Almofadinhas



Passei um ano sem contato com o castelo. A vida voltou a calma normal: acorda, trabalha, chega em casa, dorme. Ok, a calma me irrita. Irrita de verdade. Mas tudo bem! Eu dou conta. Agora, o problema maior é que todos no ministério estão malucos. Ou melhor, Fudge está maluco. Vou explicar: Harry, ano passado entrou, por algum milagre, no torneio tribruxo. Na terceira tarefa, ele diz ter encontrado Voldemort, lutado com ele e que o cara de cobra matou o filho dos Diggory. E agora, como Dumbledore diz que é verdade, o ministro acha que Harry está louco e que Dumbledore só quer causar problemas.
 Eu estou preocupada com Harry. Por que, bem... Ou ele enfrentou o maior bruxo das trevas de séculos, ou está ficando maluco. Por favor, que ele esteja maluco... Que lindo... Desejando que o filho de meus melhores amigos esteja louco...
 Bem, era de tardinha. Eu havia voltado do trabalho à uma hora. Estava lendo uma carta que Amos Diggory me enviou. Antes que você me censure, eu tinha enviado uma carta para ele antes, dizendo que dei aula para seu filho, que ele era um garoto adorável e que eu sentia muito por sua morte. Por isso, eu fui educada, só isso. Pare de me censurar! Mandei parar! Isso! Muito bem leitor, muito bem! Tá parei!
 Bem enquanto eu lia a carta, uma coruja das torres entrou voando pela janela. Eu peguei a carta que ela tinha amarrada a perna e ela saiu voando, demonstrando que não esperava resposta. Eu abri a carta, curiosa e comecei a ler o conteúdo escrito com uma letra fina e inclinada:

 


Wpmefnpsu wpmupv. B psefn ftub tf sfvojocp. Nbjt bcbjyp ftub p foefsfdp ef vn ept nfncspt kb bwjtbept. Fmf jsb uf fyqmjdbs uvep.


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 Para a maioria das pessoas, a carta era somente um bando de letras escolhidas aleatoriamente e escritas num pedaço de pergaminho. Mas eu sabia que não. Havia um código ali. Um código simples usado na época da Ordem. É fácil: cada letra é substituída pela que vem depois. Peguei um pergaminho, uma pena e tinta. Comecei a resolver o enigma. Depois de dez minutos, a carta estava na forma normal:

 


Voldemort voltou. A ordem esta se reunindo. Mais abaixo está o endereço de um dos membros já avisados. Ele irá te explicar tudo.


                                                                                          Alvo Dumbledore

 
Ok. O cara voltou. O cara voltou. Com licença, eu vou trancar as janelas rapidinho... Pronto. Tá... Respira. Respira. Como ele pode voltar?! Tá, eu sabia que isso iria acontecer algum dia... Mas eu imaginei que sei lá... Meus filhos lutariam contra ele não eu! Que filhos, Giucci? Tá, não me deprimi se não eu te meto a porrada voz do inferno! Só sendo realista... Ignorando a voz que me amaldiçoa, eu li a carta novamente. Agora eu vi que no final, tinha um endereço e o horário que eu deveria aparecer por lá. Amanhã... Lá pelas sete da noite... Bem Dumbledore... Estarei lá.

