Capítulo Primeiro

Capítulo Primeiro



 


 Começou como um conflito de opiniões num fórum de discussões. O Mestre, acumulando muitos pontos negativos por seu cinismo descarado, punha-se superior aos demais membros por que... ora, porque era. E Ela, entre os top 10 de melhores respostas, era doce e amável. E de repente a questão que resultara no seu encontro foi esquecida e os dois, O Mestre e Ela, eram o assunto principal do tópico. O Mestre defendia que seres humanos são fracos porque se apegam às coisas das quais deveriam se livrar; Ela defendia que nos apegamos àquilo que amamos. Discussão profunda e acalorada, embora até certo ponto, pacífica. A moderação se absteve. Não havia regras contra conflitos de opinião, pelo contrário. 

 Um dia Ela se cansou. Aquele assunto durava há semanas, havendo replies quase diários dos dois, e o tópico já havia sido marcado por muitos usuários como "desvirtuado", uma classificação em busca de deter os flooders, usuários que postam assuntos aleatórios e entopem os tópicos de postagens inúteis. No entanto, Ela própria era da moderação e pedira, na verdade, implorara que não apagassem. Em seu íntimo ela gostaria de ver até onde os argumentos d'O Mestre iriam, e se ele era capaz de testar sua autoridade. 

 No dia em que Ela se cansou, ela mandou ao Mestre um e-mail. Perguntava apenas 'Porquê?' e Ela sabia que ele era capaz de entender o que queria dizer. Esperou quase um mês para obter uma resposta, embora as atualizações, apesar de menos frequentes, mantivessem a discussão nos top read. Na resposta, ele apenas dizia: 'Por que você é uma garota insolente, sabichona e merece um oponente como eu'. Ela riu, riu tanto que se desprendeu da tela e passou a caminhar lado a lado com Hermione. Aonde uma fosse, a outra logo dava as caras, fosse por uma observação sem importância, fosse como uma lembrança solitária e esguia. Dava pena, e condoía o coração doce e amável de Hermione. 

 Hermione Granger em apresentação única, era o que anunciavam os cartazes espalhados pelos postes e ruas de New Orleans. Depois de anos em turnê, a pianista mais popular dos EUA retornava para casa, rica e bem sucedida. No seu melhor. Aquele último show encerraria a sua longa turnê solo e tinha um significado todo especial, pois seria a primeira apresentação solo que seus pais poderiam ver. Não pense que ela havia esquecido sua origens, porém, o pânico que seu pai tinha de viagens longas impedia e cancelava todo e qualquer plano que mãe e filha pudessem armar. 

 Agora, uma vez em casa, Hermione se entregava sem medidas aos ensaios. Suas aritculações latejavam, mas ela insistia que não estava rápida o suficiente, ou que havia se atrapalhado em uma ou outra nota, apesar de todos não serem capazes de notar erro sequer em sua execução. Era Ela, que temia os argumentos d'O Mestre e fazia Hermione sofrer. 

 Passava noites em claro, relembrando os concertos em Paris, em Praga, em Berlim... como ela havia sido aplaudida! Antes do show sempre encontrava o camarim cheiro de buquês, todos acompanhados de convites para jantares nos melhores restaurantes da cidade, vindos de figuras conhecidas, e ela sempre os recusava com uma cortesia que impressionava. Sempre depois dos concertos ela ía para seu hotel e se deitava após um banho demorado, não em busca de sono, mas somente de descanso. E depois se punha a rir de tudo com uma inocência digna de criança. E depois de um lanche leve ela se punha a sanar as dúvidas dos usuários do fórum, inevitavelmente Ela estava ao seu lado nesses momentos,  ditando-lhe ao pé do ouvido respostas objetivas que ela transformava em palavras menos duras, mais compreensíveis, e com prazer ela clicava sobre o reply question. 

