A Mansão Shelblingtore
Kevin secou, ficou cinzento e seus olhos aumentaram e ficaram totalmente negros.
Então seu corpo se transformou na criatura que Zac acabara de enfrentar, assim como os outros.
–Garoto esperto... – falou um deles com sua voz muito seca.
E em seguida o resto do bando apareceu.
–Legal! E bem na hora do jantar! – Zombou Zac.
Os lobos o atacaram. Zac nem via de onde vinham, mas apunhalava vários se virando para todos os lados.
Então após vários ataques e decapitações sobrou apenas um. Ele soltou um latido muito alto, pulou para cima de Zac e o derrubou.
Zac estava fraco, afinal tinha apenas onze anos – apesar de ter aprendido muito nesse ultimo semestre. A respiração do garoto foi diminuindo , não conseguia se mexer.
O animal ergueu a sua pata enorme para matá-lo. Mas no instante seguinte uma luz muito forte invadiu toda a floresta e o lobo desapareceu. Então ouviu-se um sopro pela floresta, e tudo silenciou.
O garoto ficou sentado por muitos minutos, respirando, ainda assustado.
–Pensa que acabou, não é Zac... – uma voz grave e fria falou em seus ouvidos.
Era ele , homem encapuzado. Estava ali, diante dele.
–O que quer?
–Isso eu já lhe disse.
–Não! – suas palavras ecoaram, e uma força o invadiu.
Zac se pôs de pé. E viu então o lago que vira antes de encontrar a adaga, atrás dele.
Então sem mais esperar virou e correu pulando no lago. Ao sentir seu corpo pesar com suas roupas, soltou a chave dourada que estava em sua mão esquerda e ela lampejou uma luz dourada, e então uma força o puxou pelo pulso.
Agora estava novamente diante do portão dourado. Suas roupas agora secas, como se nem houvesse entrado na água.
Ao andar até o portão, ele se abriu sozinho, e Zac voltou a Hogwarts.
Kevin estava com uma expressão de ânsia, quando disse :
–Você não faria isso, não é, Zac?
Zac riu. Acabara de contar tudo o que acontecera a ele Emilly e James na sala comunal vazia, com a adaga dourada ainda nas mãos. Já era madrugada e os três já haviam saído da detenção.
–Er... e como foi a detenção? – perguntou Zac.
–Chata! – Bufou Kevin – ficamos escrevendo “Não devo explodir a sala de Sr. Bonnes”. E também limpamos a sala dele!
–Isso é muito estranho, sabe – falou Emilly – ele queria que fizéssemos isso! Deveria nos ajudar!
–Sim, mas ele está muito estranho ultimamente... nem parece mais o mesmo.
–Er... foi mal por deixar vocês... – Zac ainda estava preocupado.
–Vocês está louco? Você fez o certo! – disse James, fazendo-os rir.
Zac passou a noite em claro – não que ainda restasse muito dela – observando a adaga, e pensando no ocorrido.
Uma coisa estranha era o seu skate, aparecer em seu bolso, e ainda em forma de um losango. Magia, pensou o menino, tudo muito louco.
“Zac venha... venha Zac...”.
Os sonhos estranhos com o homem encapuzado haviam cessado nas ultimas semanas após a captura da adaga. Mas agora ele via em seus sonhos uma linda mulher, de cabelos muito louros e compridos. Seus olhos eram de um intenso azul, e muito serenos.
Ela o chamava a seu encontro “Venha Zac... venha à floresta comigo!” ela era estranhamente familiar, mas onde a vira antes? Em sonhos? Talvez. Talvez fosse sua mãe... mas ele não lembrava como ela era... exceto pelos sonhos que tinha antes. Mas ela era tão diferente.
Mas continuava o chamando “Zac, eu posso protegê-lo! Venha a mim...”
–Zac! ZAC! – A voz estridente de Emy o acordava.
–Ah, ãh? O que? – ele sacudia a cabeça.
