A festa da revelação
Ele caiu em si. Poderia estar perdendo a mulher de sua vida, ou não. Mas não saberia como, se não soubesse como decifrar aquele enigma sentimental. Saiu da cama, correndo, e foi descendo as escadas, com delicadeza para não ouvir gritar a mãe de Sirius, de Sirius Black. Logo passou pela sua cabeça sua vida, seus trágicos momentos de falta de originalidade de Voldemort nos finais de ano de atormentar sua vida com tal rumor. Voldemort matara seus pais, Belatriz, comensal da morte, matou Sirius. Faltava os Weasley e Hermione. Eram as pessoas, naquele momento, de que mais precisava. Gina. Gina podia morrer por sua causa, ou o contrário. Não queria isso, não queria fazer sofrer quem amava. Não poderia viver se escondendo, se escondendo de Voldemort, se escondendo de Gina, ela queria saber a verdade, queria saber se ele gostava dela.
Deixando para traz os pensamentos que atormentavam-no, correu para a sala, onde Mione e Ron estavam juntinhos, como se namorassem a muito tempo.
-Olha, eu não queria interromper esse romântico momento de vocês, mas eu preciso da ajuda de vocês dois, se vocês não ficarem de namorico lá em cima.
Os dois se entreolharam. Harry percebeu, e conteu o riso. Ele sabia, que por mais felizes que os dois estivessem, estavam tremendamente envergonhados.
-Bem... – disse Mione, tentando disfarçar aquilo tudo – No que você precisa de mim?
-Eu preciso dos dois! – falou Harry, percebendo que eles nem prestaram totalmente atenção ao que ele havia dito.
-Tá bem, no que você precisa de nós? – Ron perguntou, tentando não parecer desinteressado no assunto, e não conseguindo também, ele era extremamente desligado nesse tipo de coisa, para favores, era melhor pensar duas vezes antes de pedir a ajuda extrema de Ron, e Harry tinha consciência disso, mas não custava tentar.
-É simples: eu estou querendo descobrir o que sinto pela Gina.
-Ora, ora, ora, se eu contar isso a Gina, ela vai ficar tão feliz que não vai me deixar mais dormir – disse Mione, surpresa em saber que Harry se importara com sua amiga, que o amava tanto.
-Não! Mione, o Harry não vai poder fazer surpresa pra ela, vai ficar super constrangedor à ele – falou Rony desesperado, como se fosse um caso de vida ou morte a revelação daquele fato.
-O seu namorado tem razão, – os dois ficaram vermelhos quando ouviram aquilo - não conte nada a ela. Bom, continuando a minha explicação sobre o que eu preciso de vocês dois... Hermione, como você é boa demais nessas coisas de feitiços e onde usá-los, queria que você deixasse o quarto em que eu e Ron ficamos, um pouco, estrelado – disse pausadamente.
-Como em Hogwarts no saguão?
-É.
-Mas no que eu vou ajudar? – perguntou Ron, com uma pontinha de esperança de que Harry esquecesse dele e deixasse-o em paz.
-O que você vai fazer é extremamente importante. Você vai distrair a Gina, porque ela vai achar estranho a Mione não estar...
-Como sempre, fico pra segundo plano...
-Ron, não atrapalha! O Harry ta numa situação complicada...
-Nossa Mione! Cadê aquele seu arzinho de “ai meu amor”?
Harry riu. Até quando eles estavam de bem um com o outro, achavam um jeito de discutir.
-Bem, voltando ao meu problema...
-Pra quando você quer tudo isso? – questionou Mione, sem desviar o olhar de Ron, que estava quase morto com ela o fuzilando.
-Eu não sei bem...
-Que tal hoje? Quanto mais você evitar, pior pode ser o resultado desse seu probleminha! – disse Ron, evitando os “tiros” que Mione dava a ele, com raiva por ter humilhado ela na frente de Harry, na cara de pau.
-O Ron tem razão... dessa vez ele tem...
-Ou! Eu também penso, por incrível que pareça!
-E realmente isso é incrivelmente impossível de se pensar – falou Mione, num tom meio esnobe, que magoou um pouco Ron.
-Parem de brigar! – gritou Harry, não agüentando mais os dois.
Eles pareceram entender: pararam de discutir, e nem se quer se olharam novamente, por menos de dois minutos.
-Vocês estão dispostos a me ajudar?
Eles confirmaram.
-Eu vou falar com a Sra. Weasley para não interromper a gente lá em cima – disse Mione, já a caminho da cozinha, onde normalmente, logo cedo, a Sra. Weasley se encontrava.
