Encontro inusitado
Dois anos se passaram. Gina terminou o estudo em Hogwarts e estava estudando para ser Curandeira. Snape ainda continuava como Professor de Poções na Escola de Magia, mas não era como antes. Cada vez ficava estava mais distante, o que causara uma certa preocupação em seus colegas de trabalho.
A verdade era que Snape cansara de ser solitário. De não ter alguém ao seu lado. Que toda aquela rabugice era um modo de disfarçar sua carência afetiva. Quase não saia do Castelo, talvez por que não tivesse companhia. Mas naquele dia, parecia que seu quarto estava sufocando-o. Resolveu ir ao Caldeirão Furado espairecer.
Gina também cansada de tanto estudo resolveu dar uma volta. Saiu da Toca e resolveu que ia ao Beco Diagonal. Mas para antes passaria no Caldeirão Furado para dar um recado para Tom, o dono do bar. Um novo Membro da Ordem de Fênix iria ficar hospedado lá. A garota entrou no bar e foi direto ao Balcão falar com o proprietário. Não tinha reparado que um velho conhecido estava a uma mesa ao canto.
-Então é isso. Professor Dumbledore pediu que a conta da hospedagem fosse para em Hogwarts – disse Gina pegando sua bolsa que depositara em cima do balcão.
-Sim senhorita – disse Tom terminando de enxugar um copo.
Gina dirigiu-se aos fundos do bar onde havia uma passagem secreta para o Beco Diagonal. Quando ia tocar um dos tijolos da parede, ouviu uma voz familiar:
- O que faz aqui Srta. Weasley?
Gina virou e viu seu velho professor. A ruiva sentiu um leve arrepio e pensou: “Depois de tanto tempo e ele ainda mexe comigo”
-Olá Snape, como vai?
-Que intimidades são essas? – disse Snape tentando parecer zangado. Depois de tudo que passaram era ridículo pedir que o chamasse de professor mas não resistiu e seu orgulho falou mais alto.
-Ah, por favor – disse Gina sorrindo – Eu não sou mais sua aluna.
-Eu sei. Mas respeitar alguém que te ensinou algo é algo parecido com educação – ironizou Snape.
-A única coisa que aprendi realmente com você é não ser sentimental – retrucou Gina.
-Pensei que isso você tivesse aprendido com Potter.
-Depois de tanto tempo e você ainda tem ciúmes dele? – Gina perguntou curiosa.
-Eu nunca tive ciúmes daquele fedelho. Você sabe que sou melhor que ele.
-Em que? Na cama? – Gina fizera Snape corar. Já não era uma garota, por isso o assunto sexualidade já não era tão difícil para ela.
-Digamos que sim. Não pode negar que gostou.
-Você nunca me deu oportunidade para me dizer o que pensava. Os nossos encontros sempre foram muito carnais.
- Oh, desculpe. Eu sabia que faltou aquela coisa de discutir relação. Mas sabe que isso não faz meu tipo.
-Deve ser por isso que continua sozinho.
-E você? Por acaso está com alguém?
Agora fora a vez de Gina corar. Não queria admitir, mas desde o caso que tivera com o professor não se interessou por mais ninguém.
-O que isso te interessa?
Snape ia retrucar mais um bando de bruxos apareceu no local querendo passar pelo locar. Então Gina recuou alguns passos e quando os bruxos finalmente desapareceram, Snape disse:
-Vamos entrar e tomar alguma coisa?
-Não posso. Estou ocupada.
-Sábado à noite? Tem um encontro com alguém?
-Já disse que não interessa.
-Tudo bem se não quer admitir que esteja sozinha. Mas aceite meu convite. Não é todo dia que convido alguém para beber.
- Nossa. Então quer dizer que devo ficar honrada com o convite? – Gina disse colocando a mão sobre o peito.
- Venha logo, já está me fazendo perder a paciência.
Gina seguiu Snape até uma mesa ao fundo. Mas deixou bem claro que seria bem rápido, pois não tinha um compromisso.
Mas o casal travou uma conversa sobre Poções que duraram horas, visto que Gina tinha essa matéria na grade curricular de seu curso como Curandeira.
-Nossa já está tarde! – Gina disse olhando o relógio – Preciso ir.
-Eu te acompanho.
-Não é preciso. Eu sei me cuidar.
-Faço questão. Eu até fiz você esquecer do seu compromisso.
Gina ficou encabulada. Até esquecera que mentiu sobre o compromisso.
-Na verdade, eu não ia fazer nada.
-Eu sabia – disse Snape dando um sorriso malicioso – Mas estava esperando você confessar.
-Oras! – Gina levantou-se tão depressa que teve uma leve vertigem. Apoiou-se rapidamente na mesa. Snape levantou-se ao ver que a ruiva cambaleara.
-Tudo bem?
-Sim, acho que bebi além da conta.
-Mas você quase não bebeu – disse Snape.
-Pois é. É que sou fraca para bebidas.
-Irei pagar a conta e depois vamos embora.
-Já disse que irei sozinha.
-E eu já disse que te acompanho. Fica aqui e me aguarde.
Gina obedeceu. Na verdade, queria aproveitar mais uns momentos com Snape, que fora muito educado e gentil, o que realmente a surpreendera.
Snape chamou Gina e ambos saíram do Caldeirão. A rua estava deserta, já que era madrugada.
-Como pretende ir?
-Noitebus.
-Por que não aparatamos?
-Estou meio tonta ainda.
-Eu te ajudo – Snape abraçou Gina e minutos depois eles aparataram próximo a Toca, visto que a propriedade em si estava cercada de magia e uma delas restringia a aparatação.
