Parte 6
- Que água é essa no chão?
- Que água Lizzie?
- Estourou. – Hermione sussurrou.
- O quê? – Lizzie, que estava mais próxima à ela, perguntou.
- Minha bolsa amniótica estourou.
- Ah! Pra que esse desespero todo? É só usar um reparo que ela vai estar novinha em folha Granger, pensei que você fosse mais inteligente.
- Pensou que eu fosse mais inteligente? Você pensa? – perguntou sarcasticamente. – É uma pena queridinha, mas uma bolsa amniótica não pode ser reparada com magia.
- A minha é uma Bottega Veneta, veio direto de Paris. Eu nunca ouvi falar dessa tal Amniótica, é nova? De onde é o fabricante? - a loira disse fazendo Hermione e Draco arregalarem os olhos.
- Ok, eu tenho que achar alguém mais inteligente para me ajudar. Você não é da Corvinal é?
- Sou da Sonserina. – disse orgulhosa. – A Corvinal seleciona os mais inteligentes e os mais bonitos segundo dizem.
- A Padma com certeza está lá por inteligência. – Hermione disse maldosamente, se vingando do gorda que a menina lhe dera.
- Ok, chega disso. Você está mesmo entrando em trabalho de parto? – Draco perguntou interrompendo as duas. – Quer dizer, está sentindo dor? Porque você não para de falar.
- Como assim? Eu tenho que sentir dor calada ou o quê?
- Então é essa sua forma de amenizar? Tagarelando?
- É lógico que ela não está em trabalho de parto Draco. Já vi nas fazendas de unicórnio de papai, os animais é que entram em trabalho de parto.
- É mesmo? E você viu tudo? Os berros do unicórnio e o nascimento do filhote dele? – Hermione perguntou.
- Vi uma única vez. É horrível, o unicórnio estava todo inchado e enorme e parecia sentir dor. E vocês tinham que ver por onde o filhote saiu, foi muito feio. Mas não quero mais falar sobre isso, vamos Draco. – Lizzie puxava Draco pelo braço para longe. Hermione começou a andar em direção ao Salão Principal se apoiando nas paredes.
- E você sabe que se continuar fazendo o que você vai fazer com o Draco na Sonserina, você vai acabar que nem o unicórnio não é? Inchada, enorme, e no fim vai ter dores terríveis e o seu filhote energúmeno vai sair por um lugar e vai ser muito feio. – Hermione gritou quando já estava a certa distância.
- O QUÊ? – Lizze gritou também, estancando no lugar. – Isso é mentira sua. Está com inveja porque eu vou ficar com o Draquinho.
- Pergunte a qualquer um então. – Hermione disse e parou de repente se encostando à parede e pressionando a barriga.
- Você está bem Granger? – Draco perguntou.
- Daqui a pouco os amiguinhos dela aparecem e salvam o dia.
- Ela está em trabalho de... – Draco se interrompeu para não ter que explicar que mulheres também entravam em trabalho de parto e reformulou a frase dizendo pausadamente. – Ela está para pôr para fora o bebê que está dentro dela, é por isso que ela está com um barrigão.
- Isso é problema dela Draco, nós não temos nada haver com isso. Vamos logo.
- Temos que ajudá-la, não podemos deixá-la no corredor assim.
- Claro que podemos deixá-la, somos sonserinos, só precisamos ajudar alguém se isso nos der algo em troca. E ela não precisa de ajuda, ela nem está mais lá. – Lizzie apontou para o lugar aonde Hermione estava e Draco se virou vendo que ela não estava mais lá. Olhou mais a frente e identificou o corpo dela um pouco curvado mais à frente se distanciando devagar. – Nós temos coisas mais interessantes para fazer.
- Sabe como a Granger ficou grande desse jeito? Transando. Aquilo que você faz com quase toda a população masculina da escola. Ela está grávida e um dia você também ficará, e vai acontecer com você o mesmo que aconteceu com o unicórnio. – Draco disse baixo com a voz calma, fazendo a loira se desesperar.
- Nããão. Meu corpo. – Lizzie saiu correndo e gritando para o Salão Comunal da Sonserina e Draco deu boas gargalhadas enquanto ia em direção à Hermione.
Hermione soltou um grito ao ser erguida no ar de repente.
- O que está fazendo? – perguntou abismada ao notar que era Draco que a carregava.
- A boa ação do dia. Com essa acho que vou pro céu.
Hermione ainda pensou em responder, mas preferiu ficar calada, também não reclamaria por ele carregá-la, a dor estava ficando mais forte.
