GRANGERS, POTTERS E LESTRANGE

GRANGERS, POTTERS E LESTRANGE



Hermione e Rony entraram na sala de visitas dos Grangers, onde os pais da garota recepcionaram o casal de maneira mais simpática do que ambos esperavam ser recepcionados.

- Aceitam um chá? – perguntou Elisabeth Granger muito solícita – Estávamos tomando.

- Três xícaras? – perguntou Hermione, olhando divertida para os pais.

- Bem, é que... – atrapalhou-se Phillip Granger.

- Apareça, Harry – disse Hermione de maneira perspicaz – Eu percebi o seu sumiço na Toca e a tentativa de Gina de nos atrasar.
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Extraído do livro “O Trio: Como Harry Potter e seus amigos derrotaram as trevas”, de Vanessa Carmichael.

Diferentemente de Harry Poter e Rony Weasley, que foram apenas alunos medianos em Hogwarts, Hermione Granger foi uma das duas ou três alunas mais brilhantes que cursou a escola no século XX. Era vista sempre às voltas com diversos livros e muitos daqueles que foram seus contemporâneos na escola de magia lembram-se da garota brigando com os amigos para que estudassem.

Sua relação com Harry Potter, todos foram unânimes em dizer, sempre foi realmente fraternal. O Eleito sempre pareceu ver em Hermione a irmã que ele não teve e os cuidados às vezes quase maternais da menina para com o amigo foram ressaltados por todos os que foram ouvidos nesse livro. Ou seja, não parece ter qualquer fundamento a história que ambos possuíssem algum interesse romântico, mesmo um simples namoro de adolescentes. O interesse romântico de Hermione sempre pareceu concentrar-se mesmo em Rony Weasley, o ruivo, que quando era mais jovem era apenas um garoto alto e desengonçado, longe, portanto da aparência e da fama que o faz hoje tão atraente para as mulheres.

Ambos brigavam o tempo todo, coisa que não acontecia na relação da menina com Harry. A maioria dos colegas, inclusive Harry, perceberam desde cedo que aquelas brigas apontavam para mais do que simples e normais picuinhas de adolescentes de temperamento forte. Embora Harry também tivesse um gênio não muito fácil, principalmente no período que precedeu a guerra, estranhamente ele muito pouco discutia com os amigos. Entretanto as brigas de Rony e Hermione ficaram lendárias em Hogwarts e era claro que sentiam muito ciúme um do outro, embora tenham demorado muito para admitir os seus sentimentos.

Não procedem, tampouco, as afirmações caluniosas sobre um certo temperamento oportunista de Hermione, ávida por amizades influentes para compensar sua origem trouxa. Mesmo as pessoas que não nutrem uma simpatia especial pelo trio são unânimes em reconhecer que a jovem Hermione tinha desde os onze anos “luz própria”, por assim dizer. Era inteligente, admirada pela maioria dos professores e suas notas apontavam para uma carreira brilhante em qualquer área que escolhesse. E se realmente fosse oportunista como dizem, seria de se esperar que tentasse alguma coisa com Harry mais do que uma simples amizade e não com Rony, que a princípio era o elo mais fraco do trio, um garoto pobre, aluno apenas regular e durante muito tempo sem grandes atrativos físicos.

Mas não, Hermione não apenas manteve com Harry uma relação de irmãos, como também incentivou mais tarde o seu romance com Gina Weasley, irmã de Rony. Não obstante a sua inteligência extraordinária, os amigos sempre consideraram Hermione uma pessoa de bom coração, afeita ao cumprimento das regras, mas disposta a quebrá-las para o bem das pessoas que ama ou na defesa de uma causa que considerasse justa.
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A princípio Harry ficou apenas encarando os amigos com um ar indecifrável. Hermione entenderia a sua atitude. Mas, e Rony?

- Aham.... acho que preciso ir. Vocês têm muita coisa para conversar – gaguejou todo atrapalhado.

- O que ele faz aqui? – perguntou Rony, mas para si mesmo do que para os presentes.

- O Sr. Potter veio nos dizer algumas coisas que julgou importante, meu rapaz – disse calmamente o Sr. Granger – Você não deveria ser rude com ele.

