Tem um elfo no meu quarto!



Capítulo 2 – Tem um elfo no meu quarto!


Lily subiu correndo as escadas, direto para o dormitório feminino. Chorava de raiva, queria que Potter e Black queimassem no inferno. Como podiam ser tão infantis? Tudo bem que Severus tinha se tornado uma pessoa não muito agradável de se conviver e também houve aquele ocorrido no quinto ano, quando o garoto a chamara de Sangue-Ruim, mas ele nunca fizera nada aos Marauders. Chorou mais ainda, pois sentia falta de seu velho amigo. Entrou em seu quarto e fechou a porta, agradecendo por Alice estar em um encontro com Frank e Dorcas estar terminando seus deveres na biblioteca. De repente, alguém bateu na porta e a abriu. Lily viu Marlene, sua melhor amiga entrando e sentando ao seu lado. A ruiva, com a voz cansada, disse:


– Lene, quero ficar um pouco sozinha.


A garota tirou uma mecha de cabelos ruivos dos olhos verdes de Lily, que estavam muito vermelhos.


– Não tem que se alterar tanto, você conhece o James, não fique tão irritada por besteira. – disse Marlene, tentando acalmar a amiga. – E que história é essa de uma vida sem os Marauders? Hogwarts não seria mais a mesma e nós...


– Lene... Por favor, preciso ficar sozinha... Desculpe.


– Tudo bem, Lily. Mais tarde eu volto. – disse Marlene compreensiva, levantando-se e saindo do quarto, fechando a porta com cuidado.


Lily se jogou na cama, fechou os olhos e suspirou. A amiga tinha razão, depois de 7 anos de convivência com Potter e Black, já devia ter se acostumado com o jeito irritante e infantil de ser de o efeito parecia ser totalmente inverso. A cada brincadeira, a cada piada sem graça, sua raiva e desprezo cresciam e a garota acabara explodindo minutos antes, no Salão Comunal. Sentiu-se um pouco mal por ter falado aquilo dos Marauders, Remus e Peter não tinham culpa de nada, mas não conseguia pensar em outra solução para os outros dois babacas. De repente ouviu um estalo alto, um som semelhante ao emitido ao aparatar. "Só posso estar maluca, não se pode aparatar em Hogwarts." pensou a garota, um pouco assustada com o barulho. "É, estou maluca. Aqueles dois me enlouqueceram." Mas a curiosidade falou mais alto, Lily sentou-se e abriu os olhos, soltando um gritinho com o que acabara de ver.


– O que, quero dizer, quem é você? – perguntou assustada.


Um elfo doméstico, de mais ou menos meio metro de altura, gorducho e orelhudo estava parado em frente àcama de Alice, os olhos do tamanho de bolas de tênis encarando Lily.


– Desculpe senhorita Evans, meu nome é Cook. – apresentou-se o elfo com uma voz extremamente aguda. – Cook sente muito por tê-la assustado, senhorita, Cook pede mil desculpas!


– Sem... sem problemas Cook, não me assustou. – disse Lily tentando ser gentil, mas ainda atordoada com a aparição da pequena criatura. – Mas, como sabe meu nome?


O elfo sorriu.


– Sou eu quem limpa todas as noites o Salão Comunal da Torre da Grifinória. Ouvi hoje seus amigos, senhor Potter e senhor Black, a chamarem assim.


– Eles não são meus amigos. – disse Lily entre dentes. A garota levantou e aproximou-se do elfo. – O que está fazendo aqui, Cook?


O elfo não respondeu. Em vez disso, fez um movimento rápido com as mãos. O quarto de repente ficou quente, depois frio. A garota sentiu-se estranha, enjoada, como se seu estomago tivesse revirado por inteiro. Os movimentos eram intensos e as sensações também. Tudo parou e Lily caiu sentada na cama, ainda um pouco tonta.


– O quê você fez? – perguntou a menina assustada, massageando a cabeça com a ponta dos dedos.


– Realizei seu desejo, oras.


Lily olhou para o elfo sem entender.


– Que desejo?


