Um Natal Inesperado
Hermione abriu os olhos lentamente e se deparou com uma suave luz dourada de sol invernal entrando por uma fresta na janela. Piscou algumas vezes ante a repentina claridade e se virou na cama. Então deu um grito.
Rony acordou sobressaltado ao seu lado.
– O que...? – começou ele de olhos arregalados
Hermione nem tentou responder, porque, apesar de todas as perguntas que disparava para si mesma começarem com “o que” naquele exato momento, ela não conseguia chegar a uma resposta. Então ela apenas retribuiu o olhar aturdido do garoto até perceber que ele estava com o peito nu e que ela vestia somente uma camisola fina. Com um assomo de vergonha – um calor forte atingindo suas bochechas –, ela tateou com desespero pela cama até encontrar um robe e uma camisa logo ao lado, que provavelmente era de Ron. Vestiu o robe extremamente sem jeito após jogar a camisa para ele. Quando ambos ficaram devidamente vestidos, sua voz pareceu encontrar segurança suficiente para falar – embora não pudesse negar que sentiu algo mais do que constrangimento quando viu Rony sem camisa...
– O que você está fazendo na minha cama?
– O que eu...? – ele pareceu ainda mais aturdido e olhou ao redor – Espere aí, esta é a sua cama?
Hermione novamente não respondeu. Olhando ao redor também, entendeu o que ele queria dizer: aquele lugar não era o dormitório feminino nem o masculino. Era um quarto de casal. Mas ela mal teve tempo de se ocupar com essa constatação e já percebia outra coisa muito estranha... O Rony ao seu lado não era um garoto, mas um homem de uns trinta anos. Estava mais forte e mais alto, sua voz estava mais grave e seu rosto aparentava uma certa maturidade – o que contrastava bizarramente com a careta de espanto de adolescente que fazia. Fora isso, estava realmente mais bonito.
A maneira como Rony fixava o olhar nela a fez pensar que também devia estar parecendo mais velha.
– Você é uma mulher... – ele sussurrou com assombro na voz
– Pensei que já tivesse percebido! – ela desdenhou, embora ainda pasma com aquela situação.
– Não... Eu qu-is dizer que está diferente... Mas está muito bem – ele acrescentou rapidamente, temendo a reação de Hermione – Só não é mais uma garota.
Com a confirmação do que estava supondo, ela fez menção de se levantar para procurar um espelho – se repreendendo porque não tinha levantado até então –, mas se deixou cair na cama com os olhos, mais uma vez, arregalados.
Duas crianças tinham acabado de irromper pela porta e correr em sua direção.
– Mamãe! Papai! – disseram radiantes. A menina ajudava o menorzinho a subir na cama.
Rony e Hermione se entreolharam rápido e voltaram a atenção para as crianças a tempo de receber um afetuoso abraço de ambas.
– Feliz Natal! – a menina desejou, começando a dar pulinhos na cama.
– ...Natal! – fez coro o garotinho, tentando acompanhar os pulos da menina e tão contente quanto ela.
– Mas o Natal foi ontem... – comentou Rony, novamente assombrado.
A menina revirou os olhos para ele com cara de quem acha a brincadeira ultrapassada e continuou sorrindo e saltitando. Hermione, estática, teve vontade de ralhar com Rony, porque considerava aquele comentário insignificante diante das duas crianças a sua frente que os chamavam de “mamãe” e “papai”. Como assim “mamãe” e “papai”? Mas ela se deparou com mais uma estranha percepção... Mesmo que não tivessem os chamado de “mamãe” e “papai”, ela logo teria percebido que eram seus filhos. Era impressionante o quanto se pareciam com eles. Ambas as crianças tinham cabelos ruivos; os olhos da menina tinham o mesmo tom de azul que os de Rony e havia muito de Hermione nela: não só pela aparência física, além dos traços de seu rosto e volume dos cabelos, seu modo de falar e sua postura determinada já nítida em seus – estimou Hermione – cinco anos de idade lembravam muito a mulher que a contemplava com encanto e surpresa; e o menino – que parecia não ter mais de três anos – devia ser quase igual a Rony naquela idade, mas sua boca e seu nariz, não se podia contestar, eram idênticos aos de Hermione! Desde sua expressão até seus olhos não tão claros quanto os da irmã, ele se parecia tanto com ela que era impossível não admitir que aquele era seu filho. Ao mesmo tempo, seu jeitinho lembrava tanto Rony que, Hermione concluiu para si mesma, trouxe à tona pelo menos uma certeza naquela manhã confusa: os dois, cada qual a sua maneira, eram suas misturas perfeitas.