Hermione olhava fascinada para Harry. O seu amigo tinha aquele insuportável complexo de salvador do mundo, não havia dúvida. A jovem sabia muito bem o que Harry deveria ter dito aos seus pais. E sabia o quanto o rapaz achava que a proximidade com ele havia prejudicado a ela e a Rony. De qualquer maneira, os pais pareciam menos hostis agora do que durante à tarde, quando da chegada dos Cannons.

Hermione caminhou até o amigo e o abraçou carinhosamente, dizendo no seu ouvido:

- Eu amo você, seu bobo. Mas eu ainda te mato um dia desses. E você não vai fugir agora!

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Era quase meia noite e Rony explicava para um fascinado Phillip Granger a função do goleiro no quadribol. O ambiente havia ficado muito mais ameno depois do abraço de Hermione em Harry. Rony bufou:

- Como eu posso ficar chateado com o cara que vai casar com a minha irmãzinha?

Várias xícaras de chá depois, a Senhora Granger recebia surpresa a informação que no jogo de quadribol, homens e mulheres atuavam juntos. Ficara abismada ao descobrir que Harry também ia se casar e que a sua futura esposa também jogava no time laranja.

- Bom, meu rapaz – disse solenemente o Sr. Granger para Rony – A minha filha não vai gostar do que eu vou perguntar, mas...

- Papai! – disse Hermione indignada. Ela sabia que a pergunta seria sobre os ganhos do quadribol e se Rony teria condições de sustentar a sua “filhinha”.

– Deixe, Hermione – disse o ruivo, tocando levemente o braço da noiva, com aquela segurança que usava para dar entrevistas para mídia do mundo bruxo – Se o senhor quiser saber como pretendo sustentar uma família, considero a pergunta muito justa.

- É uma pergunta justa, Hermione – concordou Harry.

- Estou começando a gostar desses dois – disse o Senhor Granger com um sorriso maroto – Eles concordam comigo.

Hermione limitou-se a emitir um suspiro derrotado, enquanto Rony dizia com muita segurança para o pai da garota:

- Eu sou hoje muito bem pago, Sr. Granger. Graças ao meu amigo aqui, que também é o meu patrão.

- É mesmo – disseram os pais de Hermione ao mesmo tempo, lembrando-se da informação de que Harry havia lhes dado que era agora dono dos Cannons.

- Suponho que seja muito cômodo ter o seu melhor amigo como patrão – disse Phillip Granger maliciosamente, para a contrariedade da filha.

- Não gostaria que o senhor tivesse uma idéia errada do talento do Rony, Senhor Granger – explicou Harry, evitando que a amiga perdesse as estribeiras – Ele é considerado hoje o melhor goleiro da Inglaterra e um dos três ou quatro melhores do mundo. Ele teve ao longo do último ano propostas para jogar em vários clubes do país e do exterior. Ele poderia jogar aonde quisesse pelo salário que pedisse. E só não é titular hoje da seleção inglesa por minha causa – acrescentou Harry amargamente.

- Ah, Harry, esquece! – consolou-o o amigo – Nós já falamos sobre isso.

- Bem, Elisabeth – disse formalmente o pai de Hermione – Traga aquele espumante que compramos na França. Acho que temos que brindar a ocasião, não é mesmo?

- Oh, papai! – disse Hermione abraçando e beijando o Senhor Granger com lágrimas nos olhos.
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Outro trecho do livro “O Trio: Como Harry Potter e seus amigos derrotaram as trevas”:

Todos aqueles que foram consultados pela autora desse livro, com exceção de uma ou duas pessoas bastante suspeitas, como um certo ex-professor de poções de Hogwarts, foram unânimes em afirmar que Harry Potter não tinha nada do garoto arrogante e exibicionista que parte da imprensa insistia em retratar. Ele foi um garoto criado muito mal por seus tios trouxas, que odiavam magia e descarregavam todo esse ódio sobre o parente bruxo. Harry, tudo indica, só conheceu algum afeto quando entrou em Hogwarts, onde fez amizade com Rúbeo Hagrid, guarda-caças e posteriormente professor de Trato de Criaturas Mágicas da escola, além dos seus inseparáveis amigos Rony Weasley e Hermione Granger.

