O sorriso de Gina

22º capítulo: O sorriso de Gina

 

“Aqui estou eu novamente, completamente perdida. Escolher entre Tad e Draco está sendo difícil, muito mesmo. Porque eu amo Draco, é impossível negar, mas confio em Tad. Um novo fim se aproxima, o fim oficial do inverno, e a primavera já está chegando. Eu não posso deixar de sorrir ao ver os tantos corações partidos recuperando-se, é quase como um milagre. Eu só espero que o meu coração também se recupere, independente da escolha que vou fazer essa manhã. Poderia ser um sábado qualquer, mas hoje é o dia em que vou mudar a minha vida. Para sempre.”

 

-Gina Weasley.

 

 

Gina olhou o relógio enquanto saía do salão comunal. Oito da manhã ainda. Quase ninguém tinha acordado, mas ela estava tão ansiosa que não conseguia mais dormir. Foi para as escadas e quase morreu de susto quando percebeu alguém sentado no primeiro degrau. Draco levantou e andou até ela.

 

- O que está fazendo aqui? – ela perguntou séria. Já era difícil escolher, agora, com Draco ali parecia impossível.

 

- Você não pode fazer isso – ele se aproximou, colocando as mãos nas costas dela e a beijando. Ela não cogitou a possibilidade de interrompê-lo nem por um segundo.

 

Apenas fechou os olhos e sentiu todas as emoções que nunca sentira com nenhuma outra pessoa. Era como estar em outra dimensão, onde existiam apenas Draco e Gina. Ela colocou as mãos nos ombros dele, rígidos.

 

- Draco... – ela murmurou quando ele interrompeu o beijo.

 

- Não faça isso – ele pediu, apoiando sua testa na testa dela – Não fique com ele. Fique comigo. Eu juro que vou mudar, terminar com a Pansy.

 

- Draco – ela se afastou dele – Eu não posso dizer agora. Mas vou pensar... E te falo no café da manhã.

 

- Não é quando vai se decidir sobre o Nott? – ele perguntou sério.

 

- Isso mesmo – ela suspirou – No café da manhã eu vou falar se quero ficar com você ou com o Tad. Até lá, é bom não conversarmos. Eu preciso pensar.

 

- Gina – ele chamou quando ela começou a descer as escadas.

 

- Que é? – ela se virou. Draco segurou sua mão e a beijou. Os dois ficaram ali por alguns minutos, aproveitando o que poderia ser uma última chance de ficarem juntos. Tudo dependeria do coração de Gina.

 

Mas é bom ela andar logo, porque eu mal posso aguentar minha curiosidade.

 

 ***

 

Owen olhou para os lados antes de se encontrar com Tad na sala de Poções. Tad estava esperando quando ele chegou.

 

- E aí, Nott – Owen olhou para ele – Porque me chamou?

 

- Eu quero te oferecer dinheiro – Nott começou, com sua pose esnobe de sempre – Muito dinheiro. Para que você saia do time.

 

- E porque eu ia precisar de dinheiro? – Owen ergueu a sobrancelha.

 

- Eu investiguei todos os titulares do time – Nott falou confiante – E também sei que você é rico, mas sei também que seu pai controla todo o dinheiro que você gasta. E vai continuar assim até o último dia de aula. Ele acredita que você ainda não tem maturidade para administrar nada.

 

- E como você sabe disso tudo? – Owen olhou irritado para ele. Era constrangedor isso cair na boca de alguém como Nott, porque ele podia muito bem falar isso para várias pessoas.

 

- Eu tenho meus meios – Tad sorriu, cínico – Mas continuando... Eu tenho dinheiro de sobra e com isso, entro para o time e você fica no reserva.

 

- Você acha que o Draco vai cair nessa? – Owen revirou os olhos – Esse briguinha de vocês está indo longe demais.

 

- A minha briga não é da sua conta – Tad fechou a cara – Então você aceita o dinheiro, diz que não quer ser titular e convence o Philip e o Noah de que eu sou a melhor opção. Afinal, é de conhecimento geral que eu jogo melhor que qualquer um dos reservas. E titulares.

 

- Você com certeza não joga melhor que o Draco – Owen disse petulante, cruzando os braços – Tudo bem Tad, você ganhou. Está no time.

 

- Eu sei que eu ganhei – Tad sorriu com sarcasmo – Agora vá logo e resolva isso. O dinheiro vai estar na sua mão assim que eu entrar no time.