Ainda assim, aquilo era difícil de assimilar. Qual era o sentido de dormir com quinze anos depois de uma acalorada briga com o amigo e acordar com trinta e um ao seu lado, aparentemente casada e com dois filhos pequenos? O que isso significava? Não havia sentido, não havia lógica. Mas também não havia tempo, naquele momento, para insistir em perguntas sem respostas.
– Hã... Crianças! – ela se surpreendeu chamando os filhos dos quais sequer sabia os nomes – Se hoje é Natal... Quero dizer, hoje é Natal! Por que não vão abrir os presentes?
– Pesenti! – exclamou Hugo com os olhinhos brilhando – Pesenti, Rose! Vamos!
– Isso, Hugo! – a menina riu do irmão e se virou para a mãe – A gente só não abriu ainda porque preferiu acordar vocês antes! – ela disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
– Tudo bem, nós já vamos... Rose. – Hermione terminou a frase com a voz de repente carregada de emoção.
Rose pulou da cama sorrindo e saiu correndo, com Hugo em seus calcanhares ainda gritando “Pesenti! Pesenti!”
Hermione ficou ali, absolutamente parada, vendo os dois correrem felizes e sumirem corredor afora, Com Rony ao lado ainda aturdido demais para dizer uma palavra. Ela já não estava mais espantada; a sensação que experimentava agora era enlevo. Rose. Hugo. Que nomes lindos! Que crianças adoráveis! E eram seus filhos! Seus filhos! Mas como...?
– Hermione – ela ouviu a voz de Rony finalmente tornar a falar – O que está acontecendo? – ele indagou com a testa franzida
– Eu não sei... – ela murmurou
– Aqueles são meus... nossos filhos?
– Não há a menor dúvida.
– Mas como...? Não haveria tempo para...? – ele começou, suas orelhas adquirindo um tom intenso de vermelho.
– Não, não haveria. – ela se apressou a dizer, olhando para baixo. Estava muito corada.
– Então como...? E estamos mais velhos! – pela sua expressão, ele fazia grande esforço para tentar compreender – Será que houve algum problema com a nossa memória? Será que esquecemos o que aconteceu todo esse tempo? A última coisa de que me lembro é...
– A noite do baile. – ela engoliu em seco – Depois que brigamos.
– Sim, é disso.
– Prefiro acreditar na teoria de que estou sonhando – ela declarou ao se dar conta de que aquela era a única explicação plausível.
– Mas então eu estou tendo o mesmo sonho? Que estranho... E aquelas crianças me pareceram tão reais...
– Eu sei. – Hermione suspirou.
Rony encarava Hermione com expressão de desespero. Ela sustentou o seu olhar, também sem saber o que fazer.
– E agora? – ele perguntou num fio de voz.
Antes que Hermione novamente respondesse “eu não sei”, ela foi tomada por uma decisão. Podia não saber se aquilo era apenas um sonho ou era real – e não sabia como era possível que aquilo estivesse acontecendo realmente –, porém, ela tinha que agir. Tinha que fazer alguma coisa imediatamente. E como que para reafirmar essa constatação, se tornou audível o ronco de um estômago. Hermione sorriu aliviada, não pôde evitar, simplesmente pelo fato de ver que Rony continuava o mesmo faminto de sempre, não importava o quão adulto parecesse.
