O Sr. Escamoso



O clima em Paris estava ameno; as calçadas e bancos cobertos de folhas amarelas. Rony observava a cidade da sacada de um apartamento alugado numa das ruas principais da cidade. Guardava tudo na memória para contar a Hermione. Ainda sentia a presença dela quando se deitava; chegava a sentir o perfume dos cabelos e o peso dela sobre seu peito. Estavam tão longe um do outro como jamais ficaram. Emily abriu a porta trazendo algumas compras.


–       Trouxe alguns doces e carne enlatada; sei que você não gosta, mas simplesmente me veio um desejo enorme de comer essa coisa mesmo sabendo que é horrível.


–       Por que você recolheu o jornal que joguei fora? – perguntou Rony ainda olhando a paisagem.


–       Tinha uma foto de Córmaco...


–       E de Harry e Hermione!


–       Ok Rony. Guardo a foto do meu marido e jogo o resto fora!


–       Ela está muito bonita naquela foto... – disse Rony com dificuldade – parece que... já me esqueceu.


–       Você disse coisas horríveis a ela; do mesmo jeito que tenho que me conformar que Córmaco pensa que o filho que espero é seu você tem que...


–       Você falou com seu contato?


–       Não haja como só você tivesse perdido alguma coisa! Conheço meu marido e a expressão nos olhos dele... ele está sofrendo! Aquele agente deve ter dito que sabia que isso ia acontecer cedo ou tarde e os pais dele também.


–       Desculpe... – disse Rony – de verdade...


–       Meu contato perguntou de você; falou qualquer coisa sobre a Copa Mundial de Quadribol.


–       Irei vê-lo daqui a pouco.


–       Ele conseguiu um guia com nomes atuais de cidades bruxas. A cidade que procuramos fica a duzentos quilômetros de Paris e é conhecida agora como Lecroux.


–       Vou até lá. – disse Rony pegando o guia das mãos de Emily.


–       Dá umas duas horas de vassoura.


–       Vou sozinho...


–       Espere!


–       Vou sozinho Emily!


–       Sinta. – disse a garota colocando a mão de Rony sobre sua barriga.


–       O que é?


–       O bebê está chutando! Ele começou a fazer isso de uns dias para cá. Fale com ele... ou ela!


–       Eu? O que eu vou dizer?


–       Ele pode ouvi-lo. Diga qualquer coisa!


Constrangido Rony não sabia o que dizer ao bebê; pegou o jornal com a foto de Córmaco em cima da cadeira e começou a ler:


–       Córmaco McLaggen tem tipo o desempenho mais regular da temporada...


–       É seu pai! Seu padrinho Rony que está lendo para você! Continue!


O bebê continuou a se manifestar até Rony acabar de ler todo o artigo.


–       Incrível! – disse Rony confuso com a alegria que de repente passou a sentir. – Agora vou ver o amigo que sua mãe me arrumou aqui!


–       Não precisa gritar para minha barriga.


–       Desculpe, mas é como se agora eu soubesse que não estamos realmente sozinhos.


–       Nunca estivemos Rony. – disse Emily sorrindo.


–       Deve ter mais noticias sobre quadribol em outros jornais! Vou trazer mais!


Por volta do meio dia Rony passou por uma multidão apressada; quase foi atropelado por uma moto. Esbarrava em pessoas que o olhavam com raiva como se ele tivesse propositalmente lhes roubado preciosos segundos. O contanto de Emily vendia amendoins numa esquina movimentada; um homem negro e cego de uns sessenta anos chamado Fulton. Ele usava óculos escuros que Rony achava que combinava muito com sua figura elegante. O bruxo vivia em Paris há tanto tempo que nem se lembrava o motivo pelo qual havia se mudado para a cidade.


–       Tome cuidado ao atravessar essa avenida Rony. – disse Fulton enchendo os pacotes de amendoim.


–       Diga a verdade Fulton: você é mesmo cego?


–       Como um morcego.


Rony riu, mas ainda tinha suas duvidas.