O jovem também criaria laços afetivos muito sólidos com a família de seu melhor amigo, onde sempre foi bem recebido e o Eleito nunca escondeu considerar os Weasleys a sua verdadeira família. Houve ainda a relação tumultuada com o seu padrinho Sirius Black, assunto que será tratado em outra parte deste livro, que durante um curto tempo ele haveria de considerar como um segundo pai, ou no mínimo um irmão mais velho.

Quanto à suposta arrogância e prepotência de Harry, esses boatos, tudo indica, são fruto da inveja e do ciúme que provocava em algumas pessoas, além do fato natural que, sendo o aluno mais famoso da sua casa, Grifinória, tivesse contra si a hostilidade da casa de Sonserina, que na época reunia não poucos filhos de partidários do Lorde das Trevas, que se encarregavam de espalhar histórias maldosas a seu respeito.

Draco Malfoy, atualmente um empresário do ramo esportivo, reconhece (pertencia a Sonserina) que ele e os seus companheiros de casa perturbavam Harry sempre que podiam e que na maioria das vezes Harry ficava “na dele”, para usar a expressão do rapaz. Malfoy acrescentou também que as constantes vitórias da Grifinória sobre a Sonserina no quadribol, sempre com grandes atuações de Potter, que jogava como apanhador, não contribuíram nem um pouco para diminuir a antipatia que os sonserinos sentiam pelo Eleito.

A autora deste livro apurou que Harry era um garoto simples, modesto e a fama o incomodava enormemente. Embora criado com desleixo e até com crueldade pelos seus parentes trouxas, aprendeu na escola de bruxaria o valor da amizade e do companheirismo. Ele detestava ser o centro das atenções e só o era involuntariamente.

Dino Thomas, que por sete anos foi seu companheiro de quarto na escola, além de ter combatido com Harry durante a guerra na Força Aérea, disse: “Vocês acham mesmo que alguém gostaria de ser famoso por ter os pais mortos quando tinha um ano de idade e ser o centro das atenções quando o mais perverso bruxo da história quer a sua cabeça?”. Bem, acho que a frase do Sr. Thomas (hoje um conceituado desenhista e designer de roupas) explica muita coisa.

Não obstante o seu pouco apreço pela fama, Harry Potter é considerado por todos que o viram atuar na guerra como um bruxo de grandes poderes. Aos treze anos de idade já era capaz de invocar um Patrono corpóreo, coisa que muitos bruxos adultos e experientes não conseguem ao longo da vida. Por outro lado, todos os que o conheceram ressaltaram a sua capacidade de se sacrificar pelos amigos e arriscar a vida para defendê-los.

“Se você considerar esse fato prova de heroísmo, não tenho dúvidas que Harry Potter é realmente um herói”, disse seu amigo Toni M’Bea, um dos comandantes da “Força Aérea” durante a guerra, e famoso jogador de quadribol.
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- Quer dizer que naquele esporte dos trouxas também existe um goleiro? – perguntou Rony para Harry.

Mesmo sem conhecer muito bem o mundo trouxa, Rony ficou satisfeito com o fato do pai de Hermione ter perguntado de brincadeira se ele não gostaria de tentar o futebol. “Só Deus sabe o quanto a Inglaterra precisa de um bom goleiro”, dissera o Sr. Granger.

- Não foi tão ruim assim, não é mesmo? – perguntou Hermione.

A garota ocupava uma poltrona na sala da Toca, sentada no colo de Rony, enquanto no sofá em frente Harry descansava a cabeça no colo de Gina, tendo o cabelo rebelde acariciado pela ruiva.

Ficou acertado que, por exigência dos pais da garota, o casamento de Rony e Hermione seria realizado numa capela anglicana. A maioria dos parentes trouxas da moça se despediria na igreja, enquanto os pais e uns poucos da família que sabiam que a jovem era uma bruxa, assim como os demais convidados bruxos, iriam para a Toca onde haveria a festa de casamento propriamente dita.

O casamento seria em outubro, quando Rony aproveitaria a folga da temporada do quadribol britânico. Esta seria paralisada em razão dos jogos da seleção da Inglaterra nas eliminatórias européias para a Copa Mundial. O ruivo não participaria, pois não havia aceitado a convocação em solidariedade a Harry. Gina e o artilheiro sensação dos Cannons se casariam em dezembro, quando o campeonato sofreria nova interrupção em razão das festas de fim de ano.

- Você quer mesmo organizar a nossa festa, Harry? – perguntou Gina.

