A antiga casa dos Riddle.




O bruxo aparatou bem em frente à antiga mansão dos Ridlle. Na noite escura de inverno, ninguém ia vê-lo. Era um homem mal-encarado, e bem gordo. Torceu o nariz, pensando nas ordens de seu chefe: “Tem havido barulhos estranhos na antiga casa dos Ridlle. Vá investigar.”


            Resmungando consigo mesmo, continuou andando.


            “Ah anos ninguém vem a essa casa.” Pensou “Dês de que você-sabe-quem se foi ninguém nunca nem pos os pés aqui.”


            Mal sabia o quanto estava enganado.


            Abriu a porta, fazendo-a ranger. Não se preocupou com o barulho, afinal era uma grande bobagem o que seu chefe o havia mandado fazer. Quem iria a aquela casa?Os trouxas tomavam distancia a séculos, nenhum bruxo se interessava nas ruínas. Então por que ele tinha que investigar?    


            Deu uma checada rápida no primeiro andar. As prateleiras acumulavam poeira de séculos atrás. Certamente, ninguém estivera ali. O homem riu consigo mesmo, e da cara de seu chefe. Dirigiu-se até a porta, sem revistar os outros andares.


            Um rangido vindo do segundo andar o fez parar de súbito. O fantasma da risada ainda em seu rosto. Algo estava se movimentando no andar de cima. Tremendo da cabeça aos pés, subiu as escadas pé ante pé. “Que seja um camundongo” pensou. Mas camundongos não podiam fazer aquele barulho todo, podiam?


            Ao atingir o patamar, ouviu mais do que apenas rangidos.


            - E como você pretende pegar a garota, posso saber? – uma voz masculina sussurrou, em tom de reprovação.


            - Eu já disse que não sei. – outra voz, dessa vez feminina e mais jovial, disse impaciente.


            - Você ainda nem sabe o nome dela. Ou como ela é.


 – Escute, eu tenho muito tempo está bem?


            - Eu poderia...


            - Não!Vou fazer isso. E sozinha. Não precisa da ajuda de ninguém.


            - Não seja tola. Já se esqueceu dos erros de seu pai? Quer ir pelo mesmo caminho? 


            O bruxo se aproximou mais da porta tentando ver melhor o aposento, mas por um infeliz incidente algumas tabuas rangeram com sua movimentação.


            As pessoas no quarto ficaram em um silencio tenso, esperando.  Apesar do medo, o homem se aproximou da porta com a varinha em punho e entrou no aposento. Era um quarto bem grande e mal-iluminado, com tabuas nas janelas e uma única cama bem velha. Do outro lado do quarto, havia uma poltrona mofada e cheia de teias de aranha.


            Para completar a arrepiante cena, duas pessoas estavam paradas sorrindo maliciosamente para o bruxo. Uma, era uma garota de no mínimo uns vinte e um anos. Cabelos negros e brilhantes emolduravam o rosto fino e claro. Um sorriso sedutor dançava em seus lábios.


            - Ora, ora... O que temos aqui. – murmurou, chegando mais perto.


            - Afaste-se! S-sou Lander Wickerberg, da seção de Aurores! E exijo saber o que esta acontecendo.


            A morena soltou uma risadinha, e foi acompanhada pelo companheiro. Seu rosto não estava visível, pois este estava escondido à sombra.


            - Ah, um Auror, é? – disse, sorrindo. – Acho que não. Você é apenas um dispensável do ministério. Por isso esta aqui, e não la cumprindo missões importantes.


            Wickerberg a admirou, perplexo. Era verdade, ele não era um Auror. Não conseguira passar no curso, mas mesmo assim fora contratado pelo ministério. Mas como a garota sabia disso? Nem mesmo seus familiares, para os quais ele mentira, sabiam que ele fora mal no curso.


            - Você não pode esconder nada de mim. – a garota disse, como se tivesse lido os pensamentos de Wickerberg.


            - V-você é uma comensal da morte? Pois se é, saiba que não adianta tentar nada. Não resta mais nenhum amiguinho seu por ai, para te defender.


            - Eu não sou uma comensal da morte. E tão pouco estou sem aliados. Eu sou muito mais que isso.


            Ela se aproximou mais do bruxo, e por mais que tentassem recuar, seus pés não obedeciam. Era como se não tivesse mais vontade própria.


            - Eu não sou qualquer comensal da morte.


            Ela estava tão próxima que Wickerberg finalmente poderia ver seus olhos. Eram de um verde estonteante. Mal ele sabia que eram os últimos olhos que ele veria na vida.


            - Eu sou comensal da morte. Avada Kedavra!


            E o ultimo rosto que Lander Wickerberg era o de Tom Ridlle. Aquela era a filha de Lord Voldemort.


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