–       Obrigado pelo guia nos ajudou muito.


–       Vai até lá?


–       Vamos amanha.


–       Vamos? Como eu não vou deve estar se referindo a Emily.


–       É...


–       Você é mesmo um molenga Rony. – disse Fulton rindo.


–       Prefiro sentimental... acha que pode ter bruxos ainda morando lá?


–       Se tiver são poucos; não é uma cidade oficialmente bruxa. Procure no cemitério.


–       Cemitérios são ótimos lugares para armadilhas. – disse Rony pegando um pacotinho de amendoim e colocando dinheiro numa latinha.


–       São mesmo. Não corra riscos desnecessários! Pense no seu afilhado.


–       Ele está mesmo conosco... Onde paramos? – perguntou Rony dando um leve tapa nas costas do novo amigo.


–       Ah, você estava me contando sobre a decisão da copa! – disse Fulton puxando uma cadeira para Rony. – Esse tal de Victor Krum jogava bem?


–       Não, não muito.


No dia seguinte muito cedo Emily e Rony chegaram à cidade de Lecroux depois de horas de voo. Havia algumas lojas de artesanato abertas e alguns cafés. Emily levava uma câmera fotográfica trouxa e passaram por um casal de turistas comum. Imaginaram que a família Louer deveria ter alguma propriedade nos arredores da cidade; passaram o dia circulando sem encontrar nenhuma casa bruxa o bastante ou alguma ruína que pudesse estar enfeitiçada para afastar trouxas.


–       Vamos até o cemitério então. – disse Rony.


Entre tantos mausoléus os maiores não tinham nenhuma identificação; uma indicação que poderiam de ser famílias bruxas.


–       Como seria o mausoléu da família de Louer? – Rony perguntou a Emily.


–       Eles eram muito ricos e poderosos!


–       Lá! – disse Emily caminhando até a frente de um dos menores mausoléus do cemitério.


O estilo não era muito diferente dos outros e na verdade não havia nada que caracterizasse, mas Emily e Rony tiveram a certeza que era o que procuravam.


–       Discreto, mas para disfarçar a arrogância. Como Patrick...


–       O que fazem aqui? – perguntou um homem atrás deles.


–       Somos curiosos apenas. – disse Rony mostrando câmera na mão de Emily.


–       Vocês têm que sair.


–       Esse mausoléu é de uma família bruxa, não é? – perguntou Emily afobada. – Procuramos informações sobre uma família que viveu nessa cidade. O senhor é bruxo? Pode nos ajudar?


–       Aqui é propriedade particular!


–       Há mais bruxos nessa cidade? – insistiu Emily.


–       Saiam!


–       Não... – disse Rony tornando a se virar e forçando a porta do mausoléu.


–       Eu disse para saírem... – disse o homem avançando para os dois; Rony o desarmou facilmente.


–       Ele é um Guardião! – disse Rony. – Igual ao que guardava o galpão lotado de Artes das Trevas em que Patrick atacou Harry.


–       Quem está enterrado aqui? É alguém da família Louer? – perguntou Emily.


–       Não sei!


–       Quem sabe? Alguém nessa cidade? Existe alguém ainda dessa família?


–       Não sei de nada!


–       Fale! – mandou Rony.


–       Sou Guardião dos mausoléus das famílias bruxas apenas! Não sei nada sobre cada uma delas!


–       Escute colega estamos passando por um momento muito difícil e você não vai querer pagar pelo nosso mau humor! Quem pode nos dar alguma informação! Qualquer coisa!


–       Não posso dizer nada.


–       Então pode se acostumar a viver sem a varinha. – disse Rony colocando a varinha dentro da mochila.


O homem olhou para os lados muito nervoso; hesitou ainda alguns minutos.


–       Muito bem então! Estamos indo embora! – disse Rony puxando Emily.


–       Há um velho na cidade; ele costumava vir aqui! Ele mora perto da praça bem ao lado da igreja.


–       Leve-nos até ele.


–       Não posso.


–       É muito importante! – disse Emily também apontando varinha.