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 Sete horas do dia seguinte. Eu andava por uma rua larga no centro de Londres. 32... 32... Cadê o...
Achei! Parei na frente da casa. Ela me parecia familiar de algum lugar... Eu já estive ali... tenho certeza... Tirei o capuz de minha capa. Vai ver achavam que eu era um comensal só pelo fato de estar de capuz? Guardei o pergaminho em que eu tinha resolvido a carta no bolso. Andei até a casa e bati na porta.
 Alguns momentos depois, a porta se abriu. E eu engasguei.
- J-Julieta?
- R-Remo... - Eu disse me lembrando da última vez que estive nessa casa, a vez em que brigamos - Hãã... Ordem.
- Sim é claro! - Ele disse dando um tapa na própria cabeça
- Esqueceu? - Eu sorri
- Não... Eu... É... eu esqueci. - Ele admitiu de cabeça baixa. Eu sorri - Você espera um minutinho? - Perguntou aflitamente
- Hãã... claro. - Respondi
 Ele fechou a porta. Fiquei esperando alguns momentos, não foi mais que um minuto. Ai ele abriu a porta e se afastou dela
- Entre.
 Entrei na sala de estar simples dele. Ele fechou a porta e me indicou o sofá. Eu me sentei olhando em volta. Eu me lembrava vagamente dela. Foi lá onde nós dois discutimos. Balancei a cabeça para tirar as imagens da minha cabeça. Me virei para Remo. Ele sentou e sorriu.
- Bem, suponho que Dumbledore não tenha dito muito coisa. - Ele começou
- Não. Na verdade, eu acho que ele anda omitindo muita coisa de mim desde que falei para ele que iria sair de Hogwarts.
- Julieta. O que você sabe sobre aquele dia em que eu me esqueci de tomar a poção? - Ele perguntou franzindo as sobrancelhas
- Sei que Black invadiu... Que Harry, Rony e Hermione estavam lá... Que você e Snape foram lá ver o que estava acontecendo... E que no final você se transformou, Snape não estava consciente por algum motivo, Black eu imagino; e que os meninos foram atacados por dementadores.
 Remo mordeu o lábio inferior e franziu ainda mais as sobrancelhas, fazendo uma cara pensativa.
- Você sabe alguma coisa sobre o torneio tribruxo do ano passado? - Perguntou
- Bem, o que eu entendi foi que Harry foi inscrito e na terceira tarefa ele diz que encontrou o cara de cobra, que lutou com ele e que Cedrico Diggory foi assassinado por ele. O ministério acha que ele está doidinho. Eu estava torcendo para que estivesse, mas pelo visto...
- Julieta. Eu vou te explicar o que aconteceu no torneio tribruxo. Presta atenção, ok? - Ele pediu - Harry não se inscreveu. Ele nunca quis participar disso. Um comensal da morte, disfarçado de Olho-Tonto com a poção polissuco, o inscreveu. Harry, ao tocar a taça tribruxo junto com Diggory, foi levado até um cemitério. Essa ai é a parte que ele não explicou direito a ninguém, por causa do choque. Ele viu Cedrico sendo morto na frente dele. Viu Ra... um comensal trazendo Voldemort de volta a vida e depois duelou com ele. Por algum milagre ele conseguiu pegar a taça, que era uma chave de portal, e voltar para Hogwarts com o corpo de Cedrico.
 Eu estava chocada com a história. Não sabia que era algo tão sério assim. Mas minha atenção foi desviada por um momento. No canto, na brecha de uma porta entreaberta, um par de olhos azuis claros me encaravam.
- Remo... - Eu disse devagar - Olha nos meus olhos e diz que aqueles olhos azuis me encarando não pertencem a Sirius Black.
 Remo pareceu desconfortável com o pedido.
- O-Olhos? - Ele engasgou - N-Não tem ninguém aqui além da gente J-Julieta
- Remo, eu sei quando você mente. Me fala se aqueles olhos são dele. – Pressionei
- E mais uma vez você demonstra ser muito inteligente, Giucci. - Sirius Black disse, saindo da porta em que eu vi seus olhos momentos antes
 Eu olhei para ele. Olhei para Remo. Me levantei nervosa.
- Já entendi tudo. Vou embora. - Disse tentando manter a calma
- Julieta, calma. Você não entendeu nada. - Remo disse nervoso se levantando e segurando meu braço