Logo Ron, depois de ver Mione se afastando perguntou:
-Você quer saber se gosta dela pra se assegurar que vai morrer ou não, não é?
-É – confirmou ele, meio desepcionado, pois não queria que nada de mal acontecesse com os dois.
-Você está certo, não pode ter uma relação com alguém que pode morrer por você, ou o contrário. Cara, você quando quer, tem muito azar.
-Eu sei, como se já não bastasse o que Voldemort me faz enfrentar todo final de ano.
- É engraçado isso, ele não tem originalidade, não põe as aventuras dele no meio do ano, a gente perderia aulas do Snape, seria muito legal...
-Hermione não gostaria muito dessa idéia. E por falar nela, o que acontece com vocês dois?
-Nem eu sei ao certo. Acho que é namoro.
-É sério?
-Eu duvido que ela esteja brincando, ela falava comigo agora pouco, com sinceridade, mas estava séria, como se fosse um caso de vida ou morte assegurar que nós não iríamos sofrer.
Logo os dois perceberam, que estavam levando pontapés, e, em seguida, apareceram Fred e Jorge, que como sempre, adoravam aparatar em cima dos outros.
-O que os dois estão cochichando a essa hora da manhã? – perguntou Fred.
-Não é da sua conta! – falou Ron, friamente.
-Ah... o Roniquinho ta irritado porque tem algo a ver com a Hermione, pode apostar Fred – disse Jorge, satisfeito em descobrir a verdade, que já estava na cara, pois Ron ficara vermelho quando ele falou de Mione.
Para piorar a situação, Hermione chegara, perguntando sobre a cena.
-Ah, mas esse mundo está perdido, não Jorge?
-Claro... se os dois pombinhos aí fingem que a história não é com eles...
-Falaram os sabe tudo, além de não terem nenhuma noção de como aparatar sem machucar os outros, se intrometem na vida alheia e se acham os donos do mundo? – falou Mione, na defensiva. – E pior: abandonaram o colégio...
-Nem vem Hermione! Nós estávamos com a razão, só vocês que agüentam aquela sapa velha da Umbrige. Mesmo porque, do que adiantaria a gente continuar lá se iríamos de qualquer modo acabar na Zonk’s comprando bombas de bosta para infernizar um pouco o Filch!?! Não iríamos largar as Gemialidades Weasley! - falaram os gêmeos, com o mesmo tom de voz de Mione, alto, e bem orgulhoso.
-Não adianta discutir com vocês dois! Vocês não vão ligar, nem se darão ao trabalho de pensar no que todos falam a vocês que contradizem o que vocês pensam e acham certo!
-Podem parar os três! – gritou a Sra. Weasley, tentando controlar a situação.
Incrivelmente rápido, a Sra. Weasley fez com que os gêmeos desaparatassem de volta para o quarto. Depois de ter visto que resolvera a situação, hesitou em dar uma bronca no trio. Sabiam que iria sobrar para eles se não saíssem daquela sala, onde a Sra. Weasley estava mais irritada, pois eles tiram-na da cozinha por causa de uma “simples” discusão.
Quando Hermione, Rony e Harry estavam subindo as escadas, ela perguntou:
-Harry, agora eu me dei conta, e se você descobrir que gosta da Gina? O que você vai fazer?
-Não sei.
-Vai ficar pior, já que se você descobrir que gosta dela, vai sofrer sabendo que não está ao lado daquela ruivinha – falou Ron.
-É, você tem razão – confirmou Mione.
Harry ficou mais confuso ainda. Hermione tinha razão: o que ele iria fazer? Não poderia só descobrir a verdade, e ficar por isso mesmo. Não poderia iludir Gina. Não poderia mais nada!
Ron percebeu que Harry tinha parado na escada, ficara imóvel, enquanto ele e Mione já estavam no primeiro patamar.
-O que houve? – perguntou Ron.
-Nada – disse ele, caindo em si e indo ao encontro dos dois.
Foram até os quartos em um silêncio extremamente desconfortável. Mione parou na porta do quarto onde Gina se encontrava.
-Vou falar com Gina, ver o que ela está fazendo. Encontro vocês mais tarde, pra ajudar no encontro. Aproveito e procuro nas minhas coisas algum livro que nos auxilie nisso, no encontro.
-Ok – confirmou Harry.
-Tá bem – disse Ron, hesitando em beija-la, sabia que aquele não era o momento. Seguiu Harry, que agora estava na porta do quarto deles.