- Eu vou contratar o melhor bufê do mundo bruxo – garantiu Harry, de olhos fechados, planejando para a noiva e para a sua família a festa mais bonita que o dinheiro poderia proporcionar.

- Mamãe está desesperada, achando que você vai gastar uma fortuna – disse Rony, rindo dos cuidados excessivos que desde sempre a mãe dispensava ao amigo.

- Mas eu pretendo gastar uma fortuna! – confirmou Harry animado – Eu sou um cara rico, lembram?

- Para mamãe você ainda é aquele menino magrinho e mal-tratado que passava as férias aqui em casa – gracejou Gina - E pra mim você é ainda um garotinho indefeso – disse, beijando o noivo.

- Ah, dá pra parar com essa agarração? – ralhou Rony.

- Não enche, Rony! – reclamou Gina – Por que você não vai agarrar a Mione e deixa a gente em paz?
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Mais um trecho retirado de “O Trio: como Harry Potter e seus amigos derrotaram as trevas”:

Os Weasleys são, como todos sabem, uma antiga e importante família de bruxos da Inglaterra, cujas origens remotas se perderam no tempo. Como os seus membros sempre foram pouco afeitos a honrarias e ao cultivo do próprio nome e das tradições ancestrais, nunca se preocuparam em investigar a história relatada no mundo mágico de que seriam originários de um ramo da venerável casa dos Gryffindor, que possui entre os seus membros mais ilustres um dos famosos fundadores de Hogwarts. É bem possível, uma vez que a maioria esmagadora da família é composta por pessoas ruivas, como reza ser a tradição dos descendentes dessa linhagem.

Entretanto, mesmo com uma suposta origem aristocrática, durante anos os Weasleys foram apenas uma família de pessoas trabalhadoras e pobres, tendo seus membros se dedicado ao pequeno comércio e ao exercício do serviço público subalterno no mundo mágico. Dessa família sairia Ronald Billius Weasley.

Sexto dos sete filhos do casal Arthur e Molly Weasley, Rony, como era chamado pelos pais, ingressou em Hogwarts sob a pressão de ter irmãos mais bem sucedidos do que ele. Gui, seu irmão mais velho havia sido monitor-chefe, Carlinhos, logo abaixo dele, monitor e ótimo jogador de quadribol, durante três anos capitão do time de sua casa (Grifinória, para onde foram todos os membros da família que estudaram em Hogwarts), Percy, também monitor e futuro monitor-chefe e finalmente os gêmeos Fred e Jorge, dois anos mais velhos do que o rapaz. Embora os gêmeos fossem indisciplinados e criadores de confusões (jamais concluíram os estudos e a sua fuga de Hogwarts é hoje lendária), eram muito populares e bem quistos por todos.

Era de se esperar que Rony se sentisse a princípio inseguro. Afinal, além de pobre, tendo que usar roupas e materiais escolares de segunda mão, tinha que manter as expectativas que todos depositavam nas pessoas da sua família. Tornou-se amigo de Harry Potter quando se conheceram na ida para a escola, no Expresso Hogwarts, e essa amizade iria perdurar pelo resto da vida escolar dos dois e mesmo após.

A idéia corrente de que essa amizade fosse meramente interesseira da parte de Rony não condiz com os fatos. Todas as pessoas consultadas nesse livro falam dos laços sólidos que uniu os dois garotos desde os onze anos e da maneira como Rony sempre ficara ao lado do amigo, mesmo quando o Ministério da Magia desencadeou uma campanha sórdida para desmoralizar Harry Potter, quando este testemunhou o retorno do Lorde das Trevas em 1.994. Aliás, Rony e o resto da família Weasley (à exceção de Percy, funcionário do ministério e preocupado demais com a própria carreira) deram apoio ao Eleito mesmo quando este era chamado de louco pela maioria do mundo mágico. Ora, se Rony e sua família estivessem apenas atrás de prestígio pela proximidade com uma figura tão famosa, não seria natural que se afastassem do rapaz durante esta crise?

Outro boato que corre sobre Rony é que teria sido um aluno medíocre na escola e só por isso iniciado a carreira (bem sucedida, diga-se de passagem) no quadribol. Como constam dos registros do Departamento de Educação do Ministério da Magia, as notas de Rony Weasley são perfeitamente razoáveis, e excetuando-se a disciplina Defesa Contra Arte das Trevas (DCAT), suas notas são muito parecidas com as de Harry Potter e de outros tantos estudantes do seu ano. E vale ressaltar que na disciplina mencionada nem mesmo Hermione Granger (melhor aluna de sua turma) superou as notas do jovem Potter.