- FIQUE LONGE DE MIM! - Exclamei retirando meu braço de seu alcance - VOCÊS ESTAVAM JUNTOS NISSO? DEPOIS DE TUDO QUE ME ACUSOU NAQUELE DIA?
 Remo ficou sem expressão.
- Julieta, não tome decisões precipitadas - Pediu
- NÃO? CLARO! COMO NÃO TIRAR? UM ASSASSINO TRAIDOR JUNTO COM O HOMEM QUE EU JÁ AMEI! LINDO NÃO? HAHAHA, EU NÃO TO ACHANDO GRAÇA NENHUMA! VOCÊS ESTAVAM JUNTOS EM TUDO DEPOIS DE... ARGH QUE RAIVA!- Gritei
- De todas as pessoas... Você era a única que eu achei que não iria acreditar no mais provável, Giucci. - Black disse baixo
- Eu vou para o ministério. - Eu pensei alto andando até a porta - Vou chamar os aurores, vou prender vocês, mandar vocês dois para Azkaban... Adeus!
 Mas meu corpo parou por um momento. Um feitiço tipo Impedimenta lançado por Black.
- Você vai voltar aqui agora.
- Para você me matar? Para vocês me matarem?! - Eu perguntei nervosa - NÃO OBRIGADA! EU NÃO VOU IR AI PARA SER MORTA PELO MEU EX MELHOR AMIGO E MEU EX NAMORADO! EU PREFIRO MANDAR VOCÊ DE VOLTA PARA AZKABAN, BLACK! O LUGAR TE MERECE! TÃO DESPRESÍVEL QUANTO!
- Julieta, pare de gritar... Eu tenho visinhos trouxas e eles vão ouvir... - Remo pediu baixo e desesperado
- EU NÃO VOU PARAR DE GRITAR! TRAIDORES! IMUNDOS! - Gritei completamente nervosa
 Nesse momento Remo me segurou com força e me beijou, eu imagino, numa tentativa de me fazer calar a boca. Eu dei um tapa com muita força na cara dele.
- AI! Você me bateu! - Ele exclamou indignado
- Bati e vou bater de novo! - Eu disse dando outro tapa nele
- Ai! Para com isso! - Ele exclamou. Eu olhei para o lado, Sirius ria baixinho
- TÁ RINDO DE QUE?! - Gritei indignada. Ele calou a boca no mesmo momento - Eu vou embora - Disse me preparando para aparatar
 Mas Remo segurou meu punho com força e me puxou para o sofá. Ele me sentou e pôs sua mão em minha boca com firmeza. Eu batia e tentava gritar, mas ele era mais forte do que eu.
- Fica calma que nós vamos te explicar tudo.- Ele disse como alguém que ensina para uma criancinha que comer areia é errado
 Eu parei de me debater. Uma lágrima teimosa escorreu por meu rosto. Remo fez uma expressão aflita
- Te machuquei? - Ele perguntou preocupado
 Balancei a cabeça negativamente
- Bom... - Ele disse retomando a compostura - Julieta, me dá sua varinha
 Balancei a cabeça negativamente de novo
- Julieta, nós queremos ter uma conversa civilizada, e não com medo de você nos azarar ou aparatar a qualquer momento e volte com um exército de aurores. - Remo insistiu - Me dá sua varinha, ou a gente vai ter que tomá-la de você.
 Peguei minha varinha de má vontade e a estendi para ele. Ele pegou e a guardou no bolso. Droga! Eu podia ter cansado algum feitiço não verbal! Burra, burra, burra! Agora você vai morrer Giucci! Booooa!
 Remo ficou me olhando enquanto eu respirava ruidosamente, tentando manter a calma. Então ele afrouxou a mão e soltou. Eu abri a boca e mexi os maxilares doloridos. Merlin, ele é mais forte do que parece...
- Podemos conversar? - Ele perguntou
- Ta bem. - Respondi de má vontade enquanto cruzava os braços
 Ele andou até uma poltrona, se sentou. Eu virei para olhar Sirius. Ele me olhou e deu um sorriso amarelo.
- Digam o que tem que ser. - Eu disse - Vou morrer de qualquer jeito...
- Primeiro, a gente não vai te matar. - Sirius disse impaciente - Você é minha amiga Giucci! E o cara aqui é completamente apaixonado por você! Você realmente acha que a gente iria te matar?
 Eu fiquei confusa. Amiga? Apaixonado? Ahammm, conta outra. Eu já sei o meu destino e eles ainda tentam me enganar... Gente estúpida!
- Bem... Sirius, eu acho melhor que você ficasse calado. - Remo disse ameaçadoramente para o amigo - Julieta, para começar Sirius não traiu os Potters. - Ele explicou - Eles mudaram o fiel do segredo no último momento. Pedro era o fiel do segredo - Ele completou cheio de amargura


