A chegada.



Luna me entregou uma das malas e nós entramos no lugar. Logo na entrada estava escrito: Welcome to Benefield. Luna foi praticamente correndo porta adentro. Allynne segurou no meu braço e me levou junto. Quando chegamos na recepção Luna falou logo para a recepcionista:
- Asa de Hipogrifo. Varinha nova. Anna H. Williams.
 Automáticamente a recepcionista ficou surpresa:
- A estadia dela era para começar só amanhã.
- Aconteceu um imprevisto, é urgente.
- Tudo bem, só que o quarto ainda não está limpo. Eles vão limpar daqui a algumas horas.
Eu não sabia o que estava acontecendo. Mas pela expressão de Luna, parecia urgente. 
- Não faz mal. Não precisa estar limpo. Fiquei em um quarto sem limpeza por quase 3 anos, não tenho problema com poeira ou seja lá o que for. 
- Se é assim, pode ir para o quarto, guarde as malas no armário por enquanto, e depois da limpeza pode guardar suas roupas adequadamente. - Disse a atendente calmamente. Depois disso ela apertou um botão e o chão se abriu. Caímos no que parecia um calabouço.
- Fiquem calmas. - Disse Luna, passando as mãos pela parede. - Aqui, Anna, coloque a sua varinha aqui.
Eu ví o que luna estava procurando, um pedaço da parede tinha um tipo de 'forma' de varinha. Coloquei a minha varinha ali e logo as paredes começaram a se mecher. Primeiro fomos para baixo e depois começou a se mover para o lado. Até que parou e uma das paredes se abriu. Revelando um quarto. Não parecia tão sujo que precisasse de uma limpeza. Até que...
- ECA! Que nojo! Eu pisei num cocô! Que troço! Eca! - Allynne gritou e reclamou. 
- Cocô de coruja. Provavelmente o último dono tinha uma coruja. 
Eu fui até a janela, imaginando que fosse uma paisagem artificial, já que nós estavamos em baixo da terra.
- É apenas uma ilusão para os trouxas. Na verdade, esse dormitório é acima do dormitório dos trouxas. Mesmo você tendo a sensação de que fomos para baixo. Não existem muitos feiticeiros aqui, por isso, se perguntarem você está na classe especial. Que os feiticeiros dizem para os trouxas que é só para os mais avançados. Só diga isso. Não fale como entrou. Nem toque no assunto. Depois você pega seus horários de aulas na recepção. É só falar Asa de Hipogrifo. Varinha nova. Anna H. Williams. Que ela te reconhece como feiticeira. Mas fica atenta, o código do começo muda toda semana. E depois de duas semanas aqui você é varinha novata, OK? - Luna disse tudo, acompanhando a paisagem da janela comigo.
- Bem, nós temos que sair daqui Anna. Como tem duas camas, é provavel que você vá receber uma colega de quarto. Não esqueça de pegar seus horários e ler algumas regras. Te mandaremos alguns galeões e dinheiro trouxa em breve. - Allynne disse me abraçando.- Vou sentir sua falta.
Como assim? Parecia que era a última vez que elas iam me ver.
- Tchau Anna. - Luna me abraçou forte depois que Ally me largou.- A gente vem amanhã com a Annie para ver como você vai ficar, tá?
- Tá.
- Quando quiser sair, é só colocar a varinha nesse buraco perto da porta. E daí vai abrir a porta para o corredor do dormitório bruxo. Daí é só descer a escada, que você vai para o dormitório trouxa. Daí continua descendo a escada, que é a saída. - Luna disse fazendo gestos.
- Ok, mas, cadê a minha varinha?
- Ah!- Allynne entrou no 'elevador' de onde nós saímos e pegou a minha varinha.- Aqui Anna, cuida bem dela.
Allynne me entregou a varinha e entrou no 'elevador' junto com Luna. As duas me acenaram um tchau. E a porta se fechou e elas sumiram. Me deixando sozinha com o meu quarto. Que eu brevemente dividiria com outra garota. Com tantos problemas quanto eu. Bem, ao menos eu poderia fazer uma nova amiga. Ou, talvez, uma inimiga. Mas não era nisso que eu queria pensar agora.
Coloquei as malas no armário, como a mulher da recepção pediu, puxei uma cadeira e sentei na frente da janela. Dava para ver boa parte do campus. Garotos com camisetas do time de futebol e meninas com roupas de líder de torcida. Alguns punks apareciam de vez em quando e o resto das pessoas parecia apagado... assim como eu. Apenas pessoas normais, com cabelos normais. E roupas normais. Mas talvez eles não tivesse a vida normal, como eu.
Logo uma coruja pousou no parapeito da janela. Com um pedaço de papel amarrado à uma das patas. Peguei o papel e o desenrolei um pouco. 
" Ei, nova aqui? 'Turma de Especiais'? Por que não desce e a gente conversa?
Assinado. Erick L. Da ' turma de especiais' também."
 
Bem, não custava nada colocar a varinha em uma fresta ao lado da porta, descer algumas escadas e começar a fazer novas amizades. Peguei a varinha e a coloquei onde Luna disse para colocar. A porta se abriu e ao invés de um 'elevador' com paredes de terra, se abriu para um corredor limpo, com pisos brilhantes e paredes brancas.  Saí da porta e tirei minha varinha. Coloquei ela no bolso e fechei a porta. olhei para os lados. Para que lados ficariam as escadas? Meu quarto ficava mais perto de um dos extremos do corredor, então fui primeiro para aquele lado. E, sim. Lá estavam as escadas. Desci elas rapidamente. Cheguei a outro corredor, mas esse com paredes marrons e piso de madeira. Continuei descendo as escadas e cheguei a outro corredor igual ao anterior. Continuei descendo as escadas, e sempre passava por mais corredores. Escadas que não pareciam acabar. Logo que pensei nisso cheguei ao ultimo corredor. Fui para a porta de vidro que era a saída e, logo, me ví pisando fora daquele bloco dos dormitórios. Andei um pouco a frente e me virei para ver o bloco. Era de 6 andares. 'Por isso as escadas não acabavam mais' Pensei comigo mesma. 
Me virei e ví as pessoas andando de um lado para o outro, patricinhas, punks, jogadores, torcedoras e, como eu defini, os normais.
Sentei em um banco de pedra e amarrei meu tenis que tinha desamarrado enquanto eu descia as escadas. Fiquei por um tempo ali, sentada. Apenas olhando as pessoas passarem. Imaginando quais delas pareciam tão normais quanto eu, e que podiam ter a vida tão anormal quanto a minha. 

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