Lembranças
-Quer namorar comigo raposinha?
- É claro lobo mau.
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- Você o ajudou. Eu ouvi vocês conversando, Julieta. Eu sei de tudo.
- Remo do que está falando?! Eu não sou um monstro como ele!
- É SIM! VOCÊ O AJUDOU! VOCÊ TAMBÉM TRAIU JAMES E LILY!
- EU NUNCA TRAIRIA MEUS MELHORES AMIGOS, REMO! OQUE TE FAZ PENSAR QUE EU FARIA ISSO?!
- EU OUVI VOCÊS FALANDO DOS POTTERS NUM CANTO DA SEDE E DOIS DIAS DEPOIS ELES ESTÃO MORTOS! OQUE QUER QUE EU PENSE? QUE ESTAVAM ORGANIZANDO UM CHÁ?! EU NÃO SOU TÃO BURRO QUANTO PAREÇO GIUCCI, NÃO SOU.
-VOCÊ? BURRO? PELO AMOR DE MERLIM REMO!VOCÊ SÓ ESTÁ SENDO BURRO AGORA! EU... NÓS... REMO EU NUNCA FARIA ISSO! E VOCÊ SABE MUITO BEM! VOCÊ ME CONHECE MELHOR QUE NINGUÉM E SABE QUE EU NUNCA FARIA ISSO!
-E pensar que eu ainda ia te pedir em casamento... Vá embora Giucci. Não quero ver sua cara nunca mais.
- REMO!
- Não insista.
- Mas... Eu te amo Remo! E eu sei que você também me ama! E eu não...
- Teremos que conviver com isso, Julieta. Eu não quero usar força bruta contra você, vá embora da minha casa agora.
- VOCÊ ESTÁ CONFUSO! A morte dos seus amigos, a traição... EU TAMBÉM ESTOU CONFUSA REMO. Eu vou embora se é isso que você quer. Me mande uma coruja quando organizar suas idéias.
Uma mulher alta e morena saiu na casa de cabeça baixa. Lágrimas riscando o belo rosto e enquanto soluça. Ela olhou para trás, para a casa do amado. Ele a olhava pela porta aberta, punhos fechados de raiva e lágrimas de ódio, rancor e mágoa cobrindo o rosto. A mulher girou o corpo e aparatou para a casa dos pais, onde iria mais tarde receber a noticia do torturamento de uma de suas melhores amigas.
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- Vocês prometem nunca me abandonar?
- Nunca.
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Lembranças... ahhh lembranças... Como eu queria que vocês simplesmente sumissem e parassem de me torturar. Mas elas não paravam de vir à tona desde que meu chefe disse para o esquadrão dos aurores esta manhã:
- Black fugiu de Azkaban.
Sirius Black... Como um simples nome pode trazer tanta dor?! Tanto sofrimento? Um de meus melhores amigos de infância novamente nas ruas... Ou melhor, um assassino louco novamente nas ruas...
- Giucci, você ta bem? Parece que viu um fantasma!
- To sim, Tonks... Não se preocupe.
- Tem certeza?- A jovem auror com rosto em formato de coração e cabelos, hoje, rosa - chiclete perguntou
- Fatos trazem lembranças. Lembranças doem Tonks. – Eu respondi num suspiro.
É... Você acertou. Julieta Kathleen Giucci é meu nome. A única diferença é que sou uma mulher de 34 anos, mas tirando isso sou a mesma: cabelos sedosos que vão até o meio das costas, olhos castanho-escuros, pele morena, curvas em todo o corpo de 1,77... E é claro, sem amigos...
Tá, eu vou explicar o que aconteceu nesses anos que se passaram. Hem hem...
Então, Lily se casou com James. Tiveram um belo filhinho: Harry Potter. Alice e Frank também se casaram e tiveram um menino chamado Neville. Anne se casou com Paul e eles tiveram dois filhos: Colin e Dennis Creevey. Sirius continuou solteiro, Pedro também ficou solteiro (n/a: se Sirius não casou imagina o pobre Rabicho!) e Remo ia me pedir em casamento... Mas ele... Bem, eu preciso contar o que aconteceu com os outros para chegar a Remo. Bem, Sirius traiu James e Lily. Ele os entregou à Voldemort. Voldemort matou Lily, James e por algum milagre magnífico, foi derrotado por Harry, que era apenas um bebê de um ano na época. Pedro, revoltado, correu atrás de Sirius e tentou enfrentá-lo. Péssima idéia do pequeno Rabicho. Ele foi destroçado por Sirius, ele e mais 12 trouxas que estavam na rua que Black explodiu. O maior pedaço que sobrou de seu cadáver foi o dedo. E Black... Bem, começou a gargalhar. Então o Ministério da Magia chegou e o levou para Azkaban, por onde ele ficou por 12 anos. Alice e Frank foram torturados até a loucura no dia seguinte. A doce Alice Longbottom sempre tão viva e alegre está em estado deplorável, mas não é por isso que deixei de visitá-la, a ela e a Frank no St. Mungus sempre que posso. E Remo... Ahhhh Remo... Ele estava tão confuso, tão... Traído... Ele se deixou ir pela raiva e me deixou, dizendo que eu ajudei a trair meus amigos. Ele disse que eu era comparsa de Sirius e que o apoiei. Me ex-namorado/quase marido sempre foi teimoso. Se há algo em sua mente, ai de quem tentar mudar sua opinião. Somente Anne e Paul ainda estão vivos, em bom estado e ainda gostam de mim; mas perdemos contato depois que Dennis nasceu. O menino, a qual eu sou madrinha.
