Perca o freio



Capitulo onze – Perca o freio!


 


Ponto de vista – Hugo.


 


Estava sentado na cama da enfermaria tomando um maldito remédio que queimava a minha garganta. Eles diziam que era para cicatrizar os cortes, mas era tão ruim que eu não me importaria de ficar com algumas marcas só para não precisar beber aquilo.


- Eae baixinho, - odiava esse apelido. – está melhor?


Rose vinha me visitar todo santo dia.


- Sim! Já posso ate sair daqui!


- Ainda não, mocinho. – ela ficou olhando para mim com um sorriso sapeca. Ela estava aprontando alguma, isso eu sabia. – Sabe, eu tenho um presentinho para você, por ter dado uma lição daquele idiota.


- O que é? – perguntei com os olhos brilhando.


- Um beijo.


Todo o animo e ansiedade, sumiram.


- Fala sério! Você já me deu um beijo! Vários, por sinal! – eu disse cruzando os braços.


- Quem disse que é meu?


Eu fiquei boquiaberto. 


- Então... de quem é? – perguntei meio que com a mente longe. Coisa que acontecia freqüentemente.


Ela apenas deu risada.


- Sabe, hoje o Fred vai dar uma festa no salão principal. Ele já pediu autorização para o Longbottom e ele já deixou. Mas vai ser tipo uma balada, então os menores de treze não vão poder ir. De qualquer jeito, você nem poderia ir, está completamente estourado! Então pensei: “coitadinho, ele vai ficar triste por ficar sozinho na enfermaria enquanto a gente se diverte”, então fui para a biblioteca pensar e comecei a falar sobre isso com Lily, e alguém ouviu. E esse alguém concordou em te fazer companhia, já que esse alguém esta de olho em você a semanas. Então, o alguém vai ficar aqui com você, e se você se arrumar um pouquinho, pode ganhar um beijo desse alguém.


- ROSE! FALA LOGO QUEM É ESSE ALGUÉM! – pedi desesperado.


- Daqui uma hora ela vai chegar! – Rose se levantou e antes de sair me deixando irritado, ela voltou. – Arruma esse cabelo que parece que você está a dias sem lavar!


- E estou! Dois dias sem lavar o cabelo, porque a chata da enfermeira Chang não me deixa levantar pra nada! – eu disse nervoso olhando para a japonesa que medicava outro aluno.


- Ok! Então, dá um jeitinho, penteia! Ah! Soube que esse alguém, gosta de rapazes mais jovens que ela.


- Hum, interessante, seria mais interessante se eu soubesse quem é. Então ok, Rose! Se divirta! Tchau.


- Tchau garanhão.  


Eu ri com o “garanhão”. Rose saiu toda feliz. Algo me dizia que ele iria abusar na roupa para provocar o Malfoy.


Eu me arrumei e os segundos começaram a passar me deixando cada vez mais ansioso. Foi quando as sete em ponto, as portas se abriram e fizeram eu abrir o maio sorriso do mundo.


Anotação mental: Agradecer Rose por ela ser a melhor irmã do mundo.


Ela estava linda! Como sempre.


Margô tinha cabelos lisos, compridos e loiros. Tinha a pele clara, quase do mesmo tom que a minha, olhos de um tom azul escuro, e sardas espalhadas pelas bochechas, como as minhas. Apesar de eu saber que ela odiava sardas.


A garota era dois anos mais velha que eu. Mas pelo que Rose havia dito, ela gostava de garotos mais jovens que ela.


Margô estava com um vestido florido e uma sapatilha da qual, eu como um homem qualquer, não fiz questão de reparar demais.


- Oi. – ela disse e se sentou na cadeira de rodas que estava esquecida ao meu lado.


Me ajeitei na cama, de um modo que eu ficasse sentado e virado para ela. Senti que eu estava corado.


- Oi. Obrigado por vir, e desculpe por você não estar na festa.


- Tudo bem, não estava afim de ir na festa. E já fazia tempos que eu estava querendo conversar com você. Só faltou coragem. – eu entendia exatamente do que ela estava falando.


- Eu também. Eu queria muito falar com você. – disse exaltado demais.


Ela sorriu.


- Você está melhor?


- Sim, a única coisa ruim é tomar esse remédio horrível! – eu disse fazendo uma careta.