-O Ministério exigiu que os funcionários usassem feitiços de proteção contra invasores. E como Harry está sempre aqui, o cuidado é maior.
-Entendo.
-Vamos? – Gina disse apontando a casa – Posso fazer um chá para a gente.
-Está tarde. Acompanharei até a porta.
Snape e Gina foram até a porta da cozinha calados. Quando chegaram um silêncio constrangedor pairavam entre eles.
-Bem, vou indo – disse Snape que não se moveu, como se esperasse alguma coisa de Gina.
-Snape, foi muito bom nossa conversa – disse Gina olhando nos olhos de Snape – Quem sabe possamos repetir?
Snape afirmou com a cabeça, Estava virando para ir embora, quando Gina segurou seu braço. Ele olhou-a confuso. Não estava acostumado a encontros.
-Agora é a hora que você me beija – disse Gina sorrindo.
Apesar de ficar constrangido, Snape aproximou e deu um selinho em Gina, que enlaçou-o pelo pescoço e aprofundou o beijo. Snape adorou a ousadia da ex-aluna. Estava com vontade de beijá-la desde que saíram do Bar. Mas os beijos e as carícias foram ficando cada vez mais quentes. Gina disse no ouvido de Snape:
-Venha, vamos para meu quarto.
-Melhor não – disse Snape – O que sua família irá dizer quando me vir de manhã?
-Não tem ninguém em casa. Estão todos na Ordem. Na verdade era para eu estar lá também.
Snape entendeu na hora que Gina planejara tudo. Mas ficou satisfeito, pois também estava louco para tê-la novamente. Pegou-a nos braços e entrou na casa. Gina foi guiando-o até seu quarto. Snape colocou no chão e ficou observando o quarto bem feminino.
-Gostou? – disse Gina olhando maliciosa para ele – Te garanto que a cama é a melhor coisa aqui.
Snape estava cada vez mais surpreso com a ousadia da garota.
-Você mudou tanto – Snape disse sem pensar.
-Você me mudou – Disse Gina se aproximando – Fez aquela garotinha boba que corria atrás do Harry uma mulher sem medo de dizer o que quer...
Gina foi aproximando seus lábios até a boca de Snape, que não perdeu mais tempo a agarrando a ruiva beijou sofregamente. Depois a levou até a cama e amaram-se a madrugada inteira.
O Sol já estava alto quando ambos acordaram com um barulho vindo da sala. Os ruídos foram se aproximando até que a porta do quarto da ruiva foi aberta e o casal viu-se em frente com metade dos Weasley na soleira da porta.
-O que significa isso? – disse Rony, os gêmeos e Gui ao mesmo tempo.
-Bem – disse Gina levantando-se enrolada no lençol – Significa que vocês deviam bater na porta antes de entrar! – e atirou um travesseiro, fazendo os quatro irmãos afastarem-se da porta, que foi fechada violentamente por magia.
Snape levantou e colocou as roupas rapidamente.
-Calma Snape – disse Gina – Eu sou de maior e faço o que bem entender.
-Eu sei Gina. Só que realmente eu preciso ir. Você não vai acreditar, mas quem esqueceu que tinha compromisso sou eu.
-Em pleno Domingo? – disse Gina desconfiada.
-Sim, sabe como é a sua mãe. Adora marcar reuniões depois de um almoço de Domingo.
-Hã?
-Pois é. Eu tenho reunião com sua família e Professor Dumbledore hoje. E já estou atrasado.
Gina começou a rir. A situação era muito engraçada. Mas Snape não entendia como a ruiva poderia estar rindo daquilo.
-Por que está rindo?
-Oras, é que você está todo nervoso. Eu irei com você.
-Está louca? Quer que sua família faça picadinho de mim?
-Não, mas quem sabe eles não me desencalham....
-Como assim?
-Ah Snape, o mínimo que você terá que fazer é casar comigo!
Snape acabou rindo do absurdo que Gina acabara de dizer. O Mestre em Poções nunca iria se casar. Nem com uma varinha apontada na cabeça.
-Pensando bem, até que ser estuporado pelos seus irmãos não é má idéia.
Gina correu para Snape e começou a estapeá-lo.
-Por que acha tão ruim se casar comigo, hein Morcegão? Eu é que não quero me casar com você.
Snape segurou-a pelos punhos, fazendo-a parar de bater.
-Sua tola. Você deveria querer um futuro melhor para você! – disse Snape olhando nos olhos de Gina.
-Eu só quero passar o resto dos meus dias ao lado da pessoa que amo – dizendo isso Gina beijou calorosamente Snape. E juntos foram para a Sede da Ordem de Fênix, onde teriam que enfrentar um bando de ruivos furiosos.
Antes da reunião a caçula dos Weasley soube impor sua posição e sua família aceitou o romance entre ela e o rabugento Mestre em Poções.
***
Após o inusitado encontro, Snape e Gina encontraram-se mais algumas vezes. O Mestre em Poções ainda reluta com a idéia de contrair matrimônio com a jovem Weasley, que como toda mulher sonha em casar-se com um belo vestido. Mas como ninguém sabe o que o futuro reserva, quem sabe eles ainda não formarão uma bela família bruxa?
N/A:Bem pessoal, como eu disse essa seria uma short fic, e acaba por aqui, visto que já estou com outra em andamento. Espero que vocês também acompanhem O Lado Negro do Amor, fic com o mesmo casal. Muito obrigada à todos que lerem essa fic e comentaram, fazendo essa autora muito feliz...
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!