 

- Fechado, Nott – Owen abriu a porta da sala – Só preste atenção no que está fazendo.

 

- Eu sempre presto atenção – Tad sorriu.

 

 ***

 

Hayden cruzou os braços e viu Zéllie beijar Philip, um dos jogadores de quadribol da Sonserina. Era impressionante como ela trocava de namorado.

Ele suspirou, cansado de ser ignorado, cansado de ter que correr tanto atrás de alguém. Ele nunca se esforçava muito, nunca se preocupava com tudo. Era tão simples, limpo e rápido.

Mas não com Zéllie. Ela tinha que ser diferente, tinha que agir como se não se importasse com nada. Hayden se lembrou de como já havia brincado com algumas garotas, partido seus corações. Saiu com Lexie e Faith, depois enganou Faith... Depois Lexie. E as duas de novo. Isso sem falar nas outras garotas que ficaram esperando um segundo encontro e nunca entenderam porque foram dispensadas.

Mas ele era assim. E gostava de ser. Precisa ver agora se valia a pena investir tanto em Zéllie. Pelo visto sim.

Porque ele adorava escutá-la rir, ou dizer qualquer coisa. Ela tinha o humor de Gina, a suavidade de Faith, a intensidade de Lexie. A garota perfeita valia o esforço. E como.

 

- Você ainda vai se apaixonar por mim – ele disse baixinho, uma promessa.

 

Zéllie estava concentrada demais beijando Philip para perceber que Hayden a observava, quase sorrindo. Ele estava feliz, porque sabia que as coisas dariam certo. Tinha que ser assim.

 

 ***

 

- Eu sei que é idiotice da minha parte, Harry – Lexie revirou os olhos – Mas Elisha é minha melhor amiga e eu não posso simplesmente voltar a falar com o garoto que partiu o coração dela.

 

- Mas você sente falta dele – Harry disse em tom óbvio – Isso é mais importante que orgulho, Lexie. Acredite em mim, eu já perdi muito por causa do orgulho.

 

- Você vai mesmo namorar aquela sem sal? – Lexie sorriu – Alyssa alguma coisa.

 

- Não seja cruel, princesinha – ele riu – A Lyss me faz feliz, então já é alguma coisa.

 

- E você ama Hermione Granger, por mais que eu não possa entender como alguém ama aquela chata – Lexie suspirou e se encostou na parede do corredor. Ela tinha encontrado Harry por acaso, mas era sempre bom conversar com ele.

 

- É complicado, Lexie – ele suspirou – Não é fácil perdoar, na verdade eu nem sei se sou capaz disso.

 

- Você é sim Harry. Na verdade você é a melhor pessoa que eu já conheci na vida – Lexie deu uma olhada nele – E devo acrescentar, você está se vestindo tão bem desde que terminou com ela.

 

- Eu meio que queimei umas roupas, acidentalmente claro – ele deu de ombros – E comprei essas.

 

- Eu gostei – ela disse sincera – Você fico tão lindo, usando grifes e cores mais fortes. Eu acho que você poderia até inaugurar uma coisa nova na Grifinória sem graça.

 

- E o que seria isso? – ele perguntou divertido.

 

- Você sabe que todos chamam Draco de o príncipe sonserino e tal... Assim como a minha irmã e Scarlett são as princesas e eu princesinha. É meio estúpido, mas acaba colando na cabeça das pessoas.

 

- Então o que eu seria, princesinha? – ele ficou mais perto dela.

 

- O príncipe grifinório – ela disse solenemente – O primeiro na verdade. Acho que de todas as pessoas que foram e são dessa casa, você é o único que merece o título.

 

Eu não poderia concordar mais Lexie, então considere-se coroado Harry.

 

 ***

 

Scarlett abriu a porta do quarto de Terrence e espiou. Era cedo pra caramba, quase oito e meia, mas todo mundo tinha levantado. Com a chegada da primavera, programada para ser oficial nove e vinte e dois da manhã, todo mundo queria aproveitar seus últimos minutos de inverno.

Até parecia que as pessoas não tinham reclamado sem parar por causa do frio excessivo e dos montes de roupas que tiveram que usar.

 

- Oi, Scarly – Terrence sorriu, saindo do banheiro – Acabei de tomar banho. Eu não conseguia abrir os olhos.