Resumindo, Rony Weasley não era nem nunca foi um estudante medíocre que precisava da amizade de Harry Potter para obter vantagens pessoais e nem as pessoas da sua família aproveitaram-se da simpatia do Eleito para se arrumarem na vida, estando entre as poucas pessoas que defenderam o jovem quando isso representava um risco concreto pessoal e profissional. E levando-se em conta a habilidade dos irmãos mais novos (Gina e Rony) no quadribol, a eficiência de Gui, o mais velho, dono de uma carreira prodigiosa no Banco Gringotes, fica claro que a família tinha “munição própria” para obter sucesso profissional.

A carreira que o mais novo dos rapazes Weasley desenvolveu no quadribol se deve apenas a uma opção profissional bastante racional de ganhar dinheiro no esporte que ele sempre gostou de praticar. Quem pode culpá-lo por isso?

Não a autora desse livro, que dá graças aos deuses por Rony ter se tornado um goleiro, que todos esperamos, dará grandes s alegrias aos fãs de quadribol da Inglaterra, que estão fartos das derrotas para a Irlanda no esporte mais popular do mundo bruxo. E consta ainda que foi o rapaz que convenceu o seu amigo Harry Potter a se aventurar no mundo do esporte, o que nos faz ser duplamente gratos a esse ruivo e à sua família extraordinária.
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Draco Malfoy recostou-se cansado na cadeira alta da sua confortável sala, na presidência do que estava para se transformar nas Organizações Potter-Malfoy. Toda a papelada que transformava Harry Potter em seu associado, assinada encima da sua mesa de trabalho. Os galeões entraram nos últimos dias como um bando de gnomos num jardim cheio de buracos. Investidores imploravam pelo direito de colocar seu dinheiro no time dos Cannons, placas de publicidade no novo estádio que construiriam brevemente em Chudley e se associar às franquias das Gemialidades Weasleys, que rapidamente se espalhariam pelas Américas.

A versão britânica da revista Wizzard Sports já tinha dezenas de anunciantes e pedidos de assinatura, mesmo ainda sem data de lançamento. Draco refletia que tinha que reorganizar tudo. Precisava delegar poderes, pois não esperava que Harry, seu sócio, fizesse nada mais do que jogar quadribol, assinar papéis e receber os galeões. Potter era legal, mas não deveria esperar dele nada associado à gerência dos negócios. E ele, Draco, não pretendia se afastar do quadribol, seu verdadeiro interesse. Precisava contratar alguém para gerenciar os negócios como um todo. Precisava de alguém eficiente como Gui Weasley, ou quem sabe precisava do próprio Gui Weasley. Pensava seriamente em aproveitar os talentos de Amanda Trindade, namorada do seu batedor, que estudava Direito Bruxo Internacional e poderia lhe ser de grande valia. E já contava com os préstimos jurídicos de Olívio Wood.

Foi tirado desses devaneios pela sua jovem secretária recém contratada (Pansy e Zabini ficaram diretamente ligados apenas aos negócios dos Cannons), que lhe chamava pelo interfone mágico.

- Sim, Ester – disse o loiro, realizando um maneio com sua varinha, para que pudesse ouvi-la.

- O sócio do senhor está aqui e quer vê-lo, Sr. Malfoy – respondeu a garota com uma voz que exalava eficiência.

- Harry Potter? – perguntou Malfoy surpreso.

- Você tem outro sócio? – ouviu a voz de Harry dizer na sala de espera.

Quando o ex-grifinório entrou, o loiro percebeu que ele estava tenso, alguma coisa certamente o incomodava.

- A que devo a honra, Potter? – perguntou, fazendo um gesto para que seu sócio se sentasse – A propósito, você é meu sócio, não precisa se anunciar para entrar nessa sala. Eu já mandei construir uma sala para você.

- Bom, eu estou com um problema – disse Harry, ligeiramente incomodado.

- É aquele problema com a poção? – perguntou Draco genuinamente preocupado.

