APENAS NEGÓCIOS



- Algo grande está para acontecer – dizia Gui, muito sério, revelando a sua faceta profissional – Empresas estão de repente tirando dinheiro dos bancos trouxas e colocando no Gringotes, milhões de galeões foram transferidos das filias dos Gringotes de outros países e depositados em Londres. Em resumo: alguém com muito dinheiro quer gastar muito dinheiro!

- E o que isso tem a ver com a proposta do Krum ao Harry? – perguntou Rony confuso.

- Bem, dizem que alguém está disposto a gastar uma fortuna para montar um time de quadribol, e você e Harry podem ser parte do investimento.

- Ah, o Harry com certeza – concordou Rony parcialmente,

- Mas você já não tinha recusado umas propostas da Itália, da Espanha e da Austrália? – questionou Harry, passando a mão de maneira distraída pelos cabelos rebeldes.

- E dos Estados Unidos, não se esqueça – corrigiu Gui – E os australianos dos “Trovões” ainda não desistiram. Eles chegaram em um milhão de galeões por ano e mais “vantagens”, como fizeram questões de frisar.

- Um... um milhão - engasgou Rony – Puxa, Harry, você precisa ser muito tapado para...

- Quais vantagens? – interrompeu Harry, vendo a cara de riso de Gui ao mencionar o assunto.

- Bem... – hesitou um pouco o ruivo mais velho, segurando-se para não rir – Eles levaram a sério aqueles boatos que o Carter espalhou a seu respeito. Eles estavam dispostos a oferecer o dinheiro e mais, digamos, “companhias agradáveis”, sem se importar com a sua “preferência”, se é que você me entende.

- Era só o que me faltava - resmungou Harry, olhando carrancudo para os ruivos que agora riam descontroladamente – “Harry Potter, o mercenário gay”, disse contrariado. Rony e Gui estavam quase passando mal de tanto rir.

- Desculpe, Harry – falou Gui, tentando retomar a seriedade – mas você tem que admitir que é muito engraçado. Mas essa movimentação toda de capital – Gui retomou o tom profissional - eu acho que não tem a ver com os estrangeiros. O dinheiro está vindo para a Inglaterra. Acho que pessoas daqui estão reunindo recursos para um lance realmente ousado. Dizem que tem alguém disposto a oferecer algo como dois milhões de galeões por ano para você.

- O QUÊ? – disseram Rony e Harry ao mesmo tempo.

- Rapazes, encarem os fatos – falou pausadamente o irmão mais velho de Rony, com a racionalidade de um homem de negócios – O campeonato inglês de quadribol esteve suspenso por dois anos. Nesse meio tempo a Escócia e a Irlanda organizaram suas próprias ligas. Na Espanha e na Itália, onde a guerra não causou muitos estragos, empresas investiram milhões nos times se quadribol e tiveram um retorno extraordinário. Depois de dois campeonatos ingleses lucrativos após a guerra, está claro que o mundo bruxo quer o quadribol, quer se divertir e esquecer a guerra, as mortes. Aí está um belo mercado. E eles precisam de heróis, de caras com quem os jovens se identifiquem. E quem melhor do que o Harry? O cara que derrotou Voldemort e que joga muito bem. Ora, Harry, não faz essa cara! Eu também ia querer você no meu time se eu estivesse montando um. E se eu tivesse dinheiro, não ia poupar galeões para convencer você. Entenda, são apenas negócios.

- Mas por que o Krum? – perguntou Harry pensativo

- Bom, eu tenho uma idéia a respeito – respondeu Gui, um tanto indeciso.

- Gostaríamos de ouvi-la, “grande bruxo do mercado” – caçoou Rony.

- Ora, o Harry nunca aceitou nem mesmo discutir propostas de times daqui e do exterior, não conversa com empresários, não me deixa conversar – e aqui a voz de Gui assumiu um tom de censura – Por outro lado, Krum é jogador, lutou com vocês na guerra, todo mundo sabe que o cara é honesto. Carrancudo, rabugento, mas honesto.O Harry confia nele. E ele, Krum, eu suponho, também quer jogar num time legal que dê dinheiro.

- Mas ele joga na mesma posição que eu – contestou Harry.

- Tudo bem.Essa parte eu também não entendi, mas eu acho que você vai ter que conversar com ele pra saber.

- Ei, rapazes sérios, o jantar já vai ser servido – disse abrindo uma fresta da porta uma Gina Weasley muito sorridente, fazendo o estômago de Harry dar algumas voltas, e ele sabia que não era de fome.

- A propósito – retomou Gui – Vocês sabem que eu administro as finanças da Gina e do Rony também.

- Bem como as da Angelina, do Rogério Davies, da Cho Chang – e Harry teve a nítida impressão que o último nome foi pronunciado com uma ponta de nojo – enfim, quase toda a elite do quadribol da Inglaterra – falou Gina – Mas, e daí?

- Bem... – hesitou um pouco Gui – não tenho culpa se os atletas e o Banco Gringotes me acham bom administrador. Mas, na verdade, maninha, você e o Rony também são nomes lembrados por todo mundo. Na semana que vem vou ter uma idéia melhor. Dizem que alguns clubes vão oferecer milhares de galeões para ter vocês. O boato que eu ouvi é que querem colocar vocês três no mesmo time.

- Sério? – boquiabriu-se Gina – Eles querem “euzinha”, a “Garota Weasley” no mesmo time do “Maluco” Weasley e do “Mergulho” Potter? – brincou Gina, fazendo voz de bebezinho.

- Isso não me surpreende – disse Harry, bastante enfático – Vocês são muito bons, sabe? E eu vi você jogar aquele amistoso contra o Francelhos no ano passado. Você está ainda melhor do que na época de Hogwarts, Gina – completou o rapaz, visivelmente constrangido e começando a ficar muito vermelho.

- Sério? – perguntou Gina, bastante surpresa – Quer dizer, você assistiu o jogo no estádio? – era visível a felicidade da garota – Por isso aquele tumulto na arquibancada no final do jogo...

- Bom, é que descobriram que eu estava lá e aí todo mundo foi correndo pra cima de mim, nem deu tempo de falar com você.

- Ei, eu não fiquei sabendo que você foi nesse jogo! – disse Rony, entre surpreso e divertido – E por que eu não fui com você?

- Porque você estava muito ocupado com aquelas duas fãs irlandesas que convidaram você para... hum, como foi mesmo o termo que elas usaram? Ah, lembrei: “chá da tarde com massagem relaxante”. Você deve ter relaxado bem, porque só voltou dois dias depois...

Gina e Gui tiveram um acesso de risos, enquanto Rony dizia, muito contrariado:

- Eu agradeceria se o senhor Potter não devassasse a minha vida íntima em público...

- Você viu mesmo o jogo? – perguntou novamente Gina, agora totalmente radiante.

- HUMM... – fizeram Rony e Gui.

- O QUE FOI? – perguntaram rispidamente Harry e Gina.

- Nada... – disse Gui, tentando ficar sério – Eu acho que a proposta do Krum tem a ver com isso tudo.

- Já pensou? – perguntou Rony com ar sonhador – Nós três no mesmo time? Mas eu acho que é querer demais...

- Bom – refletiu Harry – Nós vamos ter que esperar até segunda-feira para descobrir...









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