Desculpas e promessas

 

CAPÍTULO 3

 

 

 

Desculpas e promessas

 

 

 

      QUANDO ABRIU A PORTA do dormitório Harry pensou que havia passado um furacão por lá. As camas, que horas antes estavam arrumadas, estavam com as cortinas do dossel rasgadas e jogadas ao chão. Olhando a um lado Harry pode ver que a maioria dos travesseiros estava rasgada e jogada no piso coberto de penas. A cama, que antigamente era dele, estava toda bagunçada: colchão revirado, as cortinas rasgadas e para espanto de Harry, a um canto, entre as camas que antes eram dele e de Rony, encontrava-se alguém, sentado. Harry o reconheceu instantaneamente.

 

Rony estava sentado, a cabeça baixa entre os joelhos, os cabelos bagunçados, quando percebeu que Rony tinha reparado que ele tinha entrado no local, tratou logo em se pronunciar.

 

      - Por que você tratou a Mione daquele jeito? – disse, seguindo até Rony e se curvando de modo que ficou frente a frente com o garoto, percebeu que ele havia chorado: seus olhos estavam vermelhos e seu rosto molhado. – Seu problema era comigo, não tinha porque descontar sua raiva nela.

 

      Rony não falou nada, simplesmente encarou Harry.

 

      - Olha, você sabe que eu gosto da sua irmã, - continuou Harry, sentando-se na frente de Rony e o encarando – não tem o porquê você agir dessa maneira. Nós não estávamos fazendo nada de errado.

 

      Harry teve certeza que ia começar tudo novamente, mas quando Rony falou, se surpreendeu.

 

     - Eu sei. Eu sei que você gosta da minha irmã. Sei também que ela te adora. Até demais, para o meu gosto! É que, ainda não me acostumei com a ideia de...

 

    - Pode parar... – interrompeu-o Harry sua irritação subindo-lhe a cabeça novamente, quando falou sua voz saiu alta e grave – não vem com esse papo de que ainda não se acostumou em nos ver se beijando. Sua irmã tem 16 anos e é bem grandinha. Você sabe muito bem dos motivos que me fizeram ter que terminar dela, eu não queria mais era preciso, ela entendeu, pensei que você também entenderia, fiz sua vontade, não fiz, antes de ir atrás de Voldemort, quando você pediu para não dar esperanças a ela. Mas agora estamos livres dele, e estamos namo... quer dizer, estamos saindo novamente. Você vai ter que aceitar.

 

      Rony estava estático, parecia que agora ele tinha caído na real.

 

      - Tá, tá, eu sei... – Rony levantou-se e ao fazer isso quase derruba Harry – Vou tentar tá bom? Mas, não fiquem se agarrando na minha frente, você sabe, ela ainda é minha irmãzinha.

 

      Com a perplexidade em seu rosto Harry simplesmente não estava acreditando no que Rony acabara de dizer.

 

      - O quê? Quer que eu fique me monitorando para saber quando posso beijar sua irmã?

  

      - É...quer... quer dizer, não – gaguejou Rony um pouco confuso – Só por enquanto. Até eu me acostumar.

 

      Harry não sabia se Rony se acostumaria com isso um dia, mas achou melhor aceitar.

 

      - Tá bom, vou tentar... – Harry agora foi até Rony, dando o contorno no aquecedor - ... Só mais uma coisa. – quando falou sua voz saiu mais firme do que antes – Não fale com a Gina daquele jeito novamente. Para o seu próprio bem.

  

    -  Eu conheço minha irmã, Harry – disse Rony – não precisa me lembrar que a qualquer dia posso ser encontrado no St. Mungus com a aparência de um verme.

  

      Durante alguns segundos o quarto se inundou com suas gargalhadas. Rony era como um irmão para ele, não haveria como ficar com raiva dele por muito tempo, mas se não fosse por isso ele mesmo o teria transformado em um verme.  

 

 

      Ia atravessando o quarto para pegar suas coisas e tentar arrumar aquela bagunça que o amigo fizera quando ele o chamou.

 

      - Harry ... – disse Rony, seu sorriso tinha sumido do rosto, mas não demostrava nenhum outro sentimento, sua raiva se esvaíra, mas falava de um jeito sério – Você é meu melhor amigo, sempre quis que você e a Gina ficassem juntos, mais.... Ela gosta muito de você, cara. Só de ver o jeito que ela ficou, quando você terminou dela ano passado ... ela ficou muito mal. Se o que você sente por ela não for verdadeiro, se você  só quer brincar com os sentimentos dela... é melhor você se afastar....