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Quando Draco atravessou as portas do salão com Hermione nos braços todos pararam para olhá-los. O loiro não se importou e continuou a avançar seguindo para Madame Pomfrey que estava no outro extremo do salão conversando com McGonagall, porém foi interrompido antes de sequer alcançar o meio do salão.
- O que fez com a Hermione Malfoy? – Rony perguntou ao entrar na sua frente.
- Fiz tantas coisas Weasley, mas no momento não tenho tempo de te narrar elas. – Draco tentou passar mas Rony bloqueou-lhe outra vez.
- Me dê a Hermione.
- Hum... Não.
- Draco, o que está acontecendo? – Pansy perguntou se aproximando com Blaise.
- O idiota está bloqueando o meu caminho. Pode tirá-lo por favor Blás?
- Não. – Pansy impediu o namorado de avançar para o ruivo. – Draco, porque está com a Granger no colo? Largue-a.
- Ela está vazando Pansy.
- O quê?
- Já está provado que o Malfoy é maluco? – Rony perguntou. – Se já, eu quero a Mione.
- Fique querendo seu ruivo pobretão.
- Draco explique-se. – Blaise pediu.
- De novo? Já disse que ela está vazando e estou ajudando-a como bom cidadão bruxo que sou.
- Conta outra Malfoy, no mínimo você deve ter enfeitiçado ela. Me passe a Hermione.
- Não passo não Weasley, vou levá-la para Madame Pomfrey e você nem de longe é a velha enrugada.
- Você não é nada dela Malfoy, me entregue.
- Nem você é, seu sardento.
Roger, Harry e Gina também se aproximaram e Rony estendeu os braços tentando tirar Hermione de Draco, mas ele puxou de volta e a castanha que até então estava quieta concentrada em sua dor não agüentou o pingue-pongue dos dois fazendo-a de bola e se manifestou.
- CHEGA! LARGUEM-ME OS DOIS!
- Mas... – Rony começou mas Hermione o cortara.
- Harry. – chamou manhosa esticando os braços para o amigo que a tirou dos braços de Draco e a colocou sentada numa cadeira.
- O que aconteceu Mi? – Gina perguntou.
- A minha bolsa estourou, estou entrando em trabalho de parto, eu vou ter meu bebê.
- Calma. Eu vou chamar Madame Pomfrey. – Harry disse.
- Já estou aqui. – a mulher surgiu entre as pessoas em volta. – Quando estourou senhorita?
- Há meia hora mais ou menos. – Draco quem respondeu checando o relógio.
- Ok, eu vou preparar a enfermaria, enquanto isso, alguém verifique a dilatação dela. – Papoula disse e voltou pelo caminho que veio.
- Fique calma Mione, vai dar tudo certo. – Roger disse enquanto se ajoelhava em frente a Hermione e pegou a barra do seu vestido para levantá-lo.
- O que você pensa que está fazendo? – Draco urrou empurrando Roger.
- Não ouviu Madame Pomfrey? Devemos verificar a dilatação dela.
Concentrados na discussão, ninguém percebeu que Hermione se levantara e se retirava do local devagar.
- Eu estou pouco me lixando, você não vai levantar o vestido da minha mulher.
- Ele a chamou de minha mulher? – Blaise perguntou baixo, de modo que só Pansy ouvisse.
- Ah é? E quem vai me impedir? – Roger desafiou.
- Acho que nas fantasias dele, ela ainda é casada com ele. – Pansy respondeu baixo.
- Eu. Sou homem o suficiente para lhe impedir.
- Fantasias? Acha que ele tem fantasias? – Blaise perguntou novamente.
- É? Essa eu quero ver.
- Depois dessa eu não duvido mais de nada. – Pansy se abraçou ao moreno.
- Pode vir, eu acabo com a tua raça.
Os dois se atracaram e começaram a embolar no chão sendo assistidos pelos alunos que formaram um círculo ao redor deles.
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Hermione andava devagar pelos corredores e se dirigiu para o antigo dormitório que dividia com Draco, ao entrar encontrou tudo da mesma forma que estava quando ela esteve ali da última vez, não havia luz, só uma pequena iluminação da lua entrava pelas janelas, os móveis ainda estavam quebrados e tudo estava bagunçado e empoeirado. A castanha se sentou num canto sem destroços no sofá e ficou a acariciar a barriga.
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- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – Minerva perguntou e com um floreio de varinha, Draco e Roger estavam afastados. – Alguém pode me explicar o motivo dessa violência?
- Ele queria ver entre as pernas da minha esposa – Draco disse apontando para Roger.