 

- Porque não dormiu mais? – ela disse, entrando no quarto e fechando a porta – Todo mundo já saiu?

 

- É – ele deu uma olhada para os lados – Philip está saindo com a irmã do Rowell, Noah está com a Faith, o Draco vai saber onde se enfiou, assim como o Blaise.

 

- Esses meninos – ela revirou os olhos, sorrindo – Vamos descer?

 

- Claro – ele abriu o guarda-roupa e pegou uma jaqueta – Acho que vou colocar isso, porque deve estar frio.

 

- Você fala como a minha mãe – ela riu.

 

- Mas não sou ela – Terren respirou fundo e se aproximou de Scarlett, o coração batendo descompassado enquanto o perfume dela tomava conta de tudo. O brilho nos olhos, o sorriso.

 

Era difícil não olhar para ela, não pensar nela, porque Scarlett era linda demais. Estava linda demais.

 

- É claro que não – ela disse suavemente, tentando pensar se estava louca ou se Terrence estava quase beijando-a.

 

Não, era bom demais para que fosse verdade. Ela tinha esperado, impacientemente, por anos. Terrence teria finalmente aberto os olhos e se dado conta de que a amava? Seria verdade?

Ele respirou fundo e segurou o pulso dela. Tão macio. Mais uma das milhares de coisas sobre Scarlett que ele nunca tinha percebido. Ela parou de respirar, apenas aguardando o momento mais esperado de sua vida... E a porta se abriu.

 

- Interrompendo? – Blaise perguntou, sem nenhum censo, e entrou no quarto fazendo o maior barulho – Vocês não vão acreditar, mas o Mitchel veio falar comigo e parece que o Owen quer sair do time titular.

 

- Isso realmente não é da minha conta – Scarlett arqueou as sobrancelhas e observou Terren, depois deu de ombros e saiu do quarto.

 

Terrence olhou irritado para Blaise. Quando ele tinha tomado coragem aquele babaca aparecia e estragava tudo. Mas Blaise não tinha como saber, e no fim tinha sido até bom aquilo acontecer. Principalmente porque Terren não sabia se isso acabaria com sua amizade... E bem, agora, ele já tinha perdido a coragem de novo.

 

- O que tem isso do time? – ele perguntou entediado para Blaise.

 

- O melhor depois do Owen é o Tad – Blaise abriu o guarda-roupa e encarou Terrence – Draco pode lutar o quanto quiser, mas a verdade é que o Tad conseguiu entrar no time sem fazer esforço nenhum.

 

- Ou talvez ele tenha armado isso – Terrence sugeriu.

 

- É, talvez – Blaise deu de ombros – Mas não importa agora. E sobrou para mim dar a notícia. Agora eu preciso achar o Draco ainda, ele sumiu. Para variar.

 

- Boa sorte – Terren zombou.

 

 ***

 

Dakota estava sozinha em um canto do saguão, esperando Pansy e Scarlett, quando viu Huxley e os amigos desceram uma das escadas. Ela olhou irritada e enciumada enquanto ele beijava a namorada, Allie. Hux e seus quatro inseparáveis amigos.

Ela mordeu o lábio, tentando pensar em outra coisa que não fosse aquele ciúme irracional, bobo. Ela não podia continuar achando que o amava e não fazendo nada. Se existia alguma coisa ali, se era forte demais para que ela ignorasse, então talvez fosse hora de esquecer as coisas ruins e tentar ficar com ele.

Até, porque não, dar um tempo nas maldades e se esquecer de Gina Weasley e da rixa delas. Pelo menos Draco já não estava mais em seu coração.

Ela respirou fundo e sorriu. Sabe, ela não precisava de tanto drama em sua vida. Gina tinha dado a volta por cima e voltado para o topo mais popular do que jamais cogitara ser. Coisas ruins prejudicavam por um tempo, mas depois eram esquecidas.

 

- Oi, Dakota – Hayden sorriu enquanto se aproximava.

 

- Oi, Hayden – ela se virou para ele e sentiu uma inexplicável saudade de Colin e dos momentos que os dois partilharam. Das risadas, das fotos.

 

Talvez isso também pudesse ser recuperado. Ela começou a conversar com Hayden. Suas prioridades estavam esclarecias, era só correr e ser feliz.