Ela foi até mim colocando a mão sobre o corte na minha boca.


- Você foi muito corajoso.


- Fui nada! Eu só apanhei, e o único soco que consegui dar nele, foi quando ele já estava no chão, e foi porque meu primo o derrubou!


- Só de ter ido lá, já é ter muita coragem! E você agüentou até o fim!


Eu sorri. Ela me achava corajoso mesmo eu estando completamente quebrado.


Nós começamos a conversar. Conversamos de tudo, quadribol, professores chatos, sobre sua cidade natal na França e até sobre política. Mas ambos não entendiam nada de política.


- Sinceramente, eu nunca vou entrar no ramo da política. – ela disse rindo.


- Nem eu. A propósito, o que você quer ser quando crescer? – perguntei.


- Talvez ser batedora em um time profissional. – ela disse corada. – É estranho, mas é meu sonho.


- Não, não é! Eu também quero ser batedor! – acredita em amor a primeira vista? Bom, eu sim. – Que máximo! Acho que nunca te vi jogar.


- Podemos marcar um dia para irmos jogar juntos! Ia ser demais! – exclamou.


- Podemos mesmo! Vai ser realmente legal! Para que time você torce?


- Apesar de eu ser francesa, eu torço para o Chudley Cannons.


- Sério? Não acredito! Eu também! Puxei isso do meu pai. Tipo, ele é torcedor fanático! Eu até tenho um autografo do Paul Liny! – eu disse fazendo a ficar animada.


- Não creio! Eu amo o Paul! Ele é o melhor jogador da Europa! Ele é tipo... Demais! Amo quando ele dá cambalhota...


- ...sobre a vassoura e depois fica...


- ...em pé nela!


Dissemos juntos e rimos.


- Se quiser, meu pai consegue descolar um autografo dele para você. – disse.


- Nossa, Hugo! Ia ser demais! Eu ia amar!


Continuamos conversando, e os ânimos foram se exaltando cada vez mais.


- Desculpa, senhorita. Mas vamos precisar dessa cadeira de rodas para colocar outro paciente. – disse aquela japonesa chata que eu odiava.


- Tudo bem. – ela disse educadamente e se levantou entregando a cadeira.


- Senta aqui. – apontei para a minha cama.


- Tudo bem, eu estou bem, em pé.


- Ah claro que não! Vamos, eu não me incomodo.


Ela sorriu corada e se sentou ao meu lado. Já do meu lado, eu senti sua respiração contra a minha, quando ela me olhou. Sorrimos envergonhados. A distancia não existia entre nós.


- Eu não sei te dizer isso, mas... Eu acho que estou apaixonado. – eu disse não sei como. Afinal, eu estava mais nervoso do que um porco no dia de ação de graças.


- Eu também estou. – ela disse toda vermelhinha.


- Por quem? – perguntei um pouco irritado. Quem seria o canalha?


Ela riu.


- Por você seu bobo! – ela disse corada.


- Ah! Nossa! – eu ri. – Então... Isso é bom! – que coisa mais idiota de se dizer! Mas foi o que saiu na hora.


- E o que fazemos agora? – ela sussurrou.


Eu ri.


- Eu também não sei. – e ela riu.


Ficamos no silencio, sem saber o que dizer. E principalmente, sem saber o que fazer.


Juntei meu corpo ao dela e a beijei.


Eu estava muito nervoso. Era meu primeiro beijo e eu sabia que não era o primeiro dela. Talvez o primeiro que realmente tivesse algum sentimento.


Eu coloquei minhas mãos na sua cintura e ela na minha nuca.


E tudo rolou naturalmente, e foi bom.


Muito, muito bom.


Valeu Rose! pensei.


 


Ponto de vista. – Lily.


 


- A essa hora Hugo já deve estar nos agarros com Margô. – eu disse para Rose que se arrumava.


E ela estava totalmente diferente do baile de inverno. Seu vestido era bem curto, e justo. Um tomara-que-caia preto lindo. Ela estava com um salto agulha bem alto. Seus cachos caiam rebeldemente em suas costas, e seus lábios estavam com um batom nude. Ela estava linda demais.


- Não duvido mesmo. Afinal, já estava na hora de ele perder o BVL e nada melhor do que com ela, certo? Já que eles se amam tanto.