- Como?
- A senhora me entendeu. – Minerva arqueou uma sobrancelha e Draco respirou fundo antes de prosseguir. – Ele queria ver as... A... – Draco gaguejava tentando encontrar as palavras certas.
- Vagina dela?
- Seu trasgo! – Draco gritou partindo para cima do moreno mais uma vez.
Minerva deixou que se socassem por alguns minutos e os separou novamente.
- Já chega! Agora me expliquem de quem estão falando.
- Da minha esposa oras.
- A Granger professora. – Pansy explicou diante da expressão confusa da diretora.
- Ahh. Obrigada Srta. Parkinson. E porque o Sr. Davies queria ver... As intimidades da...
- Em pleno Salão Principal. – Draco interrompeu.
- Eu já entendi Sr. Malfoy. Agora Sr. Davies se explique.
- Madame Pomfrey mandou que alguém fizesse isso.
- Madame Pomfrey? – Minerva perguntou duvidando.
- Vocês contam tudo pela metade. Sai da frente. – Gina empurrou Roger para o lado. – A Hermione entrou em trabalho de parto e Madame Pomfrey mandou chegar a dilatação, Roger foi fazer isso e Malfoy o impediu e começaram a brigar.
- Certo, certo. – Minerva murmurou. – E onde está a Srta. Granger?
Todos começaram a olhar ao redor procurando por Hermione.
- Ela estava bem aqui. – Harry apontou para a cadeira que a castanha ocupava.
- Vocês têm uma péssima mania de perder essa grávida. – Minerva ralhou.
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Quando Hermione sentiu que as dores estavam aumentando, ela foi lentamente para a enfermaria.
- Não terminei de arrumar tudo por aqui senhorita, achei que me esperaria no salão principal. – Papoula disse assim que a viu.
- Eu bem que gostaria, mas os outros estão ocupados brigando e minhas dores estão aumentando.
- Em que intervalo estão as contrações?
- Não sei. Não puderam checar, mas estão ficando mais rápidas e mais fortes. – Respondeu enquanto desprendia os cabelos. – Eu não entendo como não senti as contrações, só senti uma pequena dor quando a bolsa rompeu. Tem algo errado Madame Pomfrey?
- Eu terei que examiná-la para responder querida. Isso não é normal, mas talvez haja uma explicação.
- Meu filho vai ficar bem não é Madame? – Papoula a olhou por alguns instantes antes de responder.
- Vai, claro que vai. Agora vou lhe ajudar com um banho frio para relaxar seu corpo.
- E a senhora irá fazer tudo que é preciso para que ele fique bem não é? Mesmo que isso implique no meu mal não é?
- Conversaremos sobre isso depois.
- Não madame. Me prometa que vai fazer de tudo para salvá-lo, que aconteça o que acontecer a vida dele vai ser a prioridade.
A enfermeira respirou fundo e ainda ponderou alguns segundos antes de responder.
- Tudo bem. Eu prometo. Dou minha palavra como pessoa e profissional.
- Obrigada.
- Agora vamos com isso pois temos muito o que fazer pela frente.
Papoula a ajudou a tirar o vestido e a levou para o banheiro da ala hospitalar a colocando na banheira. Hermione ficou no banho até sentir que seus dedos estavam prestes a enrugar pela permanência na água. Quando levantou sentiu o corpo relaxado e quase dormente, vestiu a bata hospitalar e saiu do banheiro, se deitando em uma das macas. Papoula checou a dilatação de Hermione e foi para a sua salinha. Apesar da dor, Hermione estava quase conseguindo pegar no sono quando a enfermaria foi invadida por sonserinos e grifinórios fazendo barulho e assustando a castanha.
- Fiquem quietos. Se comportem. – Minerva reclamava.
- Mas o Rony me empurrou.
- Ah Harry, não exagera, nem foi com tanta força. – Gina defendeu.
- Ponham os grifinórios barulhentos pra fora professora. – Blaise disse sério.
- Cai fora você sua cobra nojenta.
- Nojentas são suas sardas Weasley. – Pansy disse quase gritando.
- Estão nos ofendendo professora. – Roger exclamou indignado.
- Ninguém te ofendeu ainda Davies, não tome a dor dos outros.
- Ah cala a boca você também Malfoy.
- Defendendo a namoradinha é Potter?
- A “namoradinha” sou eu Zabini, o Harry é muito mais homem do que você.
- Eu não faço questão de tirar a prova nesse caso Coelha.
- Não chame a Gina assim. – Roger defendeu.