 

 ***

 

- Colin! – Lexie gritou enquanto corria atrás dele pelo jardim. Sua única oportunidade era agora, porque Elisha estava ocupada demais paquerando Blaise Zabini e porque o jardim estava vazio, então ninguém presenciaria aquela conversa.

 

- Oi, princesinha – Colin sorriu surpreso, olhando para ela – Resolveu falar comigo?

 

- Me desculpe, Creevey – ela respirou fundo antes de abraçá-lo. Ainda mais surpreso, Colin correspondeu ao abraço – Eu fui uma idiota, mas a Eli estava me enlouquecendo com todo o choro e o drama então eu resolvi esperar umas semanas e me decidir.

 

- E o que você decidiu? – ele se soltou dela, os olhos brilhando enquanto observava a garota mais linda do mundo. Como é que Lexie podia ficar cada dia mais bonita ainda? Era enlouquecedor.

 

- Que eu quero ser sua amiga, que gosto de ouvir você e conversar com você – ela sorriu divertida – E claro, ninguém pode saber que somos amigos.

 

- Amigos secretos? – ele ergueu uma sobrancelha, rindo.

 

- Isso aí – Lexie afirmou, a voz saindo baixinha. Ela não esperava ver Colin tão lindo e independente depois de todos aqueles dias. Mas a verdade é que o rompimento fizera um bem inimaginável para o grifinório.

 

Ele parecia mais alto e seus olhos estavam definitivamente mais azuis. Ela divagou, imaginando como ficaria uma criança com os olhos azuis, juntando o azul de Lexie com o de Colin. É, ficaria lindo.

 

- Vamos ser amigos, Alexandra – ele sorriu – Eu também senti sua falta.

 

- Eu senti sua falta, Creevey – ela suspirou e sorriu. Os dois se abraçaram de novo.

 

 ***

 

Scarlett sorriu maliciosamente enquanto via Terrence tamborilar os dedos no braço do sofá. Era surpreendente como o fim da estação mais gelada do ano tinha colocado todo mundo para fora da cama antes das oito da manhã. Talvez fosse o vento, ou aquela sensação de que algo ia acontecer.

De uma forma ou de outra, ali estava ela, os pés apoiados distraidamente nas pernas de Theodore enquanto ele e o irmão matavam tempo. Scarlett não tinha entendido direito, mas aparentemente Tad estava no time de novo e agora todos os meninos queriam um pedaço dele, de novo. Patético, mas absolutamente previsível e aceitável.

Meninos populares como Tad, Draco e alguns outros, exerciam um fascínio único nos pobres mortais, era inútil tentar deixá-los na escuridão, porque eles sempre achavam uma faísca e a transformavam num farol. Infelizmente, ela concluiu, Gina Weasley estava definitivamente nesse posto. Ninguém conseguia deixar de falar dela, das roupas ou das amizades dela. As pessoas também queriam um pedaço de Gina, e se fosse em outra época Scarlett teria ficado seriamente incomodada.

Mas não naquele dia. Naquele momento. Porque os olhos dela estavam focados em Terren e em ninguém mais. Seu coração batia descompassado enquanto os dois trocavam olhares silenciosos e gritantes. Seria verdade? Caramba! Terrence estava finalmente sentindo algo por ela.

 

- Pensando S. Anne? – Tad zombou, sorridente. Ele estava de bom humor agora que as coisas tinham saído conforme o planejado. Só faltava sua rainha para que a coroação ficasse completa.

 

- Um pouco, cunhado – ela riu. Terrence fez uma cara feia ao ouvi-la chamar Tad de cunhado – Nada demais.

 

- Eu já vou indo – Tad levantou – Cuida bem dela Theo, você sabe que a Scarly é protegida por alguns guardiões.

 

- Eu sempre cuido bem – Theo sorriu e observou Scarlett. Sem poder resistir, ele se inclinou sobre ela e a beijou.

 

Scarlett correspondeu com uma intensidade surpreendente. Os dois se beijaram por alguns minutos. Theodore tinha os olhos fechados, parecia sair do chão... Scarlett, ao contrário, estava com seus olhos bem abertos. Então ela viu quando Terrence levantou do sofá lívido de raiva e foi embora do salão comunal.

Oops! Parece que alguém está com ciúmes. Finalmente.