– Como assim "que desejo?" ? Minutos atrás, a senhorita estava discutindo com o senhor Potter e desejou que ele e seu grupo de amigos nunca tivessem existido. – explicou o elfo. – Eu estava arrumando o Salão Comunal, ouvi tudo. Percebi que a senhorita estava muito triste e quis ajudar, realizando seu desejo! Os Marauders não existem mais, na verdade nunca se formaram.


Cook sorria, parecia estar muito feliz por pensar ter ajudado alguém. Lily estava muito nervosa, não sabia o que fazer. Por fim, disse:


– Olha Cook, eu entendo que suas intenções foram boas, mas eu falei aquilo da boca pra fora! Nunca desejei isso de verdade.


O pequeno elfo parecia um pouco abalado. Andou até a cama em que a garota estava sentada com um pouco de dificuldade por causa de seu sobrepeso.


– Desejou sim, eu ouvi! – defendeu-se Cook. – Olhe, senhorita Evans, acho melhor a senhorita descansar um pouco, terá um dia cheio amanhã!


– Mas Cook...


– Boa noite, senhorita Evans.


O elfo estalou os dedos e a garota dormiu imediatamente.


Lily acordou na manhã seguinte com uma baita dor de cabeça. Ao levantar-se, viu que as outras garotas já haviam descido. "Idiotas, nem me acordaram." pensou, enquanto ia tomar um banho rápido, não queria se atrasar para o café da manhã.


Ao sair do banho, lembrou-se de Cook e do que havia acontecido na noite anterior. Devia ter sido um sonho, aquilo era loucura demais pra ser verdade. O estresse que adquirira devido à discussão com Potter e Black deveria ter lhe causado pesadelos como aquele. Mas parecia tão real...


– Devo estar ficando louca. – pensou alto.


Enquanto terminava de se arrumar, Lily refletia sobre o sonho. Sentia um pouco de remorso pelo que falara dos Marauders, vira a cara de Remus, ele era seu amigo, não merecia que ela tivesse dito aquilo. Tomara uma decisão: ia pedir desculpas aos Marauders, por mais que Potter e Black não merecessem. Desceu as escadas e encontrou três de meninas do terceiro ano conversando em um dos sofás do Salão Comunal. Aproximou-se das garotas; uma delas, de cabelos bem loiros e cacheados era caidinha por James, e perguntou:


– Oi, vocês sabem se os Marauders estão tomando café?


As garotas olharam confusas, como se Lily fosse maluca ou algo do gênero. A loira falou confusa:


– Mas quem são os Marauders?


As quatro ficaram se encarando por um tempo.


– Co... como assim "quem são os Marauders"?


– Nunca ouvimos falar. – disse outra garota.


Lily não estava entendendo nada.


– Oras, James Potter, Sirius Black, Remus Lupin e Peter Pettigrew. Os Marauders!


– Desde quando eles se denominam "Os Marauders"? – perguntou uma garota de cabelos castanhos bem curtos.


– Desde sempre! – respondeu a ruiva impaciente.


– Ah, o Remus é o maior gato! – disse a garota de cabelos loiros cacheados, arrancando risadinhas encabuladas das demais.


– Como assim? Pensei que fosse apaixonada pelo Potter! – exclamou Lily.


– James Potter? Por que alguém se apaixonaria por ele? – perguntou a loira fazendo cara de nojo.


A cabeça de Lily estava girando, as palavras da garota definitivamente não entravam em sua cabeça. Como assim, Remus era um gato? Para Lily, o amigo sempre fora muito bonito, mas nunca chamara atenção das demais garotas. E por que fizeram cara de nojo ao falar de James, ele não era o maior conquistador de Hogwarts junto com Sirius?


As perguntas giravam na cabeça da ruiva enquanto ela descia para o Salão Principal. O medo tomara conta de Lily. Será que aquela conversa com Cook não tinha sido apenas um sonho? Será que seu infeliz desejo havia se realizado? Será que não haviam mais Marauders?




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Bem, aqui está o segundo capítulo, espero que estejam gostando. Sempre quis fazer uma fanfic desse tipo, na verdade, tirei essa ideia de um episódio de Natal de ICarly, da Nickelodeon.


Obrigada por lerem e NÃO DEIXEM DE COMENTAR!

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