- Potter! A Coelha te chifra com o Davies? – Pansy perguntou debochada.
- A minha irmã não é como você Parkinson.
- Olha como fala com ela pobretão.
- Ui! A Parkinson chifra o Zabini com o Malfoy é isso? – Harry zombou.
- QUIETOS TODOS! – Minerva gritou interrompendo-os. – O primeiro que der um piu, vai ser azarado.
- Se isso fosse um hospital trouxa já teriam espancado eles e os colocado pra fora. – Hermione murmurou.
- Hermione? Você está bem? – Gina perguntou se aproximando.
- Estou. “Na medida do possível” completou mentalmente.
- Porque você sumiu assim Mione? Nós ficamos preocupados.
- Ah Harry, vocês estavam muito ocupados brigando ou vendo a briga, eu tinha mais com o que me preocupar. Se fosse esperar por vocês eu já estaria morrendo de dores.
- E como está se sentindo? – Roger perguntou se sentando na cadeira ao lado do leito de Hermione.
- Estou bem, não está doendo muito.
- Isso não é estranho? – Pansy perguntou. – Você devia estar se contorcendo em dor.
- Ah Parkinson, para de jogar praga. Hermione não sentir dor é bom.
Hermione sabia que não era exatamente assim e que Pansy estava certa, mas preferiu não dizer nada. Todos se acomodaram e fizeram silêncio e Hermione conseguira finalmente pegar no sono.
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Poucas horas depois, Hermione acordou sobressaltada com uma pontada de dor que a fez ofegar. Olhou ao redor e a enfermaria estava na penumbra, os sonserinos estavam reunidos próximos a um leito mais afastado e os grifinórios estavam do lado oposto, próximos à porta e não havia sinal de Minerva ou Papoula. Hermione olhou para baixo apalpando sua bata e quando ela se encostou à sua pele pouco abaixo do ventre, se manchou de sangue.
- Estou sangrando. – disse e logo todos os olhares caíram sobre si. – MADAME PROMFREY. – gritou começando a se desesperar.
- O que foi Mione? – Harry foi o primeiro a chegar até ela.
- Eu estou sangrando Harry. Eu vou perder meu bebê.
- Fique calma Mi, eu vou chamar Madame Pomfrey. – Rony que se aproximava, disse e deu meia volta, indo em direção à sala da enfermeira.
- Eu não posso perdê-lo, não posso. – Hermione começava a chorar.
- Não é pra tanto Granger, você pode fazer outro. – Blaise disse fazendo todos olharem para ele abismados.
- Idiota! – Hermione gritou.
- Insensível! – Pansy reclamou batendo na cabeça do namorado.
- Ah desculpa, mas não deixa de ser verdade.
- Fora daqui Zabini. – Gina gritou. – Não vou permitir que perturbe a Hermione num momento desses.
- Vocês nem deviam estar aqui pra começo de conversa. – Roger disse.
- Nem você Davies. Você não é nada dela.
- Você não sabe Malfoy. Você já não é mais o marido dela, e a Hermione está livre pra ter o que quiser com quem quiser, inclusive comigo.
A face pálida de Draco se tingiu de vermelho antes dele avançar para Roger jogando-o no chão. O moreno também revidou e passaram a trocar socos e pontapés.
- Não! – Hermione disse tentando se arrastar para a beirada da cama. – Não o machuque Roger.
- O QUÊ? – o moreno se virara para ela com os olhos arregalados e aproveitando a distração, Draco deu-lhe um soco no olho esquerdo e retornaram à briga.
- Façam alguma coisa. – Hermione pediu à Harry e Blaise. – Separem os dois. Ou eu mesma vou separar.
Diante da ameaça, Harry e Blaise se dirigiram tediosamente aos dois embolados no chão e os separaram. Ambos estavam machucados e ofegantes, mas antes que pudessem tentar voltarem à briga, Minerva, Papoula e Rony voltavam ao recinto.
- Srta Granger, as contrações aumentaram?
- Eu não tenho certeza, mas acho que estão ocorrendo a cada dois minutos e estão durando certa de 65 segundos. Também estou sangrando e está doendo muito.
- Porque está com sangue no rosto Sr. Davies? – Minerva perguntou reparando em Roger.
- Porque o Malfoy é um psicopata e me bateu. – respondeu apontando para Draco.
- É verdade Sr. Malfoy?
- Não se faça de santo não Davies. Professora, a senhora não está vendo que estou todo machucado também?
- Vocês deviam se envergonhar por agirem como trogloditas...