- Pedro Pettigrew? – Eu perguntei incrédula – Rabicho? O pequeno e gordinho? – Eles assentiram – Olha, se vão me matar ou quaisquer outras coisas podem fazer, mas não cutuquem minha feridas está bem? – Eu disse friamente – Pedro está morto. Você o mato – Acrescentei olhando para Sirius – E além do mais, Lily e James eram demasiado inteligentes para botar o seu segredo em alguém...


- Eu queria tê-lo matado... – Sirius resmungou – Giucci, olha aqui: Você não vê como era o plano perfeito? – Sirius explicou – Todos viriam atrás de mim, pensando que eu era o fiel do segredo. Ninguém imaginaria que os Potters escolheriam alguém fraco e sem talento como Rabicho para ser sua fiel. Era genial! Eu me esconderia, ele se esconderia... Era simplesmente brilhante – Seus olhos brilharam – Mas ao fazer isso, nós entregamos os Potters ao traidor. Pedro era o traidor. Ele entregou James e Lily à Voldemort.


 Pensei por um momento. Isso era realmente confuso. Fazia sentido, mas era confuso.


- Continue. – Pedi cordialmente


- Bem,  uma vez eu fui visitar o casal e vi o que tinha acontecido... – Sirius continuou numa voz sofrida – Vi o copo de meu irmão... de minha cunhada riuva... – Ele deu um sorriso triste – Peguei Harry do meio dos entulhos e fui levá-lo para casa. Então Hagrid chegou dizendo que Dumbledore iria mandá-lo para a casa da tia. Eu neguei, por que todos nós sabemos que aquela mulher é uma velha gárgula, mas eram ordens de Dumbledore, então eu permiti, e dei à Hagrid a minha moto. Aquela que voa sabe? – Ele perguntou. Eu assenti – Então percebi o que Rabicho tinha feito e fui atrás dele. Quando o encurralei, ele gritou para todos que eu tinha matado James e Lily, cortou um dedo, explodiu a rua e se transformou. Depois correu para o bueiro com os outros ratos e me deixou lá.


- Ai você começou a rir. – Eu disse raivosa - Por quê?


- Eu não sei... A ironia de ter sido enganado por um... rato desprezível daqueles... Eu comecei a rir. Simplesmente. E eu realmente não entendo isso, mesmo. – Ele disse pensativo


 Então os dois homens me encararam. Eu pensei. A história fazia sentido até demais. Não dava para não ser falsa, mas... Eu não sei, como eles puderam ter mudado o fiel sem me avisar?!


- Se vocês estão falando a verdade, por que não me disseram que haviam mudado o fiel do segredo? - Indaguei


- Não disseram para mim também. Eles não contaram para ninguém. – Remo explicou – Era mais seguro se poucas pessoas soubessem, e já eram quatro...


 Fiquei calada por u momento. Outras lágrimas caíram de meus olhos. Era tão absurdo... mas tão sincro a forma com que me falavam... E se realmente...


- Estão dizendo a verdade? – Perguntei nervosa. Eles assentiram


- Julieta você tá legal? – Remo perguntou preocupado – Você tá tremendo


 Eu não estava bem, me sentia tonta, com vontade de chorar, gritar, estava tudo muito confuso. Mais lágrimas saíram de meus olhos. Remo se levantou e se sentou no sofá ao meu lado. Ele pousou a mão sobre meu ombro.


- Tá realmente tudo bem, Julieta? Por que não parece... – Ele insistiu


 Ai em cai aos prantos em seu ombro. Ele ficou acariciando minha cabeça dizendo que iria ficar tudo bem e outras coisas do tipo. Por que eu estou chorando? Muita coisa para digerir, muito ódio enviado para a pessoa errada, muito sofrimento a toa.


 Recuperei o fôlego e olhei para Remo. Passei a mão de leve por seu rosto, na área em que eu tinha dado dois tapas nele há pouco tempo.


- Desculpa ter te batido. Você não merecia. – Eu disse baixinho


- Tudo bem. – Ele sorriu serenamente


 Então me virei para Sirius, que sorria levemente ao nos observar.


- Então todas as coisas horríveis que eu te disse foram a toa? – Perguntei. Ele assentiu – Levanta. – Pedi


 Ele estranhou e obedeceu. Eu me levantei e abracei ele com força. Ele retribuiu.


