Sonho

Draco acorda. O loiro passa a mão pela cama procurando Hermione, talvez para continuar a noite maravilhosa que tiveram. Mas ele não a encontra. No mínino ela recebeu algum chamado urgente do hospital. Ele pensa com seus botões e suspira, conformado. Draco já está acostumado, afinal ele sempre soube que sua esposa seria tão dedicada ao trabalho quanto era com os estudos na época de Hogwarts. Uma vez sabe-tudo, sempre uma sabe-tudo. O loiro fala para si mesmo, lembrando do apelido da esposa na época da escola

Só então ele repara melhor em seu quarto e vê que ele está totalmente diferente. Isso, entretanto, embora o intrigue não o assusta. Ele já passou por situações semelhantes. Deve ser outro dos meus sonhos. Ele pensa. O que será agora?

Ele vai se trocar e ao abrir o guarda roupa nota que não há nenhuma das vestes que Hermione usa para trabalhar. Ao contrário, apenas roupas luxuosas como se a vida da sua esposa fosse uma constante festa. Estranho... Ele pensa consigo mesmo. Quando será isso? Será que este sonho é num futuro muito distante? Será que ela não trabalha mais?

O loiro resolve investigar melhor seu quarto e vê horrorizado que não há foto alguma de Hermione nem das meninas. O que está acontecendo? Ele se pergunta, atemorizado. Draco já teve experiências demais com os seus sonhos pra saber que alguma coisa vai acontecer, provavelmente algo que será crucial para o seu futuro

Neste momento um menininho loiro entra – pai (ele fala bocejando e esfregando os olhos que Draco percebe serem idênticos aos seus) cadê a mamãe?

Draco abre o maior sorriso. Ele nunca conversa com Hermione sobre isso, mas no fundo, lá no fundinho, ele sempre teve vontade de tentar um terceiro filho, a única coisa que o impedia era tudo que passaram com o nascimento de Annie. Nem ele nem sua esposa se sentiam preparados para correr o risco de passar pelo sofrimento de quase perder um bebê

Ei... Vem cá (ele chama o garotinho) eu não sei onde a sua mãe está, eu acordei e ela não estava. Talvez ela tenha sido chamada e esteja no hospital

O menino olha pra ele com curiosidade – a mamãe está doente? O que ela foi fazer no hospital?

Ora... (Draco tenta argumentar e neste momento percebe que não sabe o nome do menino. No entanto a experiência que tem com crianças o ensinou alguns truques, então ele encara o pequeno e diz) vamos fazer um jogo?

Oba! (o menino fala) eu gosto de jogos

Então vamos lá (Draco fala enquanto pega o menino e o senta em sua cama) Vamos fazer de conta que a gente não se conhece. Eu vou me apresentar, meu nome é Draco Malfoy

O garotinho sorri – meu nome é Orion Malfoy

Draco sorri. Orion... Ele pensa. Gosto do nome, será que fui eu que escolhi? Então o loiro continua – deixa agora eu adivinhar... O seu pai é Draco Malfoy (o menino ri com gosto e assente com a cabeça. Draco continua) e você tem quatro anos...

Papai! (ele fala, ofendido) eu já fiz cinco, você esqueceu? Fiz cinco na semana passada!

Draco bate a mão na testa, continuando a brincadeira – não se pode acertar todas (ele fala conformado) mas a próxima eu vou acertar, a sua mãe é Hermione Malfoy

O menino olha pra ele, penalizado – você está errando todas hoje, papai. O nome da mamãe não é Hermione

Draco olha para o menino como se esperasse que o pequeno loiro caísse na risada, mas a expressão do garotinho continua séria – você não é muito bom nesse jogo, não é mesmo. Quer outra chance? (mas antes que Draco fale alguma coisa, ele completa) Cansei dessa brincadeira, depois a gente brinca mais. Eu estou com fome... Cadê a minha mãe?

Draco respira fundo tentando manter a calma. Na sua mente mil questionamentos que poderiam ser resumidos em apenas um. O que aconteceu com a sua vida? Ele olha para o menino que o encara com ar indagador – eu não sei onde está sua mãe, mas quanto a fome acho que posso dar um jeito

Ele segura a mão do garotinho e ambos saem do quarto e neste momento seu susto é ainda maior. A sala, embora ainda guarde traços da imponência dos Malfoy, também não possui nenhum vestígio nem de Hermione nem das suas filhas. Ele vê a mesa posta para o café da manhã. Posta para três pessoas

Ele senta-se em uma ponta da mesa e o garotinho senta-se a seu lado. Logo os elfos começam a servi-lo e Draco nota que embora sejam os mesmos eles parecem muito diferentes, ou melhor, parecem iguais à época em que Lucio Malfoy vivia naquela casa, feições atemorizadas como se esperassem um castigo a qualquer momento e nessa hora para seu desespero ele tem certeza que Hermione não vive lá. O que aconteceu? Ele se pergunta

Ele vê que o menino está quieto tomando seu leite, tão diferente das suas filhas que eram literalmente duas tagarelas à mesa. Ele sorve seu café e vê que os elfos esperam que ele lhe dê alguma ordem, então num impulso ele fala – onde está minha esposa?

A senhora Malfoy saiu cedo, senhor (o elfo fala parecendo mais amedrontado ainda) não me atrevi a perguntar onde ela ia. Ela me castigaria

Se o loiro ainda tivesse alguma dúvida, ela teria sido dissipada neste momento. Draco tem certeza que Hermione não é a dona da casa, ele sabe que a esposa nunca admitiria que os elfos da casa fossem mal tratados, o que dirá um castigo

Ele olha para o elfo sem saber o que dizer, mas antes que fale alguma coisa o menininho o interrompe, tristonho – Papai... Você e a mamãe brigaram de novo?

Draco fita o menino sem saber o que dizer. Pelas palavras do pequeno, as brigas entre ele e a mãe desconhecida são frequentes. Que raio de sonho é esse? Aliás, isso não é um sonho é um pesadelo!

Antes que ele possa falar alguma coisa, a porta se abre e ele ouve o barulho de saltos no assoalho. Seu coração dispara, ele finalmente vai saber quem é essa mulher e quem sabe até o que aconteceu com a sua vida perfeita de outrora...

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NOTA DA AUTORA

Eu sei que muita gente deve estar reclamando da minha demora e do tamanho (ou falta dele) do capítulo...

Quanto a demora infelizmente meu tempo anda muito reduzido, eu não posso simplesmente escrever sempre que tenho vontade. E além disso, tenho que dar conta de quatro fics. Não posso me dedicar apenas a uma delas, vocês nem imaginam como fics podem ser ciumentas!

Em relação ao tamanho do capítulo... Bem, devo confessar que pensei em fazê-lo maior. O problema é que eu não resisti em terminar nesta parte, pra deixar todo mundo curioso... (devo me esconder das azarações?)

Falando sério agora, espero que mesmo pequenininho, vocês tenham gostado do capítulo. E espero ansiosamente uma palavrinha de vocês, nem que seja pra me xingar!

Bjos e até o próximo

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