Estava na aula de feitiços e uma professor meio calvo de óculos na ponta do nariz tentava ensinar um feitiço à turma, e Zac não tinha ideia do que era.
–Você estava dormindo! – Emilly estava irritada coma falta de atenção de Zac nas ultimas semanas. – Francamente! Nós voltamos há pouco menos de um mês e você já esta dormindo?
–Ah, não enche Emy!
A garota ouvindo isso, virou a cabeça com o nariz empinado.
“E para a próxima semana eu quero dois rolos de pergaminho para quem estava dormindo, certo, Sr. Potter!”
–Ah... – Zac corou – Certo!
–Podem ir!
–Que fossa! – exclamou Kevin ao sair junto a Zac e Emilly da aula. – Ninguém merece!
–Concordo!
–Preguiçosos, vocês são! – falou Emilly – Agora se me derem licença, eu vou para a biblioteca, fazer meu trabalho sobre os portais com a Bonnie!
–Toda! – Respondeu Kevin.
–Ela anda muito estressada! – falou Zac.
–Sério que só percebeu agora?
–Bom... ando cansado, não sei...
–Como assim?
–Os... – Zac se achava muito bobo falando disso, porque não podiam passar de sonhos – sonhos voltaram!
–Com... ele?
–Não, não! Com uma mulher!
–Uma mulher? – Kevin riu, com malicia.
–Ai, cala a boca! – brincou Zac.
–Que mulher?
–Não sei quem é... Mas me parece muito familiar!
–Algum parente...?
–Não sei... – Zac não queria colocar a possibilidade de ser sua mãe tão na cara. – Mas ela me pede para ir à floresta, para encontrá-la!
–Ih Zac! Toma cuidado. Da ultima vez que teve esses sonhos você viu né?
–Sei, sei. Não diga nada à Emy!
–Claro que não! Já pensou? ‘Ai Zac, não vá fazer besteira! Bla, bla bla!’ – falou Kevin numa imitação de Emilly.
Era tarde de sábado, e o a primavera se aproximava. Era fim de março e o gelo já derretia lentamente das folhas das árvores.
Sozinho, como se habitara naquelas ultimas duas semanas, Zac andava pelo jardim de Hogwarts, que já começavam a se florir.
O garoto se afastava nos fins de tarde dos amigos e dos demais alunos para pensar consigo mesmo.
Ele ouviu passos, mas ao procurar por todos os lados, não viu nada. Uma leve brisa o envolveu, ele sentiu um calafrio. Alguém parecia falar ao longe. Mas era sua imaginação, pensou.
Zac andou mais alguns metros descendo em direção à Floresta Proibida. Em geral era um bom lugar para se refletir.
As arvores estavam mais próximas, então ele se desviou para um outro lado da floresta, que geralmente ninguém visitava.
Ele já estava quase no centro da Floresta proibida. Ele ouviu, então, vozes, ao longe. Algum murmúrio, indistinguível.
O garoto foi se aproximando, e cada vez mais além, ele ouvia melhor. Agora decididamente eram pessoas conversando. Então ele se aproximou de uma clareira. Havia chamas muito altas acesas no chão. E lá, haviam duas pessoas. De frente para uma mulher – que Zac, já escondido atrás de uma grossa árvore, não pode ver pois estava de costas para ele – estava um homem, alto, e com vestes negras, muito longas, e um capuz cobrindo seu rosto.
O homem falava com serenidade, e tinha uma voz grave.
–Pegue o garoto. Traga-o.
–Sim mestre.
–E não demore mais! Já perdemos muito! Ele não deveria ter saído com a adaga! – ele falava mais consigo mesmo que com a mulher.
–Mas... o senhor não acha melhor... digo – a mulher estava nervosa.
–Não ouse duvidar de mim! Eu sei o que faço.
–Sim... mestre.
–Agora vá! Já tomou muito do meu tempo.
E em seguida Zac saiu cauteloso para não ser descoberto.