- Me desculpa por tudo que eu disse Sirius. – Eu pedi enquanto mais duas lágrimas saltavam dos meus olhos emocionados


- Claro Giucci. – Ele respondeu alegremente


- Eu senti a sua falta Almofadinhas. – Eu disse rindo


- Também raposinha – Ele riu me largando


- Você não tem o direito de me chamar assim! – Eu disse fazendo biquinho e cruzando os braços como uma criança fazendo birra


- Aé... Esqueci que isso é direito autoral do Aluado – Ele debochou. Eu e Remo coramos


- Olha aqui Sirius, você teve desconto por que eu to meio emotiva hoje, mas da próxima vez que brincar com isso, eu não vou hesitar em te dar um tapa – Ameacei


- Caramba! A gente não se fala direito há doze anos e ela já quer me bater! A vida é tão justa com a minha pessoa que vocês nem imaginam... – Sirius reclamou se sentando na poltrona


- Pare de reclamar seu cão sarnento! – Eu ri me sentando novamente no sofá


- Meu deus vocês discutem como se ainda tivessem dezesseis anos... – Remo comentou


- Ele ainda tem a mente de um garoto de dezesseis anos, eu só mudo o personagem para não ficar desigual – Eu comentei dando os ombros


- EI! – Sirius exclamou indignado


 Eu e Remo rimos.


- Sirius, como você fugiu de Azkaban? – Perguntei de repente


- Olha Giucci, eu vou ser sincero com você. Eu não sei. – Sirius disse pensativo – Eu me transformava na cela, assim os dementadores me afetavam menos. Eles sentiam meus pensamentos se tornarem menos humanos e se concentravam mais em outros presos. Até que um dia foram abrir a porta para me dar a comida e eu saí na forma de cachorro.


- Mas então você sabe como saiu. – Eu falei


- Bem, eu sei o que eu fiz, mas não entendo como consegui, entende? Eu estava muito fraco e magro... não sei como consegui nadar aquilo tudo... – Ele continuou


- E... Sirius... Era você aquele cachorro na orla da floresta, né? – Perguntei meio tímida


- Era. – Ele respondeu


- Muito bem, agora vocês DOIS vão me explicar o que aconteceu na noite em que você esqueceu de tomar a poção. – Eu disse para Remo– Dumbledore omitiu muitos fatos de mim e eu quero saber de tudinho!


- E aquela depressão saiu voando, certo? – Remo provocou


- Eu ganhei um amigo de volta! Não tenho motivos para ficar deprimida! – Eu ri – Anda, conta logo!


 Então eles começaram a narrar o acontecimento. Eu não vou ser muito detalhista, vamos ver... Harry, Rony e Hermione tinha ido ver Hagrid. Na volta, Sirius tinha, na forma animal, arrastado Rony até o Salgueiro Lutador. Harry e Hermione, é claro, foram atrás. Remo, na sua sala, viu, com o mapa do maroto, a cena inteira. Ele foi até o salgueiro assim que viu os pontinhos desaparecerem. Conversa, conversa. No final, Perebas, o rato de Rony era Pettigrew, havia um Snape desacordado no chão e Remo se transformou. Sirius tentou proteger os meninos sob sua forma animaga, mas Remo era muito mais forte e conseguiu lançá-lo para longe. Então os dementadores, Harry e Hermione acharam Sirius, e já que eles já estavam autorizados a dar o beijo... foi uma parada feia. Mas alguém lançou um pratono poderoso que afastou eles. Ai tem uma história maluca de um vira tempo... e no final foi Harry que mandou o patrono foi o Harry. Um cervo... como o pai.


- História confusa hein? – Perguntei sorrindo. Então um pequeno detalhe me deu vontade de explodir – Eu vou matar Rabicho.


- Nós bem que tentamos, mas ele está sobre proteção de Voldemort – Sirius reclamou


- É... você deve estar com mais raiva dele do que eu, hein? Doze anos em Azkaban... – Comentei


- ÉÉ... – Ele disse pensativamente – Mas agora é a sua vez de contar uma história, Giucci. O que você andou tramando? Por que eu soube que vocês dois terminaram e eu fiquei puto com isso. – Ele comentou sério


- Ahhh Sirius... eu fiquei afastada de tudo e todos. Só saia para ver meus pais e meus primos... Só trabalho. E depois da guerra... ser uma auror é beeeem chato.