Inquieto o Guardião parecia querer retardar ao máximo a caminhada até a praça; Rony teve que empurrá-lo com força várias vezes. A casa de pedra ficava abaixo do nível da rua; parecia um buraco no chão ou como Rony pensou... um mausoléu também.


–       Imagino que você não precise bater. – disse empurrando o Guardião para frente da porta.


A casa pequena e apinhada de livros velhos fez com que Rony e Emily tivessem que andar de lado espremidos na parede. Na sala; um homem de cabelos brancos sentado numa cadeira de rodas contemplava a lareira; o ruído dos três pareceu tê-lo tirado de um transe profundo.


–       Ele fala? – perguntou Rony.


–       Não sei.


–       Senhor – disse Emily se aproximando – viemos de muito longe... o senhor conhece alguém que seja membro da família Louer?


Em resposta o velho apenas piscou.


–       Ele vive aqui sozinho? – perguntou Rony.


–       Acho que sim.


–       Onde está a varinha dele?


–       Não sei!


Com alguma dificuldade o velho se mexeu na direção de Emily e lhe estendeu a mão. Emily segurou com cuidado a mão fria e áspera. O velho a puxou com força e abriu a boca mostrando as gengivas; Rony puxou o braço dele para forçá-lo a soltá-la. O velho começou a fazer ruídos abafados e começou a se mexer na cadeira; o cobertor que cobria suas pernas escorregou. Estava descalço e Rony viu que a pele dos pés era coberta por um tipo de escama amarelada que enraizava pelas pernas.


–       O que aconteceu a ele? – perguntou.


–       Não sei... – respondeu o Guardião num tom sombrio. – Ele não pode ajudá-los! Vão embora!


–       Ele não pode viver aqui sozinho. – disse Emily nervosa limpando a mão na roupa.


–       Tem um rapaz que o ajuda; ele vem pelos menos duas vezes por dia.


–       Quero conhecê-lo. – disse Rony.


–       Não são parentes se é o que pensa. Vocês devem ir embora!


–       Qual seu nome? – perguntou Emily.


–       Não importa o meu nome.


–       Tem razão – respondeu Rony – e nem o que é obrigado a fazer. Vamos esperar por esse homem; conversaremos com ele e depois lhe devolveremos a varinha.


Quando a porta se abriu uma hora depois um rapaz loiro e magro carregando pacotes entrou e foi direto para a sala. Falou algumas palavras em francês e tirou da sacola uma túnica azul. Parou de falar quando percebeu o olhar agitado do velho. Ao se virar devagar viu Emily e Rony encostados na porta.


–       O antigo uniforme dos Observadores! – disse Emily apontando a túnica.


–       Quem são vocês?


–       Conhecidos... – respondeu Rony. – E você é...


–       Noah Marchasson. Exijo saber quem são! – disse o rapaz olhando em volta. O Guardião entrou na sala, mas se manteve de cabeça baixa.


–       Marchasson? Você é parente dos donos do jornal Monde? – perguntou Emily surpresa.


–       Meus pais são os donos.


–       Somos repórteres também; do Profeta Diário e estamos fazendo uma pesquisa sobre os Observadores!


–       Na Grã-Bretanha tínhamos os Aurores. – comentou Rony.


–       É bem interessante também. – disse o rapaz observando o casal.


–       Onde conseguiu esse uniforme? – perguntou Emily.


–       Jogado no lixo praticamente.


–       Gostaríamos de saber mais sobre esse homem. – disse Rony.


–       Como chegaram até aqui? Até ele?


–       Tivemos sorte eu acho... – respondeu Rony. – Você sabe o que o deixou com essa aparência? É alguma doença?


O tom de Rony era bem diferente de Emily que tentava ser simpática com o rapaz.


–       Ah, vocês viram... Certo! Vamos trocar informações! – disse Noah entusiasmado. – Venham ver uma coisa! Leve o Sr. Louer até a sala de leitura.


–       Eu o levo. – disse Rony fazendo cadeira flutuar a alguns centímetros do chão. O velho continuava agitado.