 

 ***

 

Rony olhou cansado para Wynter. Ele tinha conseguido evitá-la por dias com a ajuda de Harry e Hermione. Pelo menos para alguma coisa tinha servido a partida de Dominique, para reaproximar os dois. Se não como namorados, pelo menos como amigos.

Rony tinha os dois amigos de volta, e um coração partido para curar. Não podia agüentar as crises da namorada. Ou ex?

 

- Rony como você pôde beijá-la? – Wynter disse ultrajada – Na frente de todas aquelas pessoas. Meu Deus! Que humilhação!

 

- Acabou, Wyn – ele suspirou – Me desculpe se mais uma vez eu não fui o namorado que você esperava. Mas não dá para fingir, eu não posso mais.

 

- Você é tão patético, Ronald Weasley – ela levantou da poltrona e apontou o dedo para ele, falando mais alto que o necessário e atraindo a atenção das pessoas por lá – Fica todo deprimido por causa daquela francesa... Que foi embora seu estúpido! Dominique não vai mais voltar, ou você acha que ela vai querer você e não um daqueles franceses maravilhosos? Se enxerga.

 

- Tá bom, tá bom – ele balançou a mão distraidamente, sem dar muita atenção para ela – Surte o tanto que quiser – ele levantou do sofá – Porque eu NÃO ME IMPORTO! FELIZ? EU NÃO ME IMPORTO!

 

- Ronald, seu grosso! – Wynter abriu a boca, chocada – Como você pôde ser tão grosso e estúpido? Eu odeio você!

 

- Me deixe em paz, Wynter – ele revirou os olhos – Sim, eu amo Dominique e não me importa se ela vai voltar ou não. Eu não posso mudar isso... Mas pelo menos sei que ela me ama tanto quanto eu a amo.

 

- E você vai esperar seu idiota? – ela disse, chorando e gritando de raiva.

 

- Se for preciso – ele deu de ombros – Agora já vou indo. Daqui a pouco começam a servir o café da manhã.

 

- RONY! – ela berrou enquanto ele sumia pela passagem. Wynter olhou ao redor e quase morreu quando viu que várias pessoas a observavam.

 

- Você sabe como é, Wyn – um garoto do sétimo ano zombou – Hoje é o último dia de inverno, na verdade... Últimos vinte e dois minutos de inverno. Você já era.

 

Várias pessoas começaram a rir. Wynter marchou para fora do salão comunal. Se Rony Weasley pensava que as coisas iam ficar assim, ele estava muito enganado. É, agora que Dakota resolveu dar uma acalmada nas maldades eis que surge uma nova bitch. Parece que não teremos sossego tão cedo.

 

 ***

 

Hermione desceu as escadas para o saguão completamente desanimada. Ela não queria deixar Rony sozinho com a desvairada Wynter, mas uma hora ou outra os dois teriam que se acertar. Ela sabia que isso servia para sua estranha e nova relação com Harry. Nos últimos dias os dois tinham conversado como amigos, sem aquela tensão que antes existia entre eles.

Quer dizer, a tensão até que existia, mas Harry a ignorava tão bravamente que ela se perguntava se não era tudo fruto de sua imaginação.

Por quanto tempo seu calvário duraria? Ela realmente não estava a fim de ficar chorando e resmungando pelos cantos. Quem é que quer perder a última primavera na maravilhosa Hogwarts? Ela, com certeza, não.

Hermione podia ouvir alguns passarinhos piando felizes. É, todos saudavam a primavera e davam adeus para o inverno mais sombrio que qualquer um deles tenha enfrentado a vida toda.

Tantos corações partidos, tantos beijos perdidos... Desperdiçados. Ela chegou no saguão e viu Harry encostado em uma parede, meio no canto. Hermione ainda não entendia como alguém podia amar com a intensidade que ela amava Harry. Um amor tão forte que doía e esmagava seu peito, gritando o quão estúpida ela tinha sido.

Mas sabe de uma coisa? Uma nova estação começava, cheia de novidades e segundas chances. Harry seria dela de novo, com toda a certeza do mundo. Com uma inesperada esperança, Hermione se permitiu sorrir enquanto andava confiante até Harry.

 le arqueou as sobrancelhas ao vê-la, imaginando se Hermione falaria alguma coisa sobre Rony. Bem, era só sobre isso que eles falavam.

 

- Oi – ele sorriu brevemente.