– Vamos comer. – ela se levantou dizendo e Rony seguiu atrás dela como se sua vida dependesse disso.
***
A casa era bem espaçosa, e tinha uma aura tão acolhedora que só podia ser habitada por uma família feliz. Estava toda enfeitada para o Natal: havia uma grande árvore contrastando com a parede cor de creme, meias penduradas acima da lareira e luzes coloridas por toda parte.
Quando Rony e Hermione chegaram à sala, Rose vestia um suéter azul-turquesa bordado com uma linda rosa vermelha e ajudava o irmãozinho a vestir seu próprio suéter vermelho escuro. Hermione logo percebeu que aqueles eram legítimos suéteres Weasley. Pela expressão aparvalhada de Rony, ele também percebera isso.
– Pronto, Hugo! – Rose deu um tapinha nas costas do irmão e correu para segurar as mãos dos pais – Mamãe, papai, venham ver nossos presentes!
– Hum, claro, eu só vou buscar uns biscoitos antes...
Ao voltar para a sala carregando uma bandeja com suco e biscoitos que encontrou na cozinha, Hermione viu que Rony estava sentado entre Rose e Hugo diante da árvore de Natal sob a qual se abarrotavam muitos presentes – embora houvesse vários desembrulhados e uma considerável bagunça de papel rasgado no meio da sala.
– Então papai, o que você acha que é?
– Hã... Não poderia ser uma vassoura de formato esquisito, poderia? Acho que não... – ela ouviu Rony responder enquanto observava junto às duas crianças um grande embrulho embaixo da árvore.
Hermione deixou a bandeja na mesinha de centro e foi ver do que se tratava. Rony e Rose foram logo devorar os biscoitos, mas Hugo continuou a observar o embrulho com uma carinha intrigada.
– Por que não abrem? – perguntou Hermione
– Eu já ia abrir, mas grande parte da graça está em tentar adivinhar, não é? – declarou Rose entre um biscoito e outro.
Hermione ficou mais uma vez encantada com a filha. Então tirou o grande embrulho do meio dos outros pacotes para tentar adivinhar também. Um cartão caiu no chão, ela rapidamente se abaixou para pegá-lo e o abriu.
Para Rosie, nossa querida netinha.
Feliz Natal!
Com amor,
Do vovô e da vovó Granger.
Fazendo esforço para não chorar, ela olhou para o embrulho e disse assim que constatou o que era:
– É uma bicicleta.
– Bicleta? – indagou Hugo
– Como a que você deu de aniversário para Victoire, mamãe? – perguntou Rose, seu rostinho se iluminando de contentamento.
Hermione não fazia ideia de quem era Victoire, mas como não tinha alternativa, concordou com a cabeça. A menina soltou uma exclamação de júbilo e foi abrir o presente. Hermione a ajudou e lhe entregou o cartão.
– Pena que eles não vêm, o vovô e a vovó Granger – a menina suspirou.
– Por que não? – quis saber Hermione
– Porque foram esquiar, ué. – respondeu Rose com naturalidade.
– Então nós vamos passar o Natal n’A Toca? – perguntou Rony.
– Não, o vovô e a vovó Weasley foram visitar o tio Charlie na Romênia... Mas por que você está perguntando isso, papai? Você já sabia!
– Ah! Hã... Eu esqueci. – disse Rony com uma expressão pouco convincente.
A menina apenas deu de ombros e continuou desembrulhando o presente. Mal o grande papel rasgado se somara aos muitos outros no chão da sala e a menina já dava voltas em torno do sofá em sua nova bicicleta. Rony passou o pote de biscoitos para Hermione e foi abrir seus próprios presentes. Após comer alguns biscoitos, Hermione se voltou para a pilha intacta que só podia ser dela.