Os quatro entraram num cômodo escuro. Noah tirou uma pilha de livros da mochila; a maioria com títulos em francês e Rony não pode saber do que se tratavam.


–       Levei muito tempo para adquirir esses livros. – comentou Noah notando o olhar de Emily. – Devem conhecer alguns.


–       Esse é da Sra. Kessler. – apontou Emily para Rony. – Estivemos com ela em Londres.


–       Uma grande personalidade do mundo bruxo! Fiz um abaixo assinado para liberarem os livros dela; cheguei a criar uma versão da Armada Dumbledore em Beauxbatons. Não fez o mesmo sucesso da original.


Rony pensou que Noah devia tê-lo reconhecido para citar o grupo.


–       Você está pesquisando Artes das Trevas? Por quê? – perguntou.


–       É meu hobby! Escrevo para o jornal de papai sobre peças, óperas... e nas horas vagas estudo a biografia de bruxos das Trevas cujas histórias são fascinantes e completamente desconhecidas.


–       Por isso se aproximou dele?


–       Ele é Etien Louer; ele viu de tudo! Até de cair em desgraça por se envolver com Artes das Trevas ao invés de combatê-las foi o maior líder dos Observadores.


O rapaz mostrou a eles uma foto amarelada de um homem alto de cabelos e barba grisalhos. Rony passou a foto a Emily; ela reconheceu os olhos cinza como os de Patrick.


–       Messie Louer foi alvo de uma maldição.


–       Quem fez isso? – perguntou Rony.


–       Já ouviram falar de Amelie de La Motte?


–       Já – respondeu Emily – uma bruxa das Trevas que odiava trouxas.


–       Foi apenas a bruxa mais poderosa que já existiu na França! – respondeu Noah.


–       A bruxa ligada às Artes das Trevas mais cruel que já existiu na França você quer dizer.


–       Seus feitos aqui são comparados aos de Lorde Voldemort!


–       Sério? – perguntou Rony a Emily.


–       Não chegou a ser tão famosa. Ninguém sabe o que aconteceu com ela.


–       Etien Louer foi o Observador convocado a trazê-la para ser julgada, mas os dois acabaram se apaixonando; ele a ajudou a fugir para muito longe. Ficaram anos escondidos.


Noah contava a história com tanto entusiasmo que acabou deixando Rony incomodado. Notou como o Guardião evitava olhar o rapaz.


–       Lembra do que falei sobre um escândalo no Ministério francês? Sobre os Observadores? – Emily comentou com Rony. – Pode ser isso! Li a respeito no jornal de sua família!


–       Foi como cheguei até aqui. Levei anos procurando informações sobre os Louer! Mesmo o mausoléu foi difícil de achar!


–       Está dizendo que esse homem é Etien Louer? Ele devia estar naquele mausoléu! – disse Rony.


–       Tenho certeza! Amelie costumava amaldiçoar seus desafetos os transformando em aberrações! O sangue que corre nas veias desse homem é venenoso e ele tem uma resistência incrível! Ele me arranhou uma vez e passei quase um ano tratando a ferida!


–       Etien Louer! – disse Emily. – Amaldiçoado por abandonar Amelie... Faz sentido ele durar tanto tempo. Amelie era mesmo conhecida por prolongar o sofrimento de suas vitimas; ela nunca matou ninguém diretamente.


–       Eu disse tudo que sei; agora é vez de vocês! O que Rony Weasley acompanhado de outra garota que não Hermione Granger, faz aqui?


–       Por que ele está tão agitado? – perguntou Rony


–       Não está acostumado a receber tantas visitas eu acho.


–       Posso usar o toalete? – Emily pediu nervosa.


–       Fim do corredor.


–       Acompanho você. – disse Rony.


Os dois saíram de mãos dadas pelo corredor apertado.


–       Rony esse homem... o escândalo... Você viu os olhos na foto! São idênticos!


–       Essa conversa sobre Artes das Trevas como hobby não me caiu bem. – sussurrou Rony.