CONTINUAÇÃO PRÓXIMA SEMANA ABAIXO
___________________________________________________________
CONTINUAÇÃO
Zac voltou, então para o castelo. Ele não conseguia acreditar, como Levih – ou seja lá quem era – conseguira entrar em Hogwarts. Sendo a escola muito segura. Alguém estava atrás disso, alguém o levara para lá! E ele queria descobrir quem era. Mas não podia contar a Sr. Steeven, muito menos a Sr. Bonnes, ou a qualquer outro professor de Hogwarts.
O garoto foi até o salão comunal na Grifinória e lá encontrou Kevin, a quem contou tudo que vira.
–Não acredito! – falou Kevin esbugalhando os olhos, perplexo – Cara! Temos que contar a alguém!
–NÃO! Ninguém acreditaria
–Certo... – falou Kevin lentamente.
–Temos que desvendar isso.
–Zac, não acha que para esse ano já nos metemos em muita confusão?
–Não! Mas se quiser ficar por fora...
–Tudo bem! – Kevin concordou relutante.
–Credo! Você está parecendo a Emy!
–Ei! Não me compare com aquela lá...
Zac riu.
–Mas por que se odeiam tanto?
–Ah, não vale a pena ficar falando, e falando... qualquer dia desses eu te explico.
–Ok, vamos jantar!
Os dois atravessaram o quadro da Mulher Gorda e se dirigiram ao Salão Principal, onde jantaram ao lado de Emilly e uma amiga sua, Bonnie Feltt.
Quando já iam voltando Zac, Kevin e Emilly encontraram James que os abordou.
–Ei pessoal! Vocês não vão hoje?
–Aonde?
–No treino... vocês não receberam o bilhete do Sr. Bonnes?
–N-não...
–Bom... mas vocês vão?
“Acho que não.” “Eu também” responderam Zac, e Kevin.
–Ah, eu vou sim – disse Emilly.
–Tudo bem, eu falo para eles que vocês estavam com... dor de barriga!
–Ok, diz que comemos algo estragado – falou Zac rindo.
–Certo, até mais!
Quando Zac e Kevin iam subindo para o salão comunal eles encontraram Sr. Bonnes, e rapidamente fizeram caretas, colocando as mãos na barriga.
–Essa foi por pouco – falou Zac quando Sr. Bonnes já desaparecera.
Os dois chegaram no dormitório dos garotos, e ao se aproximar de sua cama, Zac percebeu um jornal, muito antigo.
–Ei Kevin olha isso!
Kevin andou até Zac e olhou a primeira pagina do Profeta diário. Nela estavam uma mulher muito jovem, de longos cabelos castanhos e ondulados, ao lado de um senhor de uns sessenta anos.
Os dois estavam à frente de uma mansão, muito grande, e se notava um belo jardim atrás.
Zac curioso leu a reportagem a baixo da foto.
“Marie Shelbringtore, filha de Jimmy Shelblingtore, foi supostamente morta por um dos mais perigosos bruxos das trevas de todos os tempos.
Marie – de origem francesa – morava junto ao pai, após seu marido desaparecer pouco antes de seu filho nascer.
Com uma historia muito misteriosa, conhecida por poucos, Marie deixou uma carta relatando o que passava. Mesmo já se passando quase dois meses de sua morte, ainda não se sabe exatamente o que acontecia na vida de Marie. Somente os amigos mais próximos conheciam o que acocntecia, e o por que o que se chamou de “antecessor do Lorde das Trevas” queria tanto a capturar. Abaixo se encontra uma misteriosa carta que Marie deixou antes de ser encontrada.
‘Estou deixando esta carta, pois sei que em breve ele virá atrás de mim e de meu filho. Estou angustiada, mas alguns amigos e parentes já estão tomando providencias para protegê-lo.