Havia presentes de seus pais, de Hagrid, de Neville, de quase todos os irmãos de Rony e suas respectivas esposas e até mesmo de Luna Lovegood. A maioria eram livros, e ela adorou os títulos, mas o que mais gostou foi um suéter que ela percebeu ser de cor igual ao de Hugo – que rolava de rir no sofá vendo a irmã brincar na bicicleta.
– Eu também recebi um suéter Weasley. – ela sussurrou para Rony, que tinha nas mãos outro suéter, por sua vez, da mesma cor que o de Rose.
– Típico da mamãe. – comentou Rony – O que você esperava? Você é da família agora.
Enrubescendo com enorme rapidez, Hermione desviou o olhar de Rony, embora não antes de notar que ele também enrubescia muito ao se dar conta das próprias palavras.
Quando já não havia mais nenhum presente fechado, só farelo de biscoito salpicando os embrulhos espalhados pelo chão, e Rose descansava no sofá depois de ter gastado quase toda a sua energia pedalando, Hermione achou que, se era Natal, era hora de arrumar tudo e preparar uma ceia, porque aquelas crianças precisavam disso.
Ao olhar para o lado, viu Hugo, com a boca toda suja de suco de abóbora, estendendo os bracinhos para ela. Com um gesto ligeiramente desajeitado, ela o pegou nos braços e deixou que ele repousasse sua cabecinha em seu ombro. Então se balançou para frente e para trás e o menino começou a brincar com seu cabelo. Não percebeu, mas Rony contemplava a cena com um sorriso bobo.
***
Hermione tinha dito para as crianças brincarem no quarto enquanto eles preparavam tudo. Rony fora tomar banho logo depois dela. Agora ela usava um vestido verde escuro e se olhava no espelho do quarto enquanto penteava os cabelos. Estava mais alta, a curva em sua silhueta se acentuava mais e ela descobriu até marcas de expressão que não estavam ali antes. Rony estava certo, ela não era mais uma garota: era uma mulher. Sua mulher, ela se pegou pensando com os batimentos cardíacos acelerados.
Depois de encontrar uma varinha – diferente da que comprara do Sr. Olivaras aos onze anos – na gaveta da sua mesinha de cabeceira e guardá-la no bolso interno das vestes, Hermione foi até a cozinha para dar início à preparação da ceia. Rony adentrou a cozinha já completamente vestido, mas com o cabelo molhado ainda pingando.
– Que bom que está aqui, preciso da sua ajuda – disse ela – Não estou encontrando os fósforos, preciso acender o fogo para assar o peru, mas deixe que eu me viro com isso, é melhor você arrumar a sala, pegue uma vassoura para varrer...
– Hermione! – Rony exclamou antes que ela pudesse terminar – Você é uma bruxa ou o quê? Use magia para acender o fogo!
Desconcertada e com uma onda de nostalgia que remetia ao final de seu 1º ano em Hogwarts ante suas palavras, ela falou:
– Ah, sim. Bem, é que não estou acostumada a poder usar magia fora da escola, entende?
– Claro. Mas eu vou aproveitar que somos bruxos adultos e usar magia para limpar a sala – ele se virou e saiu resmungando algo como: “usar uma vassoura para varrer, que desperdício, ela tem cada uma!”
Com alguns acenos da nova varinha, Hermione acendeu o fogo e colocou o peru para assar no forno, incumbiu uma faca à tarefa de cortar legumes, fez massas de tortas e bolos se mexerem sozinhas e frutas pousarem suavemente em travessas sobre a mesa.
Pôde ouvir as vozes de Rony e Rose vindo da sala.
– Você recebeu algum presente de... hã... da tia Ginny, Rose? – perguntou Rony, um pouco preocupado.
– Não, papai, mas ela deve trazer quando chegar para a ceia daqui a pouco. – a menina respondeu simplesmente – Agora acho melhor você ir logo dar banho em Hugo, ele já está fedendo bastante.
– Ah... Certo. – disse Rony transparecendo alívio, mas também alguma insegurança.