–       Patrick é filho uma bruxa das Trevas e um Observador! É como se Belatriz Lestrange tivesse um filho com Harry Potter.


–       Forçou Emily...


–       Conseguimos Rony! Sabemos quem Patrick é e podemos provar que ele é uma farsa!


–       Esse cara Emily só tem os olhos parecidos com os dele.


–       Você viu as marcas no velho e você mesmo atacou Patrick! Não pode ser coincidência! Pelo jeito Noah não tem idéia que seu amigo chegou a ter um filho.


–       Não toque em nada ai dentro! – disse Rony empurrando a porta.


–       Pode deixar... esse lugar é nojento!


Rony ouviu um barulho vindo da sala enquanto aguardava Emily. Voltou e viu o Sr. Louer agitado balançando na cadeira com as pernas descobertas. O Guardião estava em silêncio e muito próximo a porta. Alguma coisa dizia a Rony que o medo do Guardião não era apenas do Sr. Louer.


–       Posso ajudá-los mais se me contarem mais detalhes. – disse Noah impaciente.


–       Ele lhe contou que é Etien Louer e sobre a maldição? Como se ele não fala? Escreveu alguma coisa?


–       É arriscado colocar qualquer coisa nas mãos dele. Há alguém da família Louer na Grã Bretanha? Ele mencionou um nome e um galpão. – disse Noah apontando o Guardião.


–       Um homem – disse Rony diretamente ao Sr. Louer – com olhos iguais aos seus! Sabe de quem estou falando não é?


Em resposta teve só murmúrios.


–       O que? – disse Noah surpreso.


–       Amelie o amaldiçoou e você fez o mesmo com seu filho. – continuou Rony. – Era o único modo de atingi-la não é? Ver o filho se transformar no que ela queria apenas para você!


–       Um filho?


–       Eu mesmo o acertei; vi o sangue queimar suas roupas! Ele me separou do meu melhor amigo e da mulher que eu amo! Enganou e matou muita gente!


Etien Louer abriu a boca em murmúrios mais uma vez. Por um momento Rony sentiu pena; o olhar de Etien era de um pai como outro qualquer. Decepcionado com alguma coisa; talvez tivesse visto no menino a mesma maldade da mãe e, como Observador, sentisse remorso por abandonar sua luta contra as Artes das Trevas.


–       E você o manteve preso aqui para que ele contasse historias sobre o tempo que era Observador. Sobre Artes das Trevas. – afirmou Rony se aproximando de Noah.


–       Não se engane ele é um assassino como a mulher. – disse Noah sem o tom simpático do começo. – As historias sobre torturas e punições para bruxos ligados às Artes das Trevas são fascinantes.


–       Rony! – disse Emily de volta à sala e apontando Etien Louer.


O homem começou a tremer na cadeira; o rosto começou a se desfigurar. Rony viu pedaços de pele se soltando e caindo no chão quando ele conseguiu se levantar. O olhar de Noah era de surpresa; o rapaz sacou a varinha a tempo de se defender. O Guardião não teve a mesma sorte; Etien Louer saltou da cadeira sobre ele; um raio clareou a sala e arremessou os dois contra a parede a destruindo quase por completo. Noah caiu de costas e bateu a cabeça com força no chão. Rony puxou Emily para a rua e viram parado em frente a casa a pessoa que os ajudara.


–       Malfoy? – perguntou Rony surpreso.


–       Por que demoraram tanto?


 


–       Foi você que nos mandou aquela mensagem? – perguntou Emily.


–       Vamos antes que ele se recupere!


–       Por que eu confiaria em você Malfoy? – perguntou Rony entrando na frente de Draco. – Você e Patrick são parceiros!


–       Rompi meu trato com Patrick quando minha mãe saiu de Azkaban; depois disso entraram na cela do meu pai e lhe deram uma surra que quase o matou! Escutem... eu quero ver Patrick Rent sofrer...


