Ninguem precisa saber
Capitulo doze – Ninguém precisa saber.
Ponto de vista – Scorp.
Faltavam dois dias para minha época preferida do ano. E dessa vez eu não iria fazer nenhuma brincaderinha sem graça. Sim, eu estava realmente mudando.
Bom, eu tentei seguir o conselho de Rose, mas estava muito difícil. Nenhuma garota daquela escola chegava aos pés dela.
Eu tinha conhecido uma sonserina muito gata e simpática, mas parecia que meu coração não queria se abrir para outras.
O nome da garota era Rachel Belushi. 15 anos, cabelos ondulados e morenos e corpo de surfista. Ela era a garota mais bonita da sonserina, e para muitos, a mais bonita da escola.
Claro que na minha opinião, a mais bonita era Rose.
Mas isso não importava. Então, comecei a cada dia mais, me aproximar de Rachel, o que não era muito difícil já que ela estava caidinha por mim.
- Vai fazer alguma coisa hoje? – perguntei ao me sentar ao seu lado, no sofá da sala comunal da Sonserina.
- Vou a Hogsmead comprar minha fantasia, e você?
- Vou fazer o mesmo. – eu disse tentando parecer simpático.
- Legal, podemos ir juntos, o que acha? – ela perguntou ao jogar os cabelos, com suas mechas loiras, para trás.
- Acho uma excelente idéia!
Ponto de vista – Fred.
Fui com a minha namorada, com Hugo, Ted, Margô e Victorie no três vassouras.
Todos discutiam sobre como seriam suas fantasias e brincadeiras de Halloween.
Mas eu não. Estava preocupado demais em com quem estaria minha chave dourada. Faltavam oito dias para a segunda prova e eu só tinha um grande... nada. Para minha sorte, ou não, eu não era o único. John e Cece também não tinham achado-a. Por falar na vaquinha da Cece, ela andava meio sumida. Algumas vezes, nós víamos ela saindo de cantos escuros toda descabelada. Mas ela não era meu problema. Não mais, então eu não queria nem saber o que ela estava fazendo pelos becos de Hogwarts.
- Meu irmão anda sumido também, não acham? – Lily perguntou.
- Verdade... – eu disse pensativo debruçando a cabeça nos braços.
Lily puxou minha cabeça para seu ombro. Eu me deitei nela, olhando o teto de madeira.
- Relaxa tá? Não ouviu o professor Longbottom dizendo que a chave não é essencial para a segunda prova? – ela perguntou com uma voz serena.
- Sim, mas vai dar um grande ajuda caso algo aconteça. – eu disse com birra.
- Mas, Fred, querido! N-a-d-a vai acontecer! Você precisa se acalmar e tirar isso da cabeça. Isso não importa, tá legal? – ela me beijou me deixando bilhões de vezes mais calmo.
- Ok, amor. – eu disse finalmente convencido.
Voltei a comer reparando como Ted não parava de rir, sem motivo algum. Todos nós encaramos ele, tentando entender qual era a piada.
- O que foi? – perguntei olhando para o meu amigo idiota.
- Nada não... – ele disse se engasgando de tanto rir.
- Você é louco cara? Rindo ai do nada, sem motivos e tal... Fala o que é, logo! Ou quer levar um crucio? – perguntei.
- Esquece, cenoura! – AAAARGH! Odeio “esqueces” e odeio esse apelido de cenoura!
Voltei a comer o bode à milanesa, emburrado.
Ted e Vic não paravam de se beijar e fazer caricias um no outro. ECA!
- Que merda é essa? Vão para um quarto! – eu disse enojado.
- Ah, como se você nunca tivesse feito nada disso com a Lily, não é?! – ele perguntou olhando para Lily e depois para mim.
- Eu faço, mas não em uma mesa onde os outros estão comendo! – virei os olhos.
- Ai, tá bom papai! – ironizou Victorie. – Ted, vamos na sorveteria? – ela perguntou mesmo sabendo que ele iria até para o inferno com ela.
- Claro, amor!
E se foram nos dando menos ânsia.
Hugo e Margô, na maior parte do tempo, ficando falando em sussurros, fazendo com que, nem eu e nem Lily, entendêssemos alguma coisa. Era até que bonitinho o jeito que namoravam. Entre risadinhas, sussurros, e chamegos eles se entendiam. Muito mais legal do que o jeito que Ted atacava Victorie.
- Com que roupa vamos, Fred? – perguntou Lily para mim.
- Não sei, o que acha de irmos de piratas? – adorava aquele filme dos trouxas que eu esqueci o nome, mas que era fantástico.
- Legal! Boa idéia! E você dois? Do que vão?
- Não vamos nos fantasiar esse ano. – disse Hugo e logo após a loira confirmou-o.