Não tenho certeza de que é o bastante, mas agora estamos sozinhos. Ele disse que nos encontraria, sempre soube que um dia ele voltaria. Ele nos deu um prazo... dirijo-me ao companheiro da ordem, que se aprecem, ajudem meu filho...’
O resto da carta se encontrava rasgado, e nossos repórters só encontraram esse pedaço da carta...”
Zac não leu o resto, sabia quem era a mulher do jornal. Ele se lembrara vagamente de alguns momentos de sua infância, e de alguns sonhos que tivera.
–Kevin... – Zac estava extasiado.
–O que foi Zac...
–É minha mãe! KEVIN, ESSA É MINHA MÃE!!
–Como sabe...?
–Eu a reconheci... eu ainda me lembro dela...
–Sério? Mas...
–Espere, tem um bilhete aqui atras.
Zac retirou o pedaço de pergaminho e leu em voz alta, já que só havia eles no dormitório.
“Sei que tem estado a procura de informações sobre sua mãe... e pensei em ajudá-lo, não há provas de que ela foi... morta, ela desapareceu depois do ataque... boa sorte.”
–Brilhante!
–Nossa...
–Me deram a deixa! Eu preciso... visitar, pelo menos aquela mansão, Kevin!
–Zac, acho que está exagerando! – Kevin mais parecia Emilly falando, isso soava muito estranho saindo de sua boca – acho que Emilly tem razão, sabe... vamos nos manter longe de confusões por enquanto...
–Nem vem! Essa pode ser minha única chance Kevin!
Kevin bufou e olhou sério para Zac.
–Ok, ok – falou Zac, com tom de derrota – deixa para lá!
Mas ele não deixaria para lá. Era talvez a única maneira de Zac saber exatamente o que acontecera com sua mãe, e talvez até mesmo encontrá-la viva! Tinha que ter esperanças. O garoto iria sozinho.
–Vou dormir. – informou Zac.
–Bom... acho que vou pear mais um pouco de sorvete... – falou Zac, voltando correndo para o salão principal.
Zac esperou Kevin sair, e desesperado, não conseguiu aguentar. Iria para a Mansão essa mesma noite.
Não sairia por Hogwarts, que não tinha passagens. Mas ouvira de James uma vez, que em Greenfford havia uma sala que dava passagem a qualquer lugar.
Sabendo que Greenfford estava fazia, Zac pegou sua varinha, o estranho losango verde que se transformava em seu skate, que voava, e a adaga, que guardou por dentro das vestes.
Desceu cautelosamente, desviando do olhar do inspetor, e chegou ao salão da estátua. Então se dirigiu a estátua de Harry Potter, bateu duas vezes nela, e a atravessou.
Zac atravessou com pressa o gramado e correu à Mansão de Greenfford. Subiu as escadas até o terceiro andar e encontrou uma sala muito apertada. As paredes da sala – que parecia mais um armário de vassoura vazio – eram de madeira, e na parede direita Zac viu um botão amarelo.
Ele não sabia bem o que fazer, por isso pronunciou “Mansão Shelblingtore...” pouco confiante, e apertou o botão. Em seguida o garoto girou muito rápido e se sentiu sendo jogado.
Instantes depois ele sentiu um gramado fresco em suas mãos, pois caíra ao ser lançado. E ao se levantar se viu em um jardim muito bonito. Mesmo escuro, iluminado somente pela luz da lua notava-se a beleza do lugar. No centro havia uma fonte que ainda escorria água, e muitas flores em volta. No final do jardim se erguia aquela mansão que o garoto vira na foto, porém parecia mais desgastada, mais velha. A casa era de cor azul marinho, e havia várias janelas pretas, cobertas por cortinas de veludo.
Zac ficou alguns minutos observando sem se mover. O que teria La dentro? Será que se recordaria de alguma coisa? Mas seus pensamentos foram interrompidos por um baque, abafado atraz dele.
Zac ficou imóvel, sacara a varinha, mas não virou para trás.
–Bonito, hein! – era uma voz muito conhecida.