-Ron, o que eu vou fazer? – perguntou Harry, já desesperado, fechando a porta assim que ele entrara.
-Logo pra mim que você vai perguntar cara, nem a Mione sabe te responder!
-É, mas mesmo assim...
-Na minha opinião, você ta certo em querer descobrir o que sente pela minha irmã, e você também deve descobrir o que vai fazer depois disso. Eu tive uma idéia, que tal você ficar com ela, mas sem beija-la?
-O quê? – disse com uma pontinha no coração de esperança, mas também não estava acreditando no que Ron dizia, aquilo, em um determinado ponto de vista, seria impossível.
-É! A idéia é boa mesmo! É assim: você até pode namorar ela – disse ele, como se estivesse permitindo que Harry fizesse isso – mas não vai poder beija-la, porque sem não, um de vocês morre.
-A idéia é boa mesmo, mas parece um pouco impossível, como eu posso namorar alguém que não posso beijar?
-Harry, você tem de se acostumar que na tua vida nada é impossível, tá sempre em caso de vida ou morte, você também não pode tomar atitudes que todos tomam... faz 16 anos que você vive assim e ainda não se acostumou com a idéia!
-Ron! Você não tem a mínima idéia do que é passar pelas coisas que eu passei... você sabe o que é ver alguém morrer? Você sabe o que é saber que todas as noites você está correndo o risco de matar alguém? Você sabe o que é a linda questão de virar um assassino ou correr o risco de morrer de uma forma extremamente dolorosa? Você sabe o que significa uma pessoa que te conhece há anos descobrir que gosta de você, e essa relação é impossível, porque se não um de nós pode morrer? Você sabe o que é ter essas circunstâncias na mente toda noite? VOCÊ NÃO SABE! NINGUÉM SABE O QUE EU ANDO PASSANDO! PRA FALAR A VERDADE, EU ANDO PASSANDO ISSO POR UM TEMPO, DE MAIS OU MENOS, 16 ANOS! SABE O QUE SIGNIFICA 16 ANOS DE TORTURA?
Harry costumava se perguntar tudo aquilo à noite, se perguntar porque logo ele fora o escolhido a sofrer com tamanho exagero. Ele sabia que Ron estava subestimando-o, sabia que não era a intenção do amigo, mas aquilo o estressava, e muito.
-Calma Harry! Se eu soubesse que...
-Mas você não sabe! Você não tem a mínima idéia! – interrompeu ele. Percebeu a burrada: podia brigar feio com Ron por causa daquilo, que na sua opinião, era algo de muita importância. Mas aquilo não fazia diferença, não naquela hora – Desculpa, Ron, eu me descontrolei, como sempre.
-Tudo bem cara, você tem seus motivos.
-Eu acho que precipitei ao te dizer que gostava da Gina.
-Você acha? Eu tenho certeza!
Os dois riram.
Depois de algumas horas em que os dois ficaram conversando, Hermione chegara ao quarto e mudara totalmente o rumo da conversa dos dois, fazendo-os pensarem mais naquele encontro. Depois de uma reforma de cerca de uma hora, foram surpreendidos com o novo visual do quarto.
-Ai! Ficou apaixonante! Tão romântico!!! – disse Mione, que estava derretida com o cômodo que mudara, e que ficara muito bonito. Ele tinha mudado totalmente: aquele aspecto sujo, mal cuidado e deprimente do quarto desaparecera. Agora, o céu estava refletindo a noite, que era lua cheia. Havia velas coloridas nas extremidades dos quartos, o chão não parecia existir, dando a impressão de estarem flutuando.
-Não vejo nada de mais, só um céu estrelado e a grande impressão de que estamos flutuando – falou Ron.
-Falou o insensível! – provocou Mione, sabia que sempre que fazia isso, Ron a beijava... – Harry, qualquer garota nesse mundo iria babar com isso, modéstia a parte, eu me superei dessa vez, tá perfeito!!!!
Harry sorriu, também achou a mudança legal, estava mais bonita.
-Vou chamar Gina! Ron, você pode fazer o favor de vazar daqui, vem comigo...
-Ou! Vocês dois! Não mudem de idéia no meio do caminho e esqueçam de mim aqui... chamem a Gina antes, depois fiquem namorando!
-Tá bem Harry – falou Mione, beijando Ron enquanto saia do quarto.
N/A: pra qm tinha reclamado.... ta aí um cap mais longo!!!! bjuxx e comentem!!!
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