Capítulo II

- Harry! HARRY! – Gina gritava, ecoando pelos jardins de Hogwarts. – HARRY POTTER PARE AGORA MESMO! – Harry virou-se espantado para Gina. Nunca ouvira a garota gritar desse jeito.

- Oi! – disse feliz ao se aproximar da ruiva. – Que mal te aflige, mini-cenoura?

- Mini-cenoura? Tem certeza que você vai me chamar assim? – reclamou Gina fingindo estar triste.

- Não. – falou rindo e abraçou a garota. – Mas o que aconteceu para você gritar para toda Hogwarts acordar?

- Você me deixou sozinha na beira do lago! Sozinha! E ainda está me devendo uma coisa!

- O quê, posso saber, sua cobradora de juros excessivos? – Harry falou com uma voz muito estranha um pouco melosa demais, apertando levemente a bochecha de Gina

- Isso! – disse Gina, e depois o beijou, mas um daqueles beijos cinematográficos. Eles poderiam ficar lá por horas se beijando, mas havia o ar, que lhes era necessário. Eles se separaram para respirar e se beijaram novamente.

Quando se soltaram, sorriram um para o outro, e andaram abraçados até chegarem à frente o quadro da mulher gorda, a entrada para a Sala Comunal da Grifinória. Ao chegarem, viram que estava vazia, então sentaram no sofá e retomaram os beijos.

Mal sabiam eles o que estavam prestes a presenciar.

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“Agora só o que preciso é que Hermione ainda não tenha ido dormir! É só o que eu preciso... Merlin, por favor me ajude!”

Esses eram os pensamentos de Rony enquanto quase corria pelos corredores em direção à Sala Comunal da Grifinória, agradecendo à Merlin que Filch havia sido dispensado de seus serviços de zelador, já que era Natal, e o diretor sabia muito bem que o zelador não hesitaria nem um pouco antes de punir um aluno, mesmo que ele tivesse permissão para vagar pelos corredores à noite.

Ao chegar à Torre da Grifinória, ela estava vazia e silenciosa, ou melhor, ela estava aparentemente vazia.

Harry, a pedido de Dumbledore, estava sempre com sua capa de invisibilidade, então, quando ouviu Rony se aproximando separou-se de Gina e cobriu-os com a capa, os dois sentados no chão, muito encolhidos no sofá.

Rony ficou mais dez minutos na Sala, mas desistiu, ao ver que Hermione já estava dormindo profundamente há muito tempo e se convencendo de que, em uma rara exceção, Alvo Dumbledore estava errado.

Quando já subia a escada, Rony ouviu passos vindos do lado feminino da torre. Temendo que fosse Lilá, mas ao mesmo tempo esperando que fosse Hermione, Rony subiu a escada, mas não totalmente, de um jeito que poderia ver claramente toda a Sala Comunal, mas não podia ser visto de nenhum ponto da sala.

Quando a garota terminou de descer, Rony ficou extremamente feliz, já que era Hermione.

- Oi, Mione! – Rony disse baixo, mas mesmo assim muito alegre.

- Que susto, Ronald! – Hermione quase gritou, dando um pulo no lugar onde estava, levando a mão ao pescoço. Harry e Gina seguravam o riso, já que se fizessem qualquer barulho, Rony e Hermione saberiam que eles estavam lá.

- Desculpe.

- O que está fazendo aqui, e vestido desse jeito? – Hermione apontou para as roupas de Rony, que ainda vestia as mesmas roupas do jantar, enquanto ela estava de pijama.

- Eu fui dar uma volta, e acabei de chegar. E o que você está fazendo aqui? – perguntou Rony em tom de desafio.

- Ah, eu... eu... – Hermione gaguejou, e achando que aquela “volta” de Rony havia sido com Lilá Brown na Sala Precisa, já que a loira não estava em sua cama quando Hermione acordou. Assim, despejou tudo muito rápido, mas sem gaguejar – marquei de me encontrar com o Córmaco aqui, já que se acordássemos juntos na cama dele, ia ser uma história muito difícil de explicar para Dumbledore, e daqui poderíamos ver claramente quando o sol nascesse, e subiríamos para nossos quartos, e ninguém suspeitaria de nada! – Rony olhava perplexo para Hermione.

- Você ia se encontrar com Córmaco? – Rony disse, aproveitando uma pausa de Hermione.

- Ia. Problemas? – Hermione indagou, empinando o nariz.

- Você não faz ideia de quantos. – Rony murmurou para si mesmo. – Bom, eu vou indo. – Rony disse, muito mais alto dessa vez.

- Isso. Vai. Me deixa livre de você. – Hermione disse com certo desprezo, muito falso, na voz, mas Rony estava tão cego de ciúmes que nem percebeu.

Quando Rony saiu, sem dizer mais nada, Hermione começou a chorar. Ela ficou algum tempo parada, chorando. Chegou a caminhar na direção do sofá, mas desistiu e voltou ao dormitório feminino do sexto ano.

Harry tirou a capa e virou-se para Gina.

- O que foi isso? Eles enlouqueceram?

- Provavelmente, ou simplesmente não conseguem admitir que estão apaixonados um pelo outro.

- Tem essa hipótese também. Outro dia, o Rony estava dormindo e começou a chamar pela Mione, e acordou gritando alguma coisa como “Sai de perto de mim, Lilá.” Foi um pouco assustador aquele dia, mas foi só uma vez.

