Presentes.
Depois que Annie tocou todos a aplaudiram, eu a abracei forte, estava chorando como uma pateta. Annie me abraçou também, ela também chorava, choravamos como patetas.
Luna e Allynne nos abraçaram, um abraço em grupo, em um grupo de patetas.
Depois que todos foram embora, menos Allynne, Luna e Annie, voltamos para o quarto e eu me deitei na cama.
Annie abriu um embrulho, que era para mim, e nele haviam uns 15 sapos de chocolate.
- Eu já sabia que eram sapos, eu tive que abrir, eles podiam derreter. - Disse Annie tentando se explicar.- Bem, me dá alguns Anna?
- Pode pegar, dê alguns pra Ally e Luna, deixa uns pra mim, viu?
Allynne e Luna foram correndo até o pacote e cada uma pegou 3 sapos, Annie pegou 4. Depois do "Assalto ao banco de sapos da Srta. Anna", elas arrastaram até a beira da minha cama uma caixa de papelão grande, cheia de presentes embrulhados nos mais diversos papéis de embrulho.
Peguei um embrulho azul, dentro dele havia um objeto meio transparente com o formato parecido com o de um peão.
- É um bisbilhoscópio! Foi Ronald que te deu, era da nossa mãe. Um bisbilhoscópio montado por ela mesma.- Disse Luna contente.
- Ronald achou que você precisaria mais do que a gente. - Disse Allynne.
Eu não sabia o que era um bisbilhoscópio, mas dane-se, era da minha mãe!
Peguei dessa vez um embrulho verde com desenhos abstratos em prata. Abrí e dentro dele havia um tabuleiro de xadrez.
- Quem me deu essa coisa, mano? - Eu havia ganhado um bisbilhoscópio que era da minha mãe e me aparecem com um tabuleiro de xadrez, nem as peças tinha.
- Bom, foi alguém da Sonserina. - Disse Ally apontando o pacote.
Annie abriu o tabuleiro e tirou as peças, que eu não havia visto que estavam ali, depois ela montou o tabuleiro de novo e jogou as peças em cima dele. Instantaneamente casa uma se arrumou no seu próprio lugar.
- Não me canso de fazer isso. - Disse Annie.- É um tabuleiro de xadrez mágico, tem muito mais graça jogar no mágico do que no trouxa.
Luna pegou o bisbilhoscópio e o tabuleiro de xadrez com as peças em cima e colocou-os na mesa onde antes estavam a comida.
Abri vários pacotinhos e pacotões com brincos, pulseiras, anéis, roupas, tênis, ganhei até um par de luvas da Grifinória.
Um presente simples me deixou intrigada, peguei o pacote que era nas cores rosa e verde.
Dentro dele havia um porta-retrato que atrás estava escrito: Dirty Little Freaks, virei o porta retrato e havia uma foto minha com Felipe, eu estava nas suas costas e ele me carregando como se fosse um burro de carga. A gente sorria, eu sorria com aquele sorriso bobo que eu tanto odiava. Senti que aquele foi um dos momentos no qual eu realmente estava feliz.
- Olha, que fofo o presente dele. Sabia que ele é trouxa Anna? - Disse Luna.
- Não brinca! Sério? Mas... Ele sabe do mundo da magia agora, não sabe?
- Não, não sabe. - Disse Allynne sorrindo.- Annie cuidou para que o muleque não desconfiase de nada.
- É, eu que trouxe ele. - Disse Annie. - Ele dormiu feito um anjo a viagem toda...
Me assustei, será que Annie tinha dado uma porrada na cabeça do garoto ou algo assim?
- Relaxa Anna, eu não bati nele. - Disse Annie revirando os olhos. - Eu disse pra ele que a gente ia fazer uma festa pra comemorar que você saiu do coma, e que era nosso aniversário. Ele deu um chilique, ninguém tinha dito pra ele que você saiu do coma, topou na hora. Ele perguntou qual hospital você tava e tal... Eu não podia dizer, claro. Então falei que era um hospital especializado em Londres, um hospital pouco conhecido. Já que ele mora no Canadá, falei que ia de avião com ele, mas era particular, então a viagem seria um pouco turbulenta e ele poderia enjoar. Dei um "remédio de enjoô" pra ele, e trouxe ele pra cá.
- Com remédio de enjoô ela quer dizer pílula da Annie fabricada em casa, derruba até o dragão mais feroz. - Disse Luna com um tom sarcástico. - Mudando de assunto, é a vez do nosso presente. Mesmo que ALGUÉM JÁ TENHA ESTRAGADO A SURPRESA.
Luna pegou o embrulho que restava na caixa, era um embrulho simples. Dourado com prata. Eu tirei o nosso álbum de família de lá e nós começamos a vê-lo.
Ríamos a cada página que nós viramos. As fotos faziam caretas e nossos pais corriam atrás de nós. Luna e Allynne riam da nossa guerra de comida e nós nos pintáva-mos a cada minuto. Eu me camuflava a cada foto, me escondendo das broncas da nossa mãe. Era tudo muito perfeito. Era.
Depois que vímos as fotos Annie, Luna e Allynne foram embora. Eu tive uma perfeita noite de sono, sem pesadelos ou coisa do tipo, tirando o fato do bisbilhoscópio não parar de apitar a cada segundo.
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