- Afinal você não tem uma varinha a toa. – Gina interrompeu.
- É... Isso também Srta. Weasley. Mas o comportamento dos dois é deplorável. Já é a terceira vez que pego os dois se batendo como selvagens.
- Pula a parte do sermão dos bons modos que eu conheço de có e posso repassar pro Draco. – Blaise disse. – Vai direto pra parte da detenção.
Minerva o fuzilou com os olhos.
- A detenção fica para outra hora.
- Tem algo errado Minerva, precisaremos levá-la para o St. Mungus ou um hospital trouxa.
- A Hermione não vai poder usar nenhum tipo de transporte desse jeito, seja mágico ou trouxa. – Harry protestou.
- E qual a sua idéia Sr. Potter? – Minerva perguntou.
- Podemos trazer um medibruxo pra cá. – respondeu.
- Ou procurar um médico trouxa que tenha conhecimento do mundo mágico. – Rony completou.
Minerva ponderou por alguns instantes.
- Ela não pode ser removida mesmo? – perguntou à papoula.
- Não do jeito que ela está. Está fraca e sangrando, além de todo o sangue que ela perdeu durante a gestação, se submetermos ela a uma locomoção incômoda corremos o risco de perder os dois.
- Não! Meu filho não. Deixe que Harry vá atrás do medibruxo professora, por favor.
- Tudo bem. Sr. Potter e Sr. Weasley vão atrás do médico trouxa enquanto eu entrarei em contato com o St. Mungus.
- Eu os chamarei pelo espelho Minerva.
- Ótimo. Vamos senhores, eu os levarei ao meu escritório para desfazer os feitiços antiaparatação.
Minerva saiu da enfermaria acompanhada de Harry e Rony enquanto Papoula ia pegar seu espelho.
- Acho que vocês deviam aproveitar a deixa e irem embora também. – Roger disse olhando para os sonserinos.
- Não Roger. Deixe-os aqui. – Hermione pediu.
- Você tem que descansar Mi. – o moreno passou a mão pelos cabelos da castanha. – E eles só causam confusão.
- Eu o quero aqui. – respondeu baixo de modo que só Roger ouvisse.
Em seguida Papoula voltou com um espelho amarelo e redondo, entalhado na madeira e cravejados com algumas pedras, na mão e falava com alguém.
- Querida, o medibruxo de plantão no St. Mungus diz que as dores são normais, que não há nada que possamos fazer para amenizá-las e que você terá de agüentar.
Hermione fechou a cara e tomou o espelho da mãe da enfermeira.
- Quem é você? – perguntou para o homem no objeto.
- Sou o Dr. Browken, o medibruxo de plantão.
- E é isso que você diz para as gestantes que chegam aí em trabalho de parto?
- Sim.
- O senhor já esteve grávido?
- Não. – o homem franziu o cenho.
- Já entrou em trabalho de parto?
- Não. Mas...
- ENTÃO NÃO VENHA FALAR DAQUILO QUE NÃO SABE! – Hermione gritou o interrompendo. – OU VOCÊ ME DÁ UMA SOLUÇÃO MELHOR QUE ESSA OU EU VOU ATÉ AÍ FAZER VOCÊ SENTIR AS DORES QUE ESTOU SENTINDO.
Todos ficaram calados, inclusive o medibruxo, espantados com o súbito ataque de Hermione.
- Madame Pomfrey? – o homem chamou baixinho. Hermione ainda o olhava com raiva nos olhos.
Papoula tirou o espelho das mãos dela delicadamente e se afastou conversando com o medibruxo.
- Você me surpreende cada vez mais Granger. – Blaise disse quebrando o silêncio.
- Cala a boca Zabini, ou quem vai te tirar daqui sou eu. – Gina ameaçou.
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Todos ficaramem silêncio e minutos depois Papoula voltou com um frasco na mão, o abriu e derramou o líquido verde na boca de Hermione antes que ela pestanejasse. A uma poção adormeceu alguns dos membros da castanha fazendo com que a dor diminuísse, mas o sangramento não parou.
- Porque o medibruxo está vindo pra cá Madame Pomfrey? – Gina perguntou.
- Quando ocorrem complicações no parto medibruxos, que não o que esteja acompanhando a gestante desde o pré-natal, não se envolvem. É uma regra e previne maiores acidentes, eles não sabem nada dela e se fizerem algo pode se fatal. Nem ele nem nenhum virá.
- E onde está meu medibruxo? Porque não o chamam então? – Hermione perguntou apavorada.
- O hospital está tentando contatá-lo.