Enfeitiçaram Etien Louer para que não se mexesse. Colocaram Noah e o Guardião encostados um no outro. Draco contou tudo o que fez para Patrick e tudo o que sabia; desde o feitiço lançado em Harry, as criaturas que abrigou na mansão até a morte do Guardião e de Roman Young. Foi interrompido algumas vezes pela ira de Rony.


–       Ele deu um jeito de fazer tudo parecer idéia minha. Eu assumo minha culpa, mas ele também tem que pagar! Tem capangas de Solomon vigiando nossa casa na Suíça... Tive que me disfarçar para sair; usar a varinha de uma amiga. É uma questão de tempo até encontrar vocês também! Entendam Patrick nunca, nunca nos deixará em paz!


–       Sua casa está cheia de serpentes. – comentou Emily.


–       É só um feitiço para espantar saqueadores. Eu vi vocês lá e depois li em uma coluna de fofocas que estavam juntos... entendi que alguma coisa tinha acontecido.


–       Como soube a respeito dessa cidade?


–       Rebecca quando se despediu de mim colocou um bilhete no meu bolso com o nome da cidade. Ela conviveu com Patrick e deve tê-lo ouvido comentar desse lugar e achou que fosse importante de alguma forma. Ela queria ser ver livre dele! Foi ela que fez a poção que o deixa com a aparência que tem hoje. Uma poção Polissuco extraforte! Pra ela é como fazer um suco de laranja. Enfim... mandei a mensagem para vocês...


–       O que Draco? Estava solitário aqui? – perguntou Rony sarcástico.


Draco o ignorou.


–       Estive no cemitério e encontrei o Guardião; disse quem eu era e ele me trouxe para conversar com Noah. Ele me contou sobre esse cara, mas não pude vê-lo. Noah o manteve refém aqui e nos fez o favor de arrancar todos os dentes e cortar-lhe a língua.


–       E a varinha dele?


–       Ele perdeu há muito tempo e segundo Noah é uma das coisas que ele mais queria encontrar.


Ouviram Noah acordando.


–       Vamos usar um feitiço de memória neles; fazê-los esquecer o que fizeram até agora. Aqui não há como nos rastrearem! – disse Emily.


–       Você pode fazê-lo esquecer o gosto pelas Artes das Trevas? – perguntou Rony.


–       Mesmo que eu apagasse toda sua vida você continuaria não gostando de carne enlatada.


Deixaram o Guardião no cemitério, Rony ficou com varinha dele, depois levaram Noah Marchasson ao centro da cidade; ele despertou alguns minutos depois sem nenhuma lembrança daquele dia ou dos últimos meses.


–       Vamos dar uma olhada na casa e ver se tem algum diário ou alguma coisa que nos ajude. – sugeriu Emily.


Reviraram a casa a procura de documentos, mas não acharam nada de relevante.


–       Não podemos provar que o Sr. Escamoso aqui e Patrick estão ligados só porque têm os olhos cinza. – disse Rony. – Patrick se safaria de algum jeito...


–       Verdade – concordou Draco – Solomon arrumou alguém no Ministério para dar um jeito na ficha de Patrick. Ele tem tudo limpo: brasão da família, lugar onde nasceu...


–       Só o nome que ele forçou. – comentou Emily.


–       Além disso, esse cara quase nem parece mais um ser humano. – disse Draco passando por cima de Etien Louer. – O Sr. Escamoso não nos serve mais!


–       Vamos levá-lo conosco. – disse Rony.


–       O que? – perguntou Draco espantado.


–       Eu concordo. – disse Emily. Messie Louer pode nos ajudar a entender melhor o que Patrick é ou que se tornou.


–       E ele ainda é quase um ser humano Draco.  


–       Que devia estar enterrado e bem enterrado. – exclamou Draco. – Weasley esse cara vai nos trazer mais problemas!


–       Você nos trouxe até aqui Draco! Quer nossa ajuda ou não?


–       Ok, mas o que realmente podemos fazer com essa coisa agora?


–       Sr. Escamoso... – disse Rony cruzando os braços.


–       Draco... – Emily disse gentilmente – por acaso sua casa na Suíça é grande?


 

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