Hermione entendeu a preocupação de Rony. Não sabiam o que tinha acontecido a todos durante aquele tempo pelo qual não haviam passado, apenas saltado, e a única pessoa da família de Rony de quem não receberam nada até então fora Gina. De repente, ela se lembrou de mais alguém de quem também não haviam recebido nada: Harry! O que será que havia acontecido a ele?
Houve um barulho alto de crepitar na lareira e Hermione correu para sala. Uma cabeça se movia entre as chamas verdes. Era Harry.
– Feliz Natal! Só vim para avisar que vamos nos atrasar um pouquinho, mas estaremos aí logo, logo.
Rony murmurou um “Tudo bem” e Hermione assentiu. Com um estalo, a cabeça de Harry desapareceu das chamas.
– Que bom que ele vem. – disse ela
– Quem será que vem com ele? – indagou Ron
Hermione tinha um palpite puramente intuitivo, mas preferia esperar para descobrir se o palpite era certeiro primeiro, então simplesmente deu de ombros.
Hugo esperneou muito durante o banho e deixou os pais encharcados e quase engolindo espuma. Rony se ocupou de secar Hermione e a si mesmo com um feitiço. Ela agradeceu e vestiu novamente os filhos com seus respectivos suéteres.
Logo, a ceia estava posta e os quatro estavam sentados em volta da mesa. Rose e Hugo brincavam e riam juntos. Rony segurava a varinha com a ponta para o alto e fazia nevar sem perceber. Hermione ouviu o ruído familiar de crepitar na lareira e olhou em sua direção.
Uma de cada vez, cinco pessoas engatinharam para fora da lareira. Dois meninos, uma garotinha, um homem e uma mulher. A garotinha – que era tão ruiva quanto Rose e Hugo – gritava feliz:
– É a primeira fez que eu viajo com pó de Flu! A primeira! Mamãe, posso ir de novo?
– Não, Lily, já chegamos... – disse uma voz conhecida que pertencia à mulher. Hermione pulou da cadeira ao ver que era Gina, e ao lado de Harry, o que a fez notar com alegria que acertara o seu palpite. Os dois pareciam muito bem em sua aparência ligeiramente mais velha, tanto quanto ela e Rony.
– Tio Rony, tia Mione! – as três crianças vinham correndo para abraçá-los, seguidas de perto pelos pais.
Quando o menino mais velho se sentou e a garotinha foi abraçar Hugo, Rose gritou para o outro menino:
– Você tem que ver a bicicleta que eu ganhei, Al! – e foi logo tratando de arrastá-lo pela sala para mostrar seu presente grandioso.
Rony olhava de Harry para a irmã e para cada criança mesclando descrença e vontade de rir no semblante. Gina ergueu as sobrancelhas para ele.
– Qual o problema, maninho?
– Ah, nada... Feliz Natal! – acrescentou rápido, suavizando a expressão.
Hermione decididamente preferiu soar mais natural. Quando todos se sentaram (Rose contando animada as funções de sua bicicleta para os primos), ela comentou:
– Até que vocês não demoraram muito, Harry.
– Não... Só nos atrasamos porque James – ele olhou de relance para o filho mais velho – pôs fogo na árvore de Natal sem querer e Drômeda mandou um Patrono de última hora avisando que ia ter que levar Teddy com ela para visitar uma cunhada dela que está doente e quer vê-lo.
Hermione nem desconfiava de quem poderiam ser as pessoas que o amigo citara, mas preferiu não abandonar sua naturalidade forçada – ninguém precisava saber que ela e Rony não faziam ideia de como tinham ido parar ali.
A noite de Natal transcorreu muito bem. As risadas das crianças eram gostosas de se ouvir e se somavam a dos adultos enquanto todos desfrutavam da comida e da bebida e apreciavam a companhia um do outro.