 

Hermione não respondeu, porque ela não precisaria de palavras. Mas o deixaria sem palavras. Então, apoiando-se nas pontas dos pés, a grifinória tocou os lábios dele. Rápido, sufocante, delicioso. Não queria que Harry correspondesse naquele momento, isso é, se ele fosse corresponder... Era o momento ideal de deixar as coisas no ar, correndo junto com as flores e os pássaros.

Ela se afastou dele e foi para o salão comunal. Por isso não viu o sorriso surpreso e divertido dele. E também não viu o fogo nos olhos dele. As promessas estavam no ar. Muitas delas. Vamos ver o que vira realidade e o que vai ser esquecido. Será que a primavera vai ser tão quente quanto o verão?

 

 ***

 

- Você já viu um céu tão azul? – Faith perguntou encantada.

 

- Não via há muito tempo – Hayden falou, olhando para a mesma janela do salão principal que Faith olhava – Quer dizer, acho que passamos o inverno todo numa bola de neve e nuvens.

 

- Nem me fale – ela suspirou e continuou olhando o céu. Nenhuma nuvem. Tão refrescante – Sinto mudanças Hayden, só não sei dizer ainda o que é.

 

- Acho que eu sinto a mesma coisa – Hayden suspirou, observando Faith – Então você e Noah continuam firmes?

 

- É – Faith o observou – E eu vou te ajudar com a Zéllie. Não se preocupe.

 

- Isso é ótimo – Hayden sorriu – Vou reservar um lugar para a Gina e para o Colin. Vai saber onde os dois vão estar.

 

- Estranho como todo mundo acordou cedo, não é? – ela riu – É como eu disse. Mudanças.

 

Os dois sorriram. Faith voltou a olhar o céu. Ela iria ajudar Hayden com Zéllie e ia se concentrar em esquecê-lo. Não, não podia continuar sentindo tudo aquilo quando estavam juntos. Mas ela ia esquecer. Com certeza ia.

 

 ***

 

Elisha conversava com Matthew e alguns outros garotos, mas seus olhos iam sempre para a entrada do salão principal. Onde Lexie estaria? Ela mesma dissera que ia chegar cedo, porque queria ver o começo da estação. Por fim deu de ombros, a amiga devia estar se agarrando com alguém.

 

 ***

 

Draco e Pansy estavam andando de mãos dadas quando cruzaram o saguão. Harry e Lyss estavam ali por perto. Os dois antigos inimigos se encararam, mas dessa vez não houve raiva nenhuma. Era um olhar de entendimento, compreensão. Porque eles tinham um plano perfeito para por em prática, porque juntos, esquecendo-se de antigas rivalidades, os dois salvariam Gina Weasley de Tad Nott.

 

- O Tad está no time – Blaise anunciou, seguindo Draco.

 

- Como é? – Draco falou lentamente, virando-se para encarar Blaise. O mensageiro quase morreu com o olhar – Que porra é essa?

 

- Draco, o Owen quer ficar no time reserva – Blaise disse inseguro – Eu não tenho culpa, mas o time fez uma daquelas votações malditas e mesmo que você não queira admitir, o cara é bom.

 

Draco sentiu o sangue gelar e depois sumir de seu corpo. Não, isso não estava acontecendo. Será que Tad realmente pensava que ia chegar e pegar tudo? Será que ele pensava que era fácil assim? Bem, ele estava enganado. Draco Malfoy se encarregaria se colocá-lo no lugar. Mas ele já não devia ter feito isso antes?

Cuidado Draco. Se você é o príncipe, Tad é o rei. Não que um seja mais que o outro, mas os títulos, no fim, acabam fazendo aquela diferença.

 

- Explique – Draco respirou fundo e continuou encarando Blaise – Agora!

 

 ***

 

- Sente o clima estranho? – Hux perguntou para a irmã.

 

- Claro que sim – Zéllie riu, maldosa – Muita coisa está em jogo nesse instante irmãozinho. E eu acho que já sei o fim de tudo.

 

- O que quer dizer?

 

- Gina conseguiu sua soberania – ela sussurrou, para que as outras pessoas na mesa da Corvinal não a ouvissem – E no fundo todos estão aqui porque sabem que hoje as coisas vão começar. Gina é simbólica, ela foi destruída no inverno... Então vai mostrar para todos que é imbatível, na primavera.

 

- É por isso que gosto dela – ele sorriu, observando a entrada do salão – E isso demora?