–Emy?! – Exclamou o garoto virando-se – o que faz aqui?!
–A pergunta é o que você faz aqui?!
–Bom...
–Não se dê ao trabalho de explicar tudo, o Kevin já me disse tudo. – falou a garota gom a voz ligeiramente mais aguda. Então outro baque e Kevin foi visto caindo, aparecendo do nada no ar.
–AI! – Exclamou ele – Que droga de aterrissagem! – Mas ao se por de pé viu a expressão de Zac, que o olhava – Er... ah... NÃO ME OLHE COM ESSA CARA! – exclamou, parecendo se colocar na defensiva. – ela me obrigou...
–Não obriguei não!! – protestou Emilly.
–Ah, tudo bem. Vamos.
–É! Vamos embora!
–O QUÊ? – Exclamou Zac.
–Sim, vamos.
–Nem pensar! Podem voltar se quiserem! Eu fico.
–Não. Então ficamos com você. – respondeu Emilly decidida.
–Ficamos? – perguntou Kevin quase num sussurro; medroso.
–Então vamos.
Os amigos foram até a porta de entrada, que era telhada em madeira. Quando entraram – a porta estava destrancada – viram que a casa ainda estava com todos os móveis muito rústicos – ainda que alguns derrubados –, e no centro havia uma mesinha, em cima de um tapete.
Zac, Kevin e Emillly deram uma olhada no geral da mansão, em alguns quartos. O ultimo quarto, do terceiro – e ultimo – andar era o maior, e mais bonito, onde tinha uma cama de casal muito grande, e moveis ainda muito bonitos. A cama tinha cortinas que a cobriam com um tecido fino.
Emilly estava na sala observando tudo, Zac e Kevin estavam no terceiro andar quando ouviram a amiga soltar um grito:
–ZAC!!
Zac e Kevin correram imediatamente à sala. Emy estava cercada por três homens com vestes pretas.
–Olá garotinha. O que faz aqui?
–Zac! Kevin! – gritou ela novamente.
–Vão embora! – falou Zac ao pé da escada.
–Ah... hahaha, você está aqui... Zac.
–O que querem?
–Apenas um pequeno objeto, que nosso amo necessita. E sua amiga sai ilesa – falou um homem alto de cabelos loiros cumpridos, e careca na parte da testa.
–Amo?
–Sim, ele ainda está fraco, mas... espere, não preciso lhe explicar nada. Só nos devolva.
–Zac, não faça isso! – avisou Emy, com a voz meio embargada, agora, que estava muito assustada.
Kevin se encontrava parado com os olhos arregalados ao lado de Zac. Mas inesperadamente se viu um lampejo azul, e ele gritando algum feitiço, que acertou diretamente um homem de cabelos castanhos, e um nariz muito comprido e torto, que saiu voando.
“aonde esse garoto aprendeu isso?!” ouviram Zac, Kevin e Emilly – que aproveitou a deixa para fugir dos homens que a prendiam – saindo em disparada pelas escadas.
Mas Zac ficara pouco atrás para tentar distrair o resto dos homens. Ele entrou, então, em uma das muitas portas da casa, que ainda não entrara antes.
O garoto se pôs atrás da porta no quarto e ouviu Kevin gritando, próximo de onde estava Zac, e um grande estrondo de coisas caindo.
–Kevin! – foi Emilly desesperada gritando – Ah – parecia que alguém a atacara.
Zac saiu do quarto, e encontrou Kevin caído com um corte no ombro e viu Emilly desviando-se de feitiços que um bruxo muito desengonçado tentava lançar nela, e por fim, ela o fez grudar no chão.
–Mas aonde é que ela aprendeu isso?! – Exclamou Kevin ainda no chão.
Zac puxou Kevin, o ajudando a se levantar, com a perna machucada.
–Vamos! – eles, Zac, Kevin e Emilly, entraram em um outro quarto e trancaram a porta.
–Temos que pular pela janela!
–Mas...