- Ah, não! – acalmou-o Harry – Às vezes eu ainda durmo mal, mas estou bem melhor.

- Você está se alimentando direito? – quis saber o loiro.

- Gina, Hermione e agora a Senhora Weasley não me deixam em paz por causa disso – respondeu o sócio bem humorado – É sobre o casamento.

- Ora, Potter, não me diga que você não sabe o que fazer na lua de mel. Eu tenho uns livros com gravuras bem reveladoras...

- Não é nada disso, seu idiota! – quase gritou o artilheiro dos Cannons. Mas percebeu que o outro estava rindo, claramente provocando-o.

- Eu preciso de ajuda – disse Harry, aflito – Eu disse aos Weasleys e a Gina que organizaria a festa de casamento em dezembro. Mas eu nunca organizei nada disso antes. Eu nem sei onde contratar um bufê! Eu pensei em você. Sua família é rica e você deve ter experiência com festas e coisas assim.

Malfoy abriu um largo sorriso. Fazendo um novo maneio com sua varinha, disse no interfone para a sua secretária:

– Ester, querida, cancele todos os meus compromissos para hoje. Tenho assuntos importantes a tratar com o meu sócio – E depois, dirigindo-se a Harry, proclamou feliz: - Potter, você veio ao bruxo certo na cidade certa e na hora certa. Eu estava morrendo de tédio com esses papéis todos.
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Horas mais tarde, restos de comida chinesa (que Draco mandara buscar num restaurante trouxa) e diversos prospectos mágicos (alguns tocavam uma marcha nupcial quando abertos) estavam sobre a mesa de reuniões do presidente dos Cannons, onde um confuso Harry Potter analisava as várias possibilidades.

- Doces que cantam é brega demais! – exclamou o Eleito.

– Fico contente que você pense assim, Potter – concordou o loiro – Isso é para bruxos novos ricos do interior.

- Eu realmente gostaria de algo um pouco mais simples.

- Potter, você é famoso. Mesmo que a gente consiga afastar os principais pentelhos da imprensa, você conhece muita gente. É impossível uma cerimônia simples – e depois, estendendo um prospecto para o sócio, disse: - Esses caras aqui fazem tudo. Organizam o bufê, a festa, prometem afastar os indesejados e ainda prometem feitiços de ilusão para afastar os trouxas. Eles cobram caro, mas...

Nesse momento o interfone mágico tocou e a voz da secretária foi ouvida:

- Senhor Malfoy, há umas moças aqui que insistem em ver o senhor.

- Eu disse que...

Mas antes que o loiro pudesse completar a frase, um grupo de representantes do “sexo frágil”, invadiu de maneira decidida a sala da presidência. Lideradas por Helga M’Bea, a mais velha dentre elas, entraram no recinto Cris Toledo, sua namorada Tess Smith, Angelina Johnson e Hermione Granger, que parecia ser a única com um semblante tranqüilo. Na verdade a jovem curandeira parecia se divertir à beça com a situação.

- Nós não vamos deixar você explorar o Harry!– disse a líder do grupo, apontando ameaçadoramente para Draco.

- É. E nem sacanear o Harry, contratando um bufê com doces cantantes – emendou Angelina.

- O Harry é muito ingênuo por confiar em você! – acrescentou Toledo, o sotaque espanhol se fazendo presente, como sempre acontecia quando ela estava nervosa.

- Eu não preciso de vocês para me defender! – exclamou Harry exasperado – E o Draco não está me...

- Quieto, Harry – disse uma indignada Helga – Você é apenas o noivo aqui. Gina nos incumbiu de vigiar você. Não queremos que o Malfoy o obrigue a gastar uma fortuna.

- São as suas garotas, Potter – zombou Malfoy, levantando as mãos, como para dizer que era inocente.

- Mas eu não ligo em gastar uma fortuna! – insistiu o Eleito.

- Escutem, moças... – tentou dizer Malfoy.

- Fique calado você também! – ralhou Helga.

- É. Vamos examinar o que você pretendia fazer com o Harry – ia dizendo Toledo.

- Mas...

- Humpf! – bufou Tess, examinando os prospectos – Confiar em homens para coisas importantes assim...

- Querem deixar...

- O que foi, Malfoy? – perguntou Angelina, mas sem prestar atenção nele – Olhem essa empresa aqui – disse pegando um dos prospectos – Isso é um roubo!