- E enquanto isso eu... Vou definhando aqui?
- Fique calma e tente relaxar Hermione.
- Relaxar como Roger? Estou morrendo de dores, estou me esvaindo em sangue, não sei como meu filho está e não há ninguém que possa ajudar. Como você quer que eu relaxe desse jeito?
- Não se altere Srta. Granger, isso irá prejudicá-la.
- Meu filho está morrendo. – Hermione colocou as mãos no rosto começando a chorar.
- Saiam todos daqui! Ela precisa de descanso, esperem no corredor.
A enfermeira expulsou todos da Ala Hospitalar e trancou a porta. Sem mais alternativas Gina e Roger se sentaram no chão enquanto os sonserinos se afastaram um pouco.
- Como está se sentindo Draco?
- Como você acha Pan? – Draco sussurrou em resposta. – A mulher que eu amo está dando a vida por um pivete de outro que nem está ao lado dela.
- Pode estar. O pai poder ser o Potter, o Weasley ou o Davies. – Blaise disse ignorando o olhar fuzilante da namorada.
- Você está tentando ajudar Blaise? – o loiro perguntou com raiva. – Porque estou com dúvidas em relação a isso.
- Olha Draco, qualquer um pode ser o pai... Até você. – o moreno continuou.
- Pare de remoer esse assunto, eu já disse que ela engravidou depois de nos separarmos. Meu próprio advogado disse que quando a viu ela não demonstrava nenhum sinal de gravidez.
- Existem várias maneiras de se esconder uma gravidez Draco. – Pansy disse.
- Parem com isso! – se exaltou. – Eu não quero mais falar nisso, não quero mais saber de nada.
Draco saiu a passos largos sumindo na dobra de um corredor. Pansy suspirou.
- Weasley, quero falar com você.
- Não tenho nenhum assunto para tratar com você Parkinson.
- Garanto que é do seu interesse.
- Acho difícil.
- Sabe Weasley, eu sou muito boa de contas sabia? E também sei medir tamanhos só de olhar. – a morena insinuou. – E agora? Você vem?
A ruiva levantou a contragosto e a seguiu pelo lado contrário que Draco tinha ido.
- O que quer Parkinson? – Gina perguntou quando já estavam a uma boa distância da enfermaria.
- Eu sei que o filho da Granger é do Draco. – Pansy disse direta.
- Se você sabe por que seu amiguinho também não sabe? – a ruiva debochou.
- Preferi que a Granger dissesse pessoalmente, caso contrário o Draco ficaria furioso ao saber por terceiros, mas ela está com um pé na morte e não contou, então suponho que ela não pretenda fazer isso nunca.
- E...
- E que o Draco tem que saber, o filho também é dele e ele tem direitos. Além de quê, se a Granger morrer a tutela será do pai.
- Não será não, você diz que ele é do Malfoy, mas quem vai confirmar? A mãe é a única que poderia dizer quem é o pai e se a Mione falecer não se poderá se confirmar, e como a criança não está registrada ainda, ela pode ficar com minha família. – Gina disse alegre por saber que os sonserinos não conheciam determinadas técnicas trouxas que pudessem usar a seu favor.
- Só tem um pequeno detalhe Weasley, eu ouvi a Granger confessar tudo pro Davies, desde o planinho sórdido dela, até o filho que ela estava esperando dele, e só pelo que ela fez o Draco poderia tirar a tutela do filho dela, mas se ela morrer, nada impedirá do Draco ficar com a criança. Por isso, se eu fosse você convencia sua amiguinha a contar logo e entrar num acordo com o Draco antes que eu conte a ele e todos sofram as conseqüências.
Pansy voltou por onde vieram antes que Gina pudesse dizer mais alguma coisa. A ruiva chegou alguns minutos depois da morena e as duas junto com os dois morenos permaneceram sentados esperando que papoula autorizasse a entrada na enfermaria.
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Quase três horas depois Minerva, Harry e Rony voltaram trazendo um homem vestido tipicamente trouxa e com uma maleta médica. A diretora bateu na porta algumas vezes até que Papoula a abriu.
- Vocês ainda não podem entrar. Srta. Weasley precisarei de sua ajuda para um novo banho na Srta. Granger.
Apenas Gina entrou e a porta foi trancada novamente. A enfermaria permanecia quase totalmente na penumbra, só o leito de Hermione estava iluminado. Ao se aproximar mais notou que os lençóis estavam mais manchados do que quando havia saído horas atrás, a respiração da castanha estava baixa e rápida.
- O que quer que eu faça Madame?
