Afinal, a culpa é de quem?
Capítulo 3 – Afinal, a culpa é de quem?
James desceu da vassoura e assistiu Lucius Malfoy ser carregado pelo time da Sonserina, enquanto a torcida verde-prata vibrava empolgada com a vitória. Sentiu o estômago pesar, uma vontade imensa de cavar um buraco e ficar ali, escondido, para sempre. Não sabia o que doía mais: ter que raspar o cabelo ou perder para Malfoy. Não gostava de perder, ou melhor, detestava perder! Viu os Marauders, Lily e Marlene se aproximando.
A ruiva se aproximou e lhe deu um abraço de solidariedade.
– James! Ah James, eu sinto muito por ter perdido. Por que não me escutou? – disse pesarosa.
Isso fez Potter sentir-se um pouquinho melhor. Olhou para os amigos: Peter estava quase chorando, exagerado como sempre, os olhinhos miúdos e apertados fitando James. Remus, sempre sensato, o olhava preocupado, mas sem dúvida, a feição mais estranha era de Sirius. O amigo tinha o olhar perdido, não expressava nenhuma reação à derrota da Grifinória.
– Bom, vou voltar para o castelo. Vamos, Lene. – disse a ruiva apressada. – Vejo vocês mais tarde.
Potter assistiu as duas meninas desaparecerem de vista e virou-se para Sirius.
– Você viu? Viu o que aconteceu? – falou desesperado. – Eu perdi!
– É, eu vi. – respondeu Sirius, ainda com a mesma cara.
– Sirius, eu vou PERDER MEU CABELO! Você entende a gravidade da situação?
– Eu sei.
– Então por que tá aí com essa cara? – perguntou indignado.
Sirius simplesmente saiu andando em direção ao castelo deixando o amigo sem entender nada.
– Por Merlin, o que deu nele? – questionou aos outros garotos.
– Não liga, Prongs. Sirius tá se culpando por você ter perdido.
Como assim? James não estava entendendo nada. Sirius não tinha nada a ver, ele que tinha apostado!
Remus, entendendo as dúvidas do amigo, explicou:
– Padfoot está se culpando por ter te incentivado a apostar e a cumprir a aposta. Ah, ele também tá bravo por ter sido o Regulus a te acertar com o balaço. – ao ver que o amigo continuava confuso, acrescentou: – Olha, vamos voltar para o castelo, deixa ele esfriar a cabeça. E James, só pra não perder o hábito: eu avisei.
James riu. Mas mesmo assim não esquecera a aposta que cumpriria em breve e nem do que Remus havia dito sobre Sirius.
O resto do dia foi absolutamente monótono. Os Marauders o passaram no quarto. James brincou um pouco com seu pomo, não estava com ânimo para mais nada. Remus teve tempo para terminar sua leitura de "Como conviver com a licantropia" e Peter dormiu a tarde toda. Sirius ficou sentado, na mesma posição, com a mesma cara de depois do jogo e sem dizer uma palavra. Parecia estar em outro mundo. Aquilo já estava irritando James, que pensara em arremessar o pomo em Padfoot para ver se o amigo acordava de seu transe maluco.
O jantar não foi muito diferente. Lupin tentou animar os amigos, mas Sirius parecia sugar toda aquela alegria, tornando o ambiente cada vez mais pesado. "Isso é insuportável!" pensou James."Já não basta ter perdido o jogo e a aposta, ainda tenho que ficar aturando o mau humor do Sirius? Quem devia estar de mau humor sou eu!"
Quando se levantaram para voltar ao Salão Comunal da Grifinória, Sirius foi, a passos largos, se distanciando do grupo.
– Agora já chega. – disse James, irritado. – Sirius, volta aqui e deixa de palhaçada.
Potter saiu correndo atrás do amigo, mesmo aos protestos de Lupin e Pettigrew. Sirius começou a correr, fazendo um caminho diferente do habitual, tentando despistar Prongs.
– Padfoot, quer parar de correr?
Mas o amigo já tinha desaparecido de vista. James logo virou-se para voltar e encontrar Moony e Wormtail, mas ouviu a armadura do corredor de trás fazer barulho. Ao olhar para trás, deparou-se com Malfoy, McNair e Regulus Black encarando-o.
– Ora, ora… encontramos o perdedor. – disse Malfoy, debochado.
– Gostou do meu balaço, Potter? – perguntou o Black mais novo, com um sorriso vitorioso no rosto.