- Oras! Porque não? – Lily perguntou indignada como se aquilo fosse o maior absurdo do mundo. Não tinha como negar, ela era total e completamente a cara de Ginny.
- Porque decidimos inovar. – ele disse.
- Ui, vão inovar muito indo sem fantasia! – ela rindo. Ironia era um dom dos Weasleys.
- Pelo menos não vamos ser dois piratas pirados e ridículos andando por ai. – ele disse.
Apesar de ser pequeno, Hugo era muito, muito, muito mala.
- Que seja! – disse Lily.
Terminamos de almoçar e Hugo foi apresentar a Zonko’s para Margô.
- Fred eu estou meio enjoada, vou para o castelo descansar um pouco, você pode comprar minha fantasia junto com a sua?
- Claro, mas você vai ficar bem, amor?
- Vou sim, acho que esse bode não me fez muito bem, só isso. Ok então. A gente se vê no jantar. – eu a beijei e ela voltou ao castelo.
Fui caminhando até a Clotild’s Fantasy e esbarrei com Ted, que por milagre, estava desacompanhado.
- Cadê sua dama?
- Não enche! Vem comigo lá na Clotild’s? Preciso comprar minha fantasia.
- Pode ser, também preciso ir, cara.
Fomos andando até que uma pessoa encapuzada me agarrou pelo braço.
- Ted, posso roubar o Fred um segundinho de você? Preciso bater um papo com ele, firmeza? – disse a pessoa, que pela voz, julguei ser homem.
- Claro, espero você aqui cara. – assentiu.
O homem me levou até o Cabeça de Javali. Ao entrar no bar escuro e enfumaçado comecei a me perguntar quem ele seria.
- Ei cara, o que você quer de mim?
- Tomar um uísque é que não é, né?! – ironizou. Quanto mais ele falava, mais eu reconhecia a sua voz.
- Tá, então o que quer de mim?
- Ted é sua resposta, cara! – ele disse sentando-se em um banco.
Eu fiquei meio boquiaberto. Pensando: “Que raios ele está falando?”
- Hein? Seja mais claro!
- “A chave estará com quem você menos imaginar”. Ted! A chave está com ele, cara! – ele tinha o mesmo habito de falar cara. Esquisito...
- Não! Tenho certeza que não! Ele é meu melhor amigo e teria contado para mim!
- Você acha que seria assim tão fácil? Está tudo combinado! Ele sabe que não pode falar para você! Você que tem que pedir, entendeu?
- Aham... – disse sem dar bola para a insanidade daquele cara. – E... por sinal, quem é você?
- Um grande amigo do seu pai.
CLARO! Meu pai! Sabia que estava reconhecendo aquela voz! Era a voz do meu pai! Que diabos ele estava fazendo lá?
- Afe pai! O que você está fazendo aqui? – perguntei rindo.
- Pai? Eita muleque! Sou seu pai não! Que eu me lembre, não tive nenhum filho!
Eu comecei a ficar irritado. Tirei o gorro dele e vi quem realmente era.
- Ai pai! É você! O que você está fazendo aqui, hein? Como entrou aqui? E como sabe da chave?
- Ô Fred caramba! Eu não sou seu pai! Eu sei da chave porque eu te vigio todo dia, toda hora!
- Caracas pai! Tu anda me vigiando?
O meu pai (ou sei lá quem) começou a ficar irritado.
- N-Ã-O S-O-U S-E-U P-A-I!
- Aham... – ironizei. – Se não é meu pai... Quem é você?
- Pensei que já tinha sacado! Sou o Fred!
- Não! E-U sou o Fred! Pirou meu irmão? – eu perguntei nervoso.
- Sou o Fred primeiro! Eu não sou você e nem seu pai! Sou o irmão gêmeo do seu pai! Eu desci um pouquinho para te ajudar. Mas já tenho que voltar, senão Merlim vai se irritar comigo, falou?
Eu fiquei chocado eu não sabia o que dizer.
- Ti-tio?
- Sim.
- Nossa cara! Tu é meu herói! – eu abracei ele. – Tipo assim, muito obrigado por vir aqui! Nossa! Eu nunca vou esquecer isso! – porque eu estava dizendo tanta asneira, uma atrás da outra?
Ele riu.
- De nada. Eu que tenho o maior orgulho de você, muleque! – ele bagunçou meu cabelo. – Preciso ir agora, diz pro seu pai, que eu ainda sou o mais bonito.
- Espera! Como você... desceu?
- Bom, na batalha de Hogwarts eu salvei algumas vidas, e Merlim me deu pontos por isso. E digamos que estou descontando-os agora. Achei que ia ser legal ajudar meu sobrinho.