- Ajude-a a tirar a bata enquanto eu preparo a banheira.
Papoula seguiu na direção do banheiro e Gina ajudou Hermione a se sentar na cama, o rosto dela estava vermelho e inchado das lágrimas.
- Como está Mione?
- Está doendo muito. – respondeu com voz fraca. – Está tudo muito estranho Gina.
Gina não disse nada, tirou a bata da castanha e viu a barriga inchada e com manhas roxas e vermelhas, conteve a exclamação de espanto, mas antes que pudesse perguntar alguma coisa Papoula voltou ajudando-a a colocar Hermione de pé e a levaram para o banheiro.
Deram banho nela com calma e cuidadosamente, cada toque mais firme sobre a barriga fazia Hermione ofegar e choramingar com a dor, usaram tecidos macios de algodão e passaram tentando passar o mais levemente possível. O banho não demorou muito, pois a castanha continuava a sangrar e logo a água estava tingida de rosa, mas foi tempo suficiente para livrá-la do suor e sangue que sujava seu corpo.
Tiraram-na da banheira como se ela fosse uma boneca de porcelana fina e colocaram uma nova bata, dessa vez mais curta e a levaram devagar para outra maca. Gina a ajudava a se deitar delicadamente enquanto Papoula se livrava dos lençóis sujos da outra maca e da bata também suja de sangue.
- Ele vai ficar bem não vai Madame? – Hermione perguntou à enfermeira.
- Não quero lhe fazer promessas menina.
- Mas a senhora já me prometeu que fará tudo para salvá-lo, que a vida dele é prioridade.
- Sim, prometi e me lembrarei de minha promessa.
- Não vai esquecer não é?
- Não, mesmo se o tentasse, você não deixa.
- Vai dar tudo certo Hermione. – Gina tentou tranqüilizá-la passando as mãos pelos cabelos agora presos.
- Srta. Weasley, peça para que o tal médico trouxa entre.
- E quanto aos outros? Eles também vão querer entrar.
Papoula olhou para Hermione por um momento antes de respirar fundo.
- Deixe-os entrar. – disse com voz cansada.
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- Onde você estava? – perguntou ao parar na frente dele, à uma certa distância dos demais.
- Ele é o tal trouxa?
- Sim, mas você...
- E porque ele não está lá dentro? – interrompeu a morena com outra pergunta.
- Madame Pomfrey não autorizou a entrada de ninguém, só da Weasley para que a ajudasse.
- Então vocês não têm notícias? – Pansy acenou positivamente com a cabeça. – Então ela também não está morta.
- Claro que não.
O loiro respirou fundo tentando acalmar seus nervos, antes que pudesse perguntar mais alguma coisa, a porta da enfermaria se abriu e Gina passou por ela chamando a atenção de todos para si.
- Madame Pomfrey permitiu que todos entrassem, mas desde que não façam nada que possa perturbar a Hermione.
- Então é melhor que os sonserinos fiquem fora. – Rony disse.
- Não são eles que estão tentando começar uma briga Ronald Weasley! – Gina reclamou. – O primeiro que der um piu será estuporado.
Gina entrou e aos poucos todos foram seguindo-a. O médico trouxa foi o primeiro a entrar e se dirigiu ao leito da castanha pedindo para que os outros ficassem a certa distância.
- Olá! Sou o Dr. Dereck. Sou obstetra e cirurgião, seus amigos já me adiantaram seu histórico...
- Como eles lhe acharam?
- Isso não é hora pra senhorita satisfazer suas curiosidades Srta. Granger. – Minerva brigou.
- Desculpe, é impulso.
- O que está sentindo exatamente?
- Dor.
- Isso eu sei. – o homem sorriu amigável. – Nada a acrescentar?
- Não senti as contrações, só uma dor quando a bolsa rompeu, mas amenizou depois que eu tomei um banho, mas voltou horas depois mais forte do que antes, e também comecei a sangrar e não quer parar.
- Entendi. A senhora é... Enfermeira? Médica? – perguntou olhando para Papoula. – Está de branco, deve ser. Cheque a dilatação dela enquanto arrumo o que será preciso.
Papoula e Gina ajudaram Hermione a se acomodar melhor na cama colocando travesseiros nas costas dela e afastando suas pernas, e a em seguida e enfermeira se abaixou entre as pernas dela para contar a dilatação.
- Alguém, por favor, esquente água e me arranje toalhas limpas. – o médico pediu mexendo em sua bolsa e tirando alguns utensílios.
Minerva e Pansy se afastaram ao mesmo tempo em que Papoula se levantava.