 

     Harry não acreditou naquilo. Será que o Rony não percebeu que ele também sofrera ao deixá-la? Nos últimos meses enquanto estavam a procura das Horcruxes, todas as noites antes de dormir, ele pensava nela, sempre pegava o Mapa do Maroto só para saber onde ela estava, desejando que estivesse bem, que estivesse pensando nele, assim como ele pensava nela. Será que Rony era tão burro para não perceber isso?

 

      - Rony, o que sinto por Gina é puro e verdadeiro. Jamais estaria com ela se eu não a quisesse. Durante esses meses de caça às Horcruxes meu único motivo para sair vivo era ela. Eu a amo. Você não percebe? – disse ele.

 

      - Me prometa que não vai fazê-la sofrer – Rony estava agora encarando-o como se a vida dele dependesse dessa resposta. – Me prometa Harry,  que nunca vai permitir que ela sofra, em nenhum momento.

 

 

    - Prometo, Rony – disse Harry, encarando o amigo também – Nunca permitirei que trisquem em um só fio de cabelo da Gina, ou não me chamo Harry Potter.

 

  

      Rony pareceu mais aliviado depois disso. Harry entendeu os motivos do irmão. Gina e ele sempre foram mais chegados do que todos os outros irmãos Weasley. Quando ele descobriu que fora ela a abrir a câmara secreta e que Voldemort a tinha levado para suas profundezas ele ficou desesperado.

 

  

      Estava começando novamente o que ia fazendo antes de Rony o chamar, quando ouviu a voz do amigo.

 

     - Ah! Não. Por Merlin. Que I-D-I-O-T-A. – Harry virou-se para saber o que tinha acontecido dessa vez. Viu Rony, agitado, correndo de um lado a outro do dormitório, com as mãos na cabeça. Deu um ponta pé no pé de sua cama e, choramingando de dor, ficou pulando de um pé só, o outro pé em uma das mãos.

 
 

       – Harry, pode me matar, ... me paralise, ...me estupore, ...sei lá, mais, faça alguma coisa. – falou Rony, vinha pulando em sua direção – Mereço a pior azaração. O que eu faço...? A Hermione, ... ela, ...ela nunca vai me perdoar!

 

 

     Harry, agora observando o desespero do amigo, entendeu: depois de tudo o que Rony falou à Hermione ele sabia que iria ser mais fácil um diabrete ser bonzinho do que Hermione o perdoar.

      Se fosse em outro momento sentiria prazer ao ver o desespero do amigo. Mas, não podia deixa-lo se torturar daquela forma. Foi a seu encontro. Rony estava sentado na cama, ou melhor, no que restara dela, e se torturava, batendo sua testa no dossel da cama. Encarou o amigo e com a mão em seu ombro disse:

 

      - Vai lá. Você tem que pedir desculpas a ela. – cada palavra que saia de sua boca tornava evidente que a raiva que sentira do amigo fora passageira. – É o mínimo que você pode fazer. Anda.

  

      - Mas, Harry – olhou para o garoto, o desespero em seu rosto – Ela não vai nem querer olhar para mim. Ela vai me matar.

 

      - O pior que ela pode fazer é te azarar. Nada que ela não tenha feito antes. – falou, o sorriso em seu rosto. Lembrou-se do dia em que Hermione atirou em Rony uma revoada de canários enfurecidos.

 

      Rony sorriu por um momento. Olhou para Harry e disse.

 

 

    - Desculpa, cara! Não sei onde estava com a cabeça quando...

 

 

      - Você tem que falar isso é para a Mione. – disse Harry, empurrando Rony para fora do dormitório – Vai lá falar com ela.

 

     - Eh,... tá... certo... é o que vou fa-fazer – gaguejou Rony.

  

    - Anda, vai logo. – disse Harry, empurrando-o porta a fora. Rony saiu apressado e desceu as escadas.

 

      Espero que a Mione não seja tão dura com ele, pensou Harry, enquanto tirava a varinha de dentro do bolso das vestes. Com um aceno da varinha sussurrou limpeza e as coisas começaram a se consertar, remendar e voltar aos seus lugares.

 

 

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* LUMUS!
*Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom! 

Capítulo postado, como prometido.

Espero que estejam gostando!!!!

 

Obrigada pelos comentários... é muito importante para mim recebê-los.

Beijinhos  :* !

 

 

 

Dedicado à:

menina marota >>> minha primeira leitora e comentarista

 Vivikasc

Marcella Faciola 


PS: Deixando mais uma vez um lembrete:  Se quiserem podem me add no MSN: [email protected], ou no POTTERMORE: WolfFloo14770

 

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