–Vamos!
Eles foram até a janela, se penduraram nas paredes – Kevin com puçá dificuldade – e caíram ao chão.
A essa hora o sol nascia naquele lugar, mas aonde estariam? Se agora amanhecia. Mas isso não importava, pois ao se posicionarem com as varinhas sacadas, eles avistaram os quatro homens atravessando o jardim, e pararem a alguns metros deles.
–Ele esta chegando – falou o homem mais baixo, de cabelos grisalhos, em um tom sombrio.
Então uma sensação de desespero tomou os garotos, um ar muito gelado passou por eles, e sentiram um calafrio na espinha.
“Mestre...” sussurrou um deles, e então como uma fumaça negra que tomava forma, Levih apareceu entre eles. Seu rosto coberto ainda pelo capuz, ele parecia se recusar a se mostrar.
–Bem vindos – sua voz seca e muito calma, em um tom grave – como vão vocês Zac, Kevin, Emilly.
Era estranho ele saber o nome dos amigos de Zac, mas isso não fazia a menor importância.
–Mostre seu rosto! – gritou Zac querendo confrontá-lo.
Levih soltou uma risada seca e sem graça.
–Ah, garoto... ainda não. Ainda não é a hora, se quer saber, preciso recuperar minhas forças.
–E como vai fazer isso com uma... adaga?
–Ora Zac. Isso não é uma simples adaga, não! Mas não estou aqui para lhe explicar teorias – mais uma risadinha abafada.
–Posso a devolver, se me der a adaga Zac.
Aquela conversa parecia muito boba. Um “homem” adulto brigando por uma adaga, com um garoto de onze anos.
–Devolver quem? – perguntou Zac confuso.
–Sua mãe...
–Mentira, aposto que muitos já prometeram isso, não? Eu não sou burro.
–É mesmo...? – Levih ergueu sua mão esquerda e cinzenta e uma coisa foi se formando no ar.
Zac viu uma mulher, de cabelos longos e um belo olhar, mas triste , era a mulher da fotografia do jornal.
–M-mãe?
–Zac! – a mulher tentou correr até Zac, mas Levih ergueu a mão direita, e uma corrente negra se materializou como fumaça no pescoço da mulher que gemeu sufocada e caiu no chão.
–Ah-ah-ah. – fez que não com o dedo indicador – Trato é trado Zac. Lhe entrego sua mãe se me der a adaga.
Zac pegou a Adaga Dourada e a estendeu, entregando a Levih que desfez as correntes, mas dando uma gargalhada muito alta e maníaca.
O garoto correu em direção a mãe, mas quando a tocou, a mulher se desfez como areia.
–Ah... me desculpe – disso rindo – acho que ouve um engano!
Zac viçou vermelho em raiva. Sua têmpora pulsava muito forte. Então correntes elétricas percorreram suas mãos. Com o sol agora em pé. Seus olhos de iluminaram com uma luz prateada. Um vento soprou muito forte, e no mesmo instante Zac e Levih lançaram feitiços que se chocaram.
Era difícil de acreditar que Levih, mesmo fraco como sabiam que estava, conseguia produzir uma magia tão boa. As correntes elétricas de Zac contra uma magia negra, que mais pareciam agouros, espíritos das trevas, ou algo asism.
Levih ganhava, mas antes que perdesse, Zac saltou para o lado, largando a magia, puxou Kevin e Emilly e correu para o portão de saída.
–Há um lago que nos levará de volta! – Emilly gritou.
–Mais rápido!
Eles atravessaram os portões, avistaram o lago e sem pensar saltaram nele.
A água o preencheu por inteiro, aos poucos sentiu-a esquentar, e algo o puxar para a superfície.
Enfim pode respirar, e percebeu que suas roupas não estavam mais molhadas.
O sol que brilhava na mansão Shelblingtore não aparecera ainda em Greenfford. As estrelas brilhavam intensamente diante do gramado úmido do lugar.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!