– Saiam da frente. – disse James, tentando passar, mas foi barrado pela mão de Malfoy.
– Não, não, não. Onde pensa que vai, Potter? Esqueceu do nosso trato? –perguntou o loiro.
– Não. – Jamesdisse, ainda tentando passar.
– E o que está esperando para cumpri-lo? – disse Malfoy. – Eu vou ser bem claro, Potter. Me encontre amanhã, às19 horas, na frente da escada principal que dá para as masmorras e cumpra seu trato. Se não for, vamos te catar na sua toca.
Após dado o recado, Lucius e seus capangas seguiram seu caminho, deixando James livre para voltar ao Salão Comunal da Grifinória. Ao passar pela Mulher Gorda, encontrou a sala praticamente vazia, exceto por Remus e Peter, que estavam sentados perto da lareira.
– Ah, você voltou! – disse Pettigrew empolgado.
– O que aconteceu, Prongs? – perguntou Lupin.
Ainda em pé, ligeiramente impaciente e querendo falar logo com Sirius, Potter respondeu:
– Malfoy. – Peter fez uma cara de espanto. – Me parou no caminho para falar da aposta, na hora que fui atrás de Sirius.
– Sobre isso… –começou Lupin, um tanto receoso.
– Ele já tá enchendo o saco! – James explodiu. – Chega, sabe. Ele tem que entender que não tem culpa de nada.
Respirou fundo e continuou.
– Olha Moony, ele sempre teve essa mania de se culpar por tudo. Ele se faz de forte, mas é inseguro, você sabe.
– Ele está lá em cima. – disse Lupin derrotado.
James subiu correndo as escadas e logo abriu a porta do dormitório masculino, sem mesmo bater.
-Temos que conversar.
Sirius, que estava sentado em uma cadeira perto da janela olhando para o nada, respondeu:
– Não, não temos.
– Sirius, quer parar com isso? – suplicou. – Por favor?
Vendo que o amigo não respondia, continuou:
– Olha cara, não foi sua culpa, está bem? A culpa foi minha, eu que apostei aquilo com o Malfoy. E além disso…
– Não é isso, não é esse o problema. – cortou Sirius, surpreendendo James. – Regulus é o problema! Ele sempre estraga tudo.
James logo se lembrou da aversão entre os irmãos Black. Sirius, por ser grifinório, sempre foi motivo de desprezo e vergonha para seus pais, que estavam sempre o comparando com seu irmão mais novo, Regulus, filho prodígio, sonserino, sempre ligado às Artes das Trevas. Apesar de se fazer de durão, Sirius sempre se sentira inseguro em relação à sua família, e com razão.
– Olha, o balaço do seu irmão não foi nada, eu…
Sirius o olhou indignado.
– Não foi nada? COMO NÃO FOI NADA, JAMES, FOI TUDO! – gritou, perdendo a cabeça – Foi por isso que você perdeu, foi por isso que você vai ter que raspar o cabelo e é por isso que Lily nunca vai querer ficar com você!
– Não é bem assim.
– Você que disse.
– Eu me exaltei.
Sirius riu, parecia ter se acalmado um pouco.
– Padfoot, não se culpe pelo que Regulus faz ou deixa de fazer. Você não é e nem nunca será o culpado pelos erros que ele comete. – falou James. – Você é meu melhor amigo e um grande bruxo. – e terminando a frase, abraçou forte Sirius, que logo retribuiu.
– E aí? O que deu? – perguntou Sirius, desfazendo-se do abraço.
– Encontrei Malfoy e McNair no corredor – disse, preferindo não mencionar que encontrara Regulus também. – Me disseram para encontrá-los amanhã às 19 horas ao pé da escada que dá para as masmorras, para cumprir o trato.
– Bom, vamos com você. – disse Padfoot decidido. – Afinal, amigos são pra isso, né?
– Não, Sirius. Marauders são pra isso. – disse sorrindo, feliz por ter seu velho amigo de volta.
Oi, pessoal, desculpem a demora, estava muito ocupada com a escola. Sei que disse que esse seria o último capítulo mas não deu, surgiu a ideia desse desentendimento do James com o Sirius e o final vai ficar pro quarto capítulo.
Obrigada por lerem e não percam o final da fic. Será que James vai mesmo raspar o cabelo ou dar um jeito de escapar do Malfoy?
Desculpem pela demora mais uma vez e não deixem de comentar o que estão achando! Isso é MUITO importante pra mim. =D
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!