 

- Dez minutos para a primavera – Zéllie consultou o relógio – Em cinco minutos a Gina aparece.

 

 ***

 

- Você está esperando por ela, não é? – Pansy olhou furiosa para o namorado. Mas sua voz era baixa e contida. Nada de barracos, por favor.

 

- Pansy, agora não – Draco sibilou e se sentou. Pansy pegou uma cadeira do lado dele – Não tem nada de esperar. Nada disso.

 

- Não minta – ela revirou os olhos, incrédula – Você realmente acha que sou tão estúpida que não posso perceber uma coisa dessas? Faça-me o favor Draco.

 

- Eu não posso evitar – ele sussurrou, parecendo meio desesperado – Eu gosto dela Pansy, mas que droga... Gosto entende?

 

- Eu gosto de você – ela mentiu para si mesma e segurou a mão do namorado.

 

De frente para eles, Blaise se sentiu levando uma facada. Ele nunca tinha gostado de alguém como gostava de Pansy. E o amor doía horrivelmente, ele não queria senti-lo mais. Tentando esquecer e dor, virou-se para Elisha e começou a conversar com ela.

Não dava para esperar Pansy, não com ela se humilhando daquele jeito. Ele não podia suportar aquilo. Nunca.

 

- Eu vou estar aqui, Draco – ela disse séria – Quando ela te dispensar, porque nós dois sabemos que Gina Weasley não vai te perdoar. Eu vou estar aqui do seu lado – Draco não disse nada – E nós vamos ser o casal perfeito que sempre fomos. Vamos ser Draco Malfoy e Pansy Parkinson contra Tad Nott e Gina Weasley. Vai ser uma guerra.

 

- Ela não vai ficar com ele – Draco suspirou, cansado de sentir aquela angústia. Onde estava Gina?

 

- Então olhe, Draco – ela suspirou – Porque ela acabou de chegar.

 

 ***

 

Gina finalmente entrou no salão comunal. Ela não conseguia enxergar nada, apenas ouvia as batidas secas de seu próprio coração. Quem ela escolheria? O traidor que amava ou o único em quem confiava? Ela andou até Faith, Colin e Hayden. Os três olharam surpresos para ela... Gina queria alguns minutos ainda, não se sentia preparada. Mas olhou o relógio e viu que faltavam poucos minutos para as nove e vinte e dois da manhã. A primavera chegava correndo, e já exigia respostas. Então talvez ela estivesse preparada sim.

Sob o olhar impiedoso do lotado salão comunal, Ginevra Weasley fez seu caminho até Draco. Ele se levantou e olhou ansioso para ela.

 

 I got a pocket, got a pocketful of sunshine
I got a love, and I know that it's all mine, oh
Do what you want, but you're never gonna break me
Sticks and stones are never gonna shake me, no

- E então? – sussurrou. Nem mesmo Pansy o ouviu.

 

- Eu fiz minha escolha – ela suspirou, parecia infeliz. Draco pensou em segurar as mãos dela, mas talvez fosse bom ficar quieto. Algo surpreendente aconteceu. Gina sorriu.

 

I got a pocket, got a pocketful of sunshine
I got a love, and I know that it's all mine, oh
Wish that you could, but you ain't gonna own me
Do anything you want, you can't slow me down, no

Era seu sorriso secreto, que até então só Draco Malfoy conhecia. Mas dessa vez ela estava jogando as máscaras fora, estava aceitando o que era. Mostrar seu sorriso único, maldoso... Draco olhou chocado. Porque ela estava sorrindo? Seria um sim?

 

- E quem é? – ele segurou a respiração.

 

- Não é você – ela disse, ainda sorrindo.

 

Take me away (take me away)
A secret place (a secret place)
A sweet escape(a sweet escape)
Take me away (take me away)
Take me away (take me away)
To better days (to better days)
Take me away (take me away)
A higher place (a higher place)

- Gina – ele implorou, baixinho – Não faça isso, por favor. Não fique com ele.

 

- Eu já fiz a escolha, Malfoy – ela suspirou com fingida tristeza, Draco foi acertado em cheio pela maldade que transbordava na garota – Eu tentei, mas não consigo perdoar você. Não mesmo. E eu nem posso dizer que sinto muito.

 

- Você vai se arrepender – ele disse sério – Não fique com ele.