- Claro. Eles são tão fofos juntos.


- São mesmo... LILY! – ela gritou me encarando com os olhos arregalados.


- Que foi? – perguntei assustada.


Ela puxou meu braço para cima, arregaçando a manga do casaco, eu fechei os olhos nervosa, e pensando: fudeu!


- QUE RAIOS É ISSO?


A cicatriz estava vermelha, não sei o que acontecia com ela, mas sempre que eu estava com Fred ou pensando nele, ela ficava assim.


Quando não, ela quase nem aparecia.


- Isso... isso não é nada! – eu puxei meu braço e desci a manga e continuei me maquiando como se nada tivesse acontecendo.


- LILY! Olhe nos meus olhos agora!


Eu me virei fazendo o que ela pediu... ou mandou.


- Sou sua melhor amiga! Não confia em mim? – ela perguntou com os olho quase cheios de lágrimas.


- Ok! Mas tem que jurar segredo!


- Juro solenemente que nunca vou contar a ninguém! – ela disse com as mãos abertas mostrando que não cruzara nenhum dedo.


- Bom, eu me cortei quando terminei com Fred. Estava nervosa e com a cabeça cheia. E bom... ficou assim. E enquanto estou com ele, ela não some.


Rose ficou chocada e vi seus pêlos arrepiados.


- Eu vi! Vi você deitada no banheiro! A tesoura ao lado! Lily eu senti isso! Eu não sei como e não sei explicar! Pensei ter sido alguma alucinação! Mas não! Você realmente... fez isso!


Eu me virei assustada.


- Lily não posso acreditar! – ela me abraçou chorando. – James... Tentou me dizer! Mas eu não pensei que seria você! Nunca iria imaginar. – ela não estava chorando... Estava se afogando!


- Pára de ser fraca e de chorar com qualquer coisa Rose! Seja forte! Não vai querer borrar a maquiagem! – eu disse esquivando-me do abraço.


- Foda-se a maquiagem! Foda-se se eu sou fraca! Lily! Você se auto-mutilou. Isso está errado, isso... não é normal! Lily como você pode?


- Como... Como eu pude? Fala sério, Rose! Você acha que eu quis? Acha que eu realmente quis fazer isso? Acha que tive escolhas? – perguntei brava. – Não! Eu não tive! E se você estivesse no meu lugar, não iria agüentar um segundo sequer!


- Passei por coisas bem piores que você! Eu amei alguém que teve a coragem de quase bater em mim! Meu pai me proibiu de falar com ele, enquanto minha mãe me disse para ir atrás! Vi ele beijando uma cadela qualquer. Vi meu irmão machucado no chão pela pessoa que eu amo! E ainda mantenho segredo para ninguém descobrir! Escondo tudo isso atrás de um sorriso falso do caralho! E para completar essa “maravilha”, meu melhor amigo está apaixonado por mim! E eu não consigo sentir o mesmo, por mais que eu queira! E eu que sou fraca? Eu? Se eu fosse fraca, eu seria como você! E na minha situação, você não teria mais cortes, Lily! Você já estaria morta!


Eu me virei pronta para sair, segurando o choro, para pelo menos dar uma pequena impressão que era mais forte que ela.


- Lily, espera! Por favor. – ela pediu.


Eu voltei com os braços cruzados.


- O que foi? – perguntei muito brava.


- Eu não quis dizer tudo isso! Eu explodi! Estou sobrecarregada! Eu não te acho fraca! Você só teve um momento de fraqueza, como todos tem! Me desculpe, por favor! Eu nunca quis te dizer essas coisas! Você é minha melhor amiga, e eu não seria nada sem você! Por favor, esqueça tudo que eu lhe disse!


- Mas, é o que você acha! Me acha idiota por ter feito isso!


- Não Lily! Eu sei o quanto você o ama! E sei como ficar sem ele é complicado para você! É como James disse, cada um tem um jeito para esquecer suas dores! A sua essa e a minha, bom, a minha é descontar a raiva nos outros! Eu não gosto de fazer isso e sei que você também não. Me desculpe.


Eu a abracei, e depois sequei suas lagrimas.


- Sei que as coisas não estão fáceis para você, e sei como é difícil você pegar leve. Eu te entendo, então, por favor, tente me entender também.


