De volta pra casa
Capítulo Dois - De Volta Para Casa
No dia seguinte os quatro só tiveram tempo para tomar um café da manhã rápido antes de entrarem no expresso de Hogwarts. James tirou um pedaço de pergaminho do bolso que já era familiar a todos.
-Vocês não acham que seria inútil continuarmos com esse mapa? Não precisamos mais dele mesmo. Ah, oi Lílian, ainda não achou uma cabine? - Lílian tinha acabado de aparecer na porta da cabine e sorriu para James:
-Não, não é isso, o trem está bem vazio hoje, por isso que eu vim perguntar se você quer ir para uma cabine que está vazia lá no final do trem.
-Tudo bem! Toma aqui Sirius, acho que isso só vai ser útil pra você daqui pra frente. - James entregou o Mapa do Maroto na mão de Sirius, passou um braço pelas costas de Lílian e foi embora.
Ele abriu o mapa ("Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom"), examinou o castelo e seus incontáveis cômodos e ficou pensando qual seria a sala que ele daria aula dentro de dois meses, será que ele podia simplesmente escolher a que ele quisesse? Não havia muitas pessoas dentro do castelo, só alguns professores em suas salas, os fantasmas vagueando pelos corredores e... Sirius viu três pontinhos se mexendo na passagem do salgueiro lutador: sua prima Bellatrix, uma garota chamada Catherine Mondd e Gillian Thoth, estavam correndo em direção ao Salgueiro. "Mas como elas conhecem esse caminho?... Ah, Snape deve ter dito a ela". Peter, que pareceu ter percebido a expressão intrigada no rosto de Sirius perguntou:
-Alguma coisa errada?
-Não pra mim, mas parece que essas três vão perder o trem se demorarem muito. - Remus e Peter se inclinaram pra ver de quem Sirius estava falando, mas o assunto não continuou, a mulher que vendia doces estava parada à porta da cabine, Sirius e Peter encheram os bolsos com tudo que puderam, Lupin comprou alguns Sapos de Chocolate.
A viagem continuou silenciosa e uma hora mais tarde, as três quartanistas que estavam na passagem do salgueiro apareceram na cabine e trancaram a porta. Bellatrix falou:
-Se importam se a gente se refugiar aqui por um tempo? Lupin, estão chamando todos os monitores lá pra trás, o pessoal lá está realmente precisando de uma ajudinha. - Lupin saiu da cabine e, do lado de fora, tampou o nariz e murmurou alguma coisa parecida com 'que cheiro horrível'. As garotas se sentaram nos lugares vazios, Gillian era muito parecida com Bellatrix, podiam ser irmãs, as duas eram altas, tinham longos cabelos pretos e olhos da mesma cor. Catherine tinha cabelos claros e o rosto excessivamente sardento. Bellatrix continuou a falar com um sorriso no rosto, enquanto tirava alguma coisa do bolso oferecendo a seu primo:
-Isso aqui deve ser de um de vocês, eu acho. - Sirius reconheceu o objeto, era o espelho que James usava pra falar com ele, a moldura estava rachada. Já imaginando o lugar mais provável que ele poderia ter perdido o espelho, ele perguntou, tentando fazer a cara mais inocente e curiosa possível:
-Onde você achou isso?
-Achamos em Hogsmead, semana passada.
-Devia estar muito bem escondido, pra vocês serem as primeiras a acharem quando ele já estava perdido a mais de dois meses. Mas eu não lembro de ter tido visita a Hogsmead na semana passada.
As três arregalaram os olhos, Sirius riu:
-Tudo bem, eu sei como vocês chegaram lá, mas não parece que vocês sabem a história inteira, pra se aventurarem a ir pela passagem do salgueiro.
-Você quer dizer que tem mais alguma passagem? – perguntou Gillian - E como você sabe que a gente foi por lá?
Peter falou:
-Ha, se vocês soubessem o que a gente sabe, não... - Sirius o interrompeu:
-Foi Snape que te contou?
-Sobre a passagem?...Foi. - Gillian respondeu.
-Então ele não deve gostar muito de você, não é? Para te incentivar a passar por lá, além do mais, ele jurou a Dumbledore que não ia contar pra ninguém o que viu. - Peter falou com um estranho sorriso no rosto.
-Típico de um irresponsável. - disse Sirius.
-É, foi muito irresponsável da parte da parte dele ter contado só sobre a passagem.
-Então vocês sabem o resto. Descobriram igual ao Snape e tiveram que sair correndo também?