- Ela pode dar a luz á um time de quadribol do jeito que essas contrações estão.
- Ok... Agora... – o médico ia dizendo quando Rony o interrompeu.
- Mione, você quer que eu pegue papel pra você?
- O quê? – todos perguntaram ao mesmo tempo.
- Eu li sobre partos e...
- Você leu? – Harry perguntou espantado. Rony continuou como se não tivesse sido interrompido.
- Dizia lá que às vezes as mulheres faziam o número dois durante o parto.
- Como é que é Weasley? – Blaise perguntou segurando o riso.
- É. Eu li que às vezes elas defecam de tanto fazer força. – o ruivo abaixou a voz como quem conta um segredo. – Você sabe... Elas fazem cocô.
Todos olhavam pra Rony como se vissem a Lula Gigante cantando em espanhol. Gina foi a primeira a sair do estado de torpor e sacou a varinha estuporando o irmão. Agora todos olhavam para ela.
- Desculpa, foi mais forte do que eu.
- Tudo bem Gina. – Hermione tranqüilizou. – Eu mesmo já o teria feito se estivesse com minha varinha.
- Er... – o médico se pronunciou lembrando a todos o motivo de estarem ali. – Agora flexione os joelhos e faça força, sei que vai doer, mas você precisa ser forte.
- Está bem. – respondeu com a voz fraca.
O doutor se posicionou em frente às suas pernas abertas e pôs cada uma de suas mãos em um dos joelhos dela pressionando-os de leve para que ela não saísse do lugar. Hermione respirou fundo e começou a fazer força, ao mesmo tempo em que gritava a plenos pulmões, Draco se retesou ao ouvi-la e se afastou ficando de costas.
Minerva e Pansy voltaram com as coisas solicitadas pelo médico, as colocaram na mesa ao lado da cama e se afastaram.
Sua respiração estava rápida e entrecortada, seus olhos estavam rasos de água, a dor que sentia era enorme, sentia tudo abaixo do seu umbigo queimando como se estivesse em larva fervente, o menor toque já a fazia ter dores e fazer força a estava destroçando. Fechou os olhos com força e empurrou de novo.
- Molhem uma toalha na água e ponham sobre a barriga dela. Alguém enxugue o suor do seu rosto e pescoço e alguém também esterilize os objetos que estão em cima da mesa.
Os homens se mantinham afastados enquanto Minerva, Papola e Pansy faziam o que o médico mandava e Gina ficava ao lado de Hermione segurando sua mão e lhe dando apoio.
- Faça. Força. – Dereck pediu. – Empurre.
- Falar é fácil. – Hermione entre dentes.
Tomando ar, empurrou com força chegando a erguer a coluna quase se sentando na cama, o grito que soltou pareceu rasgar sua garganta, mas de nada adiantou, sentia-se fraca e a vista começou a embaçar, não queria desistir, mas estava difícil se manter acordada.
- A dilatação está correta, a bolsa está rompida e tenho certeza de que o bebê está no canal, mas tem algo errado e não consigo saber o que é... Quem é seu obstetra?
- Meu medibruxo não foi encontrado.
- E há alguma possibilidade de termos acesso aos arquivos dele? Se eu tivesse seu histórico facilitaria muito. Não sei nada sobre a sua gestação ou sua condição de saúde. É arriscar fazer qualquer coisa.
- Eu vou contatar o St. Mungus. – Minerva anunciou se retirando.
- Eu não vou agüentar por muito tempo. – Hermione gemeu.
- Ok. Ok. Onde está seu marido? – perguntou voltando-se para Hermione.
-Ma-marido? – gaguejou.
N/A: Demorei pacas neh, mas o capítulo já tava pronto, o próximo também está, mas vocês não comentam gente, por isso deixo vocês de castigo, até acho que estou sendo boazinha demais postango um cap enooorme pra vocês, vê se isso as anima pra comentar neh. Está realmente mais perto do que longe, de terminar, e no próximo capítulo, terão revelações, mas vocês sabem as condições pra que eu poste neh. Bem, espero meeesmo que sigam o bom exemplo da Byanca e comentem, obrigada pelos coments flor, espero que continue lendo e gostando. Bêjuxs =* e até a próxima.
Comentários (2)
essas discussões na hora do parto... Ri muito!! Como o Draco pode ser tão idiota a ponto de não saber fazer uma conta? Enfim, não demora a postar!!
2012-03-25viu gente ela me chamou de bom exemplo *-* kk , ai eu preciso de mais posts
2012-03-25