- Estou tentando. Juro!


- Ok! Então tá bom. Tá desculpada só porque é a melhor amiga de todo o universo.


Ela sorriu para mim.


- Obrigada, você é tudo para mim!


Depois de um momento de desabafo, nós descemos para a festa.


No meio do caminho, Rose derrubou sua bolsa no chão. Ela se abaixou para pegar a bolsa, e seu vestido subiu alguns centímetros.


- Rose, me diz que sai com água! – eu disse com os olhos fixos numa área não muito legal de uma garota olhar.


Rose se esticou com a bolsa já na mão.


- O que? – ela perguntou. – Do que você está falando?


- Banheiro. Agora.


Nós fomos indo até o banheiro da Murta. Chegando lá, eu coloquei Rose em frente o espelho e a fiz virar de costa, mas de um jeito que ela ainda conseguisse se ver.


- O que é isso na sua... bunda?


 


Ponto de vista – Rose.


 


- Eu...! Nossa! Nunca vi isso na minha vida!


Era parecido com uma tatuagem! Eu tentei tirei, passei água e usei vários feitiços, mas nada tirou aquela marca de mim.


- Como isso apareceu ai? – Lily perguntou tentando ficar séria. Mas ela não agüentava segurar a risada por muito tempo.


- Lembra que eu te contei daquela vez que eu... me droguei com o Malfoy? – ela disse que sim com a cabeça. – Então... Acho que eu me tatuei... sem querer.


Lily caiu na risada.


- Gozado... – disse Murta-que-geme vindo até a gente com aquela sua cara de menina chata e entediada. – O garoto que veio aqui hoje, de manha, sozinho, estava todo estressadinho, pelo mesmo motivo que você! Apareceu uma tatuagem na sua... bom, na mesma aérea que você. E o loiro ficou furioso.


- Ah, deve ser o Malfoy! – disse rindo só de pensar na idéia dele descobrindo uma tatuagem. – Como era a tatuagem dele, Murta?


- Eu não quis olhar muito, mas era um R maiúsculo.


MERLIM!


- Como ele descobriu?


- Toda sexta ele vem aqui para dar um mergulho e beber com os sonserinos umas coisas que deixam eles doidões. Daí ele simplesmente estava passando em frente o espelho nu – ela virou os olhos. - e viu. Daí ele foi embora e no dia seguinte voltou todo estressado tentando tirar a marca. Mas nada feito.


Eu juro que tentei ficar séria e preocupada, mas eu só conseguia rir. E Lily ria junto.


- Cara! Isso é bizarro! Você tem um S na bunda e o Malfoy tem um R. Isso sim é sinistro!


- Eu sei que eu deveria estar em prantos. Mas não consigo, poxa!


- Então vamos beber um pouco!


Ela me puxou e fomos para a festa, que particularmente, achei que estava uma loucura!


 


Ponto de vista – Scorpius.


 


Eu bebi algumas para ver se eu saia de mim. Eu estava muito irritado. Como eu tiraria aquela marca de mim?


ROSE WEASLEY EU TE ODEIO! disse tentando acreditar nas minhas próprias palavras.


Uma coisa que eu descobri sozinho é que não há nada pior do que estar em conflito com você mesmo.


Rose foi com um mini mini mini mini mini mini mini vestido, para me provocar! Aquilo me deixava louco e ela sabia disso. Mexia totalmente comigo, me deixava completamente elétrico e nenhum bebida iria mudar isso.


- Vodka pura?


- É. – eu respondi para a “minha namorada” da qual eu fugia dela todos os dias.


- Vai ficar loucão assim, amor. – ela disse beijando meu pescoço.


- Essa é a intenção. – eu disse me esquivando dela e indo para o meio da pista com o copo na mão.


Eu dancei como se ninguém estivesse olhando. E fiz isso de olhos fechados para não avistar a ruiva.


- Sua vida tá melhor sem ela, cara! – disse Damion reparando como eu estava insano naquela noite.


- Ela? Ela quem?


- Eu te conheço. Faz tempo que você não tira o olho da Weasley. Ela é gatinha, mas é idiota e inocente! Você não deve se misturar com a gentalha dos Weasley’s! – eu quis dar um crucio nele! Quem ele achava que era para falar assim dela?