- Nossa, eu estou totalmente sem palavras. Muito obrigado, e nossa! Você não pode ficar?
- Infelizmente não. Mas não se preocupe, vou estar cuidando de todos vocês lá de cima!
Eu estava doido ou o quê?
- Você, pode ver? Todos nós?
- Sim. – ele riu. – Até as safadezas que você faz com a minha sobrinha.
Eu corei para caramba.
- Não se preocupe – ele disse – eu sempre mudo de canal quando você tá fazendo essas sacanagens. – meu tio disse rindo.
- Canal? – eu acho que ando me drogando porque isso não era normal. Nem um pouco.
- Não tem como você entender. Mas passa esse recado pro seu pai e diz para ele continuar firme na loja, que isso me deixa muito feliz saber que ele está forte. E fica de olho na tua irmã, tenha mais contato com ela. Irmãos tem que estar sempre juntos, ok?
- Ok.
- Sério! Passa mais tempo com ela. E cuida dos meus sobrinhos. Todos eles hein?! Você é o mais velho e tem que por ordem nessa porr... nessa coisa! – ele era tão parecido comigo. Era quase impossível de acreditar. – Ah! E antes que eu esqueça! Fala para mamãe, quero dizer, para sua avó, que é para ela parar de chorar todo primeiro de abril. Diz que é época de mentir e não de chorar.
- Tudo bem, passarei esses recados, e vou cuidar dos pirralhos.
- Assim que se diz! – ele bateu nas minhas costas de leve. – Olha Rose também, porque essa menina vai dar trabalho pro Roniquinho hein! – ele riu.
- Ô muleque! Porque está falando ai sozinho? – eu me virei e vi o velho, dono do bar, me olhando como se eu fosse maluco.
- Mas eu não estou falando sozinho, to falando com meu tio, né tio? – quando me virei, Fred não estava mais lá.
- Tio?
- Ei, você tá bêbado garoto? – ele perguntou.
- Não, não to! Meu tio tava aqui, afe! Tenho certeza disso! – eu disse. Será que eu realmente tinha certeza?
Será que ele realmente estava lá, ou tudo não passou de uma alucinação?
Que seja. Sendo um sonho ou não, significou muito para mim.
- Fred?
- To aqui cara!
Eu sai do bar e me deparei com Ted.
- Ufa! Pensei que tinha sido seqüestrado! – ele disse com humor negro.
- Passa a chave, cabeça de melão! – eu disse sem rodeios.
Ele ficou pálido.
- A cha-chave? Qu-que cha-chave?
- Não gagueja não! Eu sei que você tá com ela! Pode passando!
Ele foi dando alguns passos para trás até que começou a correr.
- VOLTA AQUI! – gritei e corri atrás dele.
Até que paramos em frente a loja de fantasia.
- Por favor, vai!
- Tá bom! Vai pega! – ele jogou a chave no ar e eu agarrei sorrindo de orelha a orelha.
- Até que enfim, hein! Agora vamos logo comprar essas fantasias.
Ponto de vista – Rose.
Eu e James fomos vestidos de zumbi. Começamos a atacar as delicias maravilhosas de Hogwarts enquanto eu tentava tirar a timidez dele conversava e beijando-o.
As abóboras enfeitavam o teto do castelo, e o céu escuro dava um clima assustador. Mas mesmo assim todos se divertiam. Enquanto outros faziam pegadinhas de mau gosto.
- Já experimentou essa torta de abóbora? – perguntei.
- Não. É boa?
- Me diz você. – eu peguei uma garfada e coloquei na boca dele. Ele sorriu como sempre.
- Muito boa. Sabe o que é melhor?
- O que?
- Você. – James é uma fofura? Sim ou claro?
Continuamos conversando até que Fred chegou todo sorridente, vestido de pirata junto com Lily.
- Grifinória. Batam palmas para mim, porque eu sou o herói dessa casa! Olhem aqui! Eu to com a chave! – e ergueu a mão se exibindo com a sua chave e todos gritando histericamente.
- Que modesto ele, né! – James ironizou.
- Super.
Entre as palmas, não só da Grifinória como de todas as outras casa (menos da sonserina), a porta se abriu.
Entrou um bad boy. Literalmente! Ele estava vestido de bad boy com jaqueta de couro e tudo mais, e uma bad girl (?). Vestida quase da mesma forma. Os dois faziam uma dupla e tanto. Mordi meu lábio irritada. Porque ele tinha que ser tão gostoso, perfeito, maravilhoso, lindo e estiloso?
Parece que eu não fui a única a notar que ali tinha muito mais que beleza.
James arregalou os olhos e tentou disfarçar.
- Quem é ela? – cochichou.
- Rachel Belushi, sabe?
- Nossa! – ele exclamou.