-Eu não precisei sair correndo, e tive o bom senso de não me meter lá nas noites de lua cheia. - Gillian falou isso como se botasse um ponto final na conversa. Peter falou sem pensar:
-E o que estavam fazendo lá hoje de manhã? - Sirius olhou aborrecido pra ele.
As três olharam espantadas para eles. Catherine, que antes não estava prestando atenção na conversa, mas olhava atenta para fora da cabine, virou a cabeça e olhou para eles:
-Como vocês sabem que nós estávamos lá hoje?
Ficaram em silêncio, as garotas esperando uma resposta. Peter olhou para o mapa que estava enrolado ao lado de Sirius, que também olhou, depois ergueu as sobrancelhas para o amigo.
-Que foi? Vocês estavam lá também? - Bellatrix perguntou com um ar de dúvida e ansiedade. Sirius pegou o mapa, olhou pra Peter, que concordou.
-Eu não acho que vocês vão usá-lo tão bem quanto nós usamos, mas seria inútil levar isso para casa. - Sirius abriu o mapa, disse as palavras e o estendeu para as garotas verem. Depois de examinarem boquiabertas o mapa, Bellatrix falou:
-Uau, onde você arranjou isso, Sirius?
-Eu não arranjei isso, fomos nós quatro que fizemos, Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas, pode ficar pra vocês não vamos mais precisar dele.
-Nossa, muito obrigada, vai ser bem útil, olha ele mostra as pessoas que estão no castelo...
Gillian continuou a encarar Sirius:
-Aluado e Almofadinhas estão óbvios, mas quem são Rabicho e Pontas?
-Peter e James, mas por que Almofadinhas é óbvio?
Gillian percebeu que não devia ter dito aquilo, Sirius não falou nada, queria saber como ela sabia que ele era o Almofadinhas. Para a sorte dela, começou uma gritaria no corredor, uma das vozes era de James:
-É melhor você retirar o que disse!
-E porque eu faria isso? - a outra voz gritou.
Os cinco foram ver o que estava acontecendo. James apontava a varinha para um garoto da Sonserina, que fazia o mesmo em sua direção, os dois tinham líquidos fedorentos de diferentes cores derramados pela roupa. O sonserino parecia prestes a desabar se o soltassem. Vários alunos os observavam, era mais uma daquelas brigas que James freqüentemente se metia com os sonserinos.
-Você vai se arrepender de todas as vezes que se meteu comigo. – disse James.
-Ah, é? – o garoto falou com voz de deboche - Se arrepender é uma expressão que não existe no meu vocabulário.
James lançou uma azaração nele, que caiu pra trás derrubando vários alunos que estavam ali, sua garganta começou a inchar, e quando tentou falar, ele só conseguiu emitir um som grave que fez tremer ligeiramente as janelas de vidro do trem.
-Pronto, já dei meu presente de despedida, mais uma expressão pro seu vocabulário tão culto.
Ele foi levado pra dentro da cabine em que estava, seguido por seus colegas. Lílian falou alguma coisa pra James e foi pra uma cabine mais lá pra frente. Lupin apareceu ao lado dele:
-Parabéns! Foi uma ótima briga de despedida, mas infelizmente eu vou ter que ajudar a limpar aquela sujeira que vocês fizeram lá na frente! - e foi embora junto com outros monitores. James falou emburrado:
-Ah, que saco, esses caras não tem mais o que fazer, ficam pedindo briga toda hora.
Bellatrix chegou mais perto deles:
-Nós vamos voltar pra nossa cabine, te vejo ano que vem no Natal, então, não é Sirius?
-Não tão tarde, acho que vai ser meio impossível não me ver no castelo ano que vem, já que eu vou estar ensinando poções pra vocês.
Bellatrix riu por um instante, mas percebendo a expressão no rosto de Sirius falou séria:
-Você vai ser professor de poções? Eu não acredito, seus pais já sabem disso?
-Não, só vão saber se você espalhar a notícia pra família, eu não vou voltar pra casa, vou ficar com James.
-Ah, então tá... Te vemos em Setembro, então, tchau!
Todos se despediram e eles ficaram olhando as três se afastarem.
-Caraca! Sirius, como foi que você deixou elas pegarem o mapa? - James falou, enquanto via que as três estavam em volta de um pergaminho dizendo as palavras mágicas para apagar o mapa.
-Ei! Elas não roubaram, eu só achei que seria melhor ficar com elas do que em nossas casas. Hogwarts vai precisar de uma nova geração de marotos.
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