- EU VOU PAGAR A FESTA! – gritou por fim o loiro.

- Você vai o que? – perguntou Harry surpreso.

- Pagar com o seu dinheiro, você quer dizer? – perguntou Helga, duplamente surpresa.

- Sim, Senhora M’Bea – confirmou o loiro tranqüilamente – É meu presente ao meu sócio e à minha artilheira.

- Bem, isso muda tudo – disse Angelina, parecendo impressionada.
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Dois dias depois:

Severo Snape em pessoa, ministro da magia interino do Reino Unido, acompanhado de aurores da sua mais absoluta confiança, adentrou a última das celas de segurança máxima da prisão de Azkaban. Num canto do aposento limpo, esterilizado, mas sombrio como um túmulo, estava Belatriz Lestrange, o rosto deformado, retorcido como se um sorriso maligno e eterno tivesse sido impresso na sua face. Olhos insanos fixaram-se no antigo espião da Ordem da Fênix, aparentemente sem grande interesse.

- Accio, varinha! – exclamou o antigo mestre de poções.

Um objeto comprido e retorcido, feito de uma madeira escura, cruzou o aposento e parou na sua mão. Censores contra atividades suspeitas dispararam durante aquela manhã. O próprio ministro da magia resolveu verificar as selas de segurança máxima. A sela da mais fiel e insana das seguidoras do Lorde das Trevas ficara para a inspeção final. Alguém, que Severo Snape amaldiçoou em silêncio, havia dado a aquela demente uma varinha. O ministro interino pretendia fazer o infeliz em pedaços com as suas próprias mãos quando descobrisse o autor da façanha.

Felizmente a maior entre os asseclas de Voldemort parecia alheia a tudo. Snape quebrou a varinha e entregou-a a um dos aurores, ordenando que o objeto fosse examinado com o objetivo de descobrir quem o havia deixado ali. Infelizmente ele não tinha esperança que o autor do crime houvesse deixado pistas.

Depois de uma varredura minuciosa, em busca de outros possíveis objetos mágicos ou feitiços, todos deram a missão por encerrada.

Para surpresa de Snape e dos aurores, um som, quase um rugido, veio do canto onde Belatriz se deixava ficar. Demorou para que os homens percebessem que ela havia dito alguma coisa.

- Mande lembranças ao Potter, agora que você é um lacaio dele – repetiu a mulher, finalmente se fazendo entender.

Surpreso, o ministro dirigiu-se até o canto do aposento e respondeu com a sua voz desprovida de emoção.

- Não abuse da sorte, Bela. Por mim você estaria morta a essa altura.

- E por que você não me mata, seu traidor sujo? – sibilou a mulher, a voz soando estranha por causa da boca e dos lábios deformados.

- Porque eu não tenho, para a sua sorte, autoridade para tanto – respondeu Snape friamente – A propósito: você não dirá o nome do seu amigo que tentou ajudá-la, não é mesmo?

- Não. Não direi – respondeu a mulher simplesmente, encolhendo-se no seu canto como se fosse dormir.

Imaginando que não ouviria mais nada, Severo virou-se, feliz por deixar aquele lugar e ansioso para iniciar as investigações pertinentes ao caso. Entretanto, às suas costas, ouviu mais uma vez a voz de Belatriz, rouca, mas cortante como um punhal.

- É em dezembro, não é mesmo, Severo? O Potter vai se unir àquela pequena meretriz, filha dos traidores do próprio sangue – disse de maneira perfeitamente inteligível, apesar da estranheza da sua voz.

Sem se virar para responder, procurando não demonstrar o quanto as palavras da Comensal da Morte o haviam abalado, Severo Snape fechou a porta com uma batida forte e ficou parado pensativo enquanto seus auxiliares lacravam a sela com uma grande quantidade de feitiços.
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BOM, É ISSO AÍ! FALTAM APENAS DOIS CAPÍTULOS PARA O FINAL DA FIC (NÃO DECIDI AINDA SE HAVERÁ UM EPÍLOGO). MAS, VCS. JÁ SABEM, HAVERÁ UMA “QUASE” CONTINUAÇÃO, “LEMBRANÇAS DO VELHO MALFOY”. NÃO PERCAM! E UM BOM ANO PARA TODOS NÓS!















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