- Você não sabe de nada! Cala a boca!


Ele riu ironicamente.


- Fica suave cara! Eu sei do que estou falando! Mas ela é encrenca, não presta! Prefiro a sua namoradinha linda e sexy do que ela! – garotos normais ficariam bravo por ele estar falando desse jeito da sua namorada. Mas eu fiquei bravo pelo jeito que ele estava falando da Rose.


- Fica com ela então! Não agüento mais a Demetria! Ela é um chiclete! – eu disse cego pelas luzes.


- Opa! Pego de jeito.


Comentário como esse, sempre me faziam rir. Mas eu estava tão fora de mim que apenas continuei a dançar.


- Ai! Acho que vou vomitar! – eu disse enjoado.


- Ninguém manda beber tanto assim! – disse Drake vindo até nós.


Fui correndo até o banheiro. Até que parei em um corredor escuro onde um casal ria e se beijava.


Foi então que vi. Vi que perdi Rose totalmente. Vi que ela também sabia brincar.


Vi que minha vida tinha se acabado.


 


 Ponto de vista – Rose.


 


Eu esqueci a maldita tatuagem e fui para a festa. Tava muito legal. Eu bebi muito ao lado de Lily, nos riamos e dançávamos como se não tivéssemos mais nenhum problema na vida.


- Oi, Rô! – disse James.


Meu Merlim! E que James! Que gato! Eu poderia ficar olhando para ele até morrer de tanta beleza!


- Oie gatão!


Ele sorriu corado.


Era muito engraçado ver James dançar. Ele era muito tímido e não sabia dançar direito, ele apenas se balançava no ritmo da musica. Era fofinho.


- Posso falar com você a sós?


- Pode sim.


Ele me puxou para o canto, vermelho.


- Rose, desculpa ter jogado um “eu te amo” na sua cara. Não foi assim que eu quis dizer, o que eu sinto. Estou confuso. Então, por favor esquece o que eu disse. Eu quero deixar tudo rolar naturalmente...


Eu sorri para ele. Não só pelo fato de eu estar alegrinha demais por causa das bebidas e sim porque ele era a coisa mais fofa do mundo!


- Para de ser perfeito, James. – então me lembrei que já havia dito isso uma vez para o Malfoy. – Tudo bem, então perca o freio hoje! Dance loucamente! Não se segure para nada! Faça o que você tem vontade de fazer sem se preocupar com as conseqüências!


- Tudo bem, Rose. Vou fazer o que eu quero fazer sem me preocupar com as conseqüências, posso?


- Não pergunte. Faça!


James deu um sorriso, e me puxou até ele me segurando pela cintura.


- Essa noite eu não vou mais te soltar!


Ele mordeu os lábios e me pegou no colo.


Eu estava tão aérea que nem notei ele me levando para fora da festa. Chegamos em um corredor escuro no quinto andar. Ele me colocou delicadamente no chão.


James riu bobamente, e eu também.


É... Estávamos rindo sem motivo algum!


James colocou uma de suas mãos na minha nuca e outra na minha cintura, me segurando firmemente.


Ficamos nos encarando por um bom tempo. Ele tinha belos olhos azuis.


Até que a espera acabou e ele me beijou. Foi tão bom. Ele tinha um pegada, que por Merlim! Ele se sentou me puxando para cima dele.


Nos separamos ofegantes e rindo.


- É... perder o freio é bom! Muito bom! – ele disse mordendo meus lábios.


- ROSE! – eu me virei junto com James.


Scorpious estava lá nos olhando com ódio.


- Eu não achei que você seria capaz de beijar um... um alguém como o Potter! – ele disse franzindo o cenho.


Eu me levantei nervosa.


- O que você quer comigo? Me deixe em paz! Cuide da sua vida! Vai lá com a sua namoradinha e pare de infernizar! Eu não te quero mais na minha vida! – eu disse o empurrando.


- É só que eu... Aprendi a ter tudo o que eu sempre quis, só não aprendi a perder. – ele disse choroso.


- E daí? Foda-se, Malfoy! Tô me fodendo para o que você quer ou não! Já cansei de ser trouxa e de você me enganar!


- ROSE! Eu gostava mais de mim com você por perto! Eu me odeio agora! – ele disse como se implorasse perdão.