- Nossa, o que James? – perguntei um pouco nervosa.
Ele ficou em silencio e voltou a encarar a garota. Na verdade nós dois voltamos a encarar o casal. Não conseguia tirar os olhos daquele menino.
Eles trocaram um longo beijo que fez meus olhos queimarem de raiva.
- Rose, você está bem? – Hugo perguntou.
- Sim, porque?
- Porque, logo você vai estourar essa pobre abóbora. – me toquei que amassava a abóbora entre os dedos.
- Ah! É! Vou no banheiro, licença. – me levantei e sai.
Fui até o banheiro mais próximo. Me olhei no espelho, afrouxei a gravata que me sufocava e molhei a nuca. Bati meus pés no chão, xingando o Malfoy em pensamento.
Sai do banheiro e fui andando lentamente rumo ao salão principal. Alguns quartanistas assustavam os alunos do primeiro ano por aquele corredor. Eu ri ao pensar que nunca ninguém conseguiu me assustar.
- BU!
Corrigindo: Sim, fui assustada.
Me virei e vi que não tinha ninguém. Meu coração acelerou e eu comecei a ficar assustada. Voltei a andar, só que mais rápido.
- Está com medo?
Novamente me virei, mas nada! Agora eu não estava mais andando, e sim correndo. Sem parar e sem mais olhar para checar.
- Você tem medo de mim?
- NÃO! – gritei.
As luzes se apagaram e o fogo também. Estava em um corredor, sozinha, no escuro com alguém que eu não conhecia.
- Diz que está. Eu sei que está!
- Me deixa em paz. – eu parei de correr e me encolhi no canto cruzando os braços. – Eu não tenho medo de você! – cacei a varinha entre as minhas vestes, mas não conseguia achá-la.
- Procurando isso? – ele sussurrou e colocou a varinha na minha mão.
- Scorp...
- Será?
- É claro que é você! Não sou idiota! – eu disse aliviada por ser ele.
- Mas morreu de medo. – sua voz era fria e sua mão sobre a minha também. Ele me abraçou, me fechando na parede.
- Sim, mas agora não estou mais. – eu disse me afastando dele.
- Porque você não tem medo de mim? – sua voz realmente estava me amedrontando e me deixando arrepiada.
- Porque sei que você não seria capaz de fazer nada de mau.
- Tem certeza? Você tremeria de medo ao saber das coisas que já aprontei.
- Lumos! – disse e a luz saiu da minha varinha mostrando o bad boy que sorria maliciosamente para mim. – Idiota! – eu bati nele.
- Morreu de medo, Rose!
Eu calei ele de uma vez por toda, beijando-o. Porque eu fiz isso? Já ouviram falar em impulso? Bom, foi isso que aconteceu.
Ele colocou suas mãos na minha cintura e travou-me entre a parede novamente. O corredor estava silencioso até que...
- Olhem! A mestiça e o sangue-puro aproveitando da boa vontade de Hogwarts!
- Sai daqui pirraça! – ele disse.
- Paixão proibida no corredor! Paixão proibida no corredor! – ele começou a gritar cantarolando.
Scorpious me pegou pela mão e começamos a correr fugindo do Poltergeist.
Entramos em uma sala vazia, rindo. Ele me colocou em cima de uma carteira, ficando entre as minhas pernas e me beijando. Eu o puxei para cima de mim bruscamente.
- Desculpa eu não posso mais! – eu o empurrei logo após puxá-lo e me levantei esticando as minhas vestes.
- Qual é o problema? – ele perguntou.
- Não posso!
- Tem medo do quê? – ele perguntou com um sorriso sombrio no rosto. Aquele Scorpius me assustava.
- De descobrirem!
Ele me puxou.
- Ninguém precisa saber.
Eu o beijei novamente. Aquilo estava se transformando em um tipo de jogo. E eu não estava afim de jogá-lo.
- Não! Chega! Eu vou voltar para o salão principal! – eu disse para ele.
Ele me abraçou olhando a porta daquela estranha sala vazia.
- Eu te amo, sabia?
- E você me deixa louca, tem idéia disso?
Ele riu, ajeitando a jaqueta.
- Você está me assustando.
- E não é esse o objetivo do Halloween. – eu ri e disse que sim. – Vou te fazer sonhar comigo hoje. O melhor pesadelo que você vai ter na vida.
Eu o empurrei para longe de mim.
- Vou voltar. Dá para fingir que nada aconteceu?
- Olha quem está com vergonha do outro, agora! – caçoou.
- Não é vergonha! Eu só estou protegendo a gente! – ele riu. – É serio! Eu vou voltar e você volta dez minutos depois.
- Pode deixar! – eu estava saindo da sala, e me virei para trás. O garoto ria sozinho nas sombras.
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