– Giucci... Você... Tá chorando?
- Não Kim... caiu um cisco no meu olho... foi só isso – Me apressei a limpar as lágrimas que corriam silenciosamente por meu rosto
- É o Black, não? – Ele disse com aquela voz ressonante que meu ex-colega, Kingsley Shacklebolt tem
- Fatos trazem lembranças... Lembranças doem. – Eu disse sorrindo tristemente
- Giucci você vai com o grupo D para Londres, anda! – Ouvi alguém dizer atrás de mim
- Sim, papai. – Resmunguei andando em direção a um grupo na direita
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Duas semanas depois, eu estava na minha casa (que já havia sido de meus pais, mas eles se mudaram e me deixaram a casa) tomando um chá pela manhã. Era muito cedo para me arrumar para o trabalho, e muito tarde para voltar a dormir. Eu também, não iria conseguir voltar a dormir. Desde que Black fugiu, eu tinha sonhos que envolviam meus dois últimos anos em Hogwarts e os anos em que eu estava na Ordem da Fênix. Eu acordava com o rosto inchado depois dessas noites. Engraçado... As pessoas sempre diziam que eu era uma pessoa forte... não sou forte. Não mais... Não depois que meus amigos me deixaram... Então algo tirou minha atenção, um vulto cinzento entrou voando pela cozinha e pousou ao meu lado.
- Estranho... – Murmurei desamarrando a carta da pata da coruja que me encarava com enormes olhos amarelos. Eu peguei um pedaço de torrada e entreguei para a ave, que aceitou com prazer e saiu voando pela janela. Virei a carta. O nome Julieta Giucci estava escrito com uma letra fina e caprichada na parte de trás do envelope, e ao lado de meu nome, um símbolo, o símbolo que eu já estava até cansada de ver: a letra H envolta por um leão, uma cobra, uma águia e um texugo e embaixo disso, a frase em latim Draco Dormiens Nunquam Titillandos. Era o símbolo de Hogwarts, a minha, como eu dizia durante a adolescência, segunda casa.
Abri o envelope com cuidado e ansiedade. Há quantos anos eu não havia recebido uma carta de lá? E o que queriam? Entregar o resultado das NOM´s que não era... Então li o conteúdo que havia sido escrito delicadamente no pergaminho:
Cara Julieta,
Como vai? Aqui é o Prof. Dumbledore, e eu gostaria de te fazer uma proposta:
Bem, este ano o Prof. Kettleburn, que ensinava Trato com Criaturas Mágicas, se aposentou. Eu indiquei o nosso guarda-caça Hagrid para o posto, mas no seu primeiro dia como professor, um hipogrifo atacou o aluno Draco Malfoy. Hagrid, além de tudo que eu tentei, foi suspenso, o animal, condenado à morte e eu agora sou obrigado a contratar outro professor. E eu acho que você é a pessoa mais indicada para o cargo. Entre em contado comigo o mais rápido o possível, os alunos estão perdendo tempo de aula.
Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore
Diretor de Hogwarts
PS: Você só precisará ficar até o fim da suspensão de Hagrid, ou seja, até o fim deste ano.
PS²: Eu sinto que você irá gostar do corpo de professores deste ano... Mas é só minha opinião.
Eu? Professora?! Puxa... Será que eu sirvo para alguma coisa? E qual será o corpo de professores? Eu soube que ano passado o professor de DCAT perdeu a memória completamente e que o do ano retrasado foi morto... Mas esse cargo é amaldiçoado, o de TCCM não. Puxa... Espera! Harry deve estar estudando lá agora... E Neville também! De acordo com meus cálculos... Quatorze anos... Não! Treze! E... Pera ai! Malfoy? Deve ser o filho da Black com o Malfoy... Se esse garoto for tão repugnante como a mãe, o pai, ou até o primo de 2º grau... Deus me livre! Não é a toa que Hagrid foi suspenso... Pobrezinho... Ok, vou responder que sim. Eu sou magnífica em Trato com Criaturas Mágicas! É! Vou responder.
Corri para meu quarto, peguei um pedaço de pergaminho, pena e tinta. Escrevi uma resposta rápida e objetiva:
Caro Prof. Dumbledore
Eu adoraria ser a nova professora. Diga-me quando devo ir para o castelo que eu estarei ai.
JK Giucci
Eu amarrei a carta na perna de minha coruja, Kate (filha da falecida Cooks com alguma coruja do mato) e a soltei. Ela era uma coruja extremamente rápida, no final do dia estaria em casa.
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- Trato com Criaturas Mágicas? Sério Giucci? Vai largar a gente no meio de uma investigação?
- Senhor, eu posso ser uma guarda a mais para o castelo. – Respondi ao chefe dos aurores, Scrimgeour, que me olhava irritado – Me desculpe senhor, mas se Dumbledore chamou a mim para ser professora, a coisa deve estar feia lá.
Ele deu um sorrisinho e bufou.
- Está bem! Mas você voltará sem falta no ano que vem! E vai ficar de olhos aberto a qualquer sinal de Black está certo?
- Sim senhor. – Respondi sorrindo
- Dispensada.
- Obrigada senhor – Eu sorri e saí de sua sala.
Depois disso e aparatei para minha casa, para fazer minhas malas e trancar minha casa. Eu estou voltando para casa, baby.
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