- Já disse que não ligo! – eu gritei.


- As pessoas acham que a distância faz esquecer, mas esquecem que a saudade faz lembrar. E eu tô tentando te esquecer! Mas é impossível, Rô! – ele disse.


- Porque você quer me esquecer? Quer saber, esquece! Eu não quero saber! Eu já estou em outra! E é melhor você parar de me encher!


- Rose eu...


- CHEGA MALFOY! Nunca mais fala comigo! Me faz esse favor!


Ele confirmou com a cabeça.


- Desculpa. Eu vou embora agora...


- Agradeço!


- Só não esqueça que dividimos uma marca no bumbum. – ele disse rindo.


Ele saiu com a cabeça baixa. Eu fiquei com os olhos arregalados. Voltei até James que me olhava confuso.


- Desculpa, não queria que você visse isso... – eu disse me sentando ao seu lado.


Ele me abraçou beijando minha testa, depois as minha bochechas até chegar em meus lábios. Ele me beijou delicadamente e lentamente e isso fez eu me sentir bem.


- Não precisa se desculpar por nada. Eu que deveria me desculpar por não ter quebrado a cara dele.


Eu ri e o beijei com o ânimo exaltado.


Ficamos rindo e nos beijando por umas duas horas, depois voltamos para a festa e bebemos e enlouquecemos juntos.


 


Ponto de vista – Margô.


 


- Aqui, esse é a última dose do dia. – a enfermeira japonesa ergue um copo com um liquido azul para Hugo. Ele o pegou e fez careta. – Tente não gritar muito dessa vez.


Eu a olhei incrédula.


- Credo, que rude! – eu disse.


- Tudo bem, estou acostumado. Eu aconselho você ir embora agora, não vai querer me ver gritar.


- Não! Claro que não vou! Vou ficar cuidando de você. – eu beijei sua bochecha.


Ele bebeu e logo começou a empalidecer. Seu corpo ficou gelado e ele começou a suar frio. Seus olhos virando na órbita de dor.


Eu segurei sua mão e ele a apertou.


- Enfermaria, o que você deu para ele? Está fazendo mal para ele! – eu disse desesperada.


- É normal! Ele logo vai começar a gritar de dor.


E não levou muito tempo para que ele esperneasse de dor. Eu o abracei.


- Calma, vai passar.


- Senhorita, o horário de visitas já acabou. Você tem que ir embora.


- O que? Não! Não vou deixar ele aqui gritando de dor! – eu disse.


- É normal! Agora peço que vá embora.


- Não! Eu vou ficar aqui com ele...!


- Você precisa ir, tudo bem, eu vou ficar bem. A gente se vê amanha logo que eu me acordar. – ele disse sorrindo apesar da dor.


- Ah, promete?


- Claro.


Eu lhe dei mais um beijo na bochecha e sai relutante.


Fui para o dormitório dos visitantes e coloquei meu pijama, muito preocupada. Não quis ter deixado Hugo sozinho com aquela japonesa ignorante.


Deitei na cama, o quarto estava vazio, todos estavam na festa.


Fiquei vários minutos tentando dormir, mas não consegui. Passadas duas horas, eu me levantei e fui na ponta dos pés até a enfermaria. Entrei lá e vi que todos dormiam, menos ele. Silenciosamente me sentei ao lado dele. Automaticamente ele sorriu.


- Você está melhor? – sussurrei.


- A dor já passou um bocado. – ele disse com uma voz cansada.


- Posso passar a noite aqui?


- Claro! Eu vou adorar. – eu me deitei ao seu lado e ele me cobriu.


Ficamos nos encarando e eu deitei em seu peito. Ele estava com o corpo quente, provavelmente com a tal febre causada pelo remédio.


 


 


Ponto de vista – Hugo.


 


Ela se virou de costas para mim e eu a abracei. Acabei dormindo ao seu lado de conchinha. No meio da madrugada ela acordou preocupada comigo e medindo minha febre.


- Sério, eu estou bem! Obrigado por se preocupar. – eu a coloquei sobre mim a beijando pela segunda vez.


E entre beijos e risadas, acabamos dormindo.


A noite estava fria, mas algo me dizia que para Rose, estava quente.


 


 

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