- Tá, agora me explica por que você não é a senhora Lupin. – Ele pediu


- Sirius... – Remo tentou intervir


- Calado! Você já teve a sua explicação! Fala Giucci! – Sirius interviu


- Argh Sirius! Você é muito intrometido sabia?! – Eu reclamei


- Sabia, agora me fala! – Ele insistiu. Eu fiz que não com a cabeça – Poxa Giucci! Você não disse que eu tinha crédito com você? – Ele adicionou com um sorriso maroto


- Ta bem! – Eu desisti – Remo pensou que eu era sua cúmplice. Mas ele estava muito confuso com tudo, muito... transtornado. Então eu fui embora e pedi para ele me escrever quando ajeitasse as coisas na cabeça...


- E pelo visto ele nunca mandou nada. – Sirius comentou fazendo Remo corar


- Remo, eu não ligo, não se preocupe tanto com coisas assim – Eu disse sorrindo para ele


 Ele deu um sorriso nada convincente. Eu deixei por isso mesmo.


- Ai a gente só se voltou a falar em Hogwarts, esclarecemos tudo...


- Deram uns amassos e foram embora. – Sirius completou. Nós coramos fortemente e olhamos para ele acusadores – Que? Eu leio jornal, sabiam?


- Então é por isso que todo mundo lá no quartel fica cochichando quando me vêem! – Eu pensei alto com uma cara de retardada


- Giucci, você acabou de admititr que estava mesmo dando uns amassos com o Aluado. Você está ciente disso, não? – Sirius riu


- Afff Sirius, vá a merda! – Eu bronqueei – O Profeta deve ter dito tudo que você quer saber! Mas eu fiquei muito feliz em voltar para a minha segunda casa!


 Sirius pareceu pensativo. Eu olhei as horas por um momento. Eu já estava aqui a duas... Uau. O tempo passa rápido quando se está com os amigos, não?


- O LARGO! – Sirius gritou de repente


- MEU MERLIN SIRIUS! – Remo exclamou – Quer me matar do coração?!


- O largo Grimmauld 12, Aluado! – Sirius exclamou com o rosto radiante – Pode ser a sede!


- Perfeito! Lá é bem grande, vai caber todo mundo! – Remo exclamou com o rosto se iluminando também – Genial!


- Eu sou genial meu caro. – Sirius brincou – Só acho que vai precisar de uma boa faxina... desde que minha mãe morreu... é deve estar imunda...


- Vocês podem me explicar o que estão dizendo? – Eu perguntei confusa


- O largo Grimmauld é a antiga casa do Sirius, antes dele fugir para a casa de James. Eu já estive lá uma vez, quando os pais de Sirius viajavam... Eu realmente duvido que iriam me deixar entrar se estivessem presentes... Mas bem, é um lugar perfeito! Tem vários quartos, uma cozinha enorme... é literalmente enorme! – Remo explicou


- Muito bem Sirius! – Eu elogiei enquanto ele fingia que corava – Então, agora...


- Agora nós precisamos avisar Dumbledore, habitar o local, reunir geral lá e pronto! – Sirius disse satisfeito – Eu sou um gênio...


- Então  eu já vou indo. Já resolvemos tudo... E já está ficando tarde, não quero bancar aquela visita chata que nunca vai embora... – Eu disse me levantando


- Giucci, francamente, eu acho que o Aluado iria ficar encantado se você passasse a noite aqui, mas to só falando... – Sirius comentou se levantando


- Posso? – Perguntei para Remo, que também se levantava


- Vá em frente. – Ele sorriu


 Dei um tapa em Sirius


- AI! Vocês são cruéis! E você tem que parar de bater nas pessoas Giucci! – Sirius reclamou andando até a porta


 Os dois se postaram ao lado da porta aberta. Remo estava mais perto dela, então fui me despedir primeiro de Sirius.


- Tchau Sirius – Eu disse abraçando meu amigo. Ebtão eu larguei ele e o olhei. Merlin ele está horrível. Ajeitei seus cabelos por um momento então lamentei – É uma pena... você era o mais bonito do grupo... Bom, fazer o que...


- Está me chamando de feio?! – Sirius perguntou


- Não, estou te chamando de acabado. – Eu ri. Então fiz um movimento com os olhos para ele. Olho para Remo, para ele, para a sala. Ele demorou um pouco, mas entendeu. Virou o rosto e começou a olhar para a sala.


- Bem, tchau Remo – Eu sorri me virando para ele, que sorria.
Então me aproximei devagar e o beijei de leve nos lábios. Então me afastei, sorri timidamente e saí da casa.  Pus o capuz de minha capa e aparatei para minha casa.

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