 Começou como um conflito de opiniões num fórum de discussões. O Mestre, acumulando muitos pontos negativos por seu cinismo descarado, punha-se superior aos demais membros por que... ora, porque era. E Ela, entre os top 10 de melhores respostas, era doce e amável. E de repente a questão que resultara no seu encontro foi esquecida e os dois, O Mestre e Ela, eram o assunto principal do tópico. O Mestre defendia que seres humanos são fracos porque se apegam às coisas das quais deveriam se livrar; Ela defendia que nos apegamos àquilo que amamos. Discussão profunda e acalorada, embora até certo ponto, pacífica. A moderação se absteve. Não havia regras contra conflitos de opinião, pelo contrário. 



 Um dia Ela se cansou. Aquele assunto durava há semanas, havendo replies quase diários dos dois, e o tópico já havia sido marcado por muitos usuários como "desvirtuado", uma classificação em busca de deter os flooders, usuários que postam assuntos aleatórios e entopem os tópicos de postagens inúteis. No entanto, Ela própria era da moderação e pedira, na verdade, implorara que não apagassem. Em seu íntimo ela gostaria de ver até onde os argumentos d'O Mestre iriam, e se ele era capaz de testar sua autoridade. 



 No dia em que Ela se cansou, ela mandou ao Mestre um e-mail. Perguntava apenas 'Porquê?' e Ela sabia que ele era capaz de entender o que queria dizer. Esperou quase um mês para obter uma resposta, embora as atualizações, apesar de menos frequentes, mantivessem a discussão nos top read. Na resposta, ele apenas dizia: 'Por que você é uma garota insolente, sabichona e merece um oponente como eu'. Ela riu, riu tanto que se desprendeu da tela e passou a caminhar lado a lado com Hermione. Aonde uma fosse, a outra logo dava as caras, fosse por uma observação sem importância, fosse como uma lembrança solitária e esguia. Dava pena, e condoía o coração doce e amável de Hermione. 



 Hermione Granger em apresentação única, era o que anunciavam os cartazes espalhados pelos postes e ruas de New Orleans. Depois de anos em turnê, a pianista mais popular dos EUA retornava para casa, rica e bem sucedida. No seu melhor. Aquele último show encerraria a sua longa turnê solo e tinha um significado todo especial, pois seria a primeira apresentação solo que seus pais poderiam ver. Não pense que ela havia esquecido sua origens, porém, o pânico que seu pai tinha de viagens longas impedia e cancelava todo e qualquer plano que mãe e filha pudessem armar. 



 Agora, uma vez em casa, Hermione se entregava sem medidas aos ensaios. Suas aritculações latejavam, mas ela insistia que não estava rápida o suficiente, ou que havia se atrapalhado em uma ou outra nota, apesar de todos não serem capazes de notar erro sequer em sua execução. Era Ela, que temia os argumentos d'O Mestre e fazia Hermione sofrer. 



 Passava noites em claro, relembrando os concertos em Paris, em Praga, em Berlim... como ela havia sido aplaudida! Antes do show sempre encontrava o camarim cheiro de buquês, todos acompanhados de convites para jantares nos melhores restaurantes da cidade, vindos de figuras conhecidas, e ela sempre os recusava com uma cortesia que impressionava. Sempre depois dos concertos ela ía para seu hotel e se deitava após um banho demorado, não em busca de sono, mas somente de descanso. E depois se punha a rir de tudo com uma inocência digna de criança. E depois de um lanche leve ela se punha a sanar as dúvidas dos usuários do fórum, inevitavelmente Ela estava ao seu lado nesses momentos,  ditando-lhe ao pé do ouvido respostas objetivas que ela transformava em palavras menos duras, mais compreensíveis, e com prazer ela clicava sobre o reply question. 

 

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Comentários (2)

  • Diênifer Santos Granger

    Curiosissíma!!!

    2014-03-28
  • ana paula simplicio

       otimo         só quero ver no que isso vai dar .                                                                                                                                           

    2012-11-23
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