 

- Draco, não vou me arrepender – ela disse suavemente, o que fez as palavras soarem ainda mais cruéis – Você sabe como as coisas são selvagens por aqui... Um dia você é a vadia, no outro a rainha – ela piscou e sorriu maldosamente e antes que Draco pudesse fazer alguma coisa ela já tinha se virado, procurando por Tad.

 

- Gina... – Draco implorou num murmuro – Gina...

 

Ela andou confiante pelo salão. Já tinha avistado Tad, ele estava na entrada, esperando por ela. Gina ainda se virou e observou Draco. Ele estava em pé, os olhos fixos nela. Draco suplicava através dos olhos, ela sabia. Mas nada disso importava mais. Ela não esperava mais por ele, ela não esperava mais por ninguém. Ela mesma faria tudo acontecer, como deveria ter sido desde o começo.

 

There's this places that I go
And nobody know
Where this river flow
And I call it home

And there's no more lies
In the darkness, there's light
And nobody cries
There's only butterflies

 

Ela continuou andando, o cabelo balançando violentamente. Gina Weasley nunca tinha estado tão bonita quanto naquele dia. O cabelo ruivo parecia fogo quando os primeiros raios de sol da primavera atravessaram as janelas e bateram nela, os olhos verdes estavam decididos... Frios. Todo o salão a admirou: a beleza, a delicadeza, a força... E aquele sorriso. O sorriso estava ali, para todos verem. Para conheceram Ginevra. Ela era a rainha deles agora. Ninguém mais contestaria isso.

Uma nova era começava. A era de Tad Nott e Gina Weasley. Ninguém ousou falar nada enquanto Gina completava seu caminho até Tad. No instante em que a mão dela e a de Tad se entrelaçaram, e eles deram o primeiro passo juntos, como um casal, Draco pode ouvir uma última súplica de seu coração. Ele também ouviu o coração de Gina bater duramente enquanto ela sorriu para Tad. O sorriso não era mais dele, nem ela.

 

Take me away (take me away)
A secret place (a secret place)
A sweet escape(a sweet escape)
Take me away (take me away)
Take me away (take me away)
To better days (to better days)
Take me away (take me away)
A higher place (a higher place)

Um último suspiro escapou dos lábios de Draco enquanto os dois saiam do salão principal. E quanto mais endurecido ficava o coração dela, mais partido ficava o dele.

Eu corôo, oficialmente, Gina Weasley como rainha da Grifinória e Tad como rei da Sonserina. Nada vai abala esse casal, sei disso com toda a certeza.

Agora Draco, é bom pensar em um novo plano, porque para chegar até a rainha não basta a sua coroa de príncipe. Você vai ter que desbancar o rei. Será uma batalha interessante.

Mal posso esperar.

 

~ Continua em Apple Four ~

 http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=43805

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Nota da autora: Geente nem acredito que acabou. Parece que foi ontem que comecei a escrever isso. E a verdade é que as fanfics caíram muito, quase ninguém escreve, quase ninguém lê. Eu prometo que Apple será um projeto completo, vou até o fim da quinta e última temporada. A quarta ainda estou escrevendo, to no capítulo 10. Então vocês podem ir comentando e me enchendo de idéias que eu fiz uma surpresa na quarta temporada pra muuita gente! Uma dica: olhem os shippers da quarta temporada e acho que vocês vão entender! Bem, é isso!

Espero que tenha sido tão bom pra vcs quanto foi pra mim. Um beijooooo

Ahhhhh e um super thank´s para a Dóris, melhor beta do mundo!

 

Nota da beta: SÉRIO! O que foi esse final? Cabelos voando, sorriso maligno e tudo o mais. E tadinho do Draco... vou trazer ele aqui em casa pra consolar ele!

Pode? :B

E estou escrevendo essa nota na AFLIÇÃO, porque ainda não peguei a quarta temporada com a Lali e não tenho nem noção do que vai acontecer agora @_@.

Espero, de verdade, que vocês tenham gostado dessa temporada de Apple, se vocês ao menos gostarem a metade do que eu gostei, já vai ser MUITO, porque eu amo essa fanfic em um estado extremo de demasia amorosa(?) *--*.

E outra vez – again, again, again – dou meus brilhantes parabéns para a nossa Miss Lali Diggory por mais uma fanfic mais do que muito boa.

E que a primavera traga boas novas... principalmente para o meu Draco i_i.

See ya.

 

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