- E agora então as coisas vão ficar ainda mais difíceis para eles, que ficam se provocando o tempo inteiro, dizendo que estão saindo com outras pessoas. Acredite em mim, a Hermione odeia o McLaggen. Só sai com ele para fazer ciúmes no Rony, e parece que ela está conseguindo fazer isso bem até demais...

- Quer saber? E acho que eles já estão meio grandinhos demais para ficarem se provocando desse jeito. Eu não vou ficar de cupido, você vai?

- Não. Eu tenho coisas melhores para fazer. – e falando isso, Gina beijou Harry uma última vez. – Até amanhã! – beijou a bochecha de Harry e saiu da Sala um pouco saltitante, dando pulinhos de vez em quando.

Harry, se levantando do chão, pensou se conseguiria uma garota mais perfeita para ele do que Gina, e chegou à conclusão óbvia que não, ficando com raiva de si mesmo por ter concordado com a ideia dela de não contar nada a ninguém.

“Pelo menos aquele Dino Thomas não vai para A Toca amanhã, já é um grande avanço.” Harry riu do seu pensamento subindo as escadas em direção ao seu quarto, e deitou-se, lembrando a ótima sensação que o beijo de Gina lhe dava, querendo senti-la de novo, e muito mais vezes.

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Após sua saída um tanto quanto dramática da Sala Comunal, Rony disparou em direção à festa de Slughorn, para fazer Harry e sua irmã voltarem para a Torre, já que já passava de quatro da manhã, e eles eram os únicos da Grifinória que ainda não haviam voltado, pelos pensamentos de Rony.

Mas, Rony esbarrou novamente num amontoado de barba, e se virou para pedir desculpas novamente para o diretor, mas encontrou Hagrid dessa vez, não Dumbledore.

- Hagrid? O que faz aqui?

- Eu faço a mesma pergunta! – Hagrid falou com sua voz muito espantada, mas continuando sério. – Vamos! Exijo uma resposta.

- Mas eu perguntei primeiro! – falou Rony parecendo uma criança de cinco anos.

- E eu sou professor, você me deve respostas às minhas perguntas. Mas, Rony, tem certeza de que está bem?

- Quer uma descrição da minha noite? – O meio-gigante assentiu. – Tudo bem, então lá vamos nós... – e Ronny contou tudo que aconteceu com ele naquela noite. – E agora estou indo à sala do Slughorn para chamar Harry e Gina.

- Ah, eu sinto muito que sua última noite no castelo nesse semestre tenha sido desse jeito...

- Tudo bem. Então agora vou indo, porque já está muito tarde e Harry e Gina têm que descansar, e já passam de quatro da manhã – e, dizendo isso, retomou seu caminho.

- Ah, Rony...

- Sim? – disse Rony virando-se.

- Harry e Gina não estão na festa. Eu estava lá, Slughorn me convidou. Acabei de sair, e só havia alguns alunos da Corvinal e da Sonserina lá.

- O QUÊ? COMO ASSIM ELES NÃO ESTÃO LÁ? – Rony gritou, furioso, enquanto Hagrid se afastava de fininho. – E VOCÊ ME ESPERE! – Hagrid parou onde estava - COMO? NINGUÉM VIU ELES?

- Não, eles sumiram quando eram mais ou menos duas da manhã e não haviam retornado até cinco minutos atrás.

- Esse Potter vai ver só! Se ele tiver encostado um daqueles dedos dele na Gina, eu não me responsabilizo pelos meus atos! Hagrid, você é testemunha! Se qualquer coisa acontecer com o Harry, saiba que fui eu. – e depois começou a andar, murmurando coisas incompreensíveis, na direção que seus pés o levassem.

Agora, definitivamente não havia como suas férias de Natal serem boas. Sua irmãzinha parecia estar num namoro sério com seu melhor amigo. “Seria insuportável ficar perto deles, todo melosos um com o outro” Rony pensava, furiosamente “Além de que Hermione não vai para A Toca, por causa daquele nojento do Córmaco. É isso! Eu literalmente não vou aproveitar nada das minhas férias!”

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Rony andou por muito tempo, até que viu uma gárgula de pedra. A entrada da sala de Dumbledore.

Rony se aproximou da estátua, que girou e começou a subir. Rony subiu na escada, indo até o escritório. Precisava falar com o diretor, ou simplesmente se distrair um pouco, e lá era um daqueles lugares em que você não consegue se concentrar por nada.

Rony bateu à porta e ouviu o diretor dizer um calmo “Entre!”.

- Sr. Weasley! Sabia que o veria novamente esta noite. Sente-se!

Rony se sentou, achando estranha a reação do diretor.

- Como foi com a Srta. Granger?

- Horrível. Eu a encontrei na Sala Comunal da Grifinória, e ela me disse que só estava lá porque a se encontrar com aquele ridículo do McLaggen! – Rony falou numa explosão de fúria.

- Sim, entendo. Mas passou pela sua cabeça que ela imaginou que você estava com a Srta. Brown, e então resolveu provocá-lo novamente?

- Não... mas também não foi isso. Tenho certeza. Hermione não mente tão bem assim.

- Sr. Weasley, sinto em informar que você está ficando louco, ou simplesmente cego.

- Não estou nem louco nem cego! – Rony reclamou.

- Ah, sinto que o senhor não me deixa escolhas...

- Por quê? O que aconteceu agora?

- Realmente não me deixa escolhas, não queria fazer isso, mas é necessário... A partir do primeiro dia após o retorno às aulas, você terá aulas comigo.

- Aulas?! Aulas sobre o que? Para que?

- Aguarde, e verá, Sr. Weasley! Aguarde e verá.

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