Harry contava casos hilários que aconteciam em seu trabalho no Ministério da Magia. Aparentemente, ele e Rony eram aurores, por isso Hermione deu uma dolorosa cutucada nas costelas de Rony quando ele se mostrou impassível diante dos sinais do amigo para continuar a história. Rony, massageando as costelas, passou então a concordar dizendo: “Foi assim”, “Isso mesmo” e balançando a cabeça.
Gina – após entregar os vários presentes que tirou de uma sacola que parecia pequena demais para caber tanta coisa – também contou histórias engraçadas de sua temporada como artilheira no Harpias de Hollyhead – Hermione teve que dar um pisão no pé de Rony antes de ele soltar “Você já foi jogadora de Quadribol?”, algo que estava na cara que ia dizer – e logo passou para a história hilariante de uma velhota leitora de suas colunas no Profeta Diário que lhe mandava perguntas descabidas por correspondência.
Hermione agradeceu internamente por não ter que falar sobre seu trabalho – já que não sabia nem por onde começar simplesmente pelo fato de que não sabia no que trabalhava – quando o assunto mudou para a vida deles em Hogwarts – passando por uma frente de resistência chamada Armada de Dumbledore que Hermione pareceu muito interessada em ouvir à respeito – e depois para a infância dos Weasley. Ron interrompeu a história que a irmã contava sobre os gêmeos terem-no trancado pelado num armário de vassouras com um bocejo exagerado. Houve muitos “Feliz Natal” e abraços de despedida quando Harry e Gina pegaram as crianças mais novas no colo e puxaram James pela mão dizendo que iam pegar o Nôitibus.
Depois que eles foram embora, Rony e Hermione recolheram suas próprias crianças sonolentas e as levaram para seus respectivos quartos – houve uma confusão inicial de portas se abrindo e fechando até colocarem a menina no quarto de menina e vice-versa.
Hermione cobriu o filho por último e seguiu para seu próprio quarto. Então se virou para Ron, hesitante.
Ele pareceu entender sua dúvida só pela metade.
– Temos que dormir juntos – disse convicto – As crianças poderiam perceber algo estranho, e não queremos isso, queremos?
– Não, não queremos. – ela respondeu – Mas... E se não acordarmos aqui amanhã? E se... tudo tiver sido um sonho?
Ele empalideceu.
– Ah! Bom... Isso só vamos saber se dormirmos primeiro, não é? – ele levantou o braço e fez um gesto em direção à cama.
Corando violentamente pelo que pareceu ser um número recorde e cansada demais para trocar de roupa, ela tirou os sapatos e se deitou. Rony murmurou um “Boa noite!” e virou de costas, aparentemente tentando esconder o quanto também estava encabulado, embora falhasse por suas orelhas estarem tão escarlates que chegavam a se confundir com os cabelos.
Antes de dormir, Hermione refletiu sobre como aquele dia fora longo. Lembrando-se de cada detalhe, desejou que tivesse demorado ainda mais a passar. Tanto que não foi à toa que, quando despertou ao lado de Rony na manhã seguinte, se sentiu feliz e aliviada por não ter sido apenas um sonho... ou, ao menos, pelo sonho ainda não ter acabado.
Comentários (3)
SIMPLISMENTE P-E-R-F-E-I-T-O ESSE CAP. A-M-E-I *.*#MORRI A-M-E-I <3 <3 <3 MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.*CHOREI E RI MUITO AQUI :)KERIA SER A MIONE NESSAS HORAS kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk'
2013-03-07Awww eu ameiiiii esse capitulo. Rose e Hugo são lindos demaiiiis *-* Que coisisinhas fofas... Pensei que Rony ia pirar de ver Harry com a Gina mas nem tanto... Eu ri demaiiiiis com o capitulo *-*
2011-12-01Oiiiiiiiiiii, adorei o capítulo, como a rose e o hugo são fofos e o constrangimento dos dois em dormir juntos, mas ele vão descobrir que faz parte!!!!!!!!!!!!Louca pra ver mais da reação deles, beijos.
2011-11-07