com a voz trêmula.

E eu meio que hesitei, mas eu pulei e abracei ele forte, e ele me abraçou também.

“Tchau, Hermione” ele falou, no meu ouvido.

“Se cuida” eu falei, sentindo o calor subir à minha face.

“Você também...”

E então, eu ia me afastar, mas... eu pensei “Por que não?”. Antes de eu me afastar, eu dei um beijo na bochecha dele. Ele pareceu meio espantado, mas eu juro que eu vi ele dar um sorrisinho.

“Bom... hã... hum... então... então tchau, Hermione.” Foi muito rápido, mas pareceu levar um século; ele... ele se abaixou e... e me beijou na bochecha também. Então ele... se afastou para a família, e meus pais vieram para a gente ir embora. E Gwen, eu... eu juro que ouvi a sra.Weasley perguntar “Minha nossa, Ron, por que você está tão vermelho, filho?”

Bem, com dois beijos seus na bochecha esse ano, ele deve ter tomado coragem.

GWE-EN!! Não me faça corar ou minha mãe vai me perguntar a mesma coisa.

Tchau, Gwen.

Tchau,Hermione. Boas férias.

Igualmente.

Ah,Gwen, foi um ano incrível.

Foi, apesar de tudo.

Apesar de tudo.







FIM!

N/A: Então? Gostaram? Sei que não ficou tão bom quanto aos da Arabella, mas acho que deu pra quebrar o galho, né? ;D

Até logo! Mandem e-mails